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sexta-feira, 30 de maio de 2014

O nome Yanomâmi as diretrizes do regime militar de 1964 a 1985, foi seguida pelos governantes civis

Mineradora norueguesa pede desculpas à população, após voltar a ser autuada no Amazônas pela mineração ilegal.

O território Ianomâmi uma maquinação dos de fora dentro do Brasil, a serviço dos interesses  "dos mais ricos" homologada em TI e contínua pelo STF com aceitação submissa de todos os presidentes civis ordem essa vinda desde a submissão dos militares na ditadura militar, com decretos desde a gestão Sarney, e homologadas pelos demais presidenciáveis, A Reserva Ianomami faz divisa com a Venezuela.
As maiores reservas do mundo em Nióbio, Urânio, Ouro, Diamantes, Esmeraldas, Petróleo, Gás, Terras raras, que se encontra em São Gabriel da Cachoeira(cabeça do cachorro) Seis Lagos, que todos os governos encabeçado pelos militares, mandou que cercassem o entorno com demarcações indígenas TI contínuas para a mineração futura na Terra então regida pela fraca Lei.
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Na verdade, o blefe monumental foi arquitetado por uma fotógrafa belga, Cláudia Andujar, reuniu algumas tribos, que não tinham nenhuma relação entre si,(índios e falsos índios e criou a "nação imemorial dos ianomâmis", com o total apoio dos coronéis brancos de Brasília, EM ESPECIAL O PRESIDENTE SANEY QUE NA ÉPOCA 1988, CRIOU O MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE PARA ATENDÊ-LA.: 
http://www.sacralidade.com/mundo2008/0045.arco.html#v1

No início dos anos 70 em plena ditadurta militar,  a jornalista chamada Claudia Andujar, judia nascida na Suíça,  criada na Hungria e emigrada para o Brasil em 1955, filha de pai judeu, cfe [6] não sendo antropóloga ou coisa parecida, nem brasileira, resolveu  “criar”  na região mais rica do Brasil Roraima, os "Yanomâmi" e todo este imbróglio anti-brasileiro com repercussões internacionais e com imprevisíveis desdobramentos que se sucedem obscuramente.  Devido sua grande influência em Brasília com o presidente Sarney e militares, o governo manda espancar e humilhar garimpeiros, quilombolas, nativos, que exploravam o garimpo para sobreviverem, tudo para acalmar os ânimos desta senhora. Do livro A Farsa Yanomami.
A jornalista  que inventou os “ianomâmis”  que criou a Terra Indígena Ianomâmi não agiu por conta própria, mas influenciada pela organização denominada Conselho Mundial de Igrejas, com sede na Suíça.  Diretrizes No 4 - ANO "0" do Conselho Mundial de Igrejas Cristãs para a Amazônia Brasileira[2]
Hoje, os militares construiram ponte de madeira, para transportar secretamente o NIÓBIO de S.G. da Cachoeira "Seis Lagos"  para tanto fizeram acordos com a CBMM para novas tecnologias e TUDO seguir além mares.

Ficando a conta, e uma surra, disto tudo ao povo brasileiro. 

Intrometendo-se na soberania e na condução das coisas internas do Brasil, hoje divulga e remunera-se com exposições de fotos do seu invento étnico, " a farsa ianomami" [3]

A Comissão pela Criação do Parque Yanomami  ONG (CCPY) representada pela judia Cláudia Andujar, entrega ao Presidente da República na época José Sarney (PMDB), junto com o Presidente da CNBB (vinculado ao CIMI), dom. Luciano Mendes de Almeida, o projeto de criação do Parque Yanomami, (o que tem o CIMI e a CNBB com estes assuntos territoriais?) entendido como a única forma de proteger aquelas comunidades e seu meio ambiente das ameaças permanentes que representa o avanço da sociedade nacional sobre suas terras. É iniciada campanha nacional e internacio­nal de apoio à criação do Parque, que tem grande repercussão.
  • A meu ver, esse livro mencionado, foi escrito em represália a desobediência dos civis FHC e Lula da Silva frente as pretenções dos militares para a Amazônia Legal. livro A Farsa Ianomâmi  escrito pelo coronel do Exército Carlos Alberto Lima Menna Barreto [1], põe a nu, ao provar com inúmeros documentos, a farsa do século passado, que foi a criação da Terra Indígena Ianomâmi (TI Ianomâmi).
Uma conspiração para criar uma AMAZÔNIA INTERNACIONALlZADA.  A primeira etapa foi a criação das Diretrizes N.4. A segunda etapa do plano foi a criação do governo exilado. Num terceiro momento, a República ianomâmi começaria uma campanha pela independência, com apoio de entidades ambientalistas internacionais (muitas das quais são apenas fachada para grupos econômicos poderosos). A última fase acontecerá quando os ianomâmis pedirem a intervenção da ONU no conflito, abrindo caminho para a ocupação estrangeira.  Sarney criou o Ministério do Meio Ambiente obedecendo a ONU dando seguimento ao Território Yanomâmi; Collor de Melo, acatou o Decreto Legislativo nº 143 de 2002 aprovado por Ramez Tebet (P)MDB, Presidente do Senado Federal; FHC foi o articulista em 1992 como Ministro das Relações Exteriores que lesa pátria transformou a ementa MSC 367/1991  em 'PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.237-A. Em 19 de abril de 2004(dia do índio, Lula da Silva  Promulga a Convenção no 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.

