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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Terras devolutas, conflitos, Governo, classes dominantes agricultura familiar


Em 18 de setembro de 1850, o imperador dom Pedro II assinou a Lei de Terras, por meio da qual o país oficialmente optou por ter a zona rural dividida em latifúndios, e não em pequenas propriedades.  Os próprios senadores e deputados eram, em grande parte, senhores de terras. 
No Brasil, têm sido esbanjadas as terras, o ruralista em sua maioria na liderança do Congresso, as adquire de qualquer forma.

No dia 24/08/2011, cerca de quatro mil trabalhadores sem-terra bloquearam a entrada do Ministério da Fazenda em Brasilia
        
Os manifestantes reivindicam a ampliação do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), redução da carga de trabalho, a aceleração da reforma agrária, além do assentamento de 60 mil famílias que estão acampadas em territórios brasileiros.

Vejam, o assentamento foi um problema que iniciou na ingerência do governo Sarney este, escolhido a dedo pelos militares, e sob  domínio continuou:

A SUDENE, autarquia criada no governo de Juscelino Kubitscheck tinha por principal finalidade criar condições e meios para melhorar a condição de vida das pessoas que estavam inseridas no chamado polígono das secas(área abrangida pelo nordeste e pelo norte de Minas Gerais

No final dos anos 80 durante o regime militar, inicia-se o assentamento das famílias de lavradores e a incorporação de entidades privadas nos locais de assentamentos.

O projeto fora idealizado para ser um dos maiores pólos de produção do mundo, sobretudo de frutas tropicais, tendo sido gastos em torno de 600 milhões de dólares para o seu aparelhamento. Acontece que, a certa altura, o dinheiro acabou, com a dívida pública nas alturas,.

O governo Sarney sempre sob o domínio dos militares (85/89) recorreu então ao Banco Mundial, que solicitamente ofereceu cento e poucos milhões de dólares para a conclusão. Mas foi estabelecida uma exigência: não fazer na região apenas um desenvolvimento empresarial, mas também “social”, com assentamentos socialistas de Reforma Agrária, distribuindo glebas de cinco hectares para 1.824 assentados, sem o título de propriedade.

Mas uma vez a elite econômica rouba a cena, como é descrito por Oliveira: "a função da SUDENE  passou a propiciar o domínio do nordeste á burguesia do sul, ou seja, a referida autarquia criada para ser um pólo de desenvolvimento e com o objetivo principal de extinguir, pelo menos parcialmente, as desigualdades sociais existentes na área do polígono das secas, em pouco tempo se transformou em um paraíso para os em empresários, onde ganha seus contornos definitivos quando o próprio conflito, classe dominantes versus populares.


Ademais, 54% do solo pátrio são ocupados por terras devolutas, pertencentes ao maior latifundiário do País, o Estado.

O plano de colonização do projeto previa ainda a constituição de um órgão que cuidasse da administração geral, para tanto foi criado a RURALMINAS em 1996.

Passados 20 anos, as perspectivas dos mencionados tecnocratas resultaram no mais retumbante fracasso. Não há praticamente nenhum dos assentados de 95; as posses foram “vendidas” para “novos donos”; em alguns lotes, as transferências sucessivas já ultrapassam o número de 10; os novos posseiros as “compraram” por preços irrisórios ou as trocaram por automóveis velhos e outras quinquilharias.
         
Funcionários do projeto afirmaram que, ao abandonar os lotes, muitos dos assentados os dilapidam, levando tudo o que podem: canos, hidrantes e, em alguns casos, o próprio relógio marcador do consumo de água.

PERGUNTO? Para que serviu a RURALMINAS  que não administrou a disciplina nos assentamentos  protegendo e orientando os assentados contra os latifundiários desonestos? Para que serviu e serve as inúmeras ONGS não governamentais, custeadas pelo Governo Federal que saíram em “defesa” dos assentados? Para que serviu e serve o MST, que recebe verbas faraônicas do Governo Federal e nunca exigiu PARA VALER uma postura digna dos governantes com relação aos grandes latifundiários que exploram as terras (devolutas) mantendo o trabalhador afastado do campo e  quando muito, submetidos a trabalhos em regime de escravidão, e agindo sob a omissão dos militares?  Para que serve o Governo Federal que não manteve como prometeu em campanha política, o assentamento do cidadão civil que quer trabalhar para o seu sustento, para sua sobrevivência?

