segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por que o Brasil se atrasa


Adriano Benayon * - 16.07.2012
A desindustrialização do Brasil não tem sido explicada adequadamente, sequer pelos economistas menos vinculados à ideologia das corporações transnacionais.
2. Em entrevista à BBC (13.07.2012), Gabriel Palma, professor da Universidade de Cambridge, Inglaterra, lembrou que, em 1980, a produção industrial no Brasil superava a do conjunto formado por China, Índia, Coreia do Sul, Malásia e Tailândia e que, em 2010, já não  representava senão 10% do total produzido nesses países.
3. O economista Leonardo Guimarães Neto, publicou artigo no portal do Centro Celso Furtado,  Ano 6 - Edição 8,  Recife, 13.04.2012, intitulado “A retomada da indústria brasileira: o recado de Antônio Barros de Castro”.
4. Nele aprecia o  pacote estímulos, de R$ 60 bilhões, à indústria brasileira (sic), incluindo: desoneração fiscal, ampliação e barateamento do crédito; redução de até 30% do imposto sobre produtos industrializados para o setor automobilístico; redirecionamento de compras governamentais para bens produzidos internamente; redução de impostos  na tecnologia da informação.
5. Deixa de denunciar mais esse absurdo presente à predadora indústria automobilística estrangeira, que não cessa de descapitalizar o País, enviando ao exterior os ganhos oligopolistas arrancados dos consumidores nacionais.
6. Omite também que, sob a presente estrutura industrial, dominada pelas transnacionais, os investimentos e subsídios  aos centros de pesquisa tecnológica significam desperdício de recursos públicos, porquanto, não havendo empresas nacionais viáveis no mercado, só ínfima fração do resultado das pesquisas resultará em inovação tecnológica.
7. Observa Guimarães, que, embora bem recebido, o pacote  foi considerado insuficiente por sindicatos patronais e de trabalhadores. Esses reclamam: (i) desvalorização cambial, (ii) redução dos juros e dos spreads bancários e (iii) redução do preço de insumos fundamentais para a atividade industrial, como a energia elétrica.
8. Segundo Guimarães, a perda de competitividade da indústria nacional [sic] não se deve só  ao custo Brasil: enorme carga tributária;  juros e spreads bancários altos; elevados preços da energia elétrica;  enormes déficits de infra-estrutura de transporte e logística.
9. A perda estaria associada à reduzida capacidade de inovação da grande maioria dos segmentos produtivos da indústria nacional (sic), em contexto de acelerado avanço tecnológico nos países competidores, tais como a China.
10. Precisamos, porém, ir mais fundo. Entender por que essa capacidade é reduzida. Daí, inseri três vezes o advérbio latino “sic”, após “indústria brasileira ou nacional, porque a questão básica, intocada nas discussões correntes, é a desnacionalização, o fato de a produção realizada no Brasil não ser nacional, mas subordinada às matrizes das transnacionais estrangeiras que a controlam.
11. É ridículo falar em inovação tecnológica com a indústria desnacionalizada e  com os seus centros das decisões sobre produção e mercados, situados no exterior.
12. Se não há inovação tecnológica no Brasil é porque as transnacionais se apropriaram de tecnologias no exterior, amortizaram-nas com as vendas em outros mercados e as utilizam aqui a custo real zero, tal como acontece com as máquinas e equipamentos importados a preços superfaturados.
13. Por que, então, tais indústrias não são competitivas, se seus custos reais de produção são extremamente baixos, ademais de as transnacionais receberem colossais subsídios prodigalizados pelos governos federal, estaduais e municipais?
14. Porque o valor contábil das despesas das subsidiárias no Brasil é levado às alturas, através dos preços que estas pagam às matrizes nas importações dos bens de produção (inclusive o da tecnologia, jamais transferida): os bens de capital e os insumos, tudo é superfaturado, além de serviços sobrefaturados e até fictícios.
15. Em suma, as políticas de favorecimento às transnacionais, inauguradas em 1954, e intensificadas desde então, fazem que os brasileiros paguem para se tornarem pobres. Os fabulosos lucros reais obtidos pelas transnacionais são transferidos ao exterior, não apenas como tal, mas também através desses superfaturamentos e do subfaturamento de exportações.
16. Estando a economia concentrada por empresas transnacionais e bancos, na maioria desnacionalizados, e os “nacionais” associados aos estrangeiros e com eles ideologicamente alinhados, é esse sistema imperial que elege os “governantes” nos poderes do Estado brasileiro, pois as eleições dependem dos dinheiros para as campanhas e do acesso às redes de TV comerciais, vinculadas aos mesmos interesses.
17. Em tais condições, tornam-se inócuos os votos piedosos dos economistas, quando recomendam reformular a infra-estrutura de transportes e logística, baixar os juros até o patamar internacional (o que viabilizaria reduzir a carga tributária), desvalorizar a taxa cambial etc.
18. Mantendo-se a atual estrutura de poder, essas medidas seriam irrealizáveis, além de que, para funcionarem, acarretariam a necessidade do controle de capitais e da estatização dos principais bancos, ou seja, políticas ainda menos toleráveis para os aproveitadores dessa estrutura.
19. Assim, o governo que empreendesse tais políticas, seria desestabilizado e derrubado antes de promover a indispensável a passagem do controle da indústria para capitais nacionais, privados e públicos.
20. Se a indústria não for realmente nacional, jamais terá chance de ser competitiva. O mesmo se aplica à infra-estrutura econômica (energia, transportes e comunicações) e à social (saúde, educação e cultura).  Há que desmercadorizar os serviços públicos e eliminar as agências “reguladoras”, devolvendo o poder delas ao Estado.
21. Também importante para o Estado  recuperar funções perdidas com o modelo do “consenso de Washington” é a total reformulação da administração pública, generalizando-se os concursos públicos, a formação de técnicos e administradores, e instituindo a aferição de desempenho, com possibilidade de demissão, seleção de quadros desde a escola primária etc.
22. Voltando a Guimarães: “Segundo Antônio Barros de Castro ...não se trata hoje de superar um hiato em relação a concorrentes que evoluíam lentamente em termos tecnológicos e de produtividade. Para ele, esta premissa não existe mais, e os concorrentes do Brasil, notadamente a China, ‘ainda estão alcançando novos patamares de produtividade e aumentando o esforço tecnológico para acelerar sua eficiência.’  A China teria superado a fase de "made in China" para outra de "created in China".
23. Ora, como assinalei no artigo “Tecnologia e Desenvolvimento”, publicado em maio, é incrível que até os  economistas que não se restringem a discutir política macroeconômica, conclamem para a necessidade de inovação tecnológica sem reconhecerem a impossibilidade dela num país cujos mercados estão sob controle praticamente total de empresas transnacionais. 
24. Em artigo próximo tentarei resumir a avassaladora ocupação da economia brasileira, a qual prossegue em tal velocidade, que a empresa nacional é, cada vez mais, espécie em extinção.
25. De novo, Guimarães: “Castro acredita que o Brasil, de início, deve ganhar tempo até induzir as grandes transformações, garantindo superávits no balanço de pagamento por 10 ou 15 anos com petróleo e matérias primas agrícolas, além da expansão do mercado interno ‘colocando areia para limitar a ocupação do mercado interno por importações ...’.”
26. Isso seria, na realidade, perder tempo. E o Brasil já se atrasou demasiado nos últimos 58 anos! Proteção para a indústria, na atual estrutura, só favorece as transnacionais e eleva os incalculáveis prejuízos que vêm causando ao País.
27. De resto, enquanto se dilapidam os recursos naturais através das exportações primárias, as receitas são usadas para pagar por serviços superfaturados e fictícios, às matrizes das transnacionais, e para importar bens de alto valor agregado e insumos grandemente superfaturados. Nem se fica sabendo o que valem as matérias-primas exportadas, nem o balanço de pagamentos se equilibra sem endividamento.
28. Isso implica fomentar a estrutura econômica atrasada, como a da Venezuela, por mais de um século, antes de Chávez: exportar quantidades fabulosas de petróleo e ficar com a estrutura econômica mais primitiva da América do Sul, para gáudio do império anglo-americano.
29. Com governos acomodados às imposições do império, até por carecerem de consciência nacional,  as transnacionais estão ocupando até os espaços recomendados por Barros de Castro e seguidores, como a agroindústria do etanol e a química baseada na  energia vegetal. Note-se que nem falam dos óleos vegetais, como o dendê, capaz de produzir mais óleo – melhor que o de petróleo -  do que a Arábia Saudita.
*  - Adriano Benayon é Doutor em Economia e autor de “Globalização versus Desenvolvimento” abenayon.df@gmail.com 

domingo, 15 de julho de 2012

Dossiê contra os tucanos em 2006

Depois de ler essas verdades acredito que Stalin, Hitler e Gobbels eram aprendizes de trapaceiros.