O Plano Colômbia foi criado apenas para que militares americanos pudessem estudar a região [4] E não cansaram até que todos os partidos juntos conseguiram a "falsa" paz para as FARC na Colômbia.

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O indigenista Márcio Santilli, do Instituto Socioambiental
O  Deputado Federal Márcio Brando Santilli (PMDB) (hoje, ex-deputado federal, ex-presidente da Funai e ambientalista, considerado por revistas especializadas umas das 100 pessoas mais influentes do Planeta!!!) apresenta  ao Presidente Sarney a proposta da FUNAI de 1984 para a criação do Parque Indígena Yanomami.

Uma pequena comitiva de três pessoas - um parlamentar Ligado à Comissão do Índio da Câmara dos Deputados (Márcio Santilli), uma antropóloga da Universidade de Brasília (Alcida R. Ramos) e a coordenadora judia da ONG CCPY (Claudia Andujar) -, sem ter ainda conhecimento da existência do Projeto Calha Norte, aprovado pelo Pre­sidente Sarney em 19.6.85, entrevista-se Corri o Che­fe da Casa Militar, General Bayma Denys, para Colo­car-lhe suas preocupações a respeito das invasões contínuas à área Yanomami.
SEMPRE O PMDB??
Solicita-lhe o estudo de meios de controle a essas invasões e a criação urgente do Parque Indígena Yanomami, de acordo com a Proposta FUNAI/1984. Não é mencionado à comitiva da CCPY que o Projeto Calha Norte já está em andamento.
O Chefe da Casa Militar coloca para a Comitiva da CCPY a posição do Conselho de Segurança Nacional, contra a criação de um Parque Indígena em área de fronteira.

A palavra do Presidente Sarney de criar o Parque Yanomami. E  o Feudal José Sarney não exitou em se abaixar para  a oligarquia  deixando para o seu sucessor o entreguista Lesa-Pátria Collor de Melo tudo mastigado e delineado para assinar, demarcando, na inconstitucionalidade o território nacional em fronteira, para a  farsa yanomami imposto pela judia não brasileira, Claudia Andujar e  sua ONG  CCPY.

APOIO É IMPORTANTE!  Para aqueles que autorizou a criação do parque  yanômami, assim fez Claudia Andujar, deixando o velho babão Sarney, achando que era o maior entendedor em assuntos de administrar um país, passando-se assim, por um grande traidor e lesa-pátria.

Em vista da decisão do Presidente José Sarney, comu­nicada ao Senador Severo Gomes em 14 do janeiro de janeiro de 1987,  de criar o Parque Indígena Yanomami por Decreto, com uma área de proteção ambiental permanente e tratamento diferenciado na faixa de fronteira, solicitamos que telegramas ou cartas com cumprimentos sejam enviados ao endereço abaixo, enfatizando que essa decisão eleva a imagem do Brasil no concerto das nações como defensor de um patrimônio cultural da Humanidade, cópia dos telegramas ou cartas sejam enviadas à  a coordenadora da ONG CCPY (Claudia Andujar) http://www.sacralidade.com/mundo2008/0045.arco.html#v1

Exmo. SR.
Dr. José Sarney
DD Presidente da República
Palácio do Planalto
70150 Brasília DF


  • "A digníssima senhora não perdeu tempo em armazenar cópias telegramas e cartas para provar à oligarquia anglo-americana que ela estava vencendo, estava dobrando o velho babão e presidente do Brasil, e assim, mostrando aos brasileiros que o Sr. José Sarney é um ENTREGUISTA CONFESSO, QUE PASSOU O LEGADO AO SEU SUCESSOR COLLOR DE MELLO QUE DECRETOU, QUE TRAIU A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA E A TODOS OS BRASILEIROS, DOANDO PARTE DO TERRITÓRIO NACIONAL,"
Oras, Oras, a ONG CCPY tendo como coordenadora a judia Claudia Andujar recebida no Brasil com todo o respeito em 1955 pós guerra,  infiltrou-se na região de fronteira brasileira  a mais rica do Brasil Roraima, aproveitando todo o seu conhecimento e intelecto europeu da época no meio tupiniquim em desenvolvimento, esta senhora diz ter sido ultrajada, humilhada, torturada e a seus pais torturados e mortos nos campos de concentração pelos alemães, (tadinha), tanto sofrimento, que marcava os índios com números pendurados no pescoço igual aos usados nos campos de concentração! foi recebida no Brasil amigo e inclusivo, e traiu o Brasil, traiu a soberania brasileira, traiu a todos os brasileiros, criando a farsa yanomâmi cumprindo as Diretrizes N.04 do CIMI [2] para os anglo-americanos fragmentarem o sub-solo da Amazônia  —  O PMDB do Feudal Sarney  que pela sua incompetência entreguismo e ganância, ganhou o Estado do Maranhão,  e mantém o povo maranhense na mais absoluta servidão, babou para esta senhora mandando espancar os quilombolas seringueiros em Roraima, quando deveria expulsar as ONGS atrevidas de dentro do nosso território e governando o Brasil de dentro para fora  — E o vice PMDB da República Michel Temer omisso judeu e Maçon bucheiro, [5 ] entreguista, como podemos confiar em quem no esfregar de mãos, negocia vantagens só do partido que lhe trará as vantagens financeiras..., quando a Maçonaria está para o branco, masculino, membros da classe média e alta que trabalham para o avanço de si e de seus companheiros maçons. " Ninguém pode servir a dois senhores ", estes que trabalham para o primeiro e também para o segundo desde que o privilégio fique em seu poder,  — O  Deputado Federal Márcio Brando Santilli (PMDB) que entreguista confesso, apresenta em 1984  ao Presidente Sarney a falsa proposta da omissa FUNAI  para a criação do Parque Indígena Yanomami.  — 
Devem ser encaminhados aos tribunais internacionais  de Haia por traição à pátria, Por Crime de Lesa-Pátria, absolutamente planejado para Lesa-Pátria. 

