Grupo
ultra e Itaú estiveram envolvidos com a ditadura
“O Grupo Ultra, ao qual pertencia a Ultragaz, presidida por Boilesen, foi um dos que melhor aproveitou a entrada do país no mundo da petroquímica no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. E essa posição privilegiada não foi casual. Hélio Beltrão, executivo e acionista do Ultra, foi ministro do Planejamento do governo do marechal Costa e Silva e da junta militar que o substituiu. (…)[2] Segundo a revista “Isto É Dinheiro”, Beltrão, Peri Ygel (dono do Grupo Ultra), e Paulo Cunha, executivo recrutado nos anos 1960 na Petrobrás, souberam aproveitar o excelente relacionamento do Ultra com o regime militar e sobretudo com um dos seus principais líderes, o general Ernesto Geisel.
“O Grupo Ultra, ao qual pertencia a Ultragaz, presidida por Boilesen, foi um dos que melhor aproveitou a entrada do país no mundo da petroquímica no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. E essa posição privilegiada não foi casual. Hélio Beltrão, executivo e acionista do Ultra, foi ministro do Planejamento do governo do marechal Costa e Silva e da junta militar que o substituiu. (…)[2] Segundo a revista “Isto É Dinheiro”, Beltrão, Peri Ygel (dono do Grupo Ultra), e Paulo Cunha, executivo recrutado nos anos 1960 na Petrobrás, souberam aproveitar o excelente relacionamento do Ultra com o regime militar e sobretudo com um dos seus principais líderes, o general Ernesto Geisel.
O posto ipiranga de Bolsonaro, os militares:
“Reuniões foram feitas com o grande empresariado da
Fiesp e empresas como Ultragaz, Ford, Volkswagen, Camargo Corrêa, bancos como
Itaú e Mercantil fizeram contribuições vultosas que possibilitaram à Oban
planejar e fazer suas operações. Boilesen que era o presidente da Ultragaz
teria sido um contribuinte entusiasta, mas não bastaria para ele contribuir,
fazia visitas ao prédio da Oban e não bastava também visitar, do ponto de vista
do historiador Jacob Gorender, o industrial deixava seu sadismo aflorar e pessoalmente
assistia as torturas realizadas naquele prédio. Sim, a Oban é considerada o
órgão que inaugurou a tortura institucional na ditadura, inaugurou a tortura
como método para obtenção de informações. (…)
O presidente da Ultragaz teria sido responsável por
importar dos Estados Unidos um aparelho elétrico que foi apelidado de pianola
Boilesen que era um aparelho de choque que funcionava por intermédio de um
teclado que lembrava o teclado de um piano. (…)
Carlos Eugênio da Paz, informa no documentário Cidadão
Boilesen que vários de seus companheiros que escapavam de cercos reparavam que
haviam caminhões da Ultragaz por perto fechando ruas”
O Destino de Boilesen http://sobosescombrosdaditadura.blogspot.com/2016/06/o-destino-de-boilesen.html
O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou a venda de sua
subsidiária, a Liquigás, distribuidora de gás de GLP (o gás de botijão) para a
Ultragaz, controlada pelo Grupo Ultrapar, em associação com o Banco Itaú, por
R$ 2,8 bilhões. A operação ainda pode ser anulada pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade).
A própria direção da Petrobrás admite que a Liquigás é uma
empresa “bastante enxuta”, com boa performance e baixo nível de endividamento,
com 3.200 empregados contratados. Presente em quase todo o território nacional,
com 23 centros de operação, 19 depósitos, uma base de armazenagem e carregamento
rodoferroviário e uma rede de 4.800 revendedores autorizados. Enfim um
excelente negócio para o grupo Ultra.
Com a aquisição, o Grupo Ultra, dono dos postos Ipiranga,
conquistará 45% do mercado nacional. Hoje a Ultragaz tem 23,5%. Na Bahia, a
Ultragaz chegara a 60% do mercado e em São Paulo, 57%.
A venda da Liquigás faz parte do plano de desinvestimento da
Petrobrás elaborado pelo governo Dilma e implementado pelo governo Temer, que
tem como meta atingir 15,1 bilhões de dólares entre 2015 e 2016. Já vendeu
ativos na Argentina e Peru, participações em campos do pré-sal (Carcará) e a
rede de gasodutos do Sudeste.
