Deixou seu ensinamento, e a saudade que ficou,
Pág. 4 2011-01-09 – O
papel dos bancos predadores
Pág. 7 2011-03-01 –
Nióbio, metal estratégico
Pág. 9 2011-03-30 –
Cortando o povo
Pág. 10 2011-04-13 –
Submissão ao império latrogenocida
Pág. 12 2011-05-16 –
Desnacionalização e defesa nacional
Pág. 15 2011-06-09 –
Os lucros dos bancos crescem sem parar
Pág. 16 2011-08-10 –
Tirania mundial
Pág. 19 2011-08-25 –
Massacres imperiais
Pág. 21 2011-09-05 –
Fim do Império?
Pág. 23 2011-09-11 –
Dez anos do golpe nos EUA
Pág. 26 2011-09-29 – O
Golpe de Estado de 11 de setembro de 2001
Pág. 29 2011-10-21 –
Dar direção aos movimentos
Pág. 32 2011-12-01 – A
crise acaba com o capitalismo?
Pág. 35 2011-12-13 –
Bancos apossam-se da Europa
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Brasil: 6º PIB. 1ª pior política econômica
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Brasil privatizado e desnacionalizado
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cartório dos bancos
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Tecnologia, Desenvolvimento e Ilusões
Pág. 53 2012-06-16 –
Juros e economia desestruturada
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Sair da "Crise"
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Sobre as eleições nos EUA
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No limiar de 2013
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Finança mundial
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modelo dependente é incurável
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Leilões
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Brasil leiloado
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Para onde?
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Reverter a entrega de Libra
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O Poder
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A presente crise
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Continuidade deletéria
O papel dos bancos
predadores
Adriano Benayon - Publicado em Domingo, 09 Janeiro 2011 01:00
A grande mídia é
extremamente aberta às versões idílicas e fantasiosas da realidade, veiculadas
por gente ligada aos concentradores da finança, os quais acionam os cordéis das
marionetes aboletadas no Banco Central e demais órgãos com poder sobre a moeda
e o crédito. Não é para menos, haja vista, por exemplo, as matérias pagas, com
dezenas de páginas inteiras, dos balanços dos grandes bancos, a cada trimestre.
2. Exemplificativo da
associação entre eles e a grande mídia é a publicação mensal, pela Folha SP, de
artigos do presidente do notório banco estrangeiro Santander, patrocinador das
palestras de FHC. O Santander recebeu deste, em 2000, a doação do BANESPA, o
maior banco estadual do mundo, com extensa rede de agências por São Paulo e
todo o Brasil. Essa doação fez parte do maior festival do Mundo de benesses
escandalosas para o capital estrangeiro, as "privatizações".
3. Comparados a essas
operações, os casos de corrupção a que a mídia costuma dar ênfase,
assemelham-se a meras travessuras de crianças. Nas privatizações, o Estado
(União, Estados e municípios) alienou patrimônios inestimáveis e, ainda,
gastou, para isso, centenas de bilhões de reais em subsídios e outras
vantagens. Os preços dos leilões da privatização, além de ridículos em relação
aos patrimônios alienados, não foram senão uma cortina de fumaça para ocultar a
realidade de que os preços foram negativos.
4. Vejamos o que diz o
presidente do Santander em artigo na Folha SP, de 05.12.2010, intitulado o
"O Papel dos Bancos": "De forma simplificada, cabem aos bancos
três importantes papéis na sociedade: 1) proteger e rentabilizar a poupança dos
indivíduos e das empresas; 2) financiar o consumo e o investimento; 3) prover
serviços de pagamento e de recebimento."
5. Na realidade, os
bancos fazem estas coisas com o dinheiro dos outros: a primeira é receber dos
clientes depósitos à vista, sobre os quais não pagam juros, e ganhar juros do
Banco Central, sobre o percentual dos depósitos recolhidos a essa instituição.
6. A segunda é aplicar
em títulos do Tesouro e fazer empréstimos a empresas ou a pessoas físicas com a
parte dos depósitos não recolhida ao BACEN. Nos empréstimos e financiamentos às
empresas cevam-se com juros a taxas equivalentes, em média, a pelo menos três
vezes o valor decorrente da taxa SELIC, de 13% aa., que auferem nos títulos do
Tesouro.