Delegado diz que PF protegeu mandantes


Por Otávio Cabral - Veja on line 
Edmilson Pereira Bruno revelou a amigos que Lula sabia da compra do dossiê, mas seus superiores o impediram de aprofundar as investigações.
O verbete "aloprado" foi usado pela primeira vez pelo ex-presidente Lula para qualificar os petistas presos numa atrapalhada e fracassada operação destinada a prejudicar candidatos tucanos nas eleições de 2006.
Incorporado ao dicionário da corrupção brasileira, o termo bem poderia ser aplicado hoje aos investigadores do caso. Informações que vêm agora à tona provam que eles se preocuparam em incriminar apenas os bagrinhos e deixaram escapar os peixes graúdos: aqueles que encomendaram e planejaram o crime.
Um personagem central dessa história é o delegado Edmilson Pereira Bruno. No dia 15 de setembro de 2006, ele foi escalado para fazer um flagrante em um hotel em frente ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Lá estavam Valdebran Padilha e Gedimar Passos, petistas que, de posse de 1,7 milhão de reais, negociavam com notórios pilantras de Cuiabá a compra de um dossiê fajuto contra os tucanos. Os dois foram presos.
No curso das investigações, Bruno disse ao Ministério Público que havia condições de aprofundar a investigação e prender também os chefes do esquema, mas que seu trabalho estava sendo obstruído pela cúpula da Polícia Federal. Desde então, o delegado vinha se mantendo calado.

Há duas semanas, porém, ele almoçou com um grupo de colegas e fez importantes confidências sobre o caso.

Eis as principais: 

• Ao ser preso, Gedimar disse a Bruno que temia ser morto, já que sua missão era de conhecimento dos principais dirigentes do PT. Citou nominalmente o então candidato ao governo de São Paulo e hoje ministro, Aloizio Mercadante, e o ex-presidente Lula. Ao chegar à sede da PF, porém, Gedimar foi instruído pelo então diretor executivo do órgão, Severino Alexandre, a mudar o depoimento e omitir os nomes estrelados.

• Na PF, contrariando as regras e com a anuência dos policiais, Gedimar circulou sem algemas e falou ao celular. Deu pelo menos cinco telefonemas, durante os quais avisou aos superiores o que estava ocorrendo. Em seguida, foi ao banheiro, jogou o chip do telefone na privada e apagou a memória do aparelho. Jamais se soube quem eram seus interlocutores.

• Valdebran Padilha afirmou em um primeiro depoimento que os papéis que tinha em mãos eram apenas parte do dossiê que o grupo havia comprado dos pilantras de Cuiabá. O restante do material tinha 2 000 páginas e nomes de mais de 200 políticos supostamente ligados à máfia que fraudava licitações na área da saúde. Ele estaria em um jatinho em Congonhas. Bruno afirma ter sido impedido de buscar o material por seus superiores – Severino Alexandre e o superintendente Geraldo Araújo. Se encontrada, a versão integral do dossiê poderia fornecer mais pistas sobre quem o havia encomendado. A exemplo de Gedimar, Valdebran também foi orientado a mudar o depoimento e omitir essa informação, disse o delegado Bruno.

• No dia da prisão de Gedimar e Valdebran, Bruno solicitou ao hotel em que foi feito o flagrante uma cópia do circuito interno de TV. A direção do hotel pediu uma requisição formal da PF. Geraldo Araújo, o superintendente do órgão, no entanto, protelou o encaminhamento do pedido o quanto pôde, diz Bruno. Só o fez depois que um jornal publicou reportagem denunciando a demora. Foi graças a essas imagens que Hamilton Lacerda, o petista mais importante na lista dos denunciados, foi preso dias depois.

• Na delegacia, logo após o flagrante, o superintendente Araújo recebeu uma ligação de Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça, que queria saber se o nome do presidente Lula havia sido citado pelos presos. Assim que desligou, Araújo disse a Bruno: "Olha o problema que você criou. Daqui para a frente, você deve agir como o macaco que não fala, não ouve e não vê". Araújo ordenou ainda a Bruno que não divulgasse a foto do dinheiro apreendido com Gedimar e Valdebran. Procurado por VEJA, Bruno afirmou que não daria mais declarações sobre o caso, já que isso só lhe havia causado problemas. Desde o dia do flagrante, o delegado foi alvo de três processos, dois deles para apurar o vazamento de informações sobre o inquérito e outro para averiguar eventual "comprometimento político" de sua parte.
Na semana passada, a Justiça decidiu que o 1,7 milhão de reais apreendido ficará com a União, já que não foi reclamado por ninguém. É um raro caso de dinheiro sem dono - e de crime sem mandante. Mas este já não se pode dizer que seja tão raro assim.
*

Por Otávio Cabral - Veja on line
DOC171 Nº 2012
SERÁ A FALÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL!
NÃO E NÃO! É UMA CARREIRA DE ESTADO!
SEUS MEMBROS MERECEM O RESPEITO DA SOCIEDADE BRASILEIRA!
GRUPO GUARARAPES - Sex 13/07/12 15:36 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

"A mentira dos CFCs & camada de ozônio"

Entrevistado: Professor Molion
Entrevistador: Professor Fendel


Fendel: Meu caro Professor Molion, mais uma vez tenho a honra de lhe perguntar e sanar algumas dúvidas, desta feita sobre mais uma mentira global, no que diz respeito à ação humana frente ao buraco da camada de ozônio. Como é essa estória?

      Molion: Em 1960, o cientista britânico Sir Gordon Dobson escreveu em seu livro que o "buraco" na camada de ozônio (O3) sobre a Antártica era natural. Dobson não usou a expressão "buraco" e sim "anomalia". Quem usou o termo pela primeira vez foi Richard Penndorf, dos Laboratórios de Pesquisas da Força Aérea em Cambridge, EEUU, em 1950, quando analisou o período 1926-1942 de dados da estação de Tromsö, Noruega. Ele notou registros de concentrações de O3 de valores tão baixos quanto 50 Unidades Dobson (UD) e uma grande variabilidade diária, com um fator quase dez (1000%) entre o máximo e o mínimo registrados naquele período. A expressão, porém, só ficou famosa após 1985, quando o cientista britânico J.B. Farman, e seus colegas do British Antarctic Survey, publicaram um trabalho sobre as anomalias do O3 na primavera austral. O buraco é causado pelas condições climáticas especiais da Antártica, fato já conhecido por Dobson em 1958, e pela presença, na estratosfera antártica, de aerossóis vulcânicos, contendo cloro, fluor e bromo, liberados pelos 12 vulcões ativos que existem naquele continente. Só o Monte Erebus, em atividade há mais de 100 anos e com três crateras a uma altitude de 4 mil metros , praticamente na entrada da estratosfera, emite,em média, por ano, 60 vezes mais cloro que a emissão dos CFC. Durante o inverno, com a noite polar, a produção fotoquímica de O3 é interrompida, pois esta precisa da radiação ultravioleta (UV) do Sol para se realizar. Intensifica-se, também, vórtice circumpolar, que são ventos superiores a 150 quilômetros horários que circundam o continente antártico, da superficie até a estratosfera, e isolam sua atmosfera do resto do Planeta, reduzindo as trocas gasosas, em particular a entrada de ozônio, uma vez que a maior parte do O3 existente na estratosfera polar é produzida na região tropical e transportada para lá pelos ventos. Simultaneamente, o resfriamento, causado pelas perdas de radiação térmica para o espaço exterior, gera temperaturas estratosféricas inferiores a 80oC negativos e a presença de núvens polares, compostas de cristais de gelo, ácidos nítrico e sulfúrico, criam as condições para que o elemento químico cloro comece a destruir o ozônio cataliticamente. Todos esses fatores levam à diminuição de sua concentração e ao aparecimento do buraco ou anomalia. A situação só se reverte, ou seja, o buraco se fecha, em meados de outubro, com a ruptura do vórtice circumpolar, que permite que ar tropical, rico em O3, entre na atmosfera antártica, e com o ressurgimento do Sol (UV), terminando a noite polar e recomeçando as reações fotoquímicas.