O QUE REALMENTE O GOVERNO FEDERAL QUER E ESTÁ DEIXANDO ACONTECER NÃO ENTRA METAS PARA A "REFORMA AGRÁRIA" 
por de trás da propaganda do “Agronegócio”, existe um fortalecimento ainda maior do latifúndio semi-feudal, que mantém os camponeses pobres na mais completa miséria, debaixo de intensa repressão, indígenas, quilombolas, verdadeiros donos, expulsos de suas terras pelos ruralistas, sob omissão da bancada ruralista em maioria na Câmara dos Deputados, negociando as commodities com o  comprador externo por três moedas.

sábado, 20 de agosto de 2011

Com segredo de lista, TCU protege parlamentares infratores


O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 733 empresas contratadas pelo governo federal que têm entre seus sócios servidores públicos, o que é proibido.
Identificou também contratos entre empresas de parlamentares no exercício do mandato e o governo federal, muitos deles sem licitação. Mas não disse quantos e nem quais.
Na verdade, o TCU encontrou muito mais ainda na auditoria feita em 142.524 contratos do governo federal entre 2006 e 2010. Coisas de corar diretores do Dnit.
Informa o relatório sobre empresas que participaram de pregões cujos sócios, além de servidores públicos, integram a comissão de licitação.
Mais: 1.470 empresas contratadas são inidôneas. Uma só empresa venceu 12.370 licitações, mas desistiu de todas para favorecer outras cujos lances eram mais altos.
Outros 9.430 contratos receberam aditivos superiores a 125% (o limite é de 25%); duas empresas com os mesmos sócios participaram de 16.547 licitações; são muitas as dispensas de licitação sem justa causa. E vai por aí.
O TCU presta enorme contribuição ao exercer seu papel fiscalizador, especialmente quando se dá ao trabalho de fazer cruzamentos complexos para chegar a resultados tão efetivos.
Mas macula esse trabalho dando-lhe o selo de sigiloso com toda a incoerência que isso possa ter. Não há um só argumento convincente que justifique o segredo sobre a lista dos parlamentares infratores.
Possivelmente o tribunal acredita que seria injusta a divulgação da lista sem um filtro prévio que indique aqueles parlamentares que se afastaram da gestão de suas empresas.
Não se justifica tanto cuidado: o afastamento da gestão não afasta o risco de tráfico de influência, pois a distância da gestão não se traduz por distância dos lucros.
Lobistas não integram sociedades empresariais e nem por isso deixam de fazer lobby. A diferença é que o parlamentar-empresário dispensa intermediários: ele é o lobista de si mesmo.
A divulgação da lista jogaria uma luz sobre o vínculo da fidelidade de aliados e os negócios que mantêm com o governo.
Há de se encontrar explicação para parlamentares que nunca deixam de ser governo porque negócios não têm ideologia e se encaixam em qualquer gestão política.
Há de se encontrar os beneficiários mais privilegiados ainda: aqueles que além de contratos polpudos, os ganharam sem licitação.
É um daqueles segredos que, ao estabelecê-lo, o juiz protege o infrator contra o interesse público, soberano sobre qualquer privacidade.
Beira o escárnio confiar a tramitação do problema á Comissão de Ética da Câmara, logo ela que não consegue punir nem parlamentares filmados com dinheiro pelas meias, cuecas e, agora, bolsas femininas.
A lista está no cofre da comissão, à espera de uma decisão do presidente da Câmara, Marcos Maia (PT-RS). Juiz agora do destino do documento.
Pode até surpreender, mas tem motivos corporativos suficientes para mantê-la longe do público.
Publicado por:  João Bosco Rabello
4 de agosto de 2011

