NA
ÉPOCA DA DITADURA NÃO TINHA CORRUPÇÃO" quanto menos democrático um regime,
mais o combate à corrupção se confunde com perseguição.
Os
militares prometeram limpar o País. O que conseguiram fazer foi censurar
notícias sobre a roubalheiras. o AI-5 deu à CGI os dentes que faltavam. Agora,
o presidente podia confiscar bens de quem enriquecesse ilicitamente. O
resultado foi pífio. De 1968 a 1973, a CGI produziu 1.153 processos. Desses, mais de mil foram arquivados. Das 58 propostas
de confisco, 41 foram alvo de decreto presidencial. O problema não era apenas a
falta de eficiência da CGI, mas também sua seletividade. Aos amigos, o
silêncio. Foram arquivadas sem investigação denúncias contra os então governadores
José Sarney (MA) e Antônio Carlos Magalhães (BA). Já aos inimigos, a lei. No
processo contra Brizola, a CGI escrutinou suas declarações de bens desde 1959,
quebrou seu sigilo bancário, verificou seus imóveis – e não encontrou nada de
errado. Ou seja, quanto menos democrático um regime, mais o combate à corrupção
se confunde com perseguição.
O plano de Ernesto Geisel e Golbery era coordenar uma rede de militares conspiradores, os atores do golpe foram nacionais, claro, não significa ignorar a simpatia com que os americanos viam os conspiradores.
Em vez
de jogar fora a Constituição de 1946, a ditadura inventou uma jabuticaba
jurídica: o Ato Institucional, que fazia a chamada “revolução vitoriosa” caber
no ordenamento jurídico anterior.
A Aliança para o Progresso beneficiou governadores estaduais que aceitavam a conspiração dos militares. Eles bancaram projetos de desenvolvimento em Estados governados por opositores do governo civil, acenaram apoio a qualquer golpe que derrubasse “esquerdistas”, financiaram o complexo Ipês-Ibad, mantiveram um intercâmbio militar e prepararam uma megaoperação de apoio ao golpe militar, produzia propaganda anticomunista no rádio, na TV, no cinema e na imprensa. Também distribuía livros para oficiais e projetava filmes doutrinadores em quartéis, bases, escolas e navios. Só em 1963, foram realizadas 1.706 projeções. Às vésperas do Dia da Independência, o deputado Márcio Moreira Alves (MDB) bradava na Câmara um discurso instando a desobediência civil. A imprensa ignorou a fala. Passadas mais de duas semanas, militares distribuíram o discurso pelos quartéis, afirmando que as Forças Armadas vinham sendo humilhadas e enxovalhadas pelo Congresso. O procurador-geral da República entrou com um pedido para cassar o mandato de Moreira Alves. O pedido do governo militar foi derrotado. “Alguém começou a cantar o hino nacional e todos fizeram o mesmo. Os deputados congratulavam-se mutuamente por sua coragem. A reação militar, porém, já viria na noite seguinte, em 13 de dezembro de 1968, com o AI-5. O Congresso ficou fechado até outubro de 1969.
Até a década de 1960, as obras da Odebrecht mal ultrapassavam os limites da Bahia. Com o protecionismo de Costa e Silva, começou a dar saltos. Primeiro, construiu o prédio-sede da Petrobras, no Rio. Os contatos governamentais na estatal abriram portas para novos projetos, como o aeroporto do Galeão e a usina nuclear de Angra. Assim, de 19ª empreiteira de maior faturamento, em 1971, pulou para a 3ª em 1973, e nunca mais deixou o top 10. Outra beneficiada foi a Andrade Gutierrez, que saltou do 11º para o 4º lugar de 1971 para 1972. Empreiteiras menos amigas da ditadura tinham futuro menos brilhante
Em 1968 O Tratado atômico Costa e Silva recusa-se a assinar o TNP. O tratado dividiu o mundo em dois: as potências nucleares, que não se comprometiam a se desarmar, e o resto, que só teria acesso (a mentira) das tecnologias pacíficas se renunciassem a esse tipo de arma. Em 1975 O Acordo nuclear. Depois de os EUA suspenderem o fornecimento de urânio enriquecido, o Brasil assinou com a Alemanha um acordo nuclear que transferia tecnologia, mesmo sem assinar o TNP.
Em 1975 Antissionismo. Na ONU, o Brasil defendeu a soberania do povo palestino e a retirada de Israel dos territórios ocupados. Também votou pela condenação do sionismo como “uma forma de racismo”.
Guerrilheiros combatiam a ditadura. Mas queriam a ditadura do proletariado no seu lugar os grupos armados eram pequenos, desunidos e vulneráveis seria um exagero dizer que essas dezenas de pequenos grupos desunidos representava uma ameaça ao regime.
Durante a ditadura, a violência urbana cresceu sem parar, e a taxa de homicídio atingiu o nível de epidemia. “A figura do bandido, em oposição à do trabalhador, tornou-se ameaçadora a ponto de seu extermínio ser desejado ou tolerado”, afirma Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. O homicídio tornou-se um método de limpeza e controle social, e o homicida, um herói em defesa da comunidade.
Vejam a matéria completa e assustadora em:
https://super.abril.com.br/especiais/21-mitos-sobre-a-ditadura-militar/
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