domingo, 16 de maio de 2021

Os Pazuello: o enriquecimento ao lado do “Rei da Amazônia” ao colapso político

Nós, povo brasileiro, lutando por um Brasil melhor, e descobrimos  os militares tramando secretamente para a divisão da Amazônia legal do Sudeste do Brasil, o Sudeste que sempre sustentou os Estados que os militares batizaram, maquiando de pobres, sem recursos, e descobrimos que esses Estados os enriqueceu, os tornou bilionários. TRISTE PARA O BRASIL, PARA O POVO BRASILEIRO.

Pazuello é um general milionário com negócios no Amazonas. Eduardo Pazuello era sócio de uma financeira desde a juventude, associado do "Rei" S.B. Sabbá. 

 Jorge Paulo Lemann jovem, depois de formar na Havard universidade de Rockfeller, ele conseguiu uma vaga na Suíça junto ao banco de investimento Credit Suisse, retornando ao Brasil, se tornou sócio da uma empresa chamada Ivesco que desenvolvia serviços voltados a uma bolsa “paralela”, depois, a firma Libra com 13% vendendo por 200 mil dólares. Assim, fundou a Corretora Garantia aonde o quadro societário, somente os militares conheciam.  O ministro demissionário Pazuello tinha apenas 5 anos e era representado na empresa, e no já Banco Garantia, assim como os irmãos, por Artur Soares Amorim, que tinha sido chefe de gabinete de Roberto Campos no Ministério do Planejamento, logo no início do governo Castelo Branco, em 1964.  -  https://www.senhormercado.com.br/quem-e-jorge-paulo-lemann/ --  https://www.metropoles.com/brasil/socios-do-grupo-libra-devem-se-apresentar-a-pf-ao-chegar-no-brasil  

Do enriquecimento ao lado do “Rei da Amazônia” ao colapso político. A história da Família Pazuello envolve pactos empresariais e relações sanguíneas com o clã dos Sabbá no  Amazônas.

Nissim Pazuello Nascido em Belém (PA), no dia 11 de outubro de 1928,  veio para Manaus ainda criança, acompanhado da família, após o pai Abraham Joaquim Pazuello ter sido transferido para trabalha na capital amazonense, para gerenciar a Usina de beneficiamento de castanha Alegria.

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) vedreador Mário Frota (PSDB), por meio do Decreto Legislativo nº 053/13   aprovou e promulgou em 17/03/2014, a concessão da Medalha de Ouro Guilherme Moreira, ao empresário do ramo de navegação Nissim Pazuello, pelos relevantes serviços prestados ao comércio de Manaus. Hoje, a empresa atua no transporte de petróleo, por meio de navios e balsas pela CONAVE

Por Alceu Luís Castilho e Leonardo Fuhrmann
De Olho nos Ruralistas

Do Marrocos ao comando do Ministério da Saúde, a história do clã Pazuello no Brasil se desenhou sob o signo de uma ascensão econômica, durante um século, até o colapso sanitário e político, protagonizado por um de seus representantes mais célebres, Eduardo Pazuello. A aliança mais sólida foi com a família Sabbá, que teve até um “rei da Amazônia” entre seus expoentes, com negócios que iam da castanha e venda de peles à logística, tema geralmente associado ao ministro agora demissionário. A aliança mais sórdida — e que passa a marcar o sobrenome histórico — foi com Jair Messias Bolsonaro.

Pazuello nasceu no Rio, mas foi criado no Amazonas. (Imagem: Reprodução)

A saga da família foi pouco exposta nos dez meses em que Eduardo Pazuello esteve no comando da pasta, enquanto a pandemia do novo coronavírus saltava de 14 mil mortos, quando Nelson Teich deixou o governo em maio do ano passado, para os atuais 280 mil mortos. No momento em que Bolsonaro anuncia a troca do general por um cardiologista, o clã dos Pazuello vai ao divã. É como se tivessem perguntado a Eduardo numa cabine surda, à Silvio Santos: você quer trocar uma história familiar de prosperidade pela… assinatura de um genocídio?

De Olho nos Ruralistas descreveu em agosto o papel de Eduardo na matança, quando a Covid-19 já deixava 100 mil mortos no país: Esplanada da Morte (IX): Eduardo Pazuello, o ministro das 100 mil mortes, é o gestor da matança“. Era uma série sobre o papel de cada ministro no colapso sanitário. Nesta segunda-feira (15), o observatório contou a história desconhecida de um dos membros do clã: “Irmão de Pazuello foi acusado de participar de grupo de extermínio no Amazonas“.

