August 5th, 2011 3:00 PM
30 Years Ago Today: The Day the Middle Class Died
De tempos em tempos, alguém com menos de 30 anos de idade me perguntam: "Quando isso tudo começou, como deslizou para baixo os EUA da América?"
Eles dizem que já ouviram falar de uma época em que as pessoas que trabalham poderia criar uma família e enviar as crianças para a faculdade sobre o rendimento apenas de um dos pais (e que a faculdade em estados como Califórnia e Nova York era quase de graça). Que qualquer um que quisesse um emprego decente poderia obter um. Que as pessoas só trabalhavam cinco dias por semana, oito horas por dia, tinham o fim de semana inteiro livre e um período de férias pagas a cada ano.
Que o trabalhador era protegido pelos sindicatos, como empacotador, pintor de casa, não importava como "humilde" seu trabalho;- era reconhecido com garantias de uma pensão, seguro saúde, e de alguém que o defendia caso fosse tratado injustamente.
Os jovens ouviram falar deste tempo mítico - mas não era um mito, era real. E quando eles perguntam, "Quando isso teve fim” eu digo: "Terminou neste dia: 05 de agosto de 1981."
Iniciou há 30 anos, foi o início do fim, e a direita decidiu "ir para ela" - para ver se eles poderiam realmente destruir a classe média para que eles mesmos pudessem se tornam mais ricos, e mais ricos.
E eles conseguiram.
Em 5 de agosto de 1981, o presidente Ronald Reagan demitiu todos os membros da controladoria de tráfego aéreo união (PATCO), que tinha desafiado sua ordem para voltar ao trabalho e declarou o sindicato ilegal. Greve de apenas dois dias.
Foi uma jogada ousada e atrevida. Ninguém nunca tinha experimentado. O que tornou ainda mais ousado foi a de que o PATCO foi um dos três únicos sindicatos que havia apoiado Reagan para presidente! Ele formou uma onda de choque entre os trabalhadores em todo o país. Se ele fez isso com o sindicato que o apoiou, o que ele faria para nós ?
Reagan tinha sido apoiado por Wall Street em sua corrida para a Casa Branca e que, juntamente com os cristãos de direita, queria reestruturar os EUA da América e voltar a maré que o presidente Franklin D. Roosevelt começou - uma maré que tinha a intenção de tornar a vida melhor para a classe média. Os ricos odiava pagar melhores salários e proporcionar benefícios ao trabalhador. Eles odiavam ainda mais o pagamento de impostos. E desprezavam os sindicatos. Os cristãos de direita, odiavam qualquer coisa que se relacionasse com o socialismo ou que tivesse de estender a mão a minorias, ou as mulheres.
Reagan prometeu acabar com tudo isso. Então, quando os controladores de tráfego aéreo entraram em greve, ele aproveitou o momento. Em se livrar de cada um deles; proibiu o sindicato, enviou uma mensagem clara e forte: Acabava ali a vida confortável e de regalias da classe média.
América, a partir de agora, iria ser executado da seguinte forma:
* O super-ricos vão ganhar mais, muito mais, e o resto de vocês terão que se contentar para as migalhas que sobrarem.
* Todos devem trabalhar! Mãe, pai, os adolescentes em casa! Pai, você terá um segundo emprego! Crianças, não percam as chaves! Seus pais chegarão em casa a tempo apenas de colocá-los na cama.
* 50 milhões de norte-americanos ficarão sem seguro saúde! E companhias de seguros de saúde que vão decidir quem quer ajudar - ou não.
Sindicatos * são maus! Vocês não precisam de sindicato! Vocês não precisam de um advogado! Cale-se e volta ao trabalho! Não, você não pode sair agora, o trabalho não está terminado. Seus filhos podem fazer seu próprio jantar.
* Você quer ir para a faculdade? Não há problema - basta se inscrever aqui e assinar o financiamento a um banco para os próximos 20 anos!
* O que é "um aumento de salário"? Volte ao trabalho e cale-se!
E assim foi. Mas Reagan não poderia ter puxado este fora por ele próprio em 1981. Ele tinha algumas grande ajuda:
A AFL-CIO. ( é a maior central operária dos EUA e Canadá)
A maior organização de sindicatos dos EUA disse aos trabalhadores que furassem os piquetes da greve dos controladores de tráfego aéreo e voltassem ao trabalho. E foi o que os empregados sindicalizados fizeram. Pilotos, comissários de bordo, encarregados de bagagens, motoristas de empilhadeiras, carregadores – todos furaram os piquetes e ajudaram a pôr fim àquela greve. E todos os sindicalizados furaram todas as greves e continuaram a encher os aviões de carreira.