Desde que o escândalo do Mensalão explodiu na cara da cúpula do PT, o discurso ensaiado e repetido inúmeras vezes, como se fosse uma tentativa desesperada de transformar uma mentira descarada em verdade incontestável, era o mesmo: O Mensalão não existiu e é tudo intriga da oposição.
O Presidente Lula chegou a afirmar textualmente que empenharia seus esforços pós-mandato na causa “nobre” de provar que o maior escândalo de corrupção da história do Brasil jamais ocorrera.
Infelizmente (ou felizmente) a Polícia Federal não deu ouvidos aos caciques petistas e resolveu jogar uma luz definitiva sobre as sombras e a lama que envolvem esse período da política nacional. As provas são devastadoras e irrefutáveis: o trabalho magistral da PF revelou a origem, o percurso e o destino final de todo o dinheiro envolvido na maracutaia.
O relatório também mostrou que a oposição pífia, feita ao governo Lula durante todos os anos de negociatas, mamatas e escândalos pode ser explicada pelo fato de que figuras importantes da oposição também estavam imbuídas do objetivo de mamar nas tetas do Tesouro Nacional e se locupletaram do Mensalão.
Vergonhosamente, como uma quadrilha pega “no flagra”, o Palácio do Planalto já se mobiliza para abafar o escândalo. As lideranças do governo passaram os últimos dias enviando comunicados aos partidos aliados avisando que os cortes nas emendas parlamentares serão revistos e os cargos dos escalões inferiores distribuídos com maior celeridade. Mais uma vez, assim como Lula fez, o PT usa a tática de socializar a mamata para se manter no poder. Aprendeu muito bem as lições deixadas pela gestão de Collor – que perdeu o mandato por tentar privatizar as negociatas, restringindo-as apenas ao seu grupo – já que só entregando o Brasil (e seus cofres) aos abutres que o circundam, o PT garantirá mais quatro anos de bonança para si e para seus dirigentes, amigos e colaboradores.
Inexplicável também é o silêncio estarrecedor da “grande imprensa” sobre o fato. Inúmeros órgãos de imprensa sequer mencionaram o relatório da PF ou, se o fizeram, relegaram suas revelações a pequenas notas de “pé de página” em cadernos interiores. Tudo, é claro, sob o beneplácito da dependência das polpudas verbas publicitárias das estatais e do próprio governo. Poucas foram as publicações que destinaram o devido destaque para as revelações do relatório que poriam fim ao governo do presidente Lula – se este ainda estivesse no cargo – dando jus a um processo de impedimento que destruiria de vez a imagem de “salvador da pátria” nutrida por ele e pela cúpula petista.
Da mesma forma, o relatório da PF leva às claras os motivos pelos quais o filho de Lula deixa seu humilde cargo de estagiário num zoológico para, em apenas oito anos, se transformar num dos maiores milionários do país, através das operações que levaram à fusão da Brasil Telecom com a Oi.
Infelizmente, sabemos que nenhuma providência será tomada. Nenhuma manifestação indignada será promovida. Nenhum pedido de explicações à Lula será feito. Nenhuma autoridade será obrigada a devolver o dinheiro que roubou de nós. E, o mais triste de tudo, ninguém será punido por um dos maiores escândalos da história da República.
Isso porque os crimes cometidos começam a prescrever agora em agosto e nossa justiça é feita para privilegiar ladrões, escroques e criminosos de todos os naipes.
Mas, o triste mesmo, será aturar a cúpula petista – em especial José Dirceu – dizendo para os quatro cantos do mundo que “provou a sua inocência”.
Enquanto isso, o povo segue bovino… de cabeça baixa… feliz com a sua TV de plasma comprada a perder de vista e com o crédito do Bolsa Família “na conta” . Escravos dos novos senhores de uma senzala chamada Brasil.
Pense nisso.
*Arthurius Maximus é colunista do Perspectiva Política às segundas e editor do blog Visão Panorâmica. Também no Twitter em@arthurius_maxim.18/04/2011 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

José Sarney nega envolvimento de desvio no Ministério do Turismo

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou , por intermédio de sua assessoria, envolvimento no esquema de desvio de verbas do Ministério do Turismo, repassadas para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), uma ONG de fachada que funcionava no Amapá.

