terça-feira, 20 de março de 2018

A velha guerrilha marxista colombiana FARC rejeitada nas eleições na Colômbia

SALVE POVO COLOMBIANO!
o enganador “processo de paz” cozinhado entre Havana, Vaticano e o Washington de Obama. 
Os apoios vaticanos aos "acordos de paz" não adiantaram de nada
porque o povo colombiano não engoliu o iníquo embuste
Os apoios vaticanos aos "acordos de paz" não adiantaram de nada porque o povo colombiano não engoliu o iníquo embuste

A velha guerrilha marxista colombiana FARC conservou a sua sigla, mas mudou o nome para Força Alternativa Revolucionária do Comum.

Este partido recolhe as vantagens desproporcionadas que lhe concederam arbitrariamente os “acordos de paz” assinados pelo governo do presidente Santos com o apoio das diplomacias cubana e vaticana.

Porém, o novo e espúrio partido anunciou suspendeu a campanha eleitoral, iniciada em função das próximas eleições legislativas colombianas de 11 de março e presidenciais de 27 de maio. 

Os ex-guerrilheiros pré-candidatos ao Congresso e o pré-candidato à Presidência, Rodrigo “Timochenko” Londoño, haviam lançado sua campanha em 27 de janeiro de 2018.

Mas os resultados foram decepcionantes: nos comícios compareceu um público muito mais reduzido do que o esperado.

Eles também tentaram fazer uma caravana pelo interior do país. Mas foram acolhidos com gritos de “assassinos”, acusações muito verdadeiras e muito preocupantes para lobos disfarçados de ovelhas, informou a “Folha de S.Paulo”. 

Mas não ficou por ali. Eles foram alvos de ameaças pessoais, de queimas de bandeiras partidárias com a rosa e a estrela marxista, a mesma que foi projetada na catedral da capital de Bogotá no período do lançamento.

Em outras localidades, a população montou barricadas para impedir a passagem dos atuais “ex-guerrilheiros”. 

Em Armenia, cidade natal de Timochenko, ele e seus ativistas foram atacados violentamente e obrigados a sair correndo no carro blindado, que acabou danificado.

O repúdio de grande parte da população colombiana aos famigerados “acordos de paz” foi percebido ao vivo por Imelda Daza, pré-candidata da “ex-guerrilha” à vice-presidência.
A saúde do chefe guerrilheiro Timochenko 
não resistiu ao repúdio popular.
A saúde do chefe guerrilheiro Timochenko não resistiu ao repúdio popular.
Ela disse que a suspensão da campanha será mantida até que o governo garanta a segurança dos subversivos, que por arte da magia dos “acordos de paz” estão convertidos em tenros cordeiros democráticos.

Imelda queixou-se de que no ambiente atual sua agrupação não consegue apresentar suas propostas à sociedade, pois não pode sequer fazer comícios dignos desse nome.

Os “acordos de paz” deram ajuda monetária para que o partido das FARC pudesse fazer campanha e tivesse garantida a segurança dos “ex-guerrilheiros” pré-candidatos. 

Os acordos, bem patrocinados por Cuba e pelo Vaticano, também lhes garantem dez postos (cinco na Câmara dos Deputados e cinco no Senado), ainda que as FARC não consigam obtê-los pelas urnas.

Dinheiro oficial, cumplicidades diplomáticas, cobertura policial, nada adiantou. O povo colombiano não quer saber desses personagens, que ele tem em conta de delinquentes marxistas mascarados.

Daza alega que as manifestações populares são orquestradas por partidos ou grupos conservadores, um método fácil para desqualificar e tirar do páreo os que não pensam como as FARC.

O pré-candidato à Presidência, senador Iván Duque, negou a patranha e disse que as FARC deveriam aprender com as expressões de rejeição pública do povo colombiano.

Soa estranho que as FARC não tivessem percebido antes a inviabilidade de sua aventura partidária. Porém, o estardalhaço midiático nacional e internacional em favor dos acordos parece tê-las ensurdecido e tirado o senso da realidade. 

As pesquisas eleitorais, que também na Colômbia acostumam ser enviesadas para a esquerda, apresentavam um horizonte negro para os “subversivos” com pele de “democratas”. 

Seu principal líder, Timochenko, conseguia apenas 1% das intenções de voto.
Demagogia não adiantou e Timochenko desistiu gravemente doente. FARC só ganhou cadeiras cativas muito 'democráticas'.
Demagogia não adiantou e Timochenko desistiu gravemente doente.
FARC só ganhou cadeiras cativas muito 'democráticas'.
A divisão estourou nas FARC. Alguns quiseram fazer uma campanha por todo o território nacional. Mas outros quiseram se restringir às regiões onde ainda é quente a lembrança das crueldades da guerrilha e a população atemorizada votaria por ela.

