terça-feira, 17 de março de 2020

Coletânea de Artigos do mestre em economia Prof. Dr. Adriano Benayon

Deixou seu ensinamento, e a saudade que ficou,
Resultado de imagem para ditador Africano com os angloamericanos
Pág. 4 2011-01-09 – O papel dos bancos predadores
Pág. 7 2011-03-01 – Nióbio, metal estratégico
Pág. 9 2011-03-30 – Cortando o povo
Pág. 10 2011-04-13 – Submissão ao império latrogenocida
Pág. 12 2011-05-16 – Desnacionalização e defesa nacional
Pág. 15 2011-06-09 – Os lucros dos bancos crescem sem parar
Pág. 16 2011-08-10 – Tirania mundial
Pág. 19 2011-08-25 – Massacres imperiais
Pág. 21 2011-09-05 – Fim do Império?
Pág. 23 2011-09-11 – Dez anos do golpe nos EUA
Pág. 26 2011-09-29 – O Golpe de Estado de 11 de setembro de 2001
Pág. 29 2011-10-21 – Dar direção aos movimentos
Pág. 32 2011-12-01 – A crise acaba com o capitalismo?
Pág. 35 2011-12-13 – Bancos apossam-se da Europa
Pág. 39 2012-01-26 – Brasil: 6º PIB. 1ª pior política econômica
Pág. 43 2012-03-06 – Brasil privatizado e desnacionalizado
Pág. 47 2012-04-04 – O cartório dos bancos
Pág. 49 2012-05-11 – Tecnologia, Desenvolvimento e Ilusões
Pág. 53 2012-06-16 – Juros e economia desestruturada
 Pág. 55 2012-07-31 – Por que o Brasil se atrasa
Pág. 58 2012-09-03 – Que futuro, com este passado?
Pág. 63 2012-10-25 – Sair da "Crise"
Pág. 65 2012-11-29 – Sobre as eleições nos EUA
Pág. 68 2012-12-18 – No limiar de 2013
Pág. 70 2013-02-05 – Finança mundial
Pág. 73 2013-03-26 – O modelo dependente é incurável
Pág. 75 2013-04-16 – Desnacionalização galopante
Pág. 80 2013-05-01 – Leilões
Pág. 83 2013-05-17 – Brasil leiloado
Pág. 86 2013-06-06 – Modelo petucano
Pág. 90 2013-07-03 – Para onde?
Pág. 92 2013-07-25 – Soberania e sobrevivência
Pág. 96 2013-08-19 – Desgoverno mundial totalitário
Pág. 99 2013-08-28 – Mais uma crise
Pág. 101 2013-09-16 – Reverter a entrega
Pág. 104 2013-09-27 – Reverter a entrega de Libra
Pág. 107 2013-09-30 – A realidade é outra
Pág. 111 2013-11-11 – O estratégico nióbio
Pág. 114 2013-12-13 – As fontes da dívida pública
Pág. 120 2014-01-30 – É a estrutura, enroladores!
Pág. 122 2014-02-18 – A oligarquia deseja a depressão
Pág. 126 2014-04-01 – “Eleições” no modelo dependente
Pág. 130 2014-04-23 – Finanças e (sub)desenvolvimento
Pág. 133 2014-05-06 – Juros - taxa efetiva e taxa SELIC
Pág. 136 2014-06-03 – Para sobreviver, sair do dólar
Pág. 139 2014-06-24 – Liberalismo ou imperialismo?
Pág. 142 2014-07-22 – O sistema pró-oligarquia
Pág. 146 2014-08-05 – A tirania financeira
Pág. 148 2014-08-18 – Getúlio Vargas e a independência
Pág. 151 2014-09-02 – Brasil – Como sobreviver?
Pág. 154 2014-09-22 – Eleições e coisas sérias
Pág. 157 2014-10-09 – FHC: um intelectual?
Pág. 159 2014-10-21 – Posso saber em quem votei?
Pág. 163 2014-12-18 – O Brasil e a Petrobrás
Pág. 166 2015-01-02 – Crise interna e mundial
Pág. 169 2015-01-22 – Golpe final na soberania do País
Pág. 173 2015-02-13 – Momento decisivo
Pág. 176 2015-03-14 – É vital defender a Petrobrás e a engenharia nacional
Pág. 179 2015-03-31 – A estrutura do caos
Pág. 182 2015-04-26 – Quem manda no país?