E José Sarney (PMDB) colocou Romero Jucá frente a farsa da Funai, e após, nomeou Romero Jucá(PMDB) na política  para dar continuidade ao entreguismo e usurpação de Roraima, impedindo o seu desenvolvimento com o trabalho, prevalecendo  em Roraima o nepotismo, os garimpeiros ilegais, a mineração clandestina, o fim dos indígenas.

Adendo 2023
Mineração da Noruega na Amazônia
Entreguistas e vendilhões da pátria:  Lula(PT) em 2003 com os reis da Noruega.  (ADENDO) Michel Temer(PMDB) em junho 2017 com Harold V rei da Noruega e esposa Erna Solberg. Em 2018, Erna Solberg com Santos presidente da Colômbia unidos, para roubarem a Calha Norte brasileira, 64% do território brasileiro no Amazonas, local das maiores reservas minerais do mundo, e ligarem ligarem o Andes ao Atlântico!

a ingenuidade do indígena:
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Após estada em Boa Vista, o rei da Noruega, Harald V, seguiu nesta segunda-feira (21/04/2013) com uma comitiva para a Reserva ianomâmi, região Novo Demini, no Amazonas. Segundo informações da Hutukara Associação ianomâmi, em Roraima, a visita à Reserva é um convite do líder indígena Davi Kopenawa. Conforme a Hutukara, há mais de 30 anos a Noruega apoia o povo ianomâmi e, por isso, o líder indígena Kopenawa fez o convite para o rei conhecer a região. - A Associação informou ao G1 que mais informações sobre a visita do rei na Reserva Indígena só poderão ser repassadas após o fim da missão. - Informações no site oficial da Embaixada da Noruega no Brasil relatam que, em 1983 autoridades norueguesas estabeleceram um apoio norueguês para os povos indígenas por meio de recursos destinados a Associações Indígenas e organizações não-governamentais (ONGs). - Os indígenas alegam que deixaram a comunidade onde viviam, a Maiamase, na região do Catrimani, porque a malária estava dizimando famílias inteiras. “Perdi dois irmãos e outros parentes. Não temos gente lá na comunidade para cuidar da nossa saúde”, reclamou Joaquim Ianomâmi, um dos líderes.
A falta de comida também é motivo de reclamação dos índios.

O rei da Noruega vai lá se embrenhar em alguma comunidade ianomâmi, tirar algumas fotos e depois volta para seu país gelado e para os mordomos invisíveis que administram o castelo.