Fendel: Ou seja, o buraco de ozônio existe, mas independe da ação humana. Então os Freons da vida, os ditos gases CFCs - clorofluorcarbonos não prejudicam a camada de ozônio. Esta sacanagem foi inventada apenas para favorecer porcos monopólios, que substituíram estes gases nos aparelhos de refrigeração, apenas para lucrarem mais?

     Molion:
Exatamente, CFC não só não interferem na camada, como também não conseguem nem chegar à região de formação do O3 ! Em 1929, S. Chapman propôs que a formação e a destruição do ozônio estratosférico ocorresse pela incidência de UV. Quanto mais ativo o Sol estiver, maior é o fluxo de UV.
Veja no gráfico anexo a variação da concentração de ozônio em Arosa, Suiça. Observa-se que, durante o período de grande atividade solar, entre 1940 e 1960, os valores de O3 eram altos e começaram a declinar à medida que o Sol começou a se dirigir para o novo mínimo que vai ocorrer entre 2020 e 2032 (ciclo solar de 90-100 anos). Esses fatos, ou seja, a menor produção de UV no mínimo solar e a dependência da formação do O3 da UV, já eram conhecidos desde a década de 1930 e a redução de O3 depois do máximo solar de 1957/58 já era prevista pelos cientistas. É obvio que depois de um máximo vem um mínimo. Então, os países desenvolvidos, e que dominam o comércio global, usaram esse conhecimento científico, que não é de domínio dos formuladores de políticas públicas, para explorar os países pobres, notadamente os tropicais, que precisam de refrigeração a baixo custo, eliminando os CFC. Esses são gases estáveis, não-tóxicos e não-corrosivos. O crime que eles cometeram é que se tornaram de domínio público e não pagavam mais direitos de propriedades, ou “royalties” . O oligopólio que detém as patentes dos substitutos dos CFC é composto pela Allied Chemical Corp (USA), Du Pont (Canadá), Imperial Chemical Ind (ICI, Inglaterra), Atochem (Grupo ELF, França) e Hoechst (Alemanha), todas elas pagam impostos sobre os lucros em seus países de origem. O quilo do CFC custava US$1,70 e hoje os substitutos podem custar mais de US$35,00 para o consumidor final. Como é que o “buraco” se fechava na primavera austral se a concentração dos CFC continuava a aumentar?
Fendel: Foi vc que chegou nessa conclusão? Tem mais gente desmascarando este crime? Quais as evidências?

     Molion: A hipótese surgiu na década de 1970 e me intrigava porque as moléculas de CFC são 5 a 7 vezes mais pesadas que o ar e os CFC precisariam ser levados até 40-50km de altitude na estratosfera, onde ocorre a reação de formação do ozônio.E as medições feitas pela NASA com aviões voando na baixa estratosfera não detectaram sequer uma moléculas de O3 nessa região. Como iriam chegar a 50Km de altitude? Em 1987, Mario Molina publicou um conjunto de 6 reações químicas que causavam a destruição do O3 pelo cloro liberado dos CFC. Eu, e outros cientistas estrangeiros, notamos que a quinta equação, que era crucial para a reação do cloro com O3, poderia não ocorrer por que ela iria por um caminho que exige mais energia e existiam outras duas possibilidades com níveis energéticos mais baixos. Como as reações naturais se processam sempre com níveis mais baixos de energia, essa quinta equação pareceu suspeita. Ela não poderia ser feita em laboratório já que é difícil de isolar a contribuição das impurezas. Durante a Conferência das Nações Unidas no Rio, a Eco 92, participei de um painel em que o apresentador era Mario Molina e eu era o debatedor. Depois de sua apresentação, eu mostrei os fatores físicos atmosféricos que impediriam os CFC atingirem 40-50km de altitude, as emissões dos vulcões e questionei a quinta equação . Molina ficou uma fera comigo e disse, dirigindo-se ao público, que me daria nota zero, que eu deveria voltar aos bancos escolares para aprender Química. Depois desse acontecimento, a verba que eu tinha do PNUMA/ONU para realizar experimentos na Amazônia foi cortada e eu passei 5 anos sem ser convidado para reuniões internacionais. Molina, por sua vez, juntamente com seu orientador Sherwood Rowland, viraram Premio Nobel de Química em 1995, devido a sua “grande contribuição científica” nessa área. Só agora, no final de 2007, é que foi publicado um artigo científico, elaborado por pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), NASA, que mostraram experimentalmente que a quinta reação de Molina não ocorre na estratosfera polar e não seria a causa da destruição do O3. Precisei esperar 15 anos para ter a confirmação. Mas, Molina é Premio Nobel de Química, mesmo com a equação errada! Notou a coincidência com o aquecimento global antropogênico, assunto da entrevista anterior, em que Al Gore e o IPCC ganharam o Premio Nobel da Paz em 2007?

Fendel: Então a variação de ozônio é uma alteração completamente natural e cíclica. Quem é o responsável por essa variação?

     Molion: Como disse acima, para a formação de ozônio é necessária radiação ultravioleta (UV) do Sol. Na escala de décadas, portanto, a variação do O3 é determinada pela atividade solar. Quando o Sol está mais ativo, produz mais UV e a concentração de O3 aumenta na camada. Nos próximos 20 anos, o Sol vai estar menos ativo, no mínimo do ciclo de 90-100 anos, e a concentração de O3 vai atingir o menor valor em um século, embora os CFC já tenham sido eliminados há tempos. Veja no gráfico anexo a variação da concentração de ozônio em Arosa, Suiça. Observa-se que, durante o período de grande atividade solar, entre 1940 e 1960, os valores eram altos e começaram a declinar depois que o Sol passou de seu máximo em 1957/58. Variações nas emissões de aerossóis vulcânicos e de nuvens estratosféricas polares são responsáveis para variabilidade na escala interanual. Na erupção do vulcão Monte Pinatubo, em 1991, a camada de O3 sofreu 20% de redução e depois se recuperou. Mas, não são só os CFC os culpados. Parece existir outra causa antropogênica. Paul Crutzen, nascido na Holanda e radicado na Alemanha, também ganhou o Premio Nobel de Química em 1995, juntamente com Molina e Rowland, porque afirmou, sem comprovar nada, que o desmatamento e queimadas na Amazônia destruíam a camada de ozônio. Essa fumaçinha das queimadas vai alto! E aqui percebe-se a “preocupação ambiental” dos países desenvolvidos. Eliminam os CFC e tentam impedir queimadas na Amazônia para proteger a camada de ozônio. São muito altruístas, esses líderes dos países industrializados!

Fendel: O Ozônio na estratosfera é benéfico para reduzir a radiação ultra-violeta que atinge a superfície terrestre. Quais são as conseqüências de menos ozônio lá em cima?

     Molion: Não é que a camada de ozônio “filtre” a UV, como é dito nos livros. A afirmação correta é a UV é “consumida” na formação de O3. Enquanto houver oxigênio em nossa atmosfera, haverá uma camada de ozônio, variável em concentração. Os catastrofistas afirmam, sem base científica, apenas com modelos de transmissividade, que uma redução de 1% na concentração de O3 provoca um aumento de 2% na UV e isso aumentaria o número de casos de câncer de pele. Esse aumento de UV eventualmente eliminaria a vida na superfície terrestre.

Fendel: Já na superfície terrestre o ozônio é tido como prejudicial. No que ele é ruim?