Pág. 185 2015-05-19 – Destruição econômica e social
Pág. 188 2015-06-25 – Crescimento do subdesenvolvimento
Pág. 192 2015-07-21 – Prosperar ou sucumbir
Pág. 195 2015-08-03 – Há que reverter o rumo da guerra
Pág. 198 2015-08-20 – O jogo da oligarquia imperial
Pág. 201 2015-09-01 – Getúlio Vargas – Aprendendo com os erros
Pág. 204 2015-09-29 – O poder mundial e nós
Pág. 208 2015-10-06 – Cair na real – LRF e juros
Pág. 211 2015-10-19 – O que é estratégico?
Pág. 214 2015-11-20 – A desnacionalização e a concentração anulam a democracia
Pág. 215 2015-11-29 – O Brasil precisa reviver como Nação
Pág. 217 2015-12-08 – O Brasil precisa reviver como Nação - Parte II
 Pág. 218 2015-12-11 – O Brasil precisa reviver como Nação – Parte III
Pág. 220 2016-01-19 – Perspectivas da economia para 2016
Pág. 222 2016-01-22 – As diferentes armas do Império
Pág. 224 2016-01-26 – Finanças públicas – Expansão vs. Contração
Pág. 225 2016-02-01 – Há como evitar o caos?
Pág. 228 2016-02-10 – Jogo pesado no poder mundial
Pág. 230 2016-02-15 – Sair do caos
Pág. 233 2016-03-08 – O golpe permanente
Pág. 235 2016-03-11 – Dívida pública externa e interna
Pág. 237 2016-03-22 – Hora de decisão
Pág. 239 2016-03-29 – Tirar os antolhos
Pág. 241 2016-04-06 – O Poder
Pág. 242 2016-04-09 – A presente crise
Pág. 245 2016-04-12 – Continuidade deletéria

O papel dos bancos predadores 
Adriano Benayon - Publicado em Domingo, 09 Janeiro 2011 01:00
A grande mídia é extremamente aberta às versões idílicas e fantasiosas da realidade, veiculadas por gente ligada aos concentradores da finança, os quais acionam os cordéis das marionetes aboletadas no Banco Central e demais órgãos com poder sobre a moeda e o crédito. Não é para menos, haja vista, por exemplo, as matérias pagas, com dezenas de páginas inteiras, dos balanços dos grandes bancos, a cada trimestre.
2. Exemplificativo da associação entre eles e a grande mídia é a publicação mensal, pela Folha SP, de artigos do presidente do notório banco estrangeiro Santander, patrocinador das palestras de FHC. O Santander recebeu deste, em 2000, a doação do BANESPA, o maior banco estadual do mundo, com extensa rede de agências por São Paulo e todo o Brasil. Essa doação fez parte do maior festival do Mundo de benesses escandalosas para o capital estrangeiro, as "privatizações".
3. Comparados a essas operações, os casos de corrupção a que a mídia costuma dar ênfase, assemelham-se a meras travessuras de crianças. Nas privatizações, o Estado (União, Estados e municípios) alienou patrimônios inestimáveis e, ainda, gastou, para isso, centenas de bilhões de reais em subsídios e outras vantagens. Os preços dos leilões da privatização, além de ridículos em relação aos patrimônios alienados, não foram senão uma cortina de fumaça para ocultar a realidade de que os preços foram negativos.
4. Vejamos o que diz o presidente do Santander em artigo na Folha SP, de 05.12.2010, intitulado o "O Papel dos Bancos": "De forma simplificada, cabem aos bancos três importantes papéis na sociedade: 1) proteger e rentabilizar a poupança dos indivíduos e das empresas; 2) financiar o consumo e o investimento; 3) prover serviços de pagamento e de recebimento."
5. Na realidade, os bancos fazem estas coisas com o dinheiro dos outros: a primeira é receber dos clientes depósitos à vista, sobre os quais não pagam juros, e ganhar juros do Banco Central, sobre o percentual dos depósitos recolhidos a essa instituição.