Um dos maiores golpes
contra o povo brasileiro
A aquisição da Liquigás pelo Grupo Ultra é praticamente uma doação para o maior oligopólio do Brasil. Até mesmo a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP – ASMIRG-BR, entidade nacional dos revendedores de GLP, denuncia que este acordo leva “a concentração extremamente elevada desse mercado, no qual apenas cinco empresas[1] detêm cerca de 90% do mercado nacional de GLP”.
A aquisição da Liquigás pelo Grupo Ultra é praticamente uma doação para o maior oligopólio do Brasil. Até mesmo a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP – ASMIRG-BR, entidade nacional dos revendedores de GLP, denuncia que este acordo leva “a concentração extremamente elevada desse mercado, no qual apenas cinco empresas[1] detêm cerca de 90% do mercado nacional de GLP”.
A venda deste que é um dos ativos mais
cobiçados da Petrobrás, foi feita praticamente sem publicidade, com somente
empresas ligadas ao oligopólio do setor envolvidas no processo, com o banco
Itaú conduzindo a negociação, sendo o próprio Itaú sócio do Grupo Ultra. Em uma
conjuntura de profunda crise política do governo e de suas instituições e,
portanto, das empresas controladas por eles.
O grau de importância desta companhia está acima dos seus
valores patrimoniais, pois além da ajuda e ajuste de impostos, regulamenta o
preço de venda do gás de cozinha, essencial para a população.
Está sendo vendida pelo mesmo valor que foi comprada há treze
anos, ignorando os investimentos e crescimentos realizados durantes este
período. Este valor pode ser pago em menos de um ano, somente com a venda de
botijões de 13 quilos, vendidos pela Liquigás por um faturamento bruto, anual,
próximo a R$ 1,4 bilhão.
E nem se menciona o destino de quase 3.500 funcionários que, se
demitidos, significará mais desemprego.
Grupo ultra e Itaú
estiveram envolvidos com a ditadura
“O Grupo Ultra, ao qual pertencia a Ultragaz, presidida por Boilesen, foi um dos que melhor aproveitou a entrada do país no mundo da petroquímica no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. E essa posição privilegiada não foi casual. Hélio Beltrão, executivo e acionista do Ultra, foi ministro do Planejamento do governo do marechal Costa e Silva e da junta militar que o substituiu. (…)[2]
“O Grupo Ultra, ao qual pertencia a Ultragaz, presidida por Boilesen, foi um dos que melhor aproveitou a entrada do país no mundo da petroquímica no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. E essa posição privilegiada não foi casual. Hélio Beltrão, executivo e acionista do Ultra, foi ministro do Planejamento do governo do marechal Costa e Silva e da junta militar que o substituiu. (…)[2]
Segundo a revista “Isto É Dinheiro”, Beltrão, Peri Ygel (dono do
Grupo Ultra), e Paulo Cunha, executivo recrutado nos anos 1960 na Petrobrás,
souberam aproveitar o excelente relacionamento do Ultra com o regime militar e
sobretudo com um dos seus principais líderes, o general Ernesto Geisel. À
frente da Petrobrás, o futuro presidente da República desenhou o que ficou
conhecido como sistema tripartite e, com ele, deu a partida no setor
petroquímico brasileiro. Tratava-se de reunir uma estatal (a Petrobrás), uma companhia
estrangeira, responsável pela transferência de tecnologia, e um grupo nacional,
que assumiria a gestão. O Grupo Ultra encaixava-se nessa última classificação.
Segundo Boilesen Júnior, foi o pai que montou a estrutura
necessária para que o Grupo Ultra entrasse no rendoso mercado petroquímico: “Quando o meu pai morreu, ele já
tinha toda a petroquímica de terceira geração amarrada junto ao Grupo Ultra.”[3]
O Grupo Ultra é hoje um dos maiores grupos empresariais privados
do Brasil. Com ligações com a ditadura militar brasileira, personificadas na
participação de seu diretor o dinamarquês Henning Albert Boilesen, nos porões
da Operação Bandeirantes e do DOI-CODI. Denunciado como auxiliar direto de
torturas, justiçado por militantes das organizações que faziam a luta armada,
apontado como o inventor da “Pianola Boilesen”, que media a dosagem de choques
elétricos que os torturados deveriam receber.
O diretor, Peri Ygel, dono da Supergel, empresa de alimentos
congelados, fornecia refeições à Oban, para os policiais e presos. Alem de verbas
“extra-oficiais” para o caixa 2 de Fleury e seus torturadores.
