jornalistas que cobram a independência QUE JAMAIS TERÃO.
Loryel Rocha
Vou repetir o que já disse várias vezes:
Em 1834, onerados com um empréstimo português, o Brasil foi transformado em escravo da casa bancaria judaica Rotschild. O Brasil tornava-se independente para ficar subordinado : "deixe-me dirigir a nação que não me importarei com quem redige as Leis". Que a Justiça, as Instituições, os intelectuais do Brasil que não se deixaram contaminar pela corrupção, ajudem o Brasil a exterminar de vez os cleptocratas que tomaram o Brasil de assalto, praticando democídio contra os menos favorecidos.
Atualmente, sabemos da existência de diversos think tanks, reconhecidos dentro do espectro político à esquerda, (a considerar a situação latino-americana), como o think tank Olga, Clacso, Flacso e Unasul [10]. Em determinados posicionamentos, até o think tank do BRICs e o IPEA podem ser considerados. É uma realidade ainda ignorada em muitos trabalhos a reação política de institutos frente às atuações de entidades tradicionais brasileiras no quesito afetação às políticas públicas. O último extrato do gradiente da visão política foi a categorização de que think tanks são entidades planejadas e coordenadas, que atuam desde o início do século XX, numa conjunção de esforços e de forma linear, a difundir na opinião pública os ideais da Sociedade Mont Pèlerin.
Esta Sociedade é a alcunha do Congresso
Walter Lippmann, iniciativa de Hayek e apoiada por William Röpke com o intento
de reunir banqueiros e empresários para financiar o projeto a longo prazo de
sensibilização da sociedade para pautas neoliberais. Tinha em seu quadro de
participantes, figuras proeminentes do mundo acadêmico daquele período, como
Karl Popper, Milton Friedman e Frank Knight da Escola de Chicago, Ludwig Von
Mises da Escola de Viena de Economia e Lionel Robbins da London School of
Economics, Denise Gros e a Gradiente no Brasil. O
problema de entender os think tanks unilateralmente (conforme o gradiente) no Brasil
,como entes permanentes de emanação do liberalismo, ou como centros
conspiratórios ou de defesa cega aos
interesses do capital, é perder parte do processo complexo de permeabilidade no
tecido social nas quais estas entidades e representantes destas entidades
ocupam. Por exemplo, a FGV foi senão a
primeira, mas uma das primeiras universidades a proporcionar o curso de pós graduação
em lobby.
Há um crescente debate sobre a regularização do lobby no Brasil. Há um processo em tramitação no congresso para isso e a atividade já consta no cadastro de ocupações do Ministério do Trabalho. Os autores Wagner Mancuso e Andreia Gozetto, publicaram um livro de introdução ao lobby, com histórico da atividade, conceito, lista de atividades dos lobistas, problemas éticos envolvidos etc. O lançamento do livro foi publicado em jornais. Andreia Gozetto faz palestra em órgãos públicos sobre lobby e é possível que o livro se torne uma referência no assunto, com o apoio de um grande think tank, editora do livro, chamado FGV. Através do livro da Professora Andreia - que leciona na FGV – o assunto vai percorrer alguns centros que podem impulsionar o tema, e é assim, que o assunto entra em pauta nos centros decisórios. Através de contatos formais e informais com o apoio destas entidades.
O debate entre Thomas Friedman e Ignacio Ramonet[1] exemplificam os posicionamentos contrários e favoráveis à esta possível: nova ordem mundial. Para Friedman, a globalização seria o resultado dos erros cometidos no mundo quando houve a polarização entre capitalistas e socialistas e que, numa nova sociedade onde há uma diversidade cultural, prepondera a mais forte, ou seja, a norte-americana, então nesta perspectiva, “a globalização tende a americanizar as culturas” (VICENTE, 2009. Pg. 129). As novas tecnologias criadas no contexto da globalização poderiam ser a saída para encontrar o equilíbrio entre o Estado e as liberdades individuais.
Gramsci e Polanyi, entre outros, enfatizaram as dimensões políticas do liberalismo econômico; ao fazerem, eles tinham em vista, predominantemente, a política interna. Tanto Gramsci quanto Polanyi absorveram o idealismo italiano e alemão de sua época, embora ambos tirassem a sua inspiração política da Rússia – Polanyi dos Populistas com sua base camponesa, Gramsci dos bolcheviques com seu apoio proletário.