6. A segunda é aplicar em títulos do Tesouro e fazer empréstimos a empresas ou a pessoas físicas com a parte dos depósitos não recolhida ao BACEN. Nos empréstimos e financiamentos às empresas cevam-se com juros a taxas equivalentes, em média, a pelo menos três vezes o valor decorrente da taxa SELIC, de 13% aa., que auferem nos títulos do Tesouro.
 7. Essa, cerca de 7% aa., descontada a inflação, é de longe a mais alta praticada em todo o Planeta, sem que haja razão válida alguma que o justifique. Nos empréstimos e financiamentos a pessoas físicas as taxas vão de quatro a doze vezes os 13 pontos percentuais da SELIC (52% a 156%), e até mais que isso nos cartões de crédito.
8. As vítimas com renda regular, como salários, são saqueadas através de taxas de juros não tão altas, embora ainda de usura, na modalidade que teve enorme expansão nos últimos anos, o crédito consignado, que propicia aos agiotas não ter qualquer risco, recebendo as prestações descontadas em folha. Chamam isso de democratização do crédito, um modo de extorquir dinheiro de forma massificada.
9. A terceira atividade destina-se aos clientes de maior renda, a quem são oferecidas aplicações em títulos e em fundos de investimentos, que remuneram as poupanças, mas evidentemente proporcionado aos bancos taxas e comissões nada desprezíveis.
10. Outro papel dos bancos, segundo o presidente do Santander, seria "financiar o consumo e o investimento". Nessa "tarefa" obtêm lucros desmedidos, porque, como explicado nos itens anteriores, os bancos "trabalham" com dinheiro que não lhes pertence, em geral nada pagando para dispor dele, e obtêm lucros fabulosos através dos juros.
11. Não admira que os lucros dos bancos no Brasil cresçam a taxas vertiginosas desde o início dos oito anos do governo radicalmente entreguista de FHC e, ainda mais, nos oito anos de Lula. Em 2009, os três maiores bancos (BB, Itaú e Bradesco) somaram lucros oficiais de quase R$ 30 bilhões, cifra que será superada em 2010.
12. Com o dinheiro dos depositantes, do qual os bancos podem emprestar e aplicar um múltiplo, os bancos criam moeda e crédito. Que privilégio, que concessão! Eles têm uma patente que permite fabricar dinheiro, simplesmente lançando em seus livros (computadores) depósitos nas contas dos mutuários dos empréstimos. Esses mutuários, ao contrário, têm que ralar, têm que produzir para pagar ao banco as amortizações e os juros, e esse dinheiro se torna dinheiro do banco.
13. Não bastasse isso, praticam também o "dollar carry-trade", que consiste em converter em reais os dólares captados a juros negativos i.e., a taxas inferiores à depreciação dessa moeda fajuta, a fim de mamar com as altíssimas taxas de juros praticadas no Brasil. Os dólares estão sendo emitidos, sem limite algum, aos trilhões, pelo FED, para ser dados aos grandes bancos e para adquirir destes os títulos podres (derivativos mal lastreados), salvando-os das consequências de suas jogadas fracassadas.
14. No caso específico do Santander, este chegou a remeter a paraísos fiscais, em 2009, lucros obtidos no Brasil de US$ 2 bilhões, para cobrir rombos de operações especulativas em mercados financeiros do exterior. Em 2009, 20% dos lucros mundiais do Santander, de quase 9 bilhões de euros, vieram do Brasil, graças à privatização, que lhe faz até hoje faturar alto com a rede do BANESPA, herdada mais do que de graça.
15. Como partícipe destacado dos bancos fraudadores que geraram o colapso financeiro mundial, cuja primeira grande crise se deu em 2007/2008, o Santander é um dos mais encalacrados, por exemplo, com as bolhas imobiliárias da Espanha, do Reino Unido e outras. Assim, muitos estão rejeitando seus títulos.