Nos centros urbanos – como a capital Bogotá, ou em regiões onde houve mais combates, como Antioquia e Valle del Cauca – a rejeição é maior.

Essa distribuição geográfica da recusa patenteia que a Colômbia está longe de estar anestesiada. A propaganda maciça dos púlpitos e de muitos bispos, além do próprio Papa Francisco, do governo e do macrocapitalismo publicitário, serviu de muito pouco.

Timochenko acabou sofrendo grave crise de saúde e desistiu da candidatura. Seu partido só ganhou as cadeiras cativas pelo “acordo de paz”, sem obter apoio popular minimamente apresentável. 

“Para a esquerda, foi uma catástrofe histórica”, disse o analista Yeann Basset, diretor do Observatório de Processos Eleitorais da Universidade de Rosario à agência France Press. 

E de fato o foi para todos aqueles que acompanharam e apoiaram o enganador “processo de paz” cozinhado entre Havana, Vaticano e o Washington de Obama.
 https://esta-acontecendo.blogspot.com.br/2018/03/partido-das-farc-interrompeu-campanha.html

segunda-feira, 19 de março de 2018

Maçonaria Servindo a Quem?



A maçonaria que criou o Brasil é analfabeta desde o século XIX. Eis a razão do debacle(ruína) cultural do pais.  . Grande Loja Unida da Inglaterra[1].

Façam bom proveito das mensagens de ICONOGRAFIA. E lembrem-se: 
AS IMAGENS FALAM. Fiquem atentos!
A "ESTRELA FLAMEJANTE" DA MAÇONARIA NOS SÍMBOLOS: DA MAÇONARIA, DA REPÚBLICA DO BRASIL E MEDALHAS RUSSAS.  E vivas ao Brasil Republicano!!!
logo governo Michel Temer Maçon
muito em breve o povo Portuguêz verá que foram as associações secretas, auxiliadas pela marinha e pelo exército, é claro, quem os livrou para sempre da maldita monarchia! Hurra! pela Carbonaria! Viva a Marinha! Viva o Exército!
A imagem pode conter: texto
Iconografia "Revolucionária" I 
MAÇONARIA CARBONÁRIA E A REFUNDAÇÃO DO BRASIL
Disponibilizo algumas imagens para que se constate as propagandas das linhas da nova DIREITA que está "surgindo" no Brasil.
A maçonaria que criou o Brasil é analfabeta desde o século XIX. Eis a razão do debacle(ruína) cultural do pais.
Iconografia "Revolucionária" II
GRANDE ORIENTE PIAUÍ- RITO BRASILEIRO
Detalhe da imagem: uma COROA IMPERIAL com o Esquadro e o Compasso. O uso de COROA IMPERIAL é uma "novidade recente" no Brasil.


A coroa imperial refere-se aos Bragança... Exato Dom Antonio. Sua Alteza
Iconografia "Revolucionária" VII
BANDEIRA DA REPÚBLICA RIO GRANDENSE
A maçonaria que criou o Brasil é analfabeta desde o século XIX. Eis a razão do debacle(ruína) cultural do pais. (VEJAM DA MAÇONARIA "olho que tudo vê" E as duas COLUNAS Joaquim e Boaz.)
Iconografia "Revolucionária" V
GIUSEPPE GARIBALDI- MAÇON CARBONÁRIO
Por: http://www.triplov.com/carbonaria/walmir_battu/garibaldi/garibaldi.htm
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, barba e texto
Iconografia "Revolucionária" IV
MAÇONARIA CRISTÃ
A imagem pode conter: 1 pessoa
Iconografia Revolucionária XII
VICTÓRIA DA LEGITIMIDADE- A TRAIÇÃO DA CASA DE BRAGANÇA NA PESSOA D. PEDRO I
Esta imagem é gravíssima e, ao mesmo tempo, auto-explicativa.
1) A VICTÓRIA (imagem do falso Anjo da Maçonaria) pisa cínica e brutalmente sobre um ANJO caído ao solo. Esse ANJO é a ENTIDADE PROTETORA DE PORTUGAL E DO BRASIL: O ANJO CUSTÓDIO DO REINO;
2) Coroa Imperial do Brasil, sobre o escudo com a Carta Constitucional;
3) Nesta altura, e neste contexto, o uso do símbolo católico da Providência Divina (olho dentro do Triângulo da Santíssima Trindade) indica a mão maçónica;
4) Mulher vestida com degraus (imitação da imagem da Filosofia de Cesare Ripa), barrete frígio e outros símbolos maçónicos.
Legenda do quadro: "De S. M. F. A Senhora D. Maria 2ª, e da Carta Constitucional por obra de S. M. I. o Senhor D. Pedro Duque de Bragança. Vê-se no centro do quadro a Victoria que debaixo de seus pés esmaga a cabeça do Despotismo, (que usurpava e oprimia Portugal inteiro), ao mesmo passo que em uma das mãos levanta o Augusto Nome da Rainha, e na outra a carta Constitucional. A um dos lados descobre-se o Amor da Pátria, calcando as armas dos Tiranos, e coroando a Inocência liberta das prisões, com as coroas, que lhe apresenta o Amor da Virtude. Do outro lado a Liberdade guia as Ciências, e as Belas Artes, a Portugal, de que foram banidas pela Facção usurpadora [o sublinhado é conforme o original], N. B. Este Desenho foi aprontado na pedra pelo autor quando as briosas Tropas Portuguesas em 1828 levantaram o grito de Fidelidade a S. M. F. e à Carta Constitucional, e havendo-o conservado com tanto risco, e perigo, o fez agora estampar, para oferecê-lo aos Amantes da Liberdade, e defensores dos Direitos da Senhora D. Maria Segunda. (Lisboa OffR. Lithog. 26 de Julho de 1833)"