     Molion: Ozônio é um gás de alto poder oxidante. Rinite, otite, amidalite, sinusite, bronquite e pneumonia são exemplos de doenças e reações alérgicas possivelmente causadas pelo O3, além do envelhecimento precoce dos tecidos dos pulmões. Quando inalado, ele vai para os pulmões e, sendo corrosivo, danifica os bronquíolos e os alvéolos, as bolsas de ar que são importantes para a troca de gases. A exposição repetida ao ozônio pode inflamar os tecidos dos pulmões e causar infecções respiratórias. A exposição ao ozônio pode agravar condições respiratórias preexistentes, como a asma e bronquites. Pode, ainda, causar dores no peito e tosse. As crianças pequenas e os idosos são mais suscetíveis aos altos níveis de ozônio. Além dos efeitos nos seres humanos, pode danificar plantas e árvores, atrofiando seu sistema radicular dentre outros. Altos níveis de ozônio, em princípio, danificam o crescimento vegetação e reduzem sua produtividade

Fendel: Pelo menos a estorinha de que NOx gera ozônio é verdadeira? Qual a densidade relativa do ozônio? Ele não sobe sozinho?

     Molion: Devido a seu alto poder oxidante, o O3 reage praticamente com todos outros gases. Nos ambientes poluídos por gases do escapamento dos veículos nas grandes cidades, o O3 reage com nitrogênio, de fato formando NOx que é nocivo à saúde. A Organização Mundial de Saúde adota o limite de 50 partes por bilhão por volume (ppbv) para o O3 ou seja, 100 microgramas por metro cúbico (para o O3, 1ppbv =2 microgramas por m3). Já, a Agência de Proteção Ambiental americana adota 75ppbv para um tempo de exposição de 8 horas. Grandes cidades, como S.Paulo e Belo Horizonte, especialmente no inverno e com pouca ventilação, podem apresentar concentrações superiores a 200 microgramas por m3. Na Floresta Amazônica, durante os experimentos de 1985 e 1987, medimos concentrações naturais de até 40 ppbv durante o dia, caindo para menos de 10 ppbv à noite. No período seco, agosto-setembro, durante as queimadas no Centro Oeste, já foram medidas concentrações superiores a 80 ppbv. Portanto, vê-se que não é só nas grandes cidades que o problema existe.

Fendel: Os mal falados e desprezados motores a combustão estão a cada dia mais limpos e mais eficientes. E, portanto, também geram menos NOx, aliás existem muitas técnicas para reduzir estas emissões. Uma delas é adicionar uréia antes do pós-catalisador, outra é injetar um pouco de água na câmara de combustão, ou seja, será que daqui a pouco os veículos não terão um tanque para coletar e armazenar urina, e assim reduzir as emissões de NOx?

     Molion: Voce tem toda razão. É possível reduzir as emissões de NOx. Gostaria de adicionar que o grande problema das cidades brasileiras não apenas é o O3 ou NOx e sim a qualidade do próprio combustível, particularmente o diesel. O padrão europeu é de 10 miligramas de enxofre por quilograma de diesel (10 ppm). Dr. Paulo Saldiva e sua equipe da Medicina da USP encontraram postos vendendo diesel com até 2.000 ppm, ou seja, 200 vezes o padrão europeu. O enxofre é emitido na forma de dióxido que se combina com a umidade atmosférica , formando aerossóis de ácido sulfúrico. E o homo urbanus respira esses aerossóis e mais o material particulado!

Fendel: Os fantásticos motores a combustão são criticados por todos os "eschpeschialischtasch" mundo afora, no entanto, continuam sendo a única opção racional de locomoção afora a eletricidade por fios em canaletas e trilhos. Vc é a favor dos trólebus? Com recuperação da energia de frenagem?

     Molion:
É importante reduzir a poluição urbana para que as pessoas tenham uma melhor qualidade de vida e longevidade. Sou a favor de uma boa rede de transporte público nas grandes cidades, uma boa rede de metro complementada com trólebus . Aqui no Brasil, funcionaria, porque a maior parte de nossa eletricidade provém de uma das formas mais limpas e mais ambientalmente amigáveis que existe, a hidreletricidade. Nessa forma, o “combustível” é água e o “fornecedor” é o ciclo hidrológico. Como não faltam água nos mares e calor do Sol, o ciclo hidrológico não vai acabar. Entretanto, para países como Inglaterra e Japão, em que predominam termelétrica e nuclear, o uso de veículos elétricos pode ser questionável energeticamente, já que a Termodinâmica garante que, na conversão de uma forma de energia para outra, há perdas de calor. A entropia do universo aumenta e os gases e material particulado seriam liberados, não nas cidades, mas em algum lugar, ou alguém, que não o urbano, correria o risco de contaminação nuclear.
Fendel: Vc já andou num veículo movido a óleo vegetal?

     Molion: A óleo vegetal puro, não! Mas, já andei em veículos movidos a “biodiesel”. Nos primeiros artigos que escrevi, datados de 1991, eu era fã do motor Elsbett, que queima óleo vegetal puro, e do biodiesel. Com o passar do tempo, ao me inteirar mais sobre o assunto, percebi que eu estava sendo enganado, que biodiesel é outra enganação, já que os motores do tipo diesel queimam óleo vegetal diretamente, sem precisar de processamentos complicados, como transesterificação e/ou craqueamento do óleo. Aliás, segundo a história, a primeira vez que Rudolf Diesel apresentou seu invento, na Feira de Paris em 1898, ele fez o motor funcionar a óleo de amendoim.

Fendel: Fale um pouco sobre o potencial das palmáceas olíferas dos trópicos, pois sei que vc andou estudando também este assunto.

     Molion: Meu interesse pelo óleo de palmáceas nativas surgiu na década de 1980 durante as pesquisas que estávamos realizando na Amazônia sobre a interação da floresta e a atmosfera, quantificando seus fluxos ou trocas de calor, umidade e gases, para entender melhor importância da floresta no clima global. Existem mais de 600 espécies de palmáceas conhecidas na Amazônia, mas notei que os buritizais (Mauritia) são imensos, alguns com áreas superiores a 10 mil hectares, e que não se falava de seu aproveitamento econômico. Fiquei sabendo, por meio de caboclos, que seus frutos eram fontes de óleo e a análise química revelou que esse óleo é quimicamente muito semelhante ao azeite de oliva. Por imagens de satélites, estimei que buritizais ocupem 20 milhões de hectares. No Centro-Oeste, encontra-se macaúba (Acrocomia), também rica em óleo e ocupando estimados 12 milhões de hectares. Dessas duas espécies, pode-se retirar cerca de 10% , em peso de fruto, de óleo, o que corresponde a até 5 toneladas de óleo por hectare. Potencialmente, teríamos 150 milhões de toneladas de óleo por ano, um bilhão de barris equivalente de petróleo por ano. E, acima de tudo, renovável! No Maranhão, estimados são 11 milhões de hectares de babaçuais (Orbignya) nativos . Essa palmácea produz menos óleo, 200 kg por hectare, óleo de qualidade superior, que pode ser utilizado para produção e cosméticos. Porém, não só para combustível poderiam ser utilizados. Semelhante ao petróleo, há uma infinidade de produtos que podem ser obtidos por meio da indústria oleoquímica, nylon e plásticos para citar alguns. E o Brasil poderia ser líder mundial nesse ramo. E a Amazônia é uma Arábia Saudita verde e renovável!

Fendel: Agradecendo mais esta oportunidade de jogar um pouco de luz nas crendices e sacanagens desumanas, solicito suas considerações finais:

     Molion: 
A destruição da camada de ozônio pelos CFC não passou de uma manobra neo-colonialista. No colonialismo tradicional, tropas militares são mantidas nas colônias para garantir a ordem. No neo-colonialismo, as nações são mantidas colônias por meio da tecnologia (royalties) e pelo sistema financeiro. Os CFC foram eliminados na década de 1990 e a concentração de O3 continua a diminuir e chegará aos menores valores no mínimo do ciclo solar de 90-100 anos que ocorrerá entre 2020 e 2032. Já começaram a dizer que os substitutos dos CFC, os HFC, também destroem o O3 e que serão necessários novos gases, os substitutos dos substitutos. Isso porque os HFC têm suas patentes vencendo nos próximos 5 anos e, é claro, os países industrializados não podem viver sem explorar os outros, já que eles não possuem nem recursos energéticos nem naturais . Vamos aguardar para ver a nova falcatrua que deverá surgir em breve. O ozônio voltará aos níveis máximos entre 2050 e 2060, quando ocorrer o novo máximo solar. E aí a “recuperação” da camada de ozônio será mérito dos substitutos dos substitutos, mas a desigualdade social será maior num mundo com uma camada de ozônio restabelecida.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Celso Daniel descobriu o "desvio" e foi assassinado


 A REVISTA ("FREE") QUE FOI APREENDIDA
OS INOCENTES ! ! !
Versão condensada da revista, com apenas 500 k, que pode ser repassada com facilidade. 
A Internet, realmente, tornou inútil qualquer ação de censura!!!
Consta que a revista foi apreendida!
http://issuu.com/comunnica/docs/freesp_32#download

" Sempre haveremos de precisar uns dos outros" Mário Quintana.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Khazar and Asquenazim Jews Rothschilds



https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=5AIKQHO0esk
estudos genéticos mostram que a maior parte dos judeus, inclusive todos os ashkenazim, tem seus genes originários do Levante, e embora seu fenótipo corresponda em grande parte ao calcasiano, geneticamente são semitas. 