O nome do deputado Pedro Novais,81 (PMDB-MA) para o Ministério do Turismo,  foi sugerido pelo deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e respaldado pelo grupo de José Sarney no Maranhão. 

 -: Pedro Novais pagou motel no Maranhão com o dinheiro da verba indenizatória.   Além da despeza no motel, Pedro Novais gastou R$ 22 mil em diárias no Hotel Emiliano, um dos mais luxuosos de São Paulo.

A Polícia Federal afirma, com base numa gravação autorizada pela Justiça, que José Sarney teria "interesse" em projeto que recebeu R$ 3 milhões e nunca saiu do papel. Em um dos diálogos gravados, Colbert afirma: "E tem que ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo que é interesse do Sarney. Tá certo?".


A Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal (PF), está investigando o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo através de emendas parlamentares.

  • Palocci trabalhou diretamente para que Frederico da Costa (foto) fosse promovido a secretário-executivo e Mário Moysés fosse mantido na presidência da Embratur. Mário Moyses foi chefe de gabinete da senadora Marta Suplicy. Senadora pelo PT de São Paulo. Marta foi ministra do Turismo entre março de 2006 e junho de 2007..
Uma gravação telefônica da Operação Voucher, da Polícia Federal, feita com autorização judicial e obtida  pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra o secretário executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva Costa, orientando um empresário a montar uma entidade de fachada para conseguir assinar um convênio com o governo federal e liberar dinheiro.


Frederico foi um dos presos pela polícia na terça-feira sob a acusação de envolvimento num esquema fraudulento no ministério. O relatório do Ministério Público, que atuou em conjunto com a PF na operação, mostra que a cúpula do Turismo avalizava as prestações de contas fraudadas entregues pelas entidades de fachada que faziam convênios como governo federal.


De acordo com o relatório da PF, Frederico ensina o empresário Fábio de Mello a montar um instituto. A conversa, de acordo com os documentos, ocorreu no dia 20 de julho deste ano. "O importante é a fachada e tem que ser uma coisa moderna que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo", orienta o secretário executivo. "Pega um negócio aí para chamar a atenção, assim, de porte, por três meses (...). Mas é para ontem! Que se alguém aparecer para tirar uma foto lá nos próximos dois dias, as chances são altas", afirmou Frederico, segundo gravação contida na investigação.
Inacreditável...http://www.istoe.com.br/reportagens/152273_MINISTRO+TRANSFERIU+PODERES+PLENOS+A+SECRETARIO+INVESTIGADO+POR+CORRUPCAO+
A Penitenciária de Macapá informou que todos os presos pela Operação Voucher já foram libertados. Os últimos detidos, 11 pessoas, deixaram a prisão. Segundo a diretoria do Iapen, a liberação ocorreu de forma ‘tranquila’. Os 16 funcionários e integrantes da cúpula do Ministério do Turismo foram beneficiados por habeas corpus concedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1)

sábado, 6 de agosto de 2011

A elite corporativa e Reagan, seu moleque de recado


August 5th, 2011 3:00 PM

30 Years Ago Today: The Day the Middle Class Died

De tempos em tempos, alguém com menos de 30 anos de idade  me perguntam: "Quando isso tudo começou, como deslizou para baixo os EUA da América?"

Eles dizem que já ouviram falar de uma época em que as pessoas que trabalham poderia criar uma família e enviar as crianças para a faculdade sobre o rendimento apenas de um dos pais (e que a faculdade em estados como Califórnia e Nova York era quase de graça). Que qualquer um que quisesse um emprego decente poderia obter um. Que as pessoas só trabalhavam cinco dias por semana, oito horas por dia, tinham  o fim de semana inteiro  livre  e  um período de férias pagas a cada ano. 