CONFUSÃO ENTRE AMAZONAS E AMAPÁ NÃO CONDIZ COM HISTÓRIA DOS CLÃS NA REGIÃO

A troca do enriquecimento econômico de uma família de judeus na Amazônia pela adesão à necropolítica — do golpe de 1964 ao governo Bolsonaro — ganhou em fevereiro um símbolo macabro. Enquanto os casos de Covid-19 disparavam em todo o país, o general “especializado em logística” cometeu um erro crasso: o Ministério da Saúde conseguiu enviar para o Amapá 78 mil doses de vacina destinadas ao Amazonas; e para o Amazonas as 2 mil que estavam reservadas para o Amapá.

Não foi o primeiro erro grave com a população do Amazonas como vítima nos dez meses de gestão Pazuello, somando o período dele como interino e como efetivo no cargo. O militar é investigado também como um dos possíveis responsáveis pela crise que deixou Manaus, capital do estado, sem oxigênio suficiente para o tratamento de seus pacientes. O problema também alcançou outros municípios. Nos primeiros 54 dias de 2021, 5.288 pessoas morreram de Covid-19 no Amazonas, mais do que no ano passado inteiro.

Nissim Pazuello, pai do ministro. (Foto: Reprodução)

O descaso fica ainda mais ultrajante quando são explicitadas as relações da família de Pazuello com o estado. Ela esteve ligada por casamentos e por sociedades empresariais com o clã dos Sabbá, um dos mais poderosos na história da Amazônia. As duas famílias de origem judia sefaradita — migrantes que deixaram Marrocos no início do século 20 — participaram ativamente dos ciclos de exploração dos recursos naturais da região ao longo do período, do ciclo da borracha à ocupação promovida pela ditadura de 1964.

Parte dos bens ainda pertence à família: o ministro é sócio dos irmãos em várias empresas. No ano passado, ele se tornou sócio da J.A. Leite Navegação, um dos expoentes da logística nos rios da região, como revelou a Agência Sportlight. A empresa pertencia a seu pai, Nissim Pazuello, que morreu em 2018. Quando Nissim a adquiriu, em 1968, a companhia já era uma das mais fortes de atuação no setor, criada no século 19 durante o ciclo da borracha. O país vivia os anos de chumbo, com apoio direto do clã às políticas dos generais e de Roberto Campos, o primeiro ministro do Planejamento do ciclo da ditadura.

Essa empresa não foi a primeira do pai do ministro. Nascido em 1928, Nissim abriu sua primeira empresa, especializada em navegação marítima, aos 20 anos. Em 1952, ele participou da criação da Companhia de Petróleo da Amazônia (Copam) e, três anos depois, da Companhia de Navegação da Amazônia (Conave). As duas empresas eram ligadas. A Conave fazia o transporte do petróleo produzido no estado com balsas e navios. A Copam é um dos vários elos entre a família de Pazuello com os Sabbá, donos de um império no Amazonas.

O pai de Eduardo Pazuello, Nissim Pazuello, comandava também a Companhia Navegação das Lagoas (CNL), uma das que expandiram dos rios da Amazônia para o Oceano Atlântico, do Rio de Janeiro ao Recife, o território empresarial da família. A CNL, vendida no início deste século, chegou no Porto de Santos em 1982, já durante o governo de João Baptista Figueiredo. Mas o outro centro financeiro e afetivo da família era mesmo o Rio de Janeiro, onde Eduardo Pazuello se formou, em Resende, na Academia Militar das Agulhas Negras.

Nos anos 60, Nissin Fundou a Madeiras Compensadas da Amazônia. Dez anos depois, Pazuello fundou a Enasa, pioneira na construção de balsas metálicas.

Parte dos bens ainda pertence à família: o ministro é sócio dos irmãos em várias empresas. No ano passado, ele se tornou sócio da J.A Leite navegação, um dos expoentes da logística nos rios da região.