sexta-feira, 16 de março de 2018

DESMONTE IRRESPONSÁVEL DO SETOR NUCLEAR BRASILEIRO AFASTA O BRASIL DO MERCADO GLOBAL

Todos têm acompanhado as notícias sobre o programa de privatização da Eletrobrás, uma empresa holding com várias subsidiárias, entre elas a Eletronuclear, que lida com o urânio.

Como a sua exploração é monopólio da União, para que a Eletrobras seja privatizada, é preciso que a Eletronuclear se desvincule dela. E esse modelo de como ficará a empresa não está claro. Fim do monopólio do urânio atende a interesses externos.

O TEMA É DE INTERESSE PORQUE MOVIMENTA UMA FORTUNA GERADA PELOS CONTRIBUINTES – DE DIREITO E DE FATO – DO BRASIL.

ENCAREÇO E AGRADEÇO, REPASSAREM AS INFORMAÇÕES ABAIXO: TODAS SÃO DE INTERESSE DOS RESIDENTES NO BRASIL.

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Urânio
Por : * Profa.  Guilhermina Coimbra
O Brasil – junto com os Estados Unidos e a Rússia é parte do seleto grupo de Nações que possui em seu território minérios nucleares, geradores de energia e domina o ciclo do combustível nuclear, de modo auto-suficiente - para a geração de energia elétrica.
Os demais países ou têm a tecnologia que transforma a matéria-prima/minérios nucleares in natura em energia ou, tem a matéria-prima: não têm ambas - minérios nucleares e tecnologia - juntas.
Além do Brasil, EUA e Rússia, somente mais oito Estados nacionais completaram o ciclo tecnológico do enriquecimento do urânio – mas todos eles dependem da importação do minério.
Entretanto, toda a atenção é preciso para não deixar de ordenar ao representante do Brasil na Organização das Nações Unidas/ONU, Nova York, para não deixar de estar presente no plenário da ONU protestando e fazendo valer o direito do Brasil de dar solução de continuidade ao Programa Nuclear Brasileiro.
É inconcebível, a luz da razão e do direito, aceitar que em breve, os contribuintes de direito e de fato, sejam obrigados a enfrentar as conseqüências de uma crise de financiamento, gerada há cerca de três anos – e assistam ao completo abandono do Programa Nuclear Brasileiro gerador da energia elétrica econômica e segura.
A energia nuclear, no momento, abastece a Região Sudeste, mas, é prevista e inteligentemente pensada para abastecer onde se fizer necessária em qualquer parte do território do Brasil, porque é energia limpa, segura e portátil.
O desmonte e a perda de todos os árduos investimentos suportados pelos contribuintes brasileiros - a custa de diversificadas áreas carente, sacrificadas em benefício do Programa Nuclear Brasileiro - só interessa aos países centrais.
“...O Brasil, há seis anos, era reconhecido internacionalmente. Hoje, não mais, por culpa da paralisia dos investimentos no setor nuclear".---, afirma professor de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ.
É verdadeira malversação de dinheiro público.

A Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) explica:

 ...”A situação financeira da ELETRONUCLEAR é crítica devido à falta de renovação do seu empréstimo junto ao BNDES para a construção da usina de Angra 3, O Banco está exigindo que a empresa assuma encargos da ordem de R$ 30 milhões por mês antes de a própria usina gerar receita, comprometendo o fluxo de caixa da ELETRONUCLEAR e o pagamento a fornecedores....”
Uma verdadeira “varredura” judicial, através da Polícia Federal nos ganhos – no Brasil e no exterior - daqueles que fazem exigências, pressionando a ELETRONUCLEAR dentro do BNDES – é entendida como necessária.
Parar de brincar com dinheiro público – sofrido e suado – dos residentes no Brasil é mais do que preciso.
Há tempos, o Governo brasileiro vem sendo alertado pela a Associação Brasileira de Engenheiros Nuclear/ABEN que a paralisação das obras de Angra 3, com o conseqüente risco da referida usina não entrar em operação, poderá agravar a crise do setor elétrico brasileiro.
A usina poderia agregar quase 1.500 MW à oferta de energia num momento em que se registram baixos níveis de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas.
O Brasil tem a sétima maior reserva de urânio do mundo, com potencial para ser o primeiro desse ranking.
Com minério de sobra – mas todos esgotáveis, razão pela qual não se deve nem cogitar de exportá-los - o país fez, a partir do fim da década de 1970, um notável esforço tecnológico de enriquecimento do urânio, por meio de centrífugas, que surpreendeu o mundo, em um projeto coordenado pela Marinha, com a parceria das universidades e dos institutos de pesquisa.
O Brasil passou a dominar essa tecnologia sensível e anunciou, na metade da década de 1980, a sua capacidade de enriquecer urânio", frisa.
Portanto, o Brasil tem matéria-prima e tecnologia para galgar a posição de player no mercado global, segundo o pesquisador. São mais de 400 usinas nucleares no mundo com necessidade de manutenção e abastecimento de urânio.
O Brasil ainda não faz parte, mas, tem que ocupar o seu lugar – de direito e de fato - nesse ‘mercado que movimenta mais de U$ 20 bilhões, restrito a cerca de cinco países, e que envolve o fornecimento de componentes e de matéria-prima para as usinas. Só que o Brasil ainda não entrou neste mercado global e nem querem que entre".
Ex-presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa que exerce o monopólio da produção e comercialização de materiais nucleares, defende a venda do minério enriquecido, ou seja, com valor agregado, e não do urânio in natura.
Além das vantagens econômicas que pode proporcionar ao Brasil, o programa nuclear tem outro viés, relacionado à defesa do Estado e da soberania nacional.
O submarino nuclear tem uma importância geopolítica estratégica, já que o país tem uma costa extensa, onde há petróleo e minerais valiosos que podem ser explorados.
"Essa extensão de mar ao longo da costa é uma área a ser defendida. O submarino nuclear é uma peça estratégica dentro do arranjo de defesa do território, já que permanece mais tempo submerso e não pode ser detectado por satélites ou sonares dos navios", explica.
Para evitar confusões, professor da Coppe/UFRJ lembra que o Brasil é o único país do mundo que tem um artigo na Constituição que proíbe o uso da energia nuclear para fins militares.
Portanto, o submarino é movido a propulsão nuclear, não é uma arma nuclear.
Além do submarino nuclear – que deverá ficar pronto em 2029, com atraso de quatro anos devido à falta de recursos –, o Programa prevê a construção de mais quatro submarinos convencionais, devendo o primeiro deles ser lançado no início do ano que vem.
Assim os residentes no Brasil cientes do tesouro inestimável que se encontra no território brasileiro – minérios nucleares - estão atentos.
Aguardam a construção das usinas nucleares – geradoras de energia limpa e segura no Brasil - onde quer que se fizerem úteis e necessárias, independentemente da vontade de fora do Brasil conluiada com amigos dentro do Brasil.
O Brasil merece respeito.
* Currículo Lattes.
http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2018/02/retiram-o-brasil-do-clube-nuclear.html

mbl



quinta-feira, 15 de março de 2018

General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva responde ao Professor Villa

General Rocha Paiva dá uma verdadeira aula a respeito de nossas Forças Armadas, em resposta a artigo do historiador Marco Antônio Villa. 
 