Que o trabalhador era protegido pelos sindicatos, como empacotador, pintor de casa, não importava  como "humilde" seu trabalho;-  era reconhecido com garantias  de uma pensão,  seguro saúde, e de alguém  que o defendia caso fosse  tratado injustamente.

Os jovens ouviram falar deste tempo mítico - mas não era um mito, era real. E quando eles perguntam, "Quando isso teve fim” eu digo: "Terminou neste dia: 05 de agosto de 1981."

Iniciou há 30 anos,  foi o início do fim, e a direita decidiu "ir para ela" - para ver se eles poderiam realmente destruir a classe média para que eles mesmos pudessem se tornam mais ricos, e mais ricos.

E eles conseguiram.
Em 5 de agosto de 1981, o presidente Ronald Reagan demitiu todos os membros da controladoria de tráfego aéreo união (PATCO), que tinha desafiado sua ordem para voltar ao trabalho e declarou o sindicato  ilegal. Greve de apenas dois dias.

Foi uma jogada ousada e atrevida. Ninguém nunca tinha experimentado. O que tornou ainda mais ousado foi a de que o  PATCO foi um dos três únicos sindicatos que havia apoiado Reagan para presidente! Ele formou uma onda de choque entre os trabalhadores em todo o país. Se ele fez isso com o sindicato que o apoiou, o que ele faria para nós ?

Reagan tinha sido apoiado por Wall Street em sua corrida para a Casa Branca e que, juntamente com os cristãos de direita, queria reestruturar os EUA da América e voltar a maré que o presidente Franklin D. Roosevelt começou - uma maré que tinha a intenção de tornar a vida melhor para a classe média.  Os ricos odiava pagar melhores salários e proporcionar benefícios ao trabalhador. Eles odiavam ainda mais  o pagamento de impostos. E desprezavam os sindicatos. Os cristãos de direita, odiavam qualquer coisa que se relacionasse com o socialismo ou que tivesse de estender a mão a minorias, ou as mulheres.

Reagan prometeu acabar com tudo isso. Então, quando os controladores de tráfego aéreo entraram em greve, ele aproveitou o momento. Em se livrar de cada um deles; proibiu o sindicato,  enviou uma mensagem clara e forte: Acabava ali  a vida confortável  e de regalias da classe média.

América, a partir de agora, iria ser executado da seguinte forma:
* O super-ricos vão ganhar mais, muito mais, e o resto de vocês terão que se contentar para as migalhas que sobrarem.
* Todos devem trabalhar! Mãe, pai, os adolescentes em casa! Pai, você terá um segundo emprego!  Crianças, não percam as chaves! Seus pais chegarão em casa a tempo apenas  de colocá-los na cama.
* 50 milhões de norte-americanos ficarão sem seguro  saúde! E companhias de seguros de saúde que vão decidir quem  quer ajudar - ou não.
Sindicatos * são maus! Vocês não precisam de  sindicato! Vocês não precisam de um advogado! Cale-se e volta ao trabalho! Não, você não pode sair agora, o trabalho não está terminado. Seus filhos podem fazer seu próprio jantar.
* Você quer ir para a faculdade? Não há problema - basta se inscrever aqui e assinar  o financiamento a um banco para os próximos 20 anos!
* O que é "um aumento de salário"? Volte ao trabalho e cale-se!
E assim foi. Mas Reagan não poderia ter puxado este fora por ele próprio em 1981. Ele tinha algumas grande ajuda:

A AFL-CIO. (é a maior central operária dos EUA e Canadá)
A maior organização de sindicatos dos EUA disse aos trabalhadores que furassem os piquetes da greve dos controladores de tráfego aéreo e voltassem ao trabalho. E foi o que os empregados sindicalizados fizeram. Pilotos, comissários de bordo, encarregados de bagagens, motoristas de empilhadeiras, carregadores – todos furaram os piquetes e ajudaram a pôr fim àquela greve. E todos os sindicalizados furaram todas as greves e continuaram a encher os aviões de carreira.