16. Milhares de clientes do Chile queixam-se de dinheiro sumido em suas contas. Milhares na Espanha sofrem devido a práticas fraudulentas nas hipotecas. No Brasil, são também vultosas as reclamações sobre os serviços do Santander, mas a mídia o omite. Intencionalmente, o banco sobrecarrega o Judiciário, onde as demandas se arrastam por 10 a 20 anos. Enquanto a Justiça brasileira determina 1% a.m. de multa, mais correção, os bancos emprestam a 10% ao mês, no cheque especial, o que teriam de indenizar. No Santander, um dos que abusam dessa prática, seu sucessor herdará montanhas de indenizações a pagar.
17. O presidente desse banco diz que empresta para consumo e investimentos, mas quais são esses investimentos? - Operações financeiras alavancadas em: derivativos, como credit default swaps (CDS) e mortgage-backed securities (MBS); manipulações nos mercados de commodities, opções, títulos e ações; apostas em índices de juros, taxas de câmbio etc.
18. No Brasil, emprestaram a consumidores, financiaram a aquisição de bens de consumo durável, criando uma bolha que tende a estourar, porquanto a combinação de taxas de juros abusivas e de superexposição (excesso de despesas financiadas em relação à capacidade de pagamento dos devedores) gerou altíssimos níveis de inadimplência.
19. Com a recessão econômica os tomadores dos empréstimos sofrem decréscimo de renda ou, no melhor dos casos, não têm crescimento de renda suficiente para fazer face às despesas com juros e amortizações. Quando isso ganha vulto, dá-se o estouro das bolhas.
20. Quanto ao financiamento a atividades produtivas, houve algum, mas foi marginal em relação ao realizado por bancos públicos: BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Nossa Caixa.
21. Mundialmente, onde está a eficiência dos grandes bancos privados, se não para faturar somas inconcebíveis em operações especulativas e até fraudulentas, que depois geraram rombos imensos? Os rombos levaram os bancos centrais e os governos dos EUA e de países europeus e ao Banco Central Europeu, submetidos àqueles bancos, a emitir dezenas de trilhões de dólares para evitar que eles afundassem com seus ativos podres.
22. O Santander é um braço do grupo britânico Inter-Alpha, cujos ganhos dependem cada vez mais das taxas de juros usurárias com que o Banco Central do Brasil favorece os bancos, e a sangria sofrida pelos brasileiros pode atingir dimensões ilimitadas, por estar esse banco, além de outros, em vários países, com ativos podres em montante muito superior ao seu capital.
23. Além disso, deve haver um limite para a emissão de trilhões de euros, para socorrer bancos nessa situação, criada pela irresponsabilidade, desonestidade e incompetência dele, após terem causado prejuízos incomensuráveis à maioria da população dos países em que operam, os quais só tendem a aumentar.
24. Com efeito, tanto na Europa como nos EUA os orçamentos públicos já estão com déficits de tal monta, e as emissões já foram de tal ordem, que os títulos públicos já se encontram desacreditados, e não há mais como realizar novas operações de socorro (bail-out) em favor dos bancos privados sem causar a desordem e a desestruturação total das economias nacionais.
25. Finalmente, o terceiro dos papéis salientados pelo presidente do Santander: prestar serviços aos clientes. Ora, no Brasil, com o beneplácito do Banco Central, que trabalha em favor deles e contra a sociedade brasileira, os bancos cobram taxas e tarifas de tal monta por tais "serviços", que todas as suas despesas para funcionar são cobertas pela receita dessas taxas e tarifas, e ainda sobra muito dinheiro. Assim, os ganhos monumentais das operações financeiras não sofrem qualquer diminuição decorrente do custeio da máquina administrativa, mas, ao contrário, são aumentados com a diferença entre a receita das tarifas e as despesas operacionais.

LEIAM O RESTANTE DOS  DEMAIS  245 ARTIGOS NO LINK ABAIXO, 
(sou cidadã brasileira, lutando pelo meu país Brasil)

Biografía: Consultor em finanças e em biomassa. Doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Diplomado no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty. Diplomata de carreira, postos na Holanda, Paraguai, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos e México. Delegado do Brasil em reuniões multilaterais nas áreas econômica tecnológica. Depois, Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na área de economia. Professor da Universidade de Brasília (Empresas Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional; Estado e Desenvolvimento no Brasil). Autor de Globalização versus Desenvolvimento, 2ª ed. Editora Escrituras, São Paulo.

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