Reagan e Wall Street quase nem acreditaram no que viram! Centenas de milhares de trabalhadores, apoiando a demissão de outros trabalhadores, sindicalizados como eles. Foi um Papai Noel em agosto, para as grandes empresas dos EUA.
E foi o começo do fim. Reagan e os Republicanos sabiam que se safariam – e safaram-se. Cortaram impostos dos ricos. Tornaram impossível organizar sindicatos nos locais de trabalho. Eliminaram leis de segurança no trabalho. Ignoraram leis antimonopólios e permitiram milhares de fusões entre empresas, com muitas empresas vendidas para serem fechadas. As empresas congelaram salários e ameaçaram os trabalhadores com a chantagem da transferência de empresas e empregos para o exterior, caso não aceitassem trabalhar por salários menores e sem garantias nem benefícios. E os trabalhadores aceitaram trabalhar por menores salários... E mesmo assim as empresas mudaram-se para o exterior, levando com elas os nossos empregos.
E em cada passo desse processo, a maioria dos norte-americanos também se deixou levar. Praticamente não houve nem oposição nem resistência. As “massas” não se levantaram nem defenderam seus empregos, suas casas, a escola dos filhos (consideradas das melhores do mundo). Apenas aceitaram o destino e curvaram-se.
Muitas vezes me pergunto o que teria acontecido se todos, simplesmente, tivéssem deixado de viajar de avião, ponto final, em 1981. E se todos os sindicatos tivessem dito a Reagan “Devolva os empregos dos controladores, ou fechamos o país: ninguém entra e ninguém sai.” Sabem o que teria acontecido? A elite corporativa e Reagan, seu moleque de recado, teriam afinado.
Mas não fizemos nada disso. E assim, pedaço a pedaço, peça a peça, ao longo dos 30 anos seguintes, os que passaram pelo poder destruíram as pessoas comuns nos EUA e, em troca, desgraçaram o futuro de, no mínimo, uma geração de jovens norte-americanos. Os salários permaneceram estagnados durante 30 anos. Basta olhar as estatísticas e vê-se que todas as perdas de tudo que hoje tanta falta nos faz começaram no início de 1981 (here's a little scene to illustrate that from my last movie)
Tudo começou no dia 5 de agosto, há 30 anos. Foi dos dias mais terríveis em toda a história dos EUA. E deixamos que acontecesse. Sim, eles tinham o dinheiro, a imprensa e os policiais. Mas nós éramos 200 milhões! Quem duvida de que teríamos vencido, se nós, todos os 200 milhões de enganados, ficássemos realmente furiosos e decidíssemos recuperar para nós o nosso país, nossa vida, nosso trabalho, nossos fins de semana, nosso tempo para educar e ver crescer nossos filhos?
Será que já desistimos, mesmo? O que estamos esperando? Esqueçam aqueles 20% que apóiam o Tea Party – ainda temos os outros 80%! Esse declínio, nossa queda ladeira abaixo só parará quando exigirmos que pare. E não por “abaixo-assinado” ou gorjeios pelo Twitter.
Temos de desligar a televisão e o computador e os videogames e sair às ruas (como fez o pessoal de Wisconsin). Alguns de nós têm de candidatar-se às prefeituras, ano que vem. Temos de exigir que os Democratas, ou criem vergonha e parem de viver sustentados pelo dinheiro dos bancos e grandes empresas – ou pulem fora e devolvam os postos para os quais foram eleitos para fazer o que não estão fazendo.
Quando chega, chega, ok? O sonho comum da vida das pessoas comuns nos EUA não renascerá por mágica ou milagre. O plano de Wall Street é claro e está aí à vista de todos: os EUA serão nação dividida entre os Que-têm e os Que-não-têm. Está bom, assim, prá vocês?
Vamos usar esse fim de semana para parar e pensar sobre os pequenos passos que podemos dar para virar esse jogo, com os vizinhos, no trabalho, na escola. Que melhor dia para começar que hoje, 30 anos depois?!
Um comentário:
Prezado Pampa,
Mas os idosos já estão aprisionados; os (des)governos torrou os fundos de pensão,aplicaram o FATOR,tiraram os hospitais, que chances tiveram os idosos? NENHUMA!!! ESTÃO VERDADEIRAMENTE APRISIONADOS.No Brasil foi adotado os mesmos critérios aplicados na época nos EUA através dos consensos dos anos 80.
Abraços,
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