Reagan e Wall Street quase nem acreditaram no que viram! Centenas de milhares de trabalhadores, apoiando a demissão de outros trabalhadores, sindicalizados como eles. Foi um Papai Noel em agosto, para as grandes empresas dos EUA.

E foi o começo do fim. Reagan e os Republicanos sabiam que se safariam – e safaram-se. Cortaram impostos dos ricos. Tornaram impossível organizar sindicatos nos locais de trabalho. Eliminaram leis de segurança no trabalho. Ignoraram leis antimonopólios e permitiram milhares de fusões entre empresas, com muitas empresas vendidas para serem fechadas. As empresas congelaram salários e ameaçaram os trabalhadores com a chantagem da transferência de empresas e empregos para o exterior, caso não aceitassem trabalhar por salários menores e sem garantias nem benefícios. E os trabalhadores aceitaram trabalhar por menores salários... E mesmo assim as empresas mudaram-se para o exterior, levando com elas os nossos empregos.

E em cada passo desse processo, a maioria dos norte-americanos também se deixou levar. Praticamente não houve nem oposição nem resistência. As “massas” não se levantaram nem defenderam seus empregos, suas casas, a escola dos filhos (consideradas das melhores do mundo). Apenas aceitaram o destino e curvaram-se.

Muitas vezes me pergunto o que teria acontecido se todos, simplesmente, tivéssem deixado de viajar de avião, ponto final, em 1981. E se todos os sindicatos tivessem dito a Reagan “Devolva os empregos dos controladores, ou fechamos o país: ninguém entra e ninguém sai.” Sabem o que teria acontecido? A elite corporativa e Reagan, seu moleque de recado, teriam afinado.

Mas não fizemos nada disso. E assim, pedaço a pedaço, peça a peça, ao longo dos 30 anos seguintes, os que passaram pelo poder destruíram as pessoas comuns nos EUA e, em troca, desgraçaram o futuro de, no mínimo, uma geração de jovens norte-americanos. Os salários permaneceram estagnados durante 30 anos. Basta olhar as estatísticas e vê-se que todas as perdas de tudo que hoje tanta falta nos faz começaram no início de 1981 (here's a little scene to illustrate that from my last movie)

Tudo começou no dia 5 de agosto, há 30 anos. Foi dos dias mais terríveis em toda a história dos EUA. E deixamos que acontecesse. Sim, eles tinham o dinheiro, a imprensa e os policiais. Mas nós éramos 200 milhões! Quem duvida de que teríamos vencido, se nós, todos os 200 milhões de enganados, ficássemos realmente furiosos e decidíssemos recuperar para nós o nosso país, nossa vida, nosso trabalho, nossos fins de semana, nosso tempo para educar e ver crescer nossos filhos?

Será que já desistimos, mesmo? O que estamos esperando? Esqueçam aqueles 20% que apóiam o Tea Party – ainda temos os outros 80%! Esse declínio, nossa queda ladeira abaixo só parará quando exigirmos que pare. E não por “abaixo-assinado” ou gorjeios pelo Twitter.

Temos de desligar a televisão e o computador e os videogames e sair às ruas (como fez o pessoal de Wisconsin). Alguns de nós têm de candidatar-se às prefeituras, ano que vem. Temos de exigir que os Democratas, ou criem vergonha e parem de viver sustentados pelo dinheiro dos bancos e grandes empresas – ou pulem fora e devolvam os postos para os quais foram eleitos para fazer o que não estão fazendo.

Quando chega, chega, ok? O sonho comum da vida das pessoas comuns nos EUA não renascerá por mágica ou milagre. O plano de Wall Street é claro e está aí à vista de todos: os EUA serão nação dividida entre os Que-têm e os Que-não-têm. Está bom, assim, prá vocês?