Com sede em Manaus, fundada em 28/09/1966. Sua atividade principal é transporte por navegação interior de carga, intermunicipal, interestadual e internacional, exceto travessia. A companhia onde consta o general Pazuello tem uma série de relações contratuais que envolvem entidades públicas. O monopólio do transporte marítimo SÓCIOS EM SITUAÇÃO ATIVA:
Cynthia Pazuello - Alberto Pazuello - Eduardo Pazuello - Renata Pazuello Fernandes Wahmann - Luiz Guilherme Pazuello Fernandes Wahmann
Transporte Marítimo De Cabotagem - Carga

Sem citar os negócios da família, o ministro já mencionou sua ligação com Manaus em entrevistas dadas na cidade. Afirmou que, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, foi criado na  capital amazonense, mas especificamente no bairro Adrianópolis, área nobre de Manaus. A fazenda em que o general foi criado se tornou o haras da família, frequentado por militares para treinamento. O local ainda pertence ao clã e hoje é chamado Escola de Equitação Nissim Pazuello.

AVÔ DE EDUARDO SAIU DE BELÉM PARA TRABALHAR NO SETOR DA CASTANHA

O pai de Nissim Pazuello, Abraham Joaquim Pazuello, chegou em Manaus nos anos 30, para ser gerente da Usina Alegria, de beneficiamento de castanha, um dos negócios da família Sabbá. Abraham vinha de Belém, no Pará, mas sua família era de judeus oriundos de Marrocos, no norte da África, assim como os Sabbá. As duas famílias tinham relações sanguíneas. Jacob Benayon Sabbá era casado com Estrela Pazuello Sabbá e eram pais de Nora Pazuello Sabbá, que chegou a ser Miss Amazonas nos anos 50. Os próprios nomes da usinas, Alegria e Estrela, homenageavam mulheres da família.

Jacob tinha uma empresa de exportação em sociedade com o irmão, Isaac Benayon Sabbá. Também trabalhava com Isaac um de seus sobrinhos, Moysés Benarrós Israel, que seria depois um dos fundadores da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam). Como irmão mais velho, Isaac comandava os negócios da família. O grupo empresarial IB Sabbá chegou a ter 42 empresas, e atuava nas cadeias da madeira, castanha, juta e petróleo. Enquanto isso, Nissim prosperava com a navegação, inclusive no transporte desses produtos pelos rios da região.

Uma das atividades da família era a venda de couro de jacaré, entre outras peles no Curtume Rio Negro. Em 1973, a venda de peles de animais ainda era legalizada, mas a maior parte do comércio era clandestino. Naquele ano, a Abrahão Pazuello e Cia era uma das três únicas empresas do setor que tinham autorização do governo para exportação de peles, feitas a partir do porto de Manaus. Essa autorização era dada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), criado em 1967, uma das instituições que deram origem ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

    • Anúncio de compra de couro e peles. (Fonte: Revista da Associação Comercial do Amazonas, 193
    • A família Benzaquem, em Alenquer Pará. Ambrózio Benzaquen "foi vizir na corte do sultão de Marrocos". Seu pai David Benzaquen, um chacham que enriqueceu no Brasil, se casou com uma cabocla do Amazônas,  se separou da cabocla em 1922 para viver com uma judia com quem teve 10 filhos, 56 netos, 4 bisnetos. David Benzaquem vive em Parintins com a judia da família Mendes.
http://www.fieam.org.br/fieam/2017/05/24/fieam-lanca-livro-sobre-isaac-sabba/

O negócio mais ousado da família foi quando a Copam construiu a Refinaria de Manaus. A unidade entrou em operação em 1956 e foi inaugurada no ano seguinte, com a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek. Uma reportagem do Los Angeles Times, de 1972, chega a mencionar Isaac como o “Rei da Amazônia“. Em 1974, durante a ditadura, a Petrobras adquiriu a empresa de Sabbá. A refinaria leva o nome, desde 1996, de Isaac Sabbá, em homenagem a seu fundador.

Em 2019, o conselho de administração da Petrobras apresentou um plano de venda da refinaria em Manaus, que, desde os anos 2000, opera com capacidade de processamento de 7,3 milhões de litros de petróleo por dia. Apesar de deixarem o negócio de refinamento, os Sabbá continuaram no negócio de distribuição de combustíveis, associados com a Shell. No setor, a família de Pazuello é dona de postos de gasolina, de Manaus a Boca do Acre, no sudoeste do Amazonas.