Villas-Bôas lutou pelos indígenas e pela soberania do Brasil e alertou, contra as ONGs, contra a cobiça da ONU, contra os conselhos missionários da igreja,
Alerta de Villas Bôas
https://www.youtube.com/watch?v=tzBaui-zTRE
Orlando Villas-Bôas (Santa Cruz do Rio Pardo, 12 de janeiro de 1914 — São Paulo, 12 de dezembro de 2002). 
Orlando Villas-Boas e um índio do povo Ikpeng (Txikão),
 no segundo contato, em 1967.
Sertanista e indigenista brasileiro nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo, responsável pelo primeiro contato com os caiapós, em meados dos anos 50 e integrante do grupo mais famoso de irmãos indigenistas da história silvícola do país. Jovens escriturários, ele e os irmãos Claudio (morto em 1998) e Leonardo (morto em 1961) decidiram inscrever-se (1943) como serventes para integrar a expedição Roncador-Xingu, criada pelo governo federal (1943), com o objetivo principal de desbravar áreas até então desconhecidas do Centro-Oeste e da Amazônia. Não demorou muito tempo para que o encarregado da expedição percebesse que os irmãos Villas Bôas eram alfabetizados e educados e Cláudio fosse nomeado chefe do pessoal, Leonardo chefe do almoxarifado e ele secretário da base. Admirador dos ideais do marechal Cândido Rondon (1865-1958), que instituiu no país uma política de proteção ao índio e respeito às suas terras, tendo como lema "morrer se preciso for, matar, nunca", participou do primeiro contato com várias tribos. Durante a expedição foram contatados xavantes (1948), jurunas (1949), kayabis (1951), txucarramães (1953) e suyas (1959).A expedição Roncador-Xingu (1943-1960) foi o marco de transformação da vida do sertanista e de seus irmãos Claudio e Leonardo. Depois de 24 anos, a expedição tinha aberto mais de 1.500 km de picadas, explorou mais de 1.000 km de rios, localizou 6 rios desconhecidos, estabeleceu 6 marcos de coordenadas e assistiu 18 aldeias indígenas. Também criou 35 cidades novas e 19 campos de pouso, dos quais quatro se tornaram bases militares. Sua experiência com os índios levou-o a propor a criação de um parque indígena, onde pudessem conviver várias tribos cuja sobrevivência estava ameaçada pela expulsão de suas terras. No mesmo ano (1961) da morte de Leonardo, foi criado, pelo presidente Jânio Quadros (1917-1992), com a participação do antropólogo Darci Ribeiro (1922-1997), o Parque Nacional do Xingu (MT), com 26 mil km2, do qual o sertanista foi seu primeiro presidente (1961-1967), e o Parque Nacional do Xingu. Sua ação junto aos índios continuou mesmo depois de estabelecido o parque e (1964), participou da expedição que primeiro contatou os índios txikãos e os kranakaores (1973). Casou-se (1969) com Marina, enfermeira do Parque Nacional do Xingu, com quem teve dois filhos: Orlando Villas-Boas Filho, o Vilinha, e Noel. Aposentou-se (1978) pela Fundação Nacional do Índio, a FUNAI, mas continuou a defender a causa indígena prestando assessoria à entidade. Alegando corte de gastos, a Funai o demitiu via fax (2000) das funções de consultor, tendo depois voltado atrás, após a repercussão negativa da forma como se realizara a demissão. Ele, entretanto, não retornou a Funai e aceitou um convite da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a USP, para prestar consultoria. Os mais de 40 anos passados nas selvas lhe valeram mais de duas centenas de malárias contraídas. Ele e Cláudio foram indicados duas vezes (1971/1975) para o Prêmio Nobel da Paz. Em fevereiro (2001) acompanhou o desfile da escola de samba Camisa Verde e Branco, em São Paulo, feito em sua homenagem, com o título do samba-enredo Sertanista e Indigenista Sim. Mas Por Que Não? Orlando Villas Bôas.
Cláudio e Orlando Villas Bôas com um índio do
alto Xingu, na década de 1960
Também neste ano (2001) entrou na disputa pela cadeira número 21 da Academia Brasileira de Letras com o escritor Paulo Coelho e o sociólogo Hélio Jaguaribe, perdendo a indicação para o primeiro.O sertanista morreu aos 88 anos, no Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, em decorrência de falência de múltiplos órgãos, desencadeada por um processo agudo de infecção intestinal. Escreveu vários livros, entre eles Xingu, Território Tribal (1979), com fotos de Maurren Bisilliat, Marcha para o Oeste (1995), que ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem, Almanaque do Sertão (1997), no qual conta seus 45 anos de trabalho como sertanista, todos em parceria com Cláudio, e A Arte dos Pajés - Impressões sobre o Universo Espiritual do Índio Xinguano (2000) sobre várias experiências sobrenaturais que presenciou entre os indígenas. Entre os vários prêmios que recebeu ao longo da vida, destacaram-se a medalha da Real Sociedade de Geografia, da Inglaterra (1967) e, ao lado de Cláudio, o prêmio Geo (1984), concedido pela revista alemã de mesmo nome, das mãos do ex-chanceler e prêmio Nobel da Paz, Willy Brandt. Ambos também receberam a primeira edição do prêmio Estado de S. Paulo (1990), com uma dotação de equivalente a US$ 100 mil. O jornal inglês The Sunday Times incluiu (1991) os irmãos Villas Bôas entre as mil pessoas que fizeram o século 20, por seus esforços pela sobrevivência dos índios, e por suas atividades como exploradores, cientistas, pensadores e políticos.

Mineradora norueguesa pede desculpas à população, após voltar a ser autuada no Amazônas.


QUE MOURÃO É ESSE? 
Hoje 2021, temos os noruegueses explorando Ouro na região demarcada, sob a total aprovação do General Mourão, vice-presidente do Brasil.

Pesquisa:

terça-feira, 16 de agosto de 2011

José Sarney nega envolvimento de desvio no Ministério do Turismo

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou , por intermédio de sua assessoria, envolvimento no esquema de desvio de verbas do Ministério do Turismo, repassadas para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), uma ONG de fachada que funcionava no Amapá.

O nome do deputado Pedro Novais,81 (PMDB-MA) para o Ministério do Turismo,  foi sugerido pelo deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e respaldado pelo grupo de José Sarney no Maranhão. 

 -: Pedro Novais pagou motel no Maranhão com o dinheiro da verba indenizatória.   Além da despeza no motel, Pedro Novais gastou R$ 22 mil em diárias no Hotel Emiliano, um dos mais luxuosos de São Paulo.

