Mas voltemos ao cartel do câmbio, só para encerrar esta parte. A maioria da população ignora que ele trouxe um prejuízo de R$ 70 bilhões à indústria nacional. É possível que o leitor tenha perdido o emprego por isso e nem saiba.
Quando o CADE abriu o Processo nº 08700.004633/2015-04, a impressão inicial era de que as únicas vítimas haviam sido empresas brasileiras que fechavam contratos NDF, negociados no mercado de câmbio off-shore – onde as transações não influenciam a cotação oficial do Real (PTAX), exceto em condições muito específicas. A PTAX baliza o câmbio das transações de comércio exterior, razão pela qual é decisiva para a rentabilidade e competitividade dos exportadores. À primeira vista, eles não foram afetados.
Acontece que o esquema off-shore era apenas a ponta do iceberg. A partir das informações prestadas nos acordos de leniência firmados em 07/12/2016, o CADE descobriu outra quadrilha, que operava no mercado de câmbio onshore associada à primeira, manipulando a PTAX e mantendo o Real artificialmente valorizado. O esquema era formado por três bancos nacionais e sete estrangeiros, contra os quais o CADE abriu o Processo nº 08700.008182/2016-57:
- BTG Pactual
- Itaú
- Santander
- HSBC
- ABN Amro
- BBM
- BNP Paribas
- Citibank
- Fibra
- Société Générale
Mediante deliberações conspiratórias levadas a efeito de janeiro/2008 a dezembro/2012, as instituições acima recorriam a vários artifícios para moldar tendências do mercado, inclusive mobilizando imensas quantias para influenciar a formação da PTAX rumo ao patamar desejado. Uma vez que a PTAX é usada no País como parâmetro para operações de comércio exterior, o cartel prejudicou todas as empresas engajadas na batalha da exportação, bem como aquelas afetadas pela concorrência dos importados. Segundo a AEB, a alta excessiva e prolongada do Real impediu a indústria de gerar 2 milhões de empregos, levando em conta as oportunidades que não puderam ser aproveitadas em conseqüência da perda de competitividade do produto nacional. Este número reflete apenas as vagas que a indústria deixou de abrir, não as vagas fechadas por fábricas que deixaram de exportar, mercê da perda de mercados no Exterior. Também não inclui os postos de trabalho eliminados pelo estrago que o câmbio provocou no sentido inverso, ao viabilizar a entrada massiva de importados.
Desde o ano passado, mais de 100 empresas ingressaram na Justiça contra os bancos do cartel, exigindo indenizações equivalentes aos prejuízos que sofreram com alta prolongada do Real. Na lista de reclamantes há nomes de peso do setor produtivo: Suzano, Petrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional, Odebrecht, WEG, Marcopolo, Vale do Rio Doce, Usiminas, Estaleiro Brasa, etc. Sintomaticamente, até agora o episódio não recebeu atenção do MBL, do ILISP, do Instituto Mises e outros fantoches da agiotagem internacional. Decerto eles dirão que a solução é "abrir o mercado". Ora, não é o Brasil que deve renunciar à sua política cambial para evitar a formação de cartéis! São esses malditos usurários que devem respeitar as nossas leis! Caso contrário, que sejam processados e postos para fora! Isso já teria acontecido se o País tivesse brio, mas aqui eles ficam impunes. E inclusive são convidados a participar do governo...
II – A POLÍTICA DE DOAÇÕES DO BANK OF AMERICA: FINANCIAMENTO DO ABORTO, DO GAYZISMO, DO AMBIENTALISMO, DO FEMINISMO E DO DESARMAMENTO
Já que Paulo Guedes cogita vender o BB ao Bank of America, vejamos que tipo de atividade política esta instituição tem patrocinado pelo mundo afora. As informações a seguir podem ser verificadas na prestação de contas que o banco entregou à Receita Federal dos EUA, referente ao exercício fiscal de 2016. O documento tem 2516 páginas, das quais 16 foram digitalizadas e anexadas a este post, para que o leitor possa checar os dados expostos abaixo:
(1) O Bank of America doou US$ 2.046,00 à ONG National Wildlife Federation, conforme consta nas páginas 2341 e 2342 da citada prestação de contas. Em mais de uma ocasião, a National Wildlife Federation envolveu-se em atividades nocivas aos interesses nacionais. Foi uma das articuladoras do Encontro de Altamira, epicentro da campanha ambientalista que barrou a construção da hidrelétrica de Cararaô, segundo documento produzido pelo Departamento de Inteligência Estratégica do Ministério da Defesa (Memorando nº 239-DIE/SPEAI/MD, 14 de novembro de 2007)
(2) O Bank of America doou US$ 500,00 à Amazon Conservation Team, conforme consta na página 2383 da citada prestação de contas. Desde 2006, está comprovado que a ONG acima infiltrou-se no Parque do Xingu e contrabandeou plantas medicinais para o Exterior, em proveito de empresas estrangeiras do setor de cosméticos e produtos farmacêuticos (Relatório Final da CPI da Biopirataria, pp. 146-152 e 232-234)
(3) O Bank of America doou US$ 6.420,00 à ONG The Nature Conservancy, conforme consta na página 2383 da citada prestação de contas. A entidade foi uma das patrocinadoras da campanha contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, segundo a Agência Brasileira de Inteligência (Relatório de Inteligência nº 0251/82260/ABIN/GSIPR, Confidencial, de 9 de maio de 2011). Mais recentemente, em 12 de novembro de 2017, a TNC invocou a Convenção nº 169 da OIT para solicitar ao Ministério Público Federal que impeça a construção de hidrelétrica de Teles Pires.