Caros amigos e amigas,

Em 13 do corrente o Prof. Marco Antônio Villa escreveu um artigo que mostra seu desconhecimento sobre o espírito de nossas FA, de seus militares e chefes e de sua participação na História da Pátria.
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RESPOSTA AO PROF VILLA
O BRASIL QUER É A VOLTA DO QUE O TENENTISMO SONHOU E REPRESENTOU
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
O professor Marco Antonio Villa, por desconhecer o que são os militares e as Forças Armadas, cometeu erros de avaliação ao escrever um artigo publicado em O Globo, em 13 de março do corrente. O professor considera haver uma movimentação militar pela volta do Tenentismo, escrevendo que o “Estamento militar quer se recolocar na política. Tenta construir projeto intervencionista”.
Abaixo, aproveitando o texto do professor Villa, faço algumas considerações (em azul) a respeito do que ele escreveu.
O GLOBO – 13/MAR/18
O tenentismoquervoltar
Marco Antonio Villa*
Em outubro de 1891, Joaquim Nabuco, em carta enviada ao amigo Aníbal Falcão, escreveu: “Já lhe respondi que se quisesse entrar novamente em política, primeiro assentaria praça (é um pouco tarde, não lhe parece?) por estar certo de que o melhor governo que a República pudesse dar ao país seria incapaz de receber direção que não partisse dos próprios quartéis. Vocês, republicanos, substituíram a monarquia pelo militarismo sabendo o que faziam, e estão convencidos de que a mudança foi um bem. Eu […] pensei sempre que seria mais fácil embarcar uma família do que licenciar um exército.”
Comentários: Entre 1891 e 1894, a República e mesmo a unidade nacional estavam em situação de risco, com a Revolta da Armada e a Revolução Federalista no Sul do Brasil. Impunha-se uma liderança firme e foi graças a Floriano Peixoto e ao Exército que o regime se consolidou. Floriano passou o governo a um civil – Prudente de Morais – em 1894, com o país pacificado e as Forças Armadas (FA)cumprindo suas missões normais.
Até 1889, os militares tinham papel pouco relevante na cena nacional. O militarismo era um mal platino. A sucessão de golpes de Estado, típica da região, era inexistente no Brasil. No Segundo Reinado (1840-1889), a maioria dos ministros do Exército e da Marinha foi civil. As atribuições das Forças Armadas estavam determinadas nos artigos 145 a 150 da Constituição. A obediência ao Poder Executivo era clara: “a força militar é essencialmente obediente; jamais se poderá reunir sem que lhe seja ordenado pela autoridade legítima.” (artigo 147)
Comentários: Uma nação do tamanho e complexidade do Brasil não concretizaria sua unidade política da noite para o dia após a independência. Havia lideranças de províncias que pretendiam exercer o poder em um nível que comprometeria a unidade política do país e poderia fragmentá-lo, como aconteceu no restante da América do Sul. Essas lideranças, para firmar seu poder local e em face do pequeno efetivo do Exército de Linha, constituíram Guardas Nacionais que, em alguns casos desafiaram o poder imperial em revoltas que colocavam em risco a unidade do Brasil. As FA, cumprindo exatamente sua missão constitucional e fieis ao poder central, venceram várias revoltas internas e foram artífices da unidade nacional. Além disso, mantiveram a integridade do territóriono longo período de lutas externas na Bacia do Prata. Por outro lado, na política, vários chefes militares desempenhavam cargos no legislativo nacional ou nas provinciais. Entre tantos, destaco osGenerais Osorio e Caxias, ambos senadores, tendo o segundo exercido a chefia do gabinete de ministros do Imperador e sido o único varão do Império a receber o título de duque, só suplantado pelo príncipe e o rei na nobreza das monarquias. Ora esse papel, aqui resumido apenas aos feitos mais notáveis, não é, em absoluto, “um papel pouco relevante na vida nacional”, nem mesmo na vida política. Essarelevância não se refletiu no desenvolvimento de um poder militar compatível com a grandeza do país, mas este mal até hoje não foi superado, particularmente por ter o Brasil vivido, até a recém escalada da globalização, distante e pouco envolvido no eixo dos conflitos entre as potências mundiais.
As Forças Armadas foram arrastadas à política, agindo corporativamente, quando da Questão Militar. Os liberais foram os principais agentes naquele processo. Estimularam a desobediência castrense acreditando que, dessa forma, enfraqueceriam seus adversários, os conservadores. Ironicamente, em novembro de 1889, foram derrubados — e com eles, a monarquia — por um golpe militar.
Comentários:Segundo Rattenbach, “Enlos países latino-americanos, lainestabilidad política no se debe a laintervenciónfrecuente de los militares, sino al revés, estosinterfieren em la política interna precisamente a causa de esainestabilidad”[1].