A Polícia Federal afirma, com base numa gravação autorizada pela Justiça, que José Sarney teria "interesse" em projeto que recebeu R$ 3 milhões e nunca saiu do papel. Em um dos diálogos gravados, Colbert afirma: "E tem que ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo que é interesse do Sarney. Tá certo?".


A Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal (PF), está investigando o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo através de emendas parlamentares.

  • Palocci trabalhou diretamente para que Frederico da Costa (foto) fosse promovido a secretário-executivo e Mário Moysés fosse mantido na presidência da Embratur. Mário Moyses foi chefe de gabinete da senadora Marta Suplicy. Senadora pelo PT de São Paulo. Marta foi ministra do Turismo entre março de 2006 e junho de 2007..
Uma gravação telefônica da Operação Voucher, da Polícia Federal, feita com autorização judicial e obtida  pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra o secretário executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva Costa, orientando um empresário a montar uma entidade de fachada para conseguir assinar um convênio com o governo federal e liberar dinheiro.


Frederico foi um dos presos pela polícia na terça-feira sob a acusação de envolvimento num esquema fraudulento no ministério. O relatório do Ministério Público, que atuou em conjunto com a PF na operação, mostra que a cúpula do Turismo avalizava as prestações de contas fraudadas entregues pelas entidades de fachada que faziam convênios como governo federal.


De acordo com o relatório da PF, Frederico ensina o empresário Fábio de Mello a montar um instituto. A conversa, de acordo com os documentos, ocorreu no dia 20 de julho deste ano. "O importante é a fachada e tem que ser uma coisa moderna que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo", orienta o secretário executivo. "Pega um negócio aí para chamar a atenção, assim, de porte, por três meses (...). Mas é para ontem! Que se alguém aparecer para tirar uma foto lá nos próximos dois dias, as chances são altas", afirmou Frederico, segundo gravação contida na investigação.
Inacreditável...http://www.istoe.com.br/reportagens/152273_MINISTRO+TRANSFERIU+PODERES+PLENOS+A+SECRETARIO+INVESTIGADO+POR+CORRUPCAO+
A Penitenciária de Macapá informou que todos os presos pela Operação Voucher já foram libertados. Os últimos detidos, 11 pessoas, deixaram a prisão. Segundo a diretoria do Iapen, a liberação ocorreu de forma ‘tranquila’. Os 16 funcionários e integrantes da cúpula do Ministério do Turismo foram beneficiados por habeas corpus concedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1)

Falcatruas planejadas no Ministério do Turismo


Pedro Novais dará depoimento à Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, para explicar os tortuosos caminhos que desviam recursos justamente para o que ele diz ser o principal papel de sua pasta: capacitar profissionais para o atendimento ao turismo.

Dida Sampaio/AE
Dida Sampaio/AE
Ele não existe como político de destaque. Aos 81 anos, só era conhecido no Maranhão, onde vinha se elegendo deputado federal, com apoio do senador José Sarney, seu amigo de fé e compadre. De repente, foi guindado ao Ministério do Turismo, onde já estava instalado um formidável e crescente esquema de corrupção, que durante sete meses funcionou sob suas barbas.

Vai ser um episódio constrangedor. Novais não sabe nada de turismo, aliás, não sabe nada de nada. É uma espécie de Tiririca com diploma de advogado. Jamais poderia ter sido nomeado ministro. E agora José Sarney nega ter sido responsável pela indicação de Novais. Os dois são amigos e compadres, mas agora Sarney resolveu deixá-lo sem padrinho. 
Pedro Novais deputado com pequena influência política, 80 anos, foi convidado por Dilma Rousseff no dia 7 de dezembro/2011 para o ministério do turismo após ser indicado pela cúpula do PMDB.


O nome do deputado Pedro Novais (PMDB-MA)  foi sugerido pelo deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e respaldado pelo grupo de José Sarney no Maranhão.
Corrupção?
Novais quando ainda exercia o mandato de deputado federal, apresentou emenda ao Orçamento da União para destinar R$ 1 milhão do Ministério do Turismo à construção de uma ponte em Barra do Corda (450 km ao sul de São Luís), por avaliar que o turismo pode ajudar a cidade a garantir mais qualidade de vida à população local. Acontece que Barra do Corda é um município localizado no interior do Maranhão, que não tem a menor importância turística e conta com apenas 91 mil habitantes. Vejam: http://www.barradocorda.com/snt/show_noticia.php?id=14100
Luxo de Novais:
Pedro Novais, apresentou uma nota fiscal de R$ 2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba indenizatória.