A jornalista Cristian Klein comenta em seu artigo “O empresário nos porões da
ditadura”: “Anticomunista radical, Boilesen
empenhou-se pessoalmente na arrecadação de fundos entre empresários para
financiar a Operação Bandeirantes (Oban), criada pelos militares para eliminar
a guerrilha urbana, que reagia ao endurecimento do regime, depois da decretação
do AI-5. (…) Com tanto envolvimento nos porões da ditadura, o executivo ficaria
marcado como o inimigo número 1 dos guerrilheiros, numa lista prioritária que
incluía Pery Ygel (dono do grupo Ultra) e Sebastião Camargo (fundador da
empreiteira Camargo Corrêa). Estes tiveram mais sorte. Já o dinamarquês foi
fuzilado, em 15 de abril de 1971, por militantes da Ação Libertadora Nacional
(ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT)”.[4]
Benefícios recebidos
O austríaco Ernesto Ygel, em 1937, fundou a Empresa Brasileira de Gás a Domicílio. Começou pequena, com três caminhões de entrega e menos de 200 clientes. Mas com o apoio do governo militar e da Petrobrás já no início da década de 1960, com o nome Ultragaz, tinha 1 milhão de consumidores.
O austríaco Ernesto Ygel, em 1937, fundou a Empresa Brasileira de Gás a Domicílio. Começou pequena, com três caminhões de entrega e menos de 200 clientes. Mas com o apoio do governo militar e da Petrobrás já no início da década de 1960, com o nome Ultragaz, tinha 1 milhão de consumidores.
O setor petroquímico no Brasil ganhou um impulso especial com a
criação da Petroquisa, empresa subsidiária da Petrobrás, no final do ano de
1967. Parte do projeto do governo militar de desenvolver o setor encorajando os
empresários brasileiros a entrarem no negócio, tendo o governo como sócio e
parceiro. Foram atraídos empresários de vários Grupos: Suzano, Mariani,
Econômico, Camargo Correia, Odebrecht, e entre eles o Grupo Ultra, que já
trabalhava com produtos petroquímicos e o Itaú.
Em 1968, a Petroquisa assumiu a Petroquímica União (PQU), com o
Grupo Moreira Sales, comprado à parte da Phillips na Ultrafértil, associando-se
ao Grupo Ultra. A Petroquímica União começou a operar em 1972. As ações,
pertencentes à Petroquisa (67,8%) foram leiloadas em 1994, distribuídas entre
os grupos: Unipar, Sociedade Anônima dos Empregados da Petroquímica (SEP),
Odebrecht Química S.A. e o Banco Itaú.
A Odebrecht assumiu o controle da Companhia Petroquímica de
Camaçari (CPC) em 1995. Centralizaram a produção do setor termoplástica, com a
Ipiranga e a Unipar, do Grupo Ultra; e o Grupo Suzano.
A Braskem, hoje uma das maiores petroquímicas do mundo, foi
formada com a incorporação das empresas Copene, OPP e Triken (Grupo Odebrecht),
Proppet e Nitrocarbono (Grupo Mariani), detendo participação acionária na
Politeno e Copesul, controlada pela Odebrecht e Ipiranga (ligada ao Grupo
Ultra).
Em 2003, o Grupo Ultra adquiriu a operação de distribuição de
GLP da Shell no Brasil, Shell Gás. Em outubro de 2011, adquiriu a distribuição
de GLP da Repsol no Brasil e incorporou um volume de vendas anuais de 22 mil
toneladas.
O Grupo Ultra hoje controla a distribuição de combustíveis com a
Ipiranga e a Ultragaz; tem a indústria química Oxiteno; a Ultracargo, no
terminal intermodal do porto de Santos e se tornou a maior empresa de
armazenagem de granéis líquidos do Brasil.
Em 2007 a Braskem, Petrobrás e Ultrapar, juntaram-se na maior fusão
da história brasileira, e adquiriram o Grupo Ipiranga por 4 bilhões de dólares.
A Petrobrás e a Ultrapar compartilharam as operações de distribuição de
combustíveis. O Grupo Ipiranga se tornou vice-líder na distribuição de
combustíveis no país.
A privatização beneficiou uma série de empresas que apoiaram,
sustentaram e mantiveram, a ditadura cívico militar no Brasil. Entre elas a
Odebrecht, o Grupo Ultra e o Grupo Mariani.