Se as FA fossem corporativas, como o professor explicaria os militares estarem sempre nos níveis medianos e inferiores das classes sociais e o poder militar brasileiro ser, historicamente, inferior à estatura estratégica e às necessidades de defesa e dissuasão do Brasil? Além disso, não se pode simplificar a participação dos militares no movimento republicano apenas ao episódio da Questão Militar. O movimento cresceu em todo o país, atingindo fortes lideranças e segmentos formadores de opinião, particularmente, depois da Guerra do Paraguai. O estamento militar não foi, não é e nunca será um corpo ausente nos momentos decisivos da Pátria, pois é a Instituição sobre a qual repousa a sobrevivência nacional e os militares amam seu país. A monarquia, após tomar importantes medidas, por muitos historiadores julgadas precipitadas, foi perdendo apoio de seus pilares nos campos político, econômico, religioso e, também, no militar. O professor simplificou, irrefletidamente, a adesão de muitos militares como sendo arrastados pelos liberais, passando a ideia de que não teriamopinião própria.
A entrada dos militares na política foi nociva ao país e às Forças Armadas. Na maioria dos estados — antigas províncias — a República foi proclamada pelas guarnições militares. O entusiasmo pela política foi tão grande que para a Assembleia Constituinte, escolhida em setembro de 1890, foram eleitos 54 constituintes militares: 40 deputados e 14 senadores. Desde então, tiveram papel permanente na política, participando ativamente dos embates eleitorais e agindo como uma corporação que estaria acima das instituições, como uma espécie de reserva moral da nação, um caricato Poder Moderador.
Comentários:Quanto à participação político-partidária da Instituição e de militares da ativa, isso jamais deveria acontecer em qualquer país. No Império, isso só acontecia com relação a militares individualmente, portanto, não foi consequência da República. Se militares foram votados é por que tinham a confiança de grande parte dos eleitores, algo que persiste até hoje. A participação de militares da ativa na política partidária continuou na república até ser vetada, quando ficou claro ser inapropriada. Por outro lado, no tocante à grande estratégia (ou política nacional), apartidária, prescindir da presença de altos chefes militares nos escalões de decisão é algo de países primários  e com lideranças sem visão.
Ora professor, procuremos, também, na incapacidade e/ou desinteresse das lideranças civis de governarem segundo princípios eficazes de gestão, dos legítimos interesses nacionais e sociais, de ideais patrióticos e com integridade moral, as causas de a própria população recorrer aos militares quando aquelas lideranças tornam o futuro uma promessa de caos. 
A participação das FA em revoltas na República era fruto de instituições fracas; do poder econômico e político de lideranças locais e nacionaisser orientado para interesses fisiológicos e patrimonialistas; da dificuldade da presença do Estado ou de sua presença ilegítima para manter a preeminência dessas lideranças em todo o território; da educação precária do cidadão; da imaturidade política da nação; e, após 1935 e em algumas crises, da incompatibilidade das FA com ideologias radicais ainda hoje atuantes e com força política. 
As FA, após a consolidação da República e até a deposição do ditador Vargas em 1945, nunca se revoltaram contra o poder legalmente constituído. Havia crises político-militares com a participação de militares e de parte das tropas, mas a Instituição esteve sempre do lado da legalidade. Reitero o que disse acima. Se as FA fossem corporativas, como o professor explicaria os militares estarem nos níveis medianos e inferiores das classes sociais e o poder militar brasileiro ser, historicamente, inferior à estatura estratégica e às necessidades de defesa e dissuasão do Brasil.
Nos anos 1920, o militarismo renasceu como elemento renovador da política. O tenentismo serviu como receptáculo reunindo a insatisfação militar da jovem oficialidade com os rumos do país. Tinha apoio civil. Mas, na sua essência, desprezavam a política e os “casacas”, forma depreciativa como se referiam à elite dirigente. O salvacionismo levou às rebeliões de 1922, 1924 e à Coluna Prestes. E, em 1930, chegou ao poder sob direção — ironia da história — de um civil. Tomaram e expandiram o aparelho de Estado. Determinaram os rumos do país tanto nos momentos democráticos, como nos autoritários. Basta recordar que durante o populismo (1945-1964), nas quatro eleições presidenciais, sempre houve candidatos militares. Mesmo assim — ou apesar disso — estiveram presentes nas conspirações e golpes ocorridos no período, como na pressão contra a posse de Getúlio Vargas, em 1951, na crise de agosto de 1954, nos dois golpes de Estado de novembro de 1955, nas revoltas de Jacareacanga e Aragarças no governo Juscelino Kubitschek, na crise da renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, e, finalmente na derrubada de João Goulart, em abril de 1964.