O motel fica a 20 quilômetros do centro de São Luís Maranhão. A suíte mais cara, que leva o nome "Bahamas", tem garagem dupla e custa de R$ 98 (três horas) a R$ 392 (24 horas). Segundo a gerente do local, o deputado Pedro Novais alugou um quarto para fazer uma festa. Ao Estado, o parlamentar admitiu que o dinheiro da Câmara foi usado para pagar um motel. Ele considerou o episódio um "erro".
Como deputado, ele recebe, além do salário, R$ 32 mil mensais a título de "verba indenizatória" para arcar com despesas do mandato. Um dinheiro limpo, livre de impostos.
Além da despesa de R$ 2,1 mil no motel Caribe, Pedro Novais gastou R$ 22 mil em diárias no Hotel Emiliano, um dos mais luxuosos de São Paulo desde setembro do ano passado. Ele apresentou R$ 5,1 mil em gastos nesse hotel só neste mês. Uma diária no Emiliano, segundo consulta feita  em seu site, custa, no mínimo, R$ 1 mil. Deputado pelo Maranhão, Pedro Novais vive no Rio de Janeiro. 
Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo) http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,deputado-que-sera-ministro-do-turismo-pagou-motel-com-dinheiro-da-camara,656847,0.htm

Governanta do ministro recebia salário do Congresso

Folha de S.Paulo
Brasília -- O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), 81 anos, usou dinheiro público para bancar o salário da governanta de seu apartamento em Brasília.
O pagamento é irregular: foi feito de 2003 a 2010, quando Novais era deputado federal pelo PMDB do Maranhão. A empregada Doralice Bento de Sousa, 49 anos, recebia como secretária parlamentar na Câmara, nomeada por Novais.
A reportagem apurou que ela não dava expediente no gabinete de Novais nem no escritório político no Estado de origem, precondições para o uso de verbas parlamentares para pagar assessores.
Dora fazia tarefas no apartamento de Novais: cozinhava, organizava a casa e chefiava a faxina das diaristas.
Ela dormia com alguma frequência na casa de Novais e acompanhava a família ao Rio de Janeiro, onde o ministro tem um apartamento, e ao Maranhão.
Dora e o ministro dizem que ela trabalhava em seu gabinete (leia nesta página), e não no apartamento. Mas as informações foram confirmadas à reportagem por duas pessoas que frequentavam o prédio de Novais.
Troca de emprego
Uma secretária parlamentar da Câmara ganha de R$ 1.142 a R$ 2.284, dependendo de gratificações.
Dora foi exonerada em janeiro deste ano, tão logo Novais foi nomeado ministro e teve de trocar o apartamento da Câmara por um flat.
Mas ela não ficou desempregada. Foi contratada pela Visão Administração e Serviços, que recebe anualmente R$ 1,5 milhão do Turismo para fornecer mão de obra.
Dora virou recepcionista de um escritório que o ministério mantém em um shopping de Brasília.
Antes de trabalhar para Novais, Dora foi doméstica do ex-deputado Marcelo Barbieri (PMDB). Hoje prefeito de Araraquara (SP), ele disse que Novais o procurou para saber da empregada:
"Ele pediu referências dela, e eu dei. Disse que é uma pessoa boa, honesta. Fazia tudo, mas minha relação com ela era particular, não tinha nada a ver com a Câmara", afirmou.
O Ministério Público já denunciou por improbidade administrativa outros deputados que usaram verba pública para pagar empregadas domésticas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eldorado dos Carajás, o último som estava cheio de gritos e de lágrimas.

REFORMA AGRÁRIA
José Saramago
Oxalá não venha nunca à sublime cabeça de Deus a idéia de viajar um dia a estas paragens para certificar-se de que as pessoas que por aqui mal vivem, e pior vão morrendo, estão a cumprir de modo satisfatório o castigo que por ele foi aplicado, no começo do mundo, ao nosso primeiro pai e à nossa primeira mãe, os quais, pela simples e honesta curiosidade de quererem saber a razão por que tinham sido feitos, foram sentenciados, ela, a parir com esforço e dor, ele, a ganhar o pão da família com o suor do seu rosto, tendo como destino final a mesma terra donde, por um capricho divino, haviam sido tirados, pó que foi pó, e pó tornará a ser.

 Dos dois criminosos, digamo-lo já, quem veio a suportar a carga pior foi ela e as que depois dela vieram, pois tendo de sofrer e suar tanto para parir, conforme havia sido determinado pela sempre misericordiosa vontade de Deus, tiveram também de suar e sofrer trabalhando ao lado dos seus homens, tiveram também de esforçar-se o mesmo ou mais do que eles, que a vida, durante muitos milénios, não estava para a senhora ficar em casa, de perna estendida, qual rainha das abelhas, sem outra obrigação que a de desovar de tempos a tempos, não fosse ficar o mundo deserto e depois não ter Deus em quem mandar.

Se, porém, o dito Deus, não fazendo caso de recomendações e conselhos, persistisse no propósito de vir até aqui, sem dúvida acabaria por reconhecer como, afinal, é tão pouca coisa ser-se um Deus, quando, apesar dos famosos atributos de omnisciência e omnipotência, mil vezes exaltados em todas as línguas e dialetos, foram cometidos, no projecto da criação da humanidade, tantos e tão grosseiros erros de previsão, como foi aquele, a todas as luzes imperdoável, de apetrechar as pessoas com glândulas sudoríparas, para depois lhes recusar o trabalho que as faria funcionar - as glândulas e as pessoas.