(4) O Bank of America doou US$ 8.380,00 à Planned Parenthood Federation of America, conforme consta na página 1655 da citada prestação de contas. A entidade é a maior prestadora de serviços abortivos dos EUA. Opera em outros países por intermédio da IPPF (International Planned Parenthood Federation), que mantém no Brasil uma filial registrada sob a denominação BEMFAM - Bem-Estar Familiar. A BEMFAM chegou a montar um serviço de orientação para mulheres interessadas em abortar em Campinas (Estado de São Paulo, 31/05/2007, p. A-16)
(5) O Bank of America doou US$ 2.000,00 à International Gay and Lesbian Human Rights Commission, conforme consta na página 1696 da citada prestação de contas. No Brasil, a entidade é representada pelo Grupo Gay da Bahia, que está filiado aos seus quadros desde 1995.
(6) O Bank of America doou US$ 3.100,00 ao Equality California Institute, conforme consta na página 98 da citada prestação de contas. O instituto tem como objetivo "trazer as vozes da população LGBTQ e dos seus aliados para as instituições de poder na Califórnia no restante dos Estados Unidos", segundo informação disponível na sua página oficial.
(7) O Bank of America doou US$ 2.500,00 à Gay, Lesbian, Bisexual, Transgender Historical Society of Northern California, conforme consta na página 340 da citada prestação de contas.
(8) O Bank of America doou US$ 4.549,00 ao Lesbian and Gay Community Services Center, conforme consta na página 1767 da citada prestação de contas.
(9) O Bank of America doou US$ 4.000,00 ao Capital District Gay & Lesbian Community Council Inc., conforme consta na página 1849 da citada prestação de contas.
(10) O Bank of America doou US$ 10.550,00 ao San Diego Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender Community Center, conforme consta na página 151 da citada prestação de contas.
(11) O Bank of America doou US$ 2.500,00 ao Aid to Women Center, conforme consta na página 86 da citada prestação de contas. Em sua página oficial, a entidade informa que oferece assistência às mulheres que enfrentam gestações não-planejadas.
(12) O Bank of America doou US$ 27.090,00 ao Downtown Women's Center, conforme consta na página 99 da citada prestação de contas. A organização é dirigida por Lisa Watson, uma conhecida militante feminista.
(13) O Bank of America doou US$ 13.035,00 ao Women's Impact Fund, conforme consta na página 1363 da citada prestação de contas. Em sua página oficial, a entidade informa que busca promover a "igualdade de gênero" e o "empoderamento da mulher".
(14) O Bank of America foi uma das 379 empresas que peticionaram junto à Suprema Corte dos EUA, na qualidade de Amici Curiae, em apoio ao reconhecimento obrigatório do "casamento gay", no contexto do caso Obergefell vs. Hodges (2015). O documento pode ser acessado aqui:
https://www.lieffcabraser.com/pdf/marriage-20150305.pdf
(15) O Bank of America figura na lista de instituições que fazem doações anuais superiores a US$ 50.000 ao Center for American Progress, um think-tank que se opõe ao direito de portar armas. A informação pode ser obtida na página oficial do Centro, que fornece sua relação de patrocinadores:
https://www.americanprogress.org/about/c3-our-supporters/
Notem que as quantias acima foram desembolsadas em 2016. As cifras seriam muito maiores se eu puxasse os relatórios dos 10 anos anteriores.
III – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguém precisa dizer que o rei está nu. Parece que muitos aqui temem apontar o elefante na sala, porque aí teriam de enfrentar os fatos. E os fatos nos levam a uma conclusão incontornável: é impossível manter esta equipe econômica no contexto de um governo que se afirma comprometido com a defesa dos interesses nacionais. Supondo que reste a Bolsonaro algum vestígio de patriotismo, ele deve descartar Paulo Guedes, seus indicados e quaisquer indivíduos ligados a ele.
E nunca é demais repisar: referindo-se a Alexandre Bettamio como "meu amigo", Paulo Guedes confirmou tê-lo convidado para assumir a Presidência do BB. Obviamente, ele sabe que Bettamio presidia a filial do Bank of America no Brasil quando esta instituição tomou parte no cartel do câmbio, um esquema de manipulação que impôs prejuízos bilionários à indústria nacional e levou à falência inúmeras empresas. Por enquanto, Bettamio não foi indiciado, mas seu subordinado Renato Giffoni já está no banco dos réus. E não tardará a fazer delação premiada.
A verdade é que o Bank of America sequer deveria ter permissão para funcionar no Brasil. Em circunstâncias normais, o governo cassaria a licença de qualquer instituição estrangeira engajada em atividades nocivas ao desenvolvimento industrial do País e à saúde moral da população. Assim seria se o Brasil fosse regido pela Doutrina Social da Igreja, mas não é. Aqui as portas estão abertas para usurários interessados em parasitar a Nação e dopá-la com o ópio do gayzismo, do aborto, do ambientalismo e do feminismo. A presença de Paulo Guedes no gabinete ministerial é apenas o sintoma mais evidente da infiltração exógena que vem sendo denunciada neste espaço. Como bom serviçal do globalismo, ele assumirá suas funções com uma missão: aprofundar o processo de desnacionalização e desindustrialização que o País vem sofrendo desde 1990. Ele é o novo proxeneta da República. Podem anotar: Paulo Guedes e seus comparsas vão afundar o Brasil e depois culparão a conjuntura pelo desastre que planejaram. A Argentina de hoje é o Brasil de amanhã. Estou escrevendo estas linhas para resgatar o post daqui a dois anos e dizer que avisei. Desde 2016, era perceptível que, pela falta de um bom aparato de contra-inteligência, a chapa do candidato rebelde acabaria sendo infiltrada, capturada e domesticada por grupos financeiros internacionais interessados em se apoderar da Terra de Santa Cruz.
É possível reverter este quadro? Sim, mas para isso é preciso que cada um faça a sua parte. O Presidente não se importa com as críticas da oposição, mas já demonstrou que é sensível à pressão da sua base de apoio. Lembram de como ele ficou quando seus seguidores foram em peso à sua página para xingá-lo por ter apoiado a PEC do Teto? Apenas uma forte reação será capaz de forçá-lo a alterar a composição da sua equipe econômica: pressão das ruas, pressão das redes sociais e pressão dos quartéis. Alguns podem até alegar que isso daria argumentos para a esquerda, mas eu digo o contrário: mostraria ao País que conservadores não negociam seus valores, não têm medo de cortar na própria carne e nem têm políticos de estimação.
Quero encerrar chamando vossa atenção para a responsabilidade dos militares, a quem a imagem do Presidente está associada de maneira irreversível, embora o Exército não tenha se engajado na campanha eleitoral enquanto instituição. Inevitavelmente, os erros e delitos do novo governo serão imputados aos militares, dando às esquerdas um pretexto para deflagrar uma onda de revanchismo muito mais violenta do que aquela que começou em 1985 e culminou com a Comissão da Verdade. Portanto, prestem atenção, oficiais e praças das Forças Armadas! Toda a população está com os olhos voltados para vocês! Já passou da hora de emparedar o Presidente e endireitar o rumo desse governo!!! Depois não digam que não avisei, porque resgatarei este artigo daqui a dois anos. Muitos ainda não entenderam o que está em jogo. Não é apenas o prestígio do estamento fardado nem a sobrevivência da nascente direita brasileira. É a preservação da soberania nacional – ou do que restou dela. Amanhã, quando esse período da nossa História for julgado, os civis contarão com o atenuante da ignorância. O mesmo não se aplicará àqueles que, por dever de ofício, estudam as questões ligadas à salvaguarda da identidade, da segurança e da independência do Brasil.
As Forças Armadas são o fiel da balança. O futuro depende inteiramente delas.
Mais uma vez, agradeço aos leitores pela paciência e pela atenção. E que Deus nos ajude a proteger este País que amamos! [1]