Os Rothschilds estão no controle do mundo há muito tempo.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Professor Molion disse a verdade e perdeu os financiamentos para pesquisas


Desde antes da Rio92, o Professor Molion denuncia a papagaiada dos CFCs, os ditos gases prejudiciais à camada de ozônio. O que está em jogo é encenação pura, é liturgia safada, é assalto abobalhante na cara de pau. Simplesmente impõe novos produtos, 35 vezes mais caros, e proibem os antigos. E não basta uma vez, tem de repetir o desfalque a cada 20 anos. E todas as vassalas nações, sob a tutela da corrupta onu, dançam conforme ordenam os maestros, tal qual e$$ano$$alatrina, com a normativa que segue abaixo em verde. E pior, assim que a atividade solar voltar aos níveis máximos, daqui a poucas décadas e a radiação fechar o dito buraco de ozônio, o crédito deste fenômeno cíclico e natural, será debitado ao assalto corporativo político. 
Resumo: O falastrão mexicano molina, que foi desmascarado pelo Prof. Molion em 92, ganhou o prêmio nobel em 95, condecoração distribuída aos puxa sacos obedientes à NOM - nova ordem mundial, como por exemplo kissinger e tantos outros vermes.
Já o Molion perdeu os financiamentos para pesquisas, bem como convites para eventos ditos "científicos".
Assim caminha a imbecil vacada torcedora ludopédica. O que interessa é ribalta e encenação.
Na mesma balada imbecil, vcs já se perguntaram com qual intenção foi criado o recente padrão de tomadas vigentes ne$$ano$$alatrina petraia?

Analogamente, criaram a "pegada carbônica", uma nova asneira que serve unicamente para criar novas negociatas, novos estelionatos, novas patentes, novos royalties, novos equipamentos, novas fábricas, novos impostos, como se os atuais quatro/quintos dos infernos não fossem suficientes. 
São insaciáveis.
Prá quem ainda não viu, ou quer rever; o anarfão lullla e sua aula sobre pului$$ão: (Fendel)


Sentimento de Justiça e Cidadania
“A busca da razão e a rejeição do tradicionalismo são tão brilhantemente evidentes que estão acima da necessidade de argumentar”
Assim disse Akbar o Grande, imperador mongol da Índia (1542-1605), conforme lemos no livro A ideia de justiça, de Amartya Sen (Companhia das Letras, 2011, p. 69), prêmio Nobel de Economia em 1998, natural de Bangladesh e docente de universidades da Índia e do Reino Unido.
A verdade é que o homem, se não questionar continuamente normas e costumes, estará renunciando à condição de ser inteligente, vivendo apenas conforme o instinto gregário do animal, feito ovelha que segue um pastor. O bom senso, baseado no critério da relatividade, deveria substituir o princípio da autoridade: não porque fulano disse, seja ele profeta, rei ou papa, que uma lei ou preceito moral deva ser considerado inquestionável, verdadeiro e útil para a sociedade, em qualquer tempo ou lugar.
            No livro citado acima encontramos um exemplo de pluralidade de razões, todas elas igualmente sustentáveis: três crianças, Anne, Bob e Carla, brigam pela posse de uma flauta. Anne quer o instrumento musical porque só ela o sabe tocar; Bob argumenta que, por ser pobre, não tem dinheiro para comprar o brinquedo; Carla julga que a flauta lhe pertence porque foi ela quem a construiu com o trabalho de suas mãos. Os três argumentos pretendem oferecer, cada qual, uma sustentação imparcial: reivindicação da felicidade individual; equidade econômica e justiça social; gozo do fruto do próprio trabalho por meritocracia.
            O que as três razões têm em comum é o egoísmo próprio da criança, insensível à necessidade e ao sofrimento de outra criança. Este instinto natural, que o ser humano tem em comum com animais e vegetais, deveria diminuir com o desenvolvimento intelectual do homem, especialmente quando chega à maturidade, ao tomar consciência de que a felicidade individual não pode se realizar fora de um contexto social.  O autointeresse e o terreno pantanoso da tradição deveriam ser substituídos pela busca constante da Justiça, que a mitologia grega representa pela figura de uma mulher majestosa, que segura uma “balança” para encontrar o equilíbrio entre os dois pratos, onde se encontra o justo (ison >isonomia), e uma “espada” que simboliza a força e o corte bem no meio das razões adversas.
            Somente o caminho da razão, que nos faz entender a justiça como equidade, nos pode levar à formação gradual de padrões de comportamento que visem a construção de uma cidadania de verdade, onde predomine o respeito mútuo. Trata-se, enfim, da busca de uma ética política, pois há uma dependência recíproca entre reformas institucionais e mudanças comportamentais. A justiça como equidade exige uma estrutura “contratualista”. A vivência em sociedade implica num contrato implícito entre o indivíduo, que aspira a sua felicidade e o Estado, que impõe leis para proteger os interesses da coletividade.
            A noção de direitos humanos baseia-se numa humanidade compartilhada. Nossa identificação com pessoas da mesma região, religião, etnia, partido político ou preferência sexual não pode nos cegar ao ponto de considerarmos outros seres humanos, que fazem escolhas diferentes, como inimigos a serem combatidos. É preciso ter consciência de que todo julgamento é relativo. Shakespeare, na peça “Vida e morte do rei João”, assim se exprime pela boca de um personagem:
“Enquanto eu for mendigo, direi que não existe outro pecado senão o de ser rico. E, quando eu for rico, direi que o único vício é a mendicância”.
Não é outra a filosofia de vida atualmente praticada pelos políticos profissionais:  quando candidatos, condenam corrupção, impunidade, injustiça social, privilégios, mas, depois de eleitos, no governo ou na oposição, locupletam-se com o dinheiro de nossos impostos. Um dia, quem sabe, a massa popular alcançará um nível cultural capaz de exigir justiça em lugar da caridade. Vamo-nos acostumar ao uso do voto consciente e responsável!

Salvatore D' Onofrio
Dr. pela USP e Professor Titular pela UNESP


Venezuela será membro pleno do Mercosul

Lembro que o MERCOSUL tem a Bolívia e o Chile como observadores; em 29,09.92 no Acordo de Montevidéu Uruguai, os Presidentes do MERCOSUL, convencidos da necessidade de estimular o livre acesso aos mercados propuseram o que foi concretizado em 1.07.93, em Washington, EUA: o Acordo 4+1, com os EUA, face às opções do NAFTA, BID e GATT incorporou os quatro países"... etc. etc. (in "O Direito da Integração Européia e do MERCOSUL na Defesa da Concorrência Comercial", Editora Lumen Juris, RJ-RJ., lumenjuris@msm.com.br  ).
 
Assim, não se trata de "achismo", nem de opinião, não!: trata-se da decodificação de um discurso, fundamentada em dados, científicos, lógicos - indução, dedução - e empíricos, que disponibilizamos graciosamente, sem conotação político-partidária, objetivando fornecer argumentos para um melhor entendimento daqueles não compromissados com este tipo de pesquisa.
Entender ou não é questão de arbítrio. Concordar ou não, é uma opção, de "achismo".   
 
Lembro, ainda, o que já foi dito por estadista reconhecido..."Estados não têm amigos, Estados têm interesses"..., razão pela qual, além dos venezuelanos serem amigos -  a Venezuela responde por 30% do saldo Comercial do Brasil tendo respondido por 30% do superávit brasileiro no primeiro trimestre deste ano, se transformando no país que mais contribuiu para o resultado positivo da balança comercial brasileira: logo, por que não deveria a Venezuela entrar para o MERCOSUL para fortalecê-lo, face aos interesses poderosos dos que se encontram fora do Continente Sul-Americano? É lógico que deve, independentemente de seu eventual governante.
 
Obrigada, também, pela constatação inequívoca de que..."Não existe interferência externa (um dedo), sem conivência interna ( uma mão )". Comentário: esta, sim, é a maior corrupção, trilhões de vezes pior do que qualquer cahoeirazinho ou mensalãozinho, da vez!
 
Pois é, Direito é Direito, a César o que é de César, sem radicalismos, nem lateralismos.
 
Desse modo, também entendo que,  os brasilguaios são antes de mais nada, seres humanos, nascidos no Brasil, correndo atrás de melhores oportunidades de negócios. Compraram pelo melhor preço terras no Uruguai etc., mas, não se naturalizaram, continuaram cidadãos brasileiros. Logo tem que ter, sim, a proteção do Governo brasileiro, o qual não pode inovar, esquecendo que o Brasil tem a tradição diplomática da não-ingerência nos assuntos internos de seus vizinhos e outros Estados onde é chamado a arbitrar, desde o Barão do Rio Branco.
E devem parar de tentar fazer o "joguinho" dos interessados em ver o Brasil fornecer as razões de fato e de direito para aquelas providenciazinhas ridículas que eles, os interessados, costumam tomar  ao redor do mundo, quando têm a intenção de se apossarm, destruir o construído para depois, reconstruirem com as empresas de seus nacionais, os territórios alheios.
 
O joguinho da CIDH/OEA, por exemplo, somente engana a eles mesmos, porque, no Brasil, somente as torcidas do Vasco, Botafogo, Flamengo, América e Fluminese juntas (por ordem de preferência) é que não sabem como a Comissão e a própria Organização trabalham na defesa dos liberais democratas de bens públicos alheios.
 
Mas, que pareceu coisa preparada para chamar a atenção dos participantes da Rio+20 e de quebra, mandar um recado para o governo do Brasil, rrssrsrsrsr, penso que não há dúvidas, não! Daí porque, entendi as atitudes das presidentas do MERCOSUL.
 
As táticas e as estratégias de confundir objetivando dividir para se apossar, continuam as mesmas, repetitivamente pouco inteligentes, porque, continuam grosseira e ignorantemente, considerando os residentes nos países da América do Sul uma mera massa acéfa, sem interesse em conhecer e se aprofundar no que se encontra por trás dos discursos.
 
E viva a liberdade de Cátedra.
 
Saudações cordiais,
Guilhermina.

Lula não tem caráter diz Chico de Oliveira

"Além de criticar o governo, Chico fez declarações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula é muito mais esperto do que vocês pensam. O Lula não tem caráter, ele é um oportunista”. O sociólogo defende que Lula não liderou greves dos metalúrgicos. “Se ele quiser, que me processe. O Lula é uma vocação de caudilho, a ante-sala do ditador”.
Professor emérito da USP falou de política e eleições no centro do Roda Viva.
Eis o vídeo do programa Roda Viva de  02/07/2012.

http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/roda-viva-entrevista-o-sociologo-chico-de-oliveira


Um dos fundadores do PT, Chico de Oliveira abandonou o partido em 2003. Fez parte do grupo de dissidentes que ajudou a criar o PSOL, com o qual também viria a romper. Autor de diversos livros, foi premiado com um Jabuti em 2004, pela obra Crítica a Razão Dualista - O Ornitorrinco. Para o professor, "O ornitorrinco é um fracasso de Darwin" e por isso pode ser comparado ao Brasil, que alcançou a modernidade, porém ainda vive em atraso – “uma necessidade de como o país foi formado”.
No período de ditadura militar, Chico foi torturado em São Paulo e preso em Pernambuco. O esquerdista defende que os que cometeram crimes devem ser julgados e afirma que sabe quem foram os seus torturadores. Durante o programa, Chico citou o nome de dois delegados. Assista a entrevista na íntegra e veja a declaração.

O sociólogo diz que o Estado tem que ir atrás dessas pessoas e que se a Comissão da Verdade quiser o seu depoimento ele está disposto a falar. “A minha tortura não vale um tostão, só vale se foi sofrida em nome da liberdade”, declarou ainda.

Chico que participou efetivamente de partidos políticos, hoje afirma que não tem interesse em fazer parte do meio governante. “Eu não sirvo a nenhum governo. Não quero nada com o Poder, estou sempre contra ele”.
Além de criticar o governo, Chico fez declarações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula é muito mais esperto do que vocês pensam. O Lula não tem caráter, ele é um oportunista”. O sociólogo defende que Lula não liderou greves dos metalúrgicos. “Se ele quiser, que me processe. O Lula é uma vocação de caudilho, a ante-sala do ditador”.

Para o professor, a diminuição da pobreza é a parte fundamental de um governo de esquerda, mas não foi o Lula que fez. “Essa condição de benefícios sociais vem desde José Sarney”.

Sobre Fernando Henrique Cardoso, Chico disse o presidente se esqueceu do que o sociólogo sabia. “FHC foi de esquerda e foi até do Partido Comunista. Ele resolveu mudar porque decifrou que no Brasil ninguém chega ao poder sendo totalmente de esquerda”.

Já sobre Dilma, ele questionou se ela tem feito mesmo um governo de esquerda e disse ainda que a presidenta não consegue governar porque “Lula não deixa”.
O Roda Viva é apresentado pelo jornalista Mario Sergio Conti e, para esta edição, contou com os seguintes entrevistadores convidados: Ricardo Noblat (jornalista, Blog do Noblat), José Márcio Mendonça (jornalista e editor do blog A Política Como Ela É, articulista do jornal Diário do Comércio de S. Paulo e editor da coluna "Política e Economia na Real" no site Migalhas), João Gabriel de Lima (redator-chefe da revista Época), Liliana Lavoratti (editora-chefe do jornal DCI) e Ivana Jinkings (diretora da Boitempo Editorial e editora da revista Margem Esquerda, de estudos marxistas). O RodaViva também teve a participação do cartunista Paulo Caruso.


domingo, 1 de julho de 2012

ECONOMIA VERDE - ERRADICAÇÃO DA POBREZA - CRÉDITOS DE CARBONO - SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA


“DECODIFICANDO AS TESES:  ECONOMIA VERDE - ERRADICAÇÃO DA POBREZA - CRÉDITOS DE CARBONO - SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA”
Profa. Guilhermina Coimbra*

Decodificar as teses e ou, os discursos significa trabalhar em benefício de todos, tentando fazer compreenderas “teses” e os discursos competentes de autoridades nacionais e internacionais; significa tentar esclarecer e fornecer argumentos para que a população brasileira, devidamente esclarecida, mude o curso das políticas que  pretendem para o Brasil.