Ao pé disto, cabe perguntar se não teria merecido mais prémio que castigo a puríssima inocência que levou a nossa primeira mãe e o nosso primeiro pai a provarem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A verdade, digam o que disserem autoridades, tanto as teológicas como as outras, civis e militares, é que, propriamente falando, não o chegaram a comer, só o morderam, por isso estamos nós como estamos, sabendo tanto do mal, e do bem tão pouco.

Envergonhar-se e arrepender-se dos erros cometidos é o que se espera de qualquer pessoa bem nascida e de sólida formação moral, e Deus, tendo indiscutivelmente nascido de Si mesmo, está claro que nasceu do melhor que havia no seu tempo. Por estas razões, as de origem e as adquiridas, após ter visto e percebido o que aqui se passa, não teve mais remédio que clamar mea culpa, mea maxima culpa, e reconhecer a excessiva dimensão dos enganos em que tinha caído. É certo que, a seu crédito, e para que isto não seja só um contínuo dizer mal do Criador, subsiste o facto irrespondível de que, quando Deus se decidiu a expulsar do paraíso terreal, por desobediência, o nosso primeiro pai e a nossa primeira mãe, eles, apesar da imprudente falta, iriam ter ao seu dispor a terra toda, para nela suarem e trabalharem à vontade. Contudo, e por desgraça, um outro erro nas previsões divinas não demoraria a manifestar-se, e esse muito mais grave do que tudo quanto até aí havia acontecido.

Foi o caso que estando já a terra assaz povoada de filhos, filhos de filhos e filhos de netos da nossa primeira mãe e do nosso primeiro pai, uns quantos desses, esquecidos de que sendo a morte de todos, a vida também o deveria ser, puseram-se a traçar uns riscos no chão, a espetar umas estacas, a levantar uns muros de pedra, depois do que anunciaram que, a partir desse momento, estava proibida (palavra nova) a entrada nos terrenos que assim ficavam delimitados, sob pena de um castigo, que segundo os tempos e os costumes, poderia vir a ser de morte, ou de prisão, ou de multa, ou novamente de morte. Sem que até hoje se tivesse sabido porquê, e não falta quem afirme que disto não poderão ser atiradas as responsabilidades para as costas de Deus, aqueles nossos antigos parentes que por ali andavam, tendo presenciado a espoliação e escutado o inaudito aviso, não só não protestaram contra o abuso com que fora tornado particular o que até então havia sido de todos, como acreditaram que era essa a irrefragável ordem natural das coisas de que se tinha começado a falar por aquelas alturas. Diziam eles que se o cordeiro veio ao mundo para ser comido pelo lobo, conforme se podia concluir da simples verificação dos factos da vida pastoril, então é porque a natureza quer que haja servos e haja senhores, que estes mandem e aqueles obedeçam, e que tudo quanto assim não for será chamado subversão.

Posto diante de todos estes homens reunidos, de todas estas mulheres, de todas estas crianças (sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra, assim lhes fora mandado), cujo suor não nascia do trabalho que não tinham, mas da agonia insuportável de não o ter, Deus arrependeu-se dos males que havia feito e permitido, a um ponto tal que, num arrebato de contrição, quis mudar o seu nome para um outro mais humano. Falando à multidão, anunciou: “A partir de hoje chamar-me-eis Justiça.” E a multidão respondeu-lhe: “Justiça, já nós a temos, e não nos atende. Disse Deus: “Sendo assim, tomarei o nome de Direito.” E a multidão tornou a responder-lhe: “Direito, já nós o temos, e não nos conhece.” E Deus: “Nesse caso, ficarei com o nome de Caridade, que é um nome bonito.” Disse a multidão: “Não necessitamos caridade, o que queremos é uma Justiça que se cumpra e um Direito que nos respeite.” Então, Deus compreendeu que nunca tivera, verdadeiramente, no mundo que julgara ser seu, o lugar de majestade que havia imaginado, que tudo fora, afinal, uma ilusão, que também ele tinha sido vítima de enganos, como aqueles de que se estavam queixando as mulheres, os homens e as crianças, e, humilhado, retirou-se para a eternidade.

 A penúltima imagem que ainda viu foi a de espingardas apontadas à multidão, o penúltimo som que ainda ouviu foi o dos disparos, mas na última imagem já havia corpos caídos sangrando, e o último som estava cheio de gritos e de lágrimas.