Vamos usar esse fim de semana para parar e pensar sobre os pequenos passos que podemos dar para virar esse jogo, com os vizinhos, no trabalho, na escola. Que melhor dia para começar que hoje, 30 anos depois?!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O mensalão, Lula, a verdade que dói e uma senzala chamada Brasil


Por Arthurius Maximus*
Desde que o escândalo do Mensalão explodiu na cara da cúpula do PT, o discurso ensaiado e repetido inúmeras vezes, como se fosse uma tentativa desesperada de transformar uma mentira descarada em verdade incontestável, era o mesmo: O Mensalão não existiu e é tudo intriga da oposição.
O Presidente Lula chegou a afirmar textualmente que empenharia seus esforços pós-mandato na causa “nobre” de provar que o maior escândalo de corrupção da história do Brasil jamais ocorrera.
Infelizmente (ou felizmente) a Polícia Federal não deu ouvidos aos caciques petistas e resolveu jogar uma luz definitiva sobre as sombras e a lama que envolvem esse período da política nacional. As provas são devastadoras e irrefutáveis: o trabalho magistral da PF revelou a origem, o percurso e o destino final de todo o dinheiro envolvido na maracutaia.
O relatório também mostrou que a oposição pífia, feita ao governo Lula durante todos os anos de negociatas, mamatas e escândalos pode ser explicada pelo fato de que figuras importantes da oposição também estavam imbuídas do objetivo de mamar nas tetas do Tesouro Nacional e se locupletaram do Mensalão.
Vergonhosamente, como uma quadrilha pega “no flagra”, o Palácio do Planalto já se mobiliza para abafar o escândalo. As lideranças do governo passaram os últimos dias enviando comunicados aos partidos aliados avisando que os cortes nas emendas parlamentares serão revistos e os cargos dos escalões inferiores distribuídos com maior celeridade. Mais uma vez, assim como Lula fez, o PT usa a tática de socializar a mamata para se manter no poder. Aprendeu muito bem as lições deixadas pela gestão de Collor – que perdeu o mandato por tentar privatizar as negociatas, restringindo-as apenas ao seu grupo – já que só entregando o Brasil (e seus cofres) aos abutres que o circundam, o PT garantirá mais quatro anos de bonança para si e para seus dirigentes, amigos e colaboradores.
Inexplicável também é o silêncio estarrecedor da “grande imprensa” sobre o fato. Inúmeros órgãos de imprensa sequer mencionaram o relatório da PF ou, se o fizeram, relegaram suas revelações a pequenas notas de “pé de página” em cadernos interiores. Tudo, é claro, sob o beneplácito da dependência das polpudas verbas publicitárias das estatais e do próprio governo. Poucas foram as publicações que destinaram o devido destaque para as revelações do relatório que poriam fim ao governo do presidente Lula – se este ainda estivesse no cargo – dando jus a um processo de impedimento que destruiria de vez a imagem de “salvador da pátria” nutrida por ele e pela cúpula petista.
Da mesma forma, o relatório da PF leva às claras os motivos pelos quais o filho de Lula deixa seu humilde cargo de estagiário num zoológico para, em apenas oito anos, se transformar num dos maiores milionários do país, através das operações que levaram à fusão da Brasil Telecom com a Oi.
Infelizmente, sabemos que nenhuma providência será tomada. Nenhuma manifestação indignada será promovida. Nenhum pedido de explicações à Lula será feito. Nenhuma autoridade será obrigada a devolver o dinheiro que roubou de nós. E, o mais triste de tudo, ninguém será punido por um dos maiores escândalos da história da República.
Isso porque os crimes cometidos começam a prescrever agora em agosto e nossa justiça é feita para privilegiar ladrões, escroques e criminosos de todos os naipes.
Mas, o triste mesmo, será aturar a cúpula petista – em especial José Dirceu – dizendo para os quatro cantos do mundo que “provou a sua inocência”.
Enquanto isso, o povo segue bovino… de cabeça baixa… feliz com a sua TV de plasma comprada a perder de vista e com o crédito do Bolsa Família “na conta” . Escravos dos novos senhores de uma senzala chamada Brasil.
Pense nisso.
*Arthurius Maximus é colunista do Perspectiva Política às segundas e editor do blog Visão Panorâmica. Também no Twitter em@arthurius_maxim.