As “teses”, desde a Idade Média, têm papel fundamental para convencer os incautos a agirem a favor de interesses inconfessáveis contra os interesses deles próprios. Como seria impossível convencer os aldeões seres humanos de bem, residentes nas aldeias, a se juntarem aos exércitos, matando e morrendo para conseguir terras para os não-primogênitos dos titulares dos reinados da época, construíram a “tese” das Cruzadas – levar a palavra de Cristo aos árabes-pagãos. Com a “tese” das Cruzadas levaram multidões a se deixarem matar e morrer para se apossarem das terras dos árabes. Tempos depois, decodificaram as teses entendendo que a “verdade do palácio não era a mesma das praças públicas”. Atualmente temos diversos exemplos de “teses”, tais como, “restauração da democracia”, “deposição de ditadores nacionalistas”. Todas, sem exceção, “teses” maliciosas, fajutas, construídas para enganar incautos e justificar a invasão e posse de territórios alheios, alvos da cobiça dos “tesistas”.
Mas, as teses que nos interessam no momento são as expostas a seguir.
A ECO’92 ou Cúpula da Terra reuniu cerca de 110 Chefes de Estados no Rio de Janeiro. A Agenda 21 – o principal documento produzido, as “teses”estabeleceu planos de ação para um novo padrão de desenvolvimento, capaz de conciliar proteção ambiental, justiça social e crescimento econômico.
Vinte anos passados da Conferência ECO’92 e dez anos passados da Cúpula Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo, África do Sul, em 2002o Rio de Janeiro sediará a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Ssustentável, a RIO+20, cujo foco, reunindo Delegações de 150 países, concentrar-se-á nas “teses” seguintes: Economias Verdes e Erradicação da Pobreza dentro do objetivo maior: o desenvolvimento sustentável e a estrutura de governança de acordo com as pretensões do Conselho de Segurança da ONU.
Governar significa administrar, controlar, influenciar, induzir, sugestionar a opinião pública de um Estado, fazendo com que nacionais e estrangeiros residentes no país governado obedeçam, submetam-se, sejam influenciados e sugestionados pelo governante. A percepção, dos nacionais e estrangeiros residentes nos Estados eternamente em desenvolvimento e nos Estados subdesenvolvidos em situação de miséria crítica impediu a obediência, submissão, influência e sugestões dos respectivos governos, aos objetivos camuflados da ECO’92, completamente alheios aos interesses das populações desses Estados.
A “tese” do padrão de desenvolvimento conciliado com proteção ambiental, na prática, significava imobilizar a exploração econômica do território dos referidos Estados. Impraticável, portanto.
Imobilizar a exploração econômica do território dos Estados-alvos significa:  impedir que os nacionais explorem em grandes extensões do solo do Estado, a agricultura, a pecuária, a biodiversidade, a flora e qualquer outra atividade econômica, a pretexto de que são áreas de preservação permanente; impedir que os nacionais   extraiam do subsolo do Estado, a matéria-prima minérios estratégicos e críticos/“commoditties”, transformáveis em combustível; impedir que os nacionais explorem no mar territorial do Estado, os minérios estratégicos e críticos/“commoditties”, transformáveis em combustível (no Brasil, a desobediência ou a insubordinação resultou na exploração do Pré-sal); impedir que os nacionais  instalem plataformas de petróleo no mar territorial do Estado; impedir que os nacionais explorem o espaço aéreo e o espaço aéreo-espacial do Estado (o governo do Brasil, até que tergiversou e deixou que acabassem com uma das suas mais fortes companhias aéreas, abriu o mercado nacional para as empresas não-nacionais em concorrência desleal jamais praticada por nenhum Estado desenvolvido, privatizou os aeroportos etc.. Entretanto, não fiscalizou suficientemente, de modo a impedir a implosão da plataforma de Alcântara).
O crescimento econômico do Brasil, graças à sua insubordinação como participante da ECO’92, foi bom. Nos demais países também, graças à desobediência aos ditames da ECO’92, os governos sob fortes pressões, com marchas e contra-marchas continuam  tentando crescer.
A justiça social em alguns Estados foi conseguida através da distribuição de bolsas-família e de diversas outras políticas paternalísticas. Os governos distribuíram os peixes, mas, esqueceram de ensinar a pescar. Dos males o menor, a fome não espera, a fome mata. Em atenção aos propósitos dos “tesistas” (ECO’92) ensinaram, a transformar as garrafas plásticas em objetos, a reciclar o lixo, a fazerem artesanatos com produtos da natureza e do lixão, estão ensinando a dançar clássicos e modernos, estã ensinando a jogar futebol: as Comunidades em “estado-de-graça” ficaram agradecidas.
De acordo com a tese” da Erradicação da Pobreza, o Brasil está indo bem, um “exemplo a ser aplicado aos demais Estados da periferia”. Devem continuar a ensinar a transformar as garrafas pets em utensílios diversificados, a reciclar o lixo, etc., etc., nas Comunidades - e devem continuar a distribuir as “bolsas”, pois, as Comunidades são contentáveis com pouco, não precisam ter o mesmo desenvolvimento dos “tesistas” originais dos Estados super-desenvolvidos.
(Os que assistiram e gravaram a entrevista do Programa “60 Minutes”/GNT, deveriam divulgá-lo, pois, na referida entrevista, a representante da ONG, ao impedir a construção de hidroelétricas na Índia explicou que “não queriam que os indianos tivessem a mesma qualidade de vida dos originais do Estado da ONG, porque as populações dos Estados subdesenvolvidos não precisavam ter a qualidade de desenvolvimento igual à qualidade de desenvolvimento dos desenvolvidos”.)
Depois, quando não houver mais mercado interessado nos artesanatos, etc., no lixo reciclável, nem lugares suficientes nos palcos para abrigar os dançarinos (as) nem mercado suficiente para absorver todos os jogadores de futebol – podem contar com os “tesistas”, principalmente, para apoiar a “revolução” facilitando desse modo, a entrada dos “ajudantes  humanitários”, das “tropas de paz”, forçando em nome dos “direitos humanos e da paz dos amigos”,  a entrega das “comodditties”, dos bens e serviço públicos nos territórios onde conseguiram que impusessem as “teses”.
A “tese dos créditos de carbono é a “tese” que orienta os Estados super-desenvolvidos a comprar dos governos dos Estados sub e em desenvolvimento os “créditos de carbono”, ou seja, segundo os “tesistas”, o direito de “emitir carbono”, vez que os Estados sub e em desenvolvimento ainda não realizaram as atividades necessárias para se desenvolverem.
A “tese dos créditos de carbono significa que os governos dos Estados sub e em desenvolvimento, receberiam moedas (moedas podres, de nenhum valor, de acordo com a volatilidade dos câmbios) através da venda para os Estados super-desenvolvidos do direito de desenvolver as referidas atividades necessárias ao desenvolvimento econômico e social dos países que governam. Os governos dos Estados sub e em desenvolvimento que aceitarem o prevalecimento de tal”tese” estarão vendendo o direito de desenvolvimento, o direito de autonomia dos Estados por eles governados, um direito assegurado pelas Cartas da ONU e da OEA, Arts. 1º.).
(Na entrevista do representante de outra famosa ONG ele iz expressamente, que o único óbice às “teses”deles,...”são esses malditos nacionalistas...”, mas, que a ONG representada por ele ...”os comprava por pouco”...).
A “tese” do desenvolvimento sustentável, ou, a “tese” da sustentabilidade significa o compromisso assumido pelos Estados super-desenvolvidos de sustentar os Estados em desenvolvimento e os Estados subdesenvolvidos em troca da parte fértil do território deles. Na “tese” da sustentabilidade os representantes dos Estados super-desenvolvidos comprometem-se a sustentá-los e a manter dentro dos Poderes destes Estados os colaboradores e defensores da referida “tese”. (A “tese” da qual se trata não prima pelo ineditismo: no Brasil ela já foi tentada, mais ou menos em 1940, quando propuseram que o Governo brasileiro entregasse as jazidas do petróleo bruto para que fosse transformado em combustível fora do Brasil sob a condição deles venderem o petróleo brasileiro com o valor agregado, a preços módicos porque seria mais econômico para o Brasil entregar do que explorar as jazidas do seu território. Foi, inclusive, a motivação da campanha “O Petróleo é Nosso”).
A “tese” da governança ou das governanças significa que nos Estados em desenvolvimento e nos Estados subdesenvolvidos, diversas áreas de infra-estrutura (comunicação, internet, informática, transportes, energia e outros) serão administradas por comitês nacionais gestores, subordinados aos gestores internacionais.   A “tese da governança ou das governanças é o eufemismo de Governo Único ou, Governo Global, surgida com o nazismo e o fascismo. Aprovada a “tese” das governanças, a confederação de Estados super-desenvolvidos, governaria os Estados em desenvolvimento e os subdesenvolvidos, através desses comitês gestores nacionais subordinados aos internacionais. Nos Dicionários (Português, Inglês e Francês) a palavra “governança” inexiste. Em português as palavras que mais se aproximam foneticamente da palavra governança são: comilança, cujos sinônimos são fartura, abastança, abundância e excesso - e cujos antônimos são escassez, pobreza, concussão, desvio, ladroeira, patifaria e negociata; e a palavra lambança, cujos sinônimos são trapaça em jogo, intriga e trabalho mal feito – e cujos antônimos são roubalheira e ladroagem.
Na RIO+20 as “teses” têm títulos diferentes: Economias Verdes e novamente, Erradicação da Pobreza, já decodificada. Mas, os objetivos são idênticos, todos focando o objetivo maior que é o de alcançar o desenvolvimento sustentável, ou seja, vincular o desenvolvimento dos Estados-alvos à  dependência.
A “tese” das Economias Verdes significa, para o Brasil, que o verde da Floresta Amazônica e demais florestas brasileiras com suas respectivas biodiversidades e floras deverão permanecer imobilizadas a disposição dos interesses das empresas mineradoras, dos laboratórios pesquisadores da biodiversidade, do mercado internacional de “commoditties” e dos consórcios internacionais de distribuição de “commoditties”.
 A antítese são as “teses” decodificadas: somente os ignorantes - ausentes de saber por falta de informação – ou, os colaboradores, colaboracionistas e entreguistas sem visão de estadista, podem tentar defender e tentar aprovar “teses” cujo objetivo é a estagnação da parte fértil do território brasileiro.
Eis a síntese das “teses” que serão ferozmente defendidas. Mas, que é de se esperar, sejam todas reprovadas e rechaçadas na RIO+20. Em respeito às populações dos Estados subdesenvolvidos em estado de miséria crítica e em respeito aos nacionais e estrangeiros residentes no Brasil – há mais de sessenta anos contribuindo de fato e de direito para o desenvolvimento do país onde residem. O Brasil inclusivo, amigo e ótimo parceiro comercial de sócios diversificados - merece e exige respeito! *Curriculum Lattes