No dia 17 de Abril de 1996, no estado brasileiro do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado dos Carajás (Eldorado: como pode ser sarcástico o destino de certas palavras…), 155 soldados da polícia militarizada, armados de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação de camponeses que bloqueavam a estrada em acção de protesto pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras, como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos, se gastaram já cinqüenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada suficiente satisfação aos gravíssimos problemas de subsistência (seria mais rigoroso dizer sobrevivência) dos trabalhadores do campo.
Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas. Passados três meses sobre este sangrento acontecimento, a polícia do estado do Pará, arvorando-se a si mesma em juiz numa causa em que, obviamente, só poderia ser a parte acusada, veio a público declarar inocentes de qualquer culpa os seus 155 soldados, alegando que tinham agido em legítima defesa, e, como se isto lhe parecesse pouco, reclamou processamento judicial contra três dos camponeses, por desacato, lesões e detenção ilegal de armas. O arsenal bélico dos manifestantes era constituído por três pistolas, pedras e instrumentos de lavoura mais ou menos manejáveis. Demasiado sabemos que, muito antes da invenção das primeiras armas de fogo, já as pedras, as foices e os chuços haviam sido considerados ilegais nas mãos daqueles que, obrigados pela necessidade a reclamar pão para comer e terra para trabalhar, encontraram pela frente a polícia militarizada do tempo, armada de espadas, lanças e alabardas. Ao contrário do que geralmente se pretende fazer acreditar, não há nada mais fácil de compreender que a história do mundo, que muita gente ilustrada ainda teima em afirmar ser complicada demais para o entendimento rude do povo.
os mortos de Eldorado de Carajás
Pelas três horas da madrugada do dia 9 de Agosto de 1995, em Corumbiara, no estado de Rondônia, 600 famílias de camponeses sem terra, que se encontravam acampadas na Fazenda Santa Elina, foram atacadas por tropas da polícia militarizada. Durante o cerco, que durou todo o resto da noite, os camponeses resistiram com espingardas de caça. Quando amanheceu, a polícia, fardada e encapuçada, de cara pintada de preto, e com o apoio de grupos de assassinos profissionais a soldo de um latifundiário da região, invadiu o acampamento. varrendo-o a tiro, derrubando e incendiando as barracas onde os sem-terra viviam. Foram mortos 10 camponeses, entre eles uma menina de 7 anos, atingida pelas costas quando fugia. Dois polícias morreram também na luta.

A superfície do Brasil, incluindo lagos, rios e montanhas, é de 850 milhões de hectares. Mais ou menos metade desta superfície, uns 400 milhões de hectares, é geralmente considerada apropriada ao uso e ao desenvolvimento agrícolas. Ora, actualmente, apenas 60 milhões desses hectares estão a ser utilizados na cultura regular de grãos. O restante, salvo as áreas que têm vindo a ser ocupadas por explorações de pecuária extensiva (que, ao contrário do que um primeiro e apressado exame possa levar a pensar, significam, na realidade, um aproveitamento insuficiente da terra), encontra-se em estado de improdutividade, de abandono, sem fruto.

Povoando dramaticamente esta paisagem e esta realidade social e económica, vagando entre o sonho e o desespero, existem 4 800 000 famílias de rurais sem terras. A terra está ali, diante dos olhos e dos braços, uma imensa metade de um país imenso, mas aquela gente (quantas pessoas ao todo? 15 milhões? mais ainda?) não pode lá entrar para trabalhar, para viver com a dignidade simples que só o trabalho pode conferir, porque os voracíssimos descendentes daqueles homens que primeiro haviam dito: “Esta terra é minha”, e encontraram semelhantes seus bastante ingénuos para acreditar que era suficiente tê-lo dito, esses rodearam a terra de leis que os protegem, de polícias que os guardam, de governos que os representam e defendem, de pistoleiros pagos para matar. Os 19 mortos de Eldorado dos Carajás e os 10 de Corumbiara foram apenas a última gota de sangue do longo calvário que tem sido a perseguição sofrida pelos trabalhadores do campo, uma perseguição contínua, sistemática, desapiedada, que, só entre 1964 e 1995, causou 1 635 vítimas mortais, cobrindo de luto a miséria dos camponeses de todos os estados do Brasil. com mais evidência para Bahia, Maranhão. Mato Grosso, Pará e Pernambuco, que contam, só eles, mais de mil assassinados.

E a Reforma Agrária, a reforma da terra brasileira aproveitável, em laboriosa e acidentada gestação, alternando as esperanças e os desânimos, desde que a Constituição de 1946, na seqüência do movimento de redemocratização que varreu o Brasil depois da Segunda Guerra Mundial, acolheu o preceito do interesse social como fundamento para a desapropriação de terras? Em que ponto se encontra hoje essa maravilha humanitária que haveria de assombrar o mundo, essa obra de taumaturgos tantas vezes prometida, essa bandeira de eleições, essa negaça de votos, esse engano de desesperados? Sem ir mais longe que as quatro últimas presidências da República, será suficiente relembrar que o presidente José Sarney prometeu assentar 1.400.000 famílias de trabalhadores rurais e que, decorridos os cinco anos do seu mandato, nem sequer 140.000 tinham sido instaladas; será suficiente recordar que o presidente Fernando Collor de Mello fez a promessa de assentar 500.000 famílias, e nem uma só o foi; será suficiente lembrar que o presidente Itamar Franco garantiu que faria assentar 100.000 famílias, e só ficou por 20.000; será suficiente dizer, enfim, que o presidente da República,

O Cristo do Corcovado desapareceu, levou-o Deus quando se retirou para a eternidade, porque não tinha servido de nada pô-lo ali. Agora, no lugar dele, fala-se em colocar quatro enormes painéis virados às quatro direcções do Brasil e do mundo, e todos, em grandes letras, dizendo o mesmo: UM DIREITO QUE RESPEITE, UMA JUSTIÇA QUE CUMPRA.
JOSÉ SARAMAGO
1997