7. Essa, cerca de 7% aa., descontada a
inflação, é de longe a mais alta praticada em todo o Planeta, sem que haja
razão válida alguma que o justifique. Nos empréstimos e financiamentos a
pessoas físicas as taxas vão de quatro a doze vezes os 13 pontos percentuais da
SELIC (52% a 156%), e até mais que isso nos cartões de crédito.
8. As vítimas com
renda regular, como salários, são saqueadas através de taxas de juros não tão
altas, embora ainda de usura, na modalidade que teve enorme expansão nos
últimos anos, o crédito consignado, que propicia aos agiotas não ter qualquer
risco, recebendo as prestações descontadas em folha. Chamam isso de
democratização do crédito, um modo de extorquir dinheiro de forma massificada.
9. A terceira
atividade destina-se aos clientes de maior renda, a quem são oferecidas
aplicações em títulos e em fundos de investimentos, que remuneram as poupanças,
mas evidentemente proporcionado aos bancos taxas e comissões nada desprezíveis.
10. Outro papel dos
bancos, segundo o presidente do Santander, seria "financiar o consumo e o
investimento". Nessa "tarefa" obtêm lucros desmedidos, porque,
como explicado nos itens anteriores, os bancos "trabalham" com
dinheiro que não lhes pertence, em geral nada pagando para dispor dele, e obtêm
lucros fabulosos através dos juros.
11. Não admira que os
lucros dos bancos no Brasil cresçam a taxas vertiginosas desde o início dos
oito anos do governo radicalmente entreguista de FHC e, ainda mais, nos oito
anos de Lula. Em 2009, os três maiores bancos (BB, Itaú e Bradesco) somaram lucros
oficiais de quase R$ 30 bilhões, cifra que será superada em 2010.
12. Com o dinheiro dos
depositantes, do qual os bancos podem emprestar e aplicar um múltiplo, os
bancos criam moeda e crédito. Que privilégio, que concessão! Eles têm uma
patente que permite fabricar dinheiro, simplesmente lançando em seus livros
(computadores) depósitos nas contas dos mutuários dos empréstimos. Esses
mutuários, ao contrário, têm que ralar, têm que produzir para pagar ao banco as
amortizações e os juros, e esse dinheiro se torna dinheiro do banco.
13. Não bastasse isso,
praticam também o "dollar carry-trade", que consiste em converter em
reais os dólares captados a juros negativos i.e., a taxas inferiores à
depreciação dessa moeda fajuta, a fim de mamar com as altíssimas taxas de juros
praticadas no Brasil. Os dólares estão sendo emitidos, sem limite algum, aos
trilhões, pelo FED, para ser dados aos grandes bancos e para adquirir destes os
títulos podres (derivativos mal lastreados), salvando-os das consequências de
suas jogadas fracassadas.
14. No caso específico
do Santander, este chegou a remeter a paraísos fiscais, em 2009, lucros obtidos
no Brasil de US$ 2 bilhões, para cobrir rombos de operações especulativas em
mercados financeiros do exterior. Em 2009, 20% dos lucros mundiais do
Santander, de quase 9 bilhões de euros, vieram do Brasil, graças à
privatização, que lhe faz até hoje faturar alto com a rede do BANESPA, herdada
mais do que de graça.
15. Como partícipe
destacado dos bancos fraudadores que geraram o colapso financeiro mundial, cuja
primeira grande crise se deu em 2007/2008, o Santander é um dos mais
encalacrados, por exemplo, com as bolhas imobiliárias da Espanha, do Reino
Unido e outras. Assim, muitos estão rejeitando seus títulos.
16. Milhares de
clientes do Chile queixam-se de dinheiro sumido em suas contas. Milhares na
Espanha sofrem devido a práticas fraudulentas nas hipotecas. No Brasil, são
também vultosas as reclamações sobre os serviços do Santander, mas a mídia o
omite. Intencionalmente, o banco sobrecarrega o Judiciário, onde as demandas se
arrastam por 10 a 20 anos. Enquanto a Justiça brasileira determina 1% a.m. de
multa, mais correção, os bancos emprestam a 10% ao mês, no cheque especial, o
que teriam de indenizar. No Santander, um dos que abusam dessa prática, seu
sucessor herdará montanhas de indenizações a pagar.
17. O presidente desse
banco diz que empresta para consumo e investimentos, mas quais são esses
investimentos? - Operações financeiras alavancadas em: derivativos, como credit
default swaps (CDS) e mortgage-backed securities (MBS); manipulações nos
mercados de commodities, opções, títulos e ações; apostas em índices de juros,
taxas de câmbio etc.
18. No Brasil,
emprestaram a consumidores, financiaram a aquisição de bens de consumo durável,
criando uma bolha que tende a estourar, porquanto a combinação de taxas de
juros abusivas e de superexposição (excesso de despesas financiadas em relação
à capacidade de pagamento dos devedores) gerou altíssimos níveis de
inadimplência.
19. Com a recessão econômica
os tomadores dos empréstimos sofrem decréscimo de renda ou, no melhor dos
casos, não têm crescimento de renda suficiente para fazer face às despesas com
juros e amortizações. Quando isso ganha vulto, dá-se o estouro das bolhas.
20. Quanto ao financiamento
a atividades produtivas, houve algum, mas foi marginal em relação ao realizado
por bancos públicos: BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Nossa Caixa.
21. Mundialmente, onde
está a eficiência dos grandes bancos privados, se não para faturar somas
inconcebíveis em operações especulativas e até fraudulentas, que depois geraram
rombos imensos? Os rombos levaram os bancos centrais e os governos dos EUA e de
países europeus e ao Banco Central Europeu, submetidos àqueles bancos, a emitir
dezenas de trilhões de dólares para evitar que eles afundassem com seus ativos
podres.
22. O Santander é um
braço do grupo britânico Inter-Alpha, cujos ganhos dependem cada vez mais das
taxas de juros usurárias com que o Banco Central do Brasil favorece os bancos,
e a sangria sofrida pelos brasileiros pode atingir dimensões ilimitadas, por
estar esse banco, além de outros, em vários países, com ativos podres em
montante muito superior ao seu capital.
23. Além disso, deve
haver um limite para a emissão de trilhões de euros, para socorrer bancos nessa
situação, criada pela irresponsabilidade, desonestidade e incompetência dele,
após terem causado prejuízos incomensuráveis à maioria da população dos países
em que operam, os quais só tendem a aumentar.
24. Com efeito, tanto
na Europa como nos EUA os orçamentos públicos já estão com déficits de tal
monta, e as emissões já foram de tal ordem, que os títulos públicos já se
encontram desacreditados, e não há mais como realizar novas operações de
socorro (bail-out) em favor dos bancos privados sem causar a desordem e a
desestruturação total das economias nacionais.
25. Finalmente, o
terceiro dos papéis salientados pelo presidente do Santander: prestar serviços
aos clientes. Ora, no Brasil, com o beneplácito do Banco Central, que trabalha
em favor deles e contra a sociedade brasileira, os bancos cobram taxas e
tarifas de tal monta por tais "serviços", que todas as suas despesas
para funcionar são cobertas pela receita dessas taxas e tarifas, e ainda sobra
muito dinheiro. Assim, os ganhos monumentais das operações financeiras não
sofrem qualquer diminuição decorrente do custeio da máquina administrativa,
mas, ao contrário, são aumentados com a diferença entre a receita das tarifas e
as despesas operacionais.
LEIAM O RESTANTE DOS DEMAIS 245
ARTIGOS NO LINK ABAIXO,
(sou cidadã brasileira, lutando pelo meu país Brasil)
Biografía: Consultor
em finanças e em biomassa. Doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo,
Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
Diplomado no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty.
Diplomata de carreira, postos na Holanda, Paraguai, Bulgária, Alemanha, Estados
Unidos e México. Delegado do Brasil em reuniões multilaterais nas áreas econômica
tecnológica. Depois, Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal na área de economia. Professor da Universidade de Brasília (Empresas
Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional; Estado e Desenvolvimento no
Brasil). Autor de Globalização versus Desenvolvimento, 2ª ed. Editora
Escrituras, São Paulo.
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