FAMÍLIA MANTÉM ESCOLA DE EQUITAÇÃO EM MANAUS

Apesar de não citar os negócios da família, o ministro já mencionou sua ligação com Manaus em entrevistas dadas na cidade. Afirmou que, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, foi criado na periferia da capital amazonense. Refere-se, na verdade, ao bairro Adrianópolis, antiga Vila Municipal, área nobre de Manaus. A fazenda em que o general foi criado se tornou o haras da família, frequentado por militares para treinamento. O local ainda pertence ao clã e hoje é chamado Escola de Equitação Nissim Pazuello, voltado também para crianças — e está em plena atividade durante a pandemia.

Ata mostra Eduardo Pazuello como um dos sócios de financeira, em 1971. (Imagem: Reprodução/De Olho nos Ruralistas)

Essa foi a única das empresas do grupo que respondeu aos telefonemas feitos pela reportagem. Em um deles a pessoa que atendeu ficou de passar o pedido de entrevista para “o secretário da família”. Os pedidos de entrevista foram também feitos, desde a semana passada, para o Ministério da Saúde. Ainda não houve retorno.

Hoje cabe aos irmãos Alberto, Cynthia, Elizabeth e Eduardo Pazuello — em breve de fora do Ministério da Saúde — a continuidade dos negócios do clã. Eles eram sócios, em 1971, de Samuel Benayon Sabbá, um dos expoentes da dobradinha entre famílias. Eduardo tinha apenas 5 anos. A empresa do setor financeiro, a S.B. Sabbá Crédito, Financiamento e Investimento S.A., tinha sede no Rio de Janeiro, e ao lado da corretora Garantia se tornou o banco Garantia, depois adquirido por Jorge Paulo Lemann, hoje o bilionário dono da AB Inbev.

Uma das companhias comandada pelo pai de Samuel, Isaac, era a Agroindustrial Compensa, do setor de madeira compensada, criada em 1959 em Manaus, em parceria com Nissim Pazuello. Em 1994, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa ainda obtinha recursos do Fundo de Investimentos da Amazônia (Finam), no âmbito da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Dois anos depois, foi vendida para uma estatal chinesa.

Outra das empresas de Issac Sabbá com sede em Manaus era a Fiação e Tecelagem de Juta Amazônia S/A. Em 1966, durante o governo Castelo Branco, quando Eduardo Pazuello era um menino de 3 anos, ela abriu uma filial em Taubaté (SP). A cidade ficou conhecida por uma personagem de Luis Fernando Verissimo, a Velhinha de Taubaté, a última pessoa no Brasil que acreditava nas ações do governo.

NOTAS:

Leonardo Fuhrmann é repórter do De Olho nos Ruralistas |

|| Alceu Luís Castilho é diretor de redação do observatório ||

1.Imagem principal (Reprodução/De Olho nos Ruralistas): Eduardo Pazuello, o general “especializado em logística”

1.1 https://issuu.com/animarse_a_mas/docs/edi__oroshhashan_5779 

1.2 - http://www.amazoniajudaica.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Edicao_2_04_2002.pdf 

1.3 - https://www.laranjeirasfm.com.br/noticia/15165/do-enriquecimento-ao-lado-do-lrei-da-amazoniar-ao-colapso-politico

2.https://contraosagrotoxicos.org/familia-pazuello-do-enriquecimento-ao-lado-do-rei-da-amazonia-ao-colapso-politico/

3.https://www.laranjeirasfm.com.br/noticia/15165/do-enriquecimento-ao-lado-do-lrei-da-amazoniar-ao-colapso-politico

4.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222014000200013

5.https://agenciasportlight.com.br/index.php/2021/01/13/general-pazuello-oficializou-entrada-como-socio-em-empresa-de-navegacao-na-vespera-da-nomeacao-como-ministro/

6.https://www.franciscogomesdasilva.com.br/memoria-do-passado-no-amazonas-j-a-leite-e-companhia/

7.https://www.researchgate.net/publication/265542821_O_comercio_internacional_de_peles_silvestres_na_Amazonia_Brasileira_no_seculo_XX

7A.http://www.cmm.am.gov.br/nissim-pazuello-e-condecorado-com-medalha-de-ouro-guilherme-moreira-na-cmm/

7B.https://blogdacidadania.com.br/2021/03/conheca-a-saga-da-familia-endinheirada-de-pazuello/

8.https://www.brasildefato.com.br/2021/03/15/irmao-de-pazuello-foi-acusado-de-participar-de-grupo-de-exterminio-no-amazonas

9.Judeus de origem marroquina que ocuparam a Amazônia  - https://mudancaedivergencia.blogspot.com/2021/05/judeus-de-origem-marroquina-que_19.html

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