Em novembro de 2010, o Ultra/Ipiranga adquiriu a DNP,
distribuidora de combustíveis nos estados do Amazonas, Rondônia, Roraima,
Piauí, Acre, Pará e Mato Grosso, o que ampliou ainda mais a expansão geográfica
da Ipiranga.
Atualmente, a Ipiranga também opera em seus postos mais de mil
lojas de conveniência e mais de 700 unidades Jet Oil, que oferecem serviços
automotivos especializados.
A associação Odebrecht/Braskem-Grupo Ultra patrocinados e
beneficiados pela Petrobrás, são o maior grupo de empresas privadas do setor de
distribuição de combustíveis no Brasil.
Grupo Ultra degrada o
ambiente e não paga indenizações
Foram nove dias e 190 horas de combate ao fogo no incêndio na Ultracargo, em Santos, a partir do dia 2 de abril de 2015, na armazenagem para granéis líquidos. O incêndio causou um grande impacto ambiental e econômico. Uma das principais vias de acesso, responsável por escoamento da produção agrícola e industrial do Brasil, ficou interditada com o bloqueio da margem direita do porto de Santos: “Calculando que são no mínimo cinco mil caminhões por dia, e uma base de R$ 500 por dia do caminhoneiro, vemos que o prejuízo não é pequeno. O prejuízo inicial é de R$ 2,5 milhões diários“, afirmou Marcelo Marques da Rocha, atual presidente do Sindisan.[5]
Foram nove dias e 190 horas de combate ao fogo no incêndio na Ultracargo, em Santos, a partir do dia 2 de abril de 2015, na armazenagem para granéis líquidos. O incêndio causou um grande impacto ambiental e econômico. Uma das principais vias de acesso, responsável por escoamento da produção agrícola e industrial do Brasil, ficou interditada com o bloqueio da margem direita do porto de Santos: “Calculando que são no mínimo cinco mil caminhões por dia, e uma base de R$ 500 por dia do caminhoneiro, vemos que o prejuízo não é pequeno. O prejuízo inicial é de R$ 2,5 milhões diários“, afirmou Marcelo Marques da Rocha, atual presidente do Sindisan.[5]
A contaminação causou a morte de milhares de peixes nos
arredores e foi confirmada por análises feitas da água coletada no local. A
Prefeitura de Cubatão pediu indenizações para os pescadores do município
afetados pelo incêndio. Foram contabilizadas sete toneladas de peixes mortos no
estuário de Santos, que compreende rios em Cubatão. Mais de 200 famílias de
pescadores foram prejudicadas pelo acidente.
A Ultracargo nitidamente responsável pelo grave acidente, com o
vazamento de combustível dez dias antes do incêndio que atingiu seis tanques na
unidade da Alemoa, 400 mil litros de gasolina que vazaram em uma área da
empresa.
A empresa, até agora, não tinha procurado as comunidades
pesqueiras para tratar do assunto. Os representantes da Ultracargo não indicaram
se irão prestar algum tipo de assistência aos trabalhadores do setor.
Em virtude disso o Ministério Público de São Paulo estipulou em
R$ 3,6 bilhões a reparação pelos danos ambientais não recuperáveis causados
pelo incêndio no terminal da Ultracargo, em 2015.
__________________________________________________
[2] Boilesen, um
empresário da ditadura: a questão do apoio do empresariado paulista à
Oban/Operação Bandeirantes, 1969-1971, JORGE JOSÉ DE MELO, Universidade Federal
Fluminense – UFF, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Programa de
Pós-graduação em História Social,
2012,https://www.passeidireto.com/arquivo/17155855/boilense/34
[3] Boilesen, um
empresário da ditadura: a questão do apoio do empresariado paulista à
Oban/Operação Bandeirantes, 1969-1971, JORGE JOSÉ DE MELO, Universidade Federal
Fluminense – UFF, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Programa de
Pós-graduação em História Social,
2012,https://www.passeidireto.com/arquivo/17155855/boilense/34
[5] http://br.blastingnews.com/mundo/2015/04/apos-nove-dias-bombeiros-anunciam-extincao-do-incendio-em-santos-00343863.html
[6] O Grupo
Ultra, dono dos postos Ipiranga, conquistará 45% do mercado nacional. https://www.pstu.org.br/grupo-ultra-esta-se-apropriando-da-liquigas/
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