O PARAGUAI - O BRASIL - A OEA - O PROTOCOLO DE MONTEVIDÉU


Profa. Guilhermina Coimbra*.

A OEA está preocupada com a situação do Paraguai. A Comissão Interamericana considera inaceitável a expedição do juízo político do dia 21.6.12, pela Câmara dos Deputados do Paraguai cujo veredito de 39 votos a favor e quatro votos contra decidiram o “impeachment” do presidente constitucional e democraticamente eleito. Questiona a escassez de tempo de 24 horas, para a realização do processo e procedimento de um juízo imparcial, por se tratar de um Chefe de Estado de Direito.

Mas, os residentes no Paraguai – os diretamente interessados, porque serão eles os que sofrerão as conseqüências se estas forem funestas - estão totalmente de acordo com o ocorrido. Segundo eles não houve golpe de Estado. Todas as garantias do devido processo legal foram tomadas, o “impeachment” jamais poderá ser considerado um golpe de Estado, como querem fazer crer. Aplicaram cuidadosamente a Constituição da República. Consideram uma ignorância pretender tachar o fato como golpe de Estado, porque, ninguém foi deposto à força, não foi violada absolutamente, nenhuma norma legal, nem nenhum direito humano e o juízo político é uma alternativa prevista na Constituição do Paraguai. Informam que não é um governo de “direita” e sim um governo liberal. Quanto a razão de fato é a de que a população, cansada de todo tipo de ditaduras de “direita” e de “esquerda” não estava satisfeita com a dissimulada adesão do presidente deposto ao “bolivarianismo”. O consenso é no sentido de que, deveriam ter tomado a decisão um pouco antes e preservado a vida de sete policiais desarmados e onze falsos camponeses, Segundo eles, se tivessem demorado um pouco mais, teria havido mais derramamento de sangue, porque os radicais teriam tido a oportunidade de mobilizar, infiltrados disfarçados de camponeses armados e treinados por organizações estrangeiras, possuidoras de armas que nem os militares de lá têm. Segundo os residentes, as sentenças judiciais não estavam sendo cumpridos, escritórios privados emitiam títulos falsos, grandes, médios e pequenos proprietários de terra paraguaios e estrangeiros não estavam satisfeitos, entre outras razões, motivaram que acabasse como acabou, sem esperar os dias que ainda faltavam para o final do governo julgado impedido.

Outra forte razão foi o Protocolo de Intervenção, de Montevidéu, assinado pelo Presidente deposto, e denunciado pelo Congresso paraguaio como sendo um atentado à soberania paraguaia. A Alemanha foi o primeiro país a reconhecer o novo governo, aguardam o apoio do EUA e dos demais Estados que têm interesses no país. Aguardam que as relações com o Brasil – que também já aplicou um “impeachmente” – seja igual a de todos os países democráticos e que possam continuar sendo mantidas em nível igual ou, em nível até bem melhor. Sabem que não vão poder contar com a aprovação de dois governos de países sul-americanos, apesar de reconhecerem as coisas boas que fizeram em benefício dos Estados por eles governados, mas, consideram  grave o fato de terem acabado com as instituições, entre elas o Poder Judiciário, que no Paraguai carece de credibilidade e de independência, mas, é melhor do que o de alguns bem piores. E, também, não estão se
importando, nem com o apoio nem com a rejeição de mais um ou outro país vizinho ao novo governo, porque segundo eles o tratamento dentro e fora do MERCOSUL relativamente ao Paraguai nunca foi justo.

O Brasil é o principal país do Continente sul-americano com divisa com o Paraguai. Por esta razão, o governo do Brasil tem que estar atento à segurança dos “brasiguaios”, agricultores brasileiros porque eles constituem uma das principais forças da agropecuária paraguaia e está entre os alvos dos que se dizem sem-terra, permanentemente molestados por um movimento que não se distingue do banditismo, haja vista a atuação deles na Rio+20.

Na verdade, apesar de ter sido obedecido o devido processo legal e de todas as justificativas dos residentes no Paraguai, foi tudo muito estranho. Principalmente pelo fato ter ocorrido justamente no final da Conferência Rio+20. E, estranho, principalmente, também, pelo “zelo” da OEA. Como é notório, pelo histórico da OEA, um liberal bem radical, no governo de qualquer país da América do Sul, é o "sonho de consumo" dos interesses da Organização.

Para os que acompanham atentamente foi quase um recado – haja vista o governo do Brasil não ter se submetido a imobilizar o desenvolvimento, vendendo as fontes de riqueza do país, em troca de dinheiro – de pouquíssimo valor agora, de nenhum valor amanhã.

A democracia tem várias maneiras de ser capciosamente entendida. Mas, para os que residem nos países da América do Sul a democracia é o exercício de eleger diretamente aqueles que irão governar o país de acordo com os interesses dos nacionais e estrangeiros que nele residem. É a distribuição equitativa do poder dos eleitos para governar os que residem dentro do país. Este direito foi conquistado com esforço e sacrifício pelos países da América do Sul e deve ser defendido sem hesitação.

No Brasil e na América do Sul não se admite que democracia seja entendida como o governo de outros Estados em benefício de suas respectivas populações. No Brasil não se admite que democracia seja entendida como carta-branca aos poderes para que façam negócios de Estado, prejudicando os residentes. Não há como entender democracia como o poder de democratizar os bens públicos do Brasil entre os lobistas dentro do Brasil e os seus representados, fora do Brasil. Isto não é democracia, isto é colaboracionismo, é crime de lesa pátria. O mesmo raciocínio se aplica relativamente ao entendimento das palavras liberalizar, socializar e comunizar. Entender diferentemente é ainda inocentemente acreditar que os navegantes enfrentaram o Atlântico, chamado de Mar Tenebroso, por causa da pimenta, do cravo e da canela, acreditar em Papai Noel e em outras crendices.

Entretanto constata-se que jamais existiu entre os Presidentes que governaram o Brasil um Presidente brasileiro ao menos parecido ou que pudesse ser comparado com o Rei Farouk, Egito, o Xá da Pérsia (atual Iran) os Sheiks no Oriente Médio, os Mandarins na China  e os Marajás, na Índia. São exemplos de como não agir, são exemplos históricos que não recomendam ceder às pressões.


Independentemente, de estarem todos de acordo em exigir o saneamento básico, os tratamentos da água, do esgoto, de ter o meio-ambiente puro, saudável, despoluído e de exigir a imputação da responsabilidade as empresa poluentes – a população brasileira está atenta, a população percebe.
Os Tratados, Convenções, Acordos e Protocolos Internacionais tem que ter ampla divulgação: há muito deixaram de ser, acordos de Executivo. A população brasileira tem que conhecer as implicações desses instrumentos internacionais assinados em nome do Brasil, porque é a população quem vai pagar a conta. E população bem informada sempre foi o melhor escudo de Presidente bem intencionado.
O Brasil não está respaldado pelo compromisso de intervenção assinado em Montevidéu, porque esse Protocolo ameaça a soberania de todos os Estados Sul-americanos, sem excluir o Brasil.
O Brasil, amigo-inclusivo, merece respeito.
*Curriculum Lattes