Churchill, Roosevelt e Stalin em Ialta, na Crimeia fevereiro de 1945. Conferência de Ialta na Península da Crimeia para definir os próximos passos. A ONU fez parte do plano. Palácio de Livadia, em Ialta, sediou a conferência que estabeleceu a nova ordem mundial.
A Segunda Guerra (1939-1945), deu início à uma “nova ordem mundial” com transnacionalização de empresas e o surgimento de organismos mundiais de regulação, levar o ideal da democracia estadunidense para todos os continentes. Os sistemas democráticos pelo mundo, promoveram a conjectura necessária para o surgimento dessas entidades e estão completamente atrelados ao funcionamento delas (SOARES, 2009; PIVATTO Jr, 2017).
Em 2016 (ano do impeachment).
Alguns artigos jornalísticos, ou ligavam think tanks estadunidenses conservadores
aos movimentos de "direita" que mobilizaram manifestações em prol do impeachment
da Presidente Dilma Rousseff no Brasil - principalmente a repercussão da reportagem
“A Nova Roupa da Direita”, da Agência Pública publicada em 23 de junho de 2015 [7]
- ou vinham em defesa dos think tanks, como o artigo escrito por Rubens Barbosa,
ex embaixador brasileiro em Washington e presidente do Instituto,
publicizando no Estadão, o novo think tank “Instituto de Relações
Internacionais e Comércio Exterior – Irice”.[11]
James G. McGann Senior Fellow Director - Think Tanks and Foreign Policy - criou o Global Go-To Think Tank Index, que classifica os think tanks em todo o mundo - e que é coberto pela mídia em todo o mundo. Mais recentemente, ele iniciou uma série de cúpulas de grupos de reflexão e realizou uma ou mais cúpulas em quase todos os continentes.
A formação dos institutos
think tanks estão estreitamente interligadas com este momento. No período da
Segunda Guerra (1939-1945), as salas reservadas para as definições estratégicas
ficavam “tão afastadas do mundo da ação quanto aquários ou tanques de peixes” (BURKE,
2003), que fez surgir a expressão “think tanks”. Em tradução literal “tanques
de pensamento”. Esta gíria militar foi tomada de empréstimo para designar
instituições que se concentram “mais na pesquisa do que na docência e mais na
política e na economia do que nas ciências naturais e sociais” (BURKE, 2003). Indo de 12
institutos durante a Segunda Guerra (1939-1945) para 400 em 1968. Até hoje 2019, existem think tanks em todas as frentes com apenas um objetivo: o proletariado das massas.[3]
A criação do Departamento
Administrativo do Serviço Público – DASP em 1938, (precedido pelo Conselho Federal
do Serviço Público Civil - CFSPC) com o objetivo de regulamentar corpos
públicos e realizar concursos de provas e títulos. Segundo Sérgio Miceli (1979)
o DASP teve papel fundamental no recrutamento de especialistas para o setor
público e criar uma espécie de ranqueamento dos diplomas e, consequentemente
dos profissionais, que não estariam de acordo com as diretrizes dos programas
que foram adotados durante o período populista (1945-1964).
NOTAS:
[1] Ignácio Ramonet,
ex-aluno de Roland Barthes, forjou o termo “quinto poder” para designar a
pressão que a mídia, calcada com tecnologia disponível para a comunicação de
massas, provoca na “balança” do Estado, VIVAR, Jesús Miguel Flores. GUADALUPE,
Aguado Guadalupe. Blogs, Sociedady Quinto Poder. Revista Anagramas. Medellín:
Universidade de Medellín, jan. a julho de 2007. Vol. 5. N. 10. Disponível em - Ignácio
Ramonet é fundador do Observatório de Meios de Comunicação – Media Watch Global
– junto com Armand Mattelart. Informação em ALBORNOZ, Luís A. Os observatórios
ibero-americanos de informação, comunicação e cultura-balanço de uma breve
trajetória. Revista Compós. Brasília: Associação Nacional de Programas de
Pós-Graduação em Comunicação, 2006.
[2]Tradução de
Fernando de Castro Ferro para think tank no livro “Centrais de Ideias” de Paul
Dickson, publicado em 1975 no Brasil pela editora Melhoramentos.
[3] ‘tanques de
ideias’, dedicadas a criar ideias e disseminar informações.” (FOLHA DE SP,
26/02/1968, p.06, 2º Caderno)
[6] Site Hero. https://hero-health.org/membership/think-tank-members/
[7] https://apublica.org/2015/06/a-nova-roupa-da-direita/
[8] https://amp.economist.com/openfuture/2019/05/29/can-think-tanks-survive-a-post-fact-world.
[9] http://cicib.ibict.br/index.php/manuais.
[10] http://flacso.org.br/?p=23584
[11] Estadão online de 22/03/2016. https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,novothink-tank-em-sao-paulo,10000022535.
[12] https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/12483.
[13] Partidos Politicos e Think Tanks no Brasil- Conselheiro Acácio- Loryel Rocha: https://www.youtube.com/watch?v=3YxyS3uGaq4&t=185s&ab_channel=InstitutoMukharajjBrasilan(IMUB)&fbclid=IwAR3E79sVaiUQ6qlQMWf6F10TxI0noEh_Bx9VdaJOD8V3nCjvUPNBegmkQX4
[14] O Banco de Compensações Internacionais ("BIS") foi estabelecido em Basel, Suíça, em 1923, para lidar com as questões financeiras remanescentes da Segunda Guerra Mundial, oi o primeiro dos bancos internacionais semipúblicos. Ao longo dos anos, suas funções mudaram e, em grande parte desde o final da década de 1970, em decorrência do projeto da guerra fria, tem servido como o local para os bancos centrais e reguladores financeiros do mundo reunirem ideias e lidarem com questões financeiras internacionais. Um grupo de comitês, composto em grande parte por representantes de banqueiros centrais, se reúne no BIS e tem emitido memorandos e projetos de regulamentos sobre uma série de assuntos que afetam a atividade bancária internacional. Entre eles estão a regulação do capital, a gestão de conglomerados internacionais e os problemas decorrentes do banco eletrônico. Os problemas bancários mundiais sensibilizaram os observadores para a ausência de regulamentação coordenada e para a necessidade de alguma forma de controle unificado, a necessidade de um regulador bancário internacional cada vez mais reconhecido. O BIS chega mais perto do que qualquer outra organização de cumprir essa função. O Fundo Monetário Internacional ("FMI") chega perto, mas é muito politizado e tem estado muito envolvido na tentativa de enfrentar uma série contínua de crises para fazer qualquer pensamento de longo prazo. Apenas o BIS atraiu os recursos intelectuais para analisar e resolver problemas internacionais de uma maneira “cuidadosa” e deliberada. Apenas a produção do BIS está sendo adotada nos centros bancários mundiais. O BIS foi proposto como um regulador financeiro sênior mundial. A atividade bancária é, obviamente, conduzida localmente, embora seu alcance seja internacional, fomentar qualquer órgão como um regulador sênior com o poder de impor regras exigiria compromissos maciços entre os reguladores nacionais para alcançar um conjunto central de regras. Também envolveria uma abdicação das medidas de soberania dos Estados constituintes. Um esforço desse tipo arriscaria destruir todo o conceito. Em vez de começar um golpe tão ousado em um momento tão inoportuno, este artigo argumenta que o mundo bancário internacional se sairia muito melhor auxiliando o BIS a prosseguir no caminho atual. À medida que continua a amadurecer, até concluído domínio total pela NWO. https://mudancaedivergencia.blogspot.com/2019/10/think-tanks-surgiu-em-fevereiro-de-1945.html - https://ir.lawnet.fordham.edu/faculty_scholarship/484/?fbclid=IwAR1FiW7sinDAhFXCQqdn2RDvk6D-BEZ79PPzXdBPSIxlIDNh_1AV1rswchY
Por Priscila Garcia Amigo, vocês percebem as coisas ao contrário, o que pra mim é deveras impressionante. O nazismo não foi e nem é uma "força autônoma ela mesma": mas sim o PRODUTO CONCRETO de uma construção política que já existia muito antes dele aparecer, e que o FINANCIOU como "modelo de governo", aí incluindo a economia - uma economia escravocrata, tanto quanto a do comunismo, que foi igualmente financiado pela mesma construção política "discreta". Das duas doutrinas-gêmeas, o nazismo é a mais ortodoxa - a que REPRESENTA com maior fidelidade o paradigma do "iluminismo político". Em suma : não foram os nazistas que "inventaram a NWO": o nazismo é que foi uma invenção dos controllers de uma nova ordem a ser imposta sobre o mundo... Há centenas de links na www a respeito do BIS - creio que você não terá nenhuma dificuldade em encontrar informações a respeito. Boto aqui um, escolhido ao acaso - mas leia o máximo que puder, para juntar informação: que é a única maneira de ter alguma noção de como funciona o mundo em que vivemos todos.https://www.facebook.com/priscila.garcia.31337194
CRÉDITOS: Ana Cláudia
Pinheiro UFSC - Pensando os Think Tanks: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/200505/TCC_AnaClaudiaPinheiro_2019.pdf?sequence=1&isAllowed=y
IPEA - QUEM É QUEM? https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=177:quem-e-quem&catid=120:presidencia&Itemid=68
Desconfie sempre de todos aqueles que, com palavras emotivas e brilhos nos olhos, prometem reinventar a roda em matéria econômica, quase sempre recorrendo a meras frases de efeito. "os políticos não podem enriquecer as sociedades; mas podem, facilmente, empobrecê-las". O vitimismo dos militares durante todo o tempo, mesmo após 1985, que hoje no poder, se revelam os carrascos da extrema-esquerda.
Em 1932, Getúlio
Vargas foi o primeiro presidente do país a enfrentar a questão da dívida
pública. Através de uma AUDITORIA DA DÍVIDA enfrentou o poderoso capital
internacional reduziu consideravelmente a dívida externa comprovando
irregularidades e cláusulas abusivas que constituíam crimes de lesa-pátria,
realizando, para isso, uma auditoria da dívida pública brasileira reafirmando
os compromissos soberanos do nosso país.
Getúlio teve a coragem de mandar executar a auditoria da dívida pública expondo as mentiras da clã Rothschild dentro do Brasil MAS, pecou por manter os regimes autoritários com militares tiranos, entreguistas no comando desde o RGS, no entanto, fez valer a CLT - Consolidapção das Leis trabalhistas, estatizou a Petrobrás, a VRD, a Eletrobrás.
Em sua
CARTA-TESTAMENTE sem o apoio dos militares que desde 1889 sufocam a falsa República para conseguirem libertar para os de fora do Brasil, a Eletrobrás e todo o urânio que existe no solo e no sub solo brasileiro, escreveu:
"Mais uma vez as
forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam
sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o
direito de defesa.
Precisam sufocar a
minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como
sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é
imposto.
Depois de decênios de
domínio e espoliação dos GRUPOS ECONÔMICOS e FINANCEIROS INTERNACIONAIS fiz-me
chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o
regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do
povo.
A campanha
subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais
revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros
extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário
mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na
potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a
funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o
desespero. Não querem que o trabalhador seja livre". (Getúlio Vargas)
Oswaldo Aranha:
A Dívida externa do
Brasil em 1934-1
Exposição de Motivos
do senhor Ministro da Fazenda, N.° 56 —
Gabinete, de 3 de
fevereiro de 1934, referente ao assunto que deu
motivo à expedição do
decreto n? 23.829, de 5 de fevereiro de 1934 (Esquema Oswaldo Aranha).
Excelentíssimo Senhor
Chefe do Governo:
As dívidas estaduais e municipais estavam com seus serviços suspensos, comprometendo o nosso crédito no exterior. A solução a ser procurada devia, pois, ser compreendida de toda a dívida brasileira, sem exclusões prejudiciais ao nosso bom nome internacional. O Brasil queria sair da situação do terceiro "funding", não para outra operação similar. Não nos era possível continuar a usar desse expediente, acrescendo as nossas dívidas com a emissão de novos títulos, vencendo juros para pagar juros vencidos. Não era, também, possível fazer qualquer acordo, além das nossas possibilidades reais. Daí a ideia de entrar em entendimento claro com os nossos credores dentro das linhas gerais, agora consagradas pelo novo esquema. O Brasil nunca pagou seus empréstimos com seus próprios recursos sempre novos empréstimos para manter os antigos. Não tinha o Brasil para atender a essas dívidas senão os saldos de sua balança comercial, que vinham, menos do que os demais países, mas, mesmo assim, decrescendo vertiginosamente. Os saldos de 1931/1932 e 1933 foram aproveitados para corrigir a situação deixada em 1930, de vultosos descobertos e atrasados, para manter os serviços dos "fundings", dos empréstimos paulistas de café, o de alguns Estados e as despesas governamentais no exterior. Tomamos de empréstimos £ 431.418.254, pagamos £ 179.951.871 e devemos, ainda, £251 .466.383, capital em circulação.
A realidade é que,
pagando dívidas com novas dívidas, a nossa política fez aumentar essas dívidas,
ao invés de diminuí-las. Os próprios ''fundings'' não são senão expedientes,
artifícios usados para postergar pagamentos com emissão de títulos, que passam
a constituir, praticamente novos empréstimos. O esquema, que é objeto do
decreto que tenho a honra de submeter à aprovação de Vossa Excelência,
contrariando essas normas, importa na redução virtual do capital pela redução
real dos juros e na incorporação ao país de vultosa importância que deveria ser
paga aos nossos credores. [8
A Casa Rothschild,
informada de que sua colaboração no lançamento de um empréstimo brasileiro não
seria vista com bons olhos pelo Sir Austen Chamberlain, Secretário de Estado no
Foreign Office, insistiu em que a posição deveria ser reconsiderada, pois era
provável que seus associados norte-americanos concedessem o empréstimo
sozinhos, o que seria prejudicial aos interesses britânicos no Brasil. [1]
Regime Militar:
Em 1964 a dívida
externa brasileira somava US$ 3,294 bilhões e, em 1985 totalizava US$ 105,171
bilhões, ou seja, cresceu 32 vezes durante os governos militares, com apoio dos
veículos de comunicação e sob o escudo da falta de transparência. Os jovens estudantes, intelectuais, que
procuravam protestar contra a corrupção e demais atrocidades do regime corriam
o risco de serem sequestrados, torturados e mortos. Os crimes cometidos pelos
militares podem ser comprovados por diversos documentos (uma sugestão é
conhecer o projeto Memórias Reveladas). Sem dúvida, a dívida pública está entre
uma das piores heranças que recebemos da ditadura militar. Os contratos firmados pelos militares com
bancos, principalmente norte-americanos, possibilitaram o ingresso no Brasil de
dólares sem lastro devido à quebra do acordo de paridade do dólar com o ouro em
1971, de forma unilateral pelo presidente dos EUA e ainda a cobrança de juros
flutuantes. Essa prática é considerada crime por acordos internacionais como a
Convenção de Viena de 1969. O aumento das taxas de juros desses contratos de
cerca de 5% para mais de 20% no final dos anos 1970 impactou a crise de
diversos países nos anos 1980, inclusive do Brasil.[2]
Na década de 80 sob o
regime militar, ficou conhecida como “década perdida”. O Banco Central passou a
pagar por uma dívida que nunca havia recebido, extraindo recursos que
provocaram impressionante retrocesso socioeconômico devido ao sangramento de
recursos orçamentários destinados ao pagamento do serviço da dívida externa. O
Brasil se transformou em exportador de capitais, ao mesmo tempo em que
aprofundaram-se as desigualdades sociais, o desemprego, a paralisação da
economia real e a completa subserviência aos interesses financeiros privados
que ignoram flagrantemente a soberania nacional, sob a regência do FMI, que
passou a reger todas as decisões econômicas do país de forma explícita. parte da dívida “externa” foi transformada em
dívida “interna”, década de 90, transformação realizada em Luxemburgo (Plano
Brady), dos quais uma parte foi utilizada como “moeda” na compra de empresas
privatizadas, outra parte foi transformada em dívida interna no início do Plano
Real, quando se praticava juros exorbitantes “para controlar a inflação”, e
outros seguiram sendo reciclados em outros títulos da dívida externa e interna.
Embora existam diversos indícios de ilegalidades e até fraudes nas negociações
da dívida externa com bancos privados internacionais e na dívida interna gerada
por mecanismos sem contrapartida alguma à sociedade que paga a conta, a
auditoria oficial nunca foi realizada da “Securitização de Créditos”, é a nova
modalidade de geração de dívida pública disfarçada, a qual é paga por fora, com
recursos arrecadados de contribuintes, desviados durante o seu percurso pela
rede arrecadadora, de tal forma que sequer alcançarão os cofres públicos. Tal esquema possibilita que o mercado
(NEOLIBERALISMO DOS MILITARES: TUDO PARA O MERCADO, NADA PARA O ESTADO) se
aproprie diretamente do fluxo de arrecadação tributária, antes que os recursos
alcancem o orçamento público, o que fere a Constituição e toda a legislação de
finanças do país, que é estruturada no princípio do orçamento único. [3,4,5]
Fraude na
Constituição de 1988:
Em 1988 os
constituintes burlaram, fraudaram o Art. 166 pela qual não era mais necessário
indicar fontes de receita nas emendas destinadas ao pagamento do “serviço da
dívida”, sem o crivo do Congresso, a
folha deveria ter a rubrica de todos os 14 líderes partidários. Mas continha
apenas as dos líderes do PMDB e do PTB, Nelson Jobim e Gastone Righi. [6]
Em 1988 os constituintes burlaram, fraudaram, ao art. 167, inciso III, da Constituição, conhecido como “regra de ouro”, que proíbe a emissão de títulos da dívida pública para o pagamento de despesas correntes, tais como juros, salários e gastos para a manutenção do Estado. O pagamento dos juros abusivos pagos pelo governo brasileiro tem sido possibilitado mediante a emissão de novos títulos da dívida, que são contabilizados como se fosse amortização. Dessa forma, o volume de amortizações anual é de centenas de bilhões de reais e a dívida cresce na mesma proporção!
A Proposta de Emenda à Constituição – PEC 241/2016 viabilizará a destinação de recursos livremente, sem qualquer teto, limite ou restrição, a gastos com juros e amortizações da chamada dívida pública, burlando-se AINDA MAIS, o disposto no art. 167, III, da Constituição, o que irá ampliar ainda mais os recursos a essa dívida que já consome, anualmente, quase a metade do orçamento federal, enquanto tantos direitos sociais são negados à população. [7]
A Emenda Constituição EC-95/2016 deixou fora do teto os gastos com a dívida pública, que poderão crescer sem controle ou limite, e também as despesas com o aumento de capital das “empresas estatais não dependentes”, dentre as quais sobressaem as que estão operando o fraudulento esquema.
Fattorelli:
Maria Lucia Fattorelli auditora da Receita, desde 1982, coordenadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida, filiada ao PSOL Partido Socialismo e Liberdade,obtendo em 2014 6.558 votos como Deputada Federal, ponte entre o Brasil e as novas experiências políticas da esquerda socialista europeia como no Equador e Grécia.
Fattorelli representou o Brasil no Equador, Rafael Correa
criou uma comissão para realizar auditoria da dívida interna e externa
equatoriana, nomeando diversos membros nacionais e 6 internacionais, como
resultado, o presidente Rafael Correa
decidiu pela anulação de 70% da dívida que emperrava o investimento público.
“Pela primeira vez na história inverteu-se a equação: os gastos sociais
superaram os gastos com a dívida”, só restou a Rafael Correa “dar o calote”
numa dívida irreal, o risco-país caiu e o acesso ao crédito passou a custar
menos.
Fattorelli representou o Brasil na Grécia endividada e
fragilizada, pelos acordos muito prejudiciais com o FMI e a União Europeia. A outrora
obediente Grécia se viu invadida por instituições financeiras internacionais,
grandes corporações e, por consequência, pela agenda neoliberal:
desmantelamento dos direitos sociais e privatização das empresas públicas mais
lucrativas, A Troika (comitê de bancos, FMI e Banco Central Europeu) contra os
países, demonstra uma grande assimetria entre as partes, um claro indício de
ilegitimidade”, lembra Fattorelli, que o
FMI é uma agência especializada da ONU, como a OIT e a FAO. Deveria, portanto,
atuar segundo os objetivos da Carta da ONU e da Declaração Universal dos
Direitos Humanos - e não segundo os interesses do mercado financeiro. – O governo grego, sob o comando do partido de
extrema-esquerda Alexis Syriza, deixou vazar um plano de implantar um profundo
corte das aposentadorias: em alguns casos, os cortes chegam a 35%. Os novos
aposentados que iriam receber mais de 750 euros mensais terão uma redução de
15%. Pensões acima de 2.000 euros serão
reduzidas em 30%. E quaisquer pensões
acima de 3.000 euros serão reduzidas para 2.200 euros. Trata-se de uma notável
tesourada que também irá afetar os atuais aposentados que recebem uma pensão
inferior a 1.000 euros mensais, até o momento, o governo grego já elevou a
idade de aposentadoria e já extinguiu vários benefícios conseguidos por
aposentadorias precoces, estratégias idênticas, genocidas, está sendo aplicada pelo governo brasileiro de
hoje.
Fattorelli representou na CPI da dívida pública em 2009, encabeçada por Ivan Valente PSOL, e o relator, deputado Pedro Novais (PMDB-MA) deveria investigar os beneficiários que ganham dinheiro com os títulos da dívida brasileira e qual o impacto das limitações impostas pelo pagamento da dívida sobre as políticas sociais brasileiras. "Mas o relatório não toca no assunto, e por isso não cumpriu o requerimento de criação da CPI". O texto coloca a política de juros altos como principal culpada pela elevação da dívida brasileira nos últimos anos e sugere medidas para tornar mais transparentes as informações sobre a dívida prestadas pelo governo. A conclusão também é de que há problemas na forma como a dívida dos estados foi renegociada com a União. O grande problema é conseguir documentos e informações do senado, à partir da última auditoria realizada em 1932, quando a clã Rothschild teve que responder por dualidade de contratos, a CPI teve dificuldades nessa área, “NÃO CONSEGUINDO”, analisar todos os documentos durante o período da ditadura. ASSIM, até hoje, o assunto AUDITORIA da dívida pública, caiu no esquecimento das autoridades políticas no Brasil.
NOTAS:
[1] 16 Sir Victor
Wellesley, minuta, 19.4.26, F.O. 371:11115, A2075/G. - https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901974000400001
[2]https://auditoriacidada.org.br/conteudo/corrupcao-e-divida-publica-no-periodo-militar-1964-1985/
[5]https://auditoriacidada.org.br/conteudo/acd-30-anos-de-descumprimento-da-cf/
[6] https://mudancaedivergencia.blogspot.com/2014/05/anatomia-de-uma-fraude-constituicao.html
[7] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/pec-241-ira-burlar-regra-de-ouro-da-constituicao/
[8]No período republicano, quatro missões estrangeiras de cunho econômico visitaram o Brasil e produziram relatórios e recomendações sobre a economia e a administração: duas inglesas e duas americanas. Sintomaticamente, as duas primeiras foram inglesas, a de Lorde Montagu e a de Sir Otto Niemayer.em 1924 e 1931,e as duas últimas americanas, conhecidas como Missão Cooke, a de 1942 e Missão Abbink, a de 1948. Isto mostra, de certa maneira, a transferência da preeminência econômica inglesa no Brasil para a preponderância americana, operada no período anterior à Segunda Guerra Mundial, quando a Inglaterra era a principal supridora de fundos, empréstimos e investimentos no país, e a fase que se seguiu ao fim do conflito, em 1945, quando se acentuou a presença e a influência americanas, não apenas no Brasil, mas virtualmente em todo o mundo ocidental. O relatório de Sir Otto Niemayer, de que resultou o chamado "esquema Oswaldo Aranha", de 1934, para a retomada do pagamento do serviço da dívida externa, suspenso em 1931 e o da Missão Abbink, publicado em julho de 1949, são mais conhecidos e citados por economistas e historiadores, talvez por serem mais polêmicos e terem produzido maiores reações, quando divulgados. Os outros dois, no entanto, por não se referirem a épocas de crise aguda na economia, ficaram quase no esquecimento, sendo raramente citados pelos especialistas. - 2. Atribui a fiscalização do serviço dos empréstimos externos dos Estados e Municipalidades à Seção Técnica da Comissão de Estudos Financeiros e Econômicos dos Estados e Municípios, criada pelo Decreto n° 20.631, de9 de novembro de 1931, e dá outras providências.(Oswaldo Aranha) https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:tQ180ovRHXUJ:https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/viewFile/2276/1191+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
C:/Users/Marilda/Downloads/2276-Texto%20do%20artigo-6399-1-10-20170714%20(2).pdf