Comentários:Não foi o militarismo que inspirou os Tenentes e sim a mudança da elite política dominante,a substituição do modelo agrário, para permitir que a Revolução Industrial chegasse de fato ao Brasil e a moralização do processo eleitoral. Estas propostas não eram de perfil militarista. Quanto ao desprezo pela política e pelos “casacas”, qual a diferença dos dias de hoje? Quanto à participação no aparelho do Estado, ainda bem que aconteceu. Afinal, foi exatamente no período de Vargas a Figueiredo que o Brasil se ombreou ao Japão como os países que mais cresceram no século passado. E isso se deu, principalmente, no regime militar, quando aconteceu o maior desenvolvimento nacional. Qual o problema em haver candidatos miliares? Seria preconceito? Se eles estiveram presentes em conspirações e golpes, é por que sem eles esses eventos seriam surreais.
Reitero ainda que a participação das FA em revoltas na República era fruto de instituições fracas; do poder econômico e político de lideranças locais e nacionais, aliadas em torno de interesses fisiológicos e patrimonialistas; da dificuldade da presença do Estado ou de sua presença para manter a preeminência dessas lideranças em todo o território; da educação precária do cidadão; da imaturidade política da nação; e, após 1935 e em algumas crises, da incompatibilidade das FA com ideologias radicais. 
De 1964 a 1985, o militarismo nunca foi tão dominante. Determinou o rumo do país, inclusive do processo de transição para o regime civil. Centenas de militares ocuparam postos na estrutura estatal. As polêmicas castrenses ocuparam o espaço da política. Tudo era definido de acordo com os interesses das Forças Armadas. Os cidadãos eram meros espectadores, pois havia brasileiros mais iguais que outros. Isto foi absolutamente nocivo ao aperfeiçoamento profissional das três armas e — por mais paradoxal que seja — à segurança nacional, tão propalada pelos generais-presidentes.
Comentários:O professor confunde civismo e patriotismo com militarismo, como se não fossem valores nacionais, mas apenas castrenses. Não foi o militarismo que determinou os rumos do país, inclusive por que o lema dos governos militares era “Desenvolvimento e Segurança” e não ao contrário. Havia era planejamento estratégico e continuidade entre governos. O fato de militares ocuparem postos na estrutura estatal foi determinante para a implantação da infraestrutura de transporte, de telecomunicações e de outras áreas, inclusive educação. Dizer que tudo era definido de acordo com os interesses das FA é típico de quem tem preconceitocontra elas, basta lembrar o que foi dito antes sobre a posição social dos militares e o poder militar do país. O país só não sucumbiu ao segundo choque do petróleo, com o consequente aumento exponencial dos juros internacionais e suas consequências e, assim, pôde entrar em boas condições na globalização graças à base industrial, à infraestrutura energética e à de telecomunicações, ao avançado agronegócio e a tantas outrasboas heranças do regime militar.
O problema da debilidade militar do Brasil não é a presença de chefes militares no núcleodecisório do Estado. É, sim, a falta de visão estratégica das lideranças políticas e dos segmentos formadores de opinião e isso é histórico. O Brasil foi surpreendido na Guerra do Paraguai, na 2ª Guerra Mundial, na atual “guerra ao crime organizado” e será em qualquer conflito futuro. Por incapacidade de perceberem ameaças potenciais, a sociedade, os formadores de opinião e as lideranças políticas e empresariais não se dispõem a disponibilizar recursos no montante necessário à defesa nacional como as FA pleiteiam. É como a lei de mercado: a capacidade de visão é curta e pensa que existe uma “grande oferta de segurança no mercado das relações internacionais”. Assim, por quê investir em defesa? Só que existem ameaças potenciais, cujos fatores e atores são plenamente perceptíveis, particularmente, na Amazônia. Defesa não se improvisa!
Os governos civis não conseguiram colocar os militares nas funções constitucionais e muito menos elaborar uma doutrina que definisse claramente o papel das Forças Armadas. Também — forçoso reconhecer — as lideranças castrenses não souberam produzir propostas que pudessem ser debatidas pela sociedade destacando, por exemplo, a importância de um país com as dimensões do Brasil ter um orçamento militar adequado. Ficaram na defensiva tentando legitimar os atos dos anos 1964-1985. Perderam tempo. Este não era o principal embate. Optaram pelo discurso, ao invés da ação.
Comentários: Quem ler a Constituição Federal, as Leis Complementares, a Política Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Defesa vai ver que o papel das FA está claramente definido. Pode-se discordar de algum ponto, mas isso é uma questão de opinião. A doutrina é elaborada e discutida nos regulamentos militares e está em constante evolução. Reitero aqui o que foi dito antes. Por não verem ameaças potenciais, a sociedade, os formadores de opinião e as lideranças políticas e empresariais não se dispõem a disponibilizar recursos em montantes necessários à defesa nacional. É como a lei de mercado: a capacidade de visão curta é de que existe uma “grande oferta de segurança no mercado das relações internacionais”. Assim, por quê investir em defesa? Fica difícil convencer a nação, mas concordo que há estratégias para isso e poderia haver uma ação efetiva nesse sentido.
Agora, ainda sem clareza do que fazer, o estamento militar quer se recolocar na política. Tenta construir um projeto intervencionista. Não sabe de onde partir, nem como fazer. Buscar no guarda-roupa da história a roupagem tenentista vai transformar a ação das Forças Armadas numa comédia pastelão. As sucessivas declarações políticas de altos oficiais violam o regulamento disciplinar das três forças. E não passam de respostas desesperadas, símbolos da esterilidade corporativa.
Comentários:O professor Villa considera que “sucessivas declarações políticas de altos oficiais violam o regulamento disciplinar das três forças”. Não sabe que os militares da reserva estão amparados por lei a se manifestarem sobre qualquer assunto de interesse público sem nenhuma restrição dos regulamentos militares.
Aos da ativa, o Regulamento Disciplinar e o Estatuto dos Militares proíbem a manifestação pública sobre temas políticos. Quando um alto chefe militar se manifesta sobre temas dessa natureza, o caso é avaliado pelo Comandante do Exército, à luz do Regulamento Disciplinar, mencionado pelo professor, o qual preconizaem seu Art. 16 que: “O julgamento da transgressão deve ser precedido de análise que considere: I - a pessoa do transgressor; II - as causas que a determinaram; III - a natureza dos fatos ou atos que a envolveram; e IV - as consequências que dela possam advir”.O Art. 24. diz que: “As punições disciplinares a que estão sujeitos os militares são, em ordem de gravidade crescente: advertência; impedimento disciplinar; repreensão; detenção disciplinar; prisão disciplinar; e o licenciamento e a exclusão a bem da disciplina.Dessa avaliação do Comandante do Exército, um chefe militar com altos serviços prestados à Instituição e ao Brasil poderá ser apenas advertido verbalmente, sem publicação do ato, ou mesmo não ser punido.
Quanto ao “projeto intervencionista militar”, aí o professor Villa fez um voo estratosférico. Além disso não existir, não são os militares que querem se meter na política e sim a população que, em grande parte, quer a sua participação. Isso ocorre por que as lideranças civis se mostraram incompetentes para conduzir a democracia no Brasil e, em 25 anos, afundaram o país em um caos político, econômico, moral e social. Quem viveu no regime militar e não tem ranço ideológico reconhece que o a país era muito melhor e havia esperança no futuro.
Quantas vezes será necessário o Comandante do Exército dizer que a Instituição pautará sua conduta pela Estabilidade, Legalidade e Legitimidade. Professor Villa. Só há uma situação em que as FA tomariam a iniciativa de intervir: em um caso de caos político-social, com ameaça de guerra civil e falência da autoridade dos três Poderes da União (anomia). A intervenção seria para restabelecer os Poderes Constitucionais e não para implantar um novo regime militar. Essa situação é algo improvável, pois pelo menos um dos Poderes ainda acionaria as FA e aí não seria intervenção e sim emprego constitucional. Para isso acontecer, vai ter que estar correndo sangue nas ruas. Portanto, antes desse momento, é bom que cada um cumpra o seu dever, particularmente os três Poderes da União.
As grandes potências não alijam os militares do núcleo decisório do Estado, como fizeram os governos do PSDB e do PT. As consequências estamos vendo agora, pois faltou a autoridade funcional e moral das FA nas decisões mais sensíveis, para CONTRIBUIR e NÃO PARA CONDUZIR os destinos do Brasil nesses últimos 25 anos.
O professor Villa deveria buscar conhecer melhor as FA, seus Comandos e Estabelecimentos de Ensino, haja vista a responsabilidade que tem como formador de opinião.
Pior será se os militares forem seduzidos pelas novas vivandeiras que rondam os quartéis. São os oportunistas de sempre. Para as Forças Armadas, quanto mais distantes da política partidária, melhor. Mais ainda do atual processo eleitoral para a Presidência da República. Desenterrar o modelo do soldado-cidadão, que serviu para justificar o golpe militar republicano e as diversas intervenções ao longo do século XX, conduzirá o país e as Forças Armadas a uma grave crise política e institucional. A advertência de Joaquim Nabuco está de pé. Não foi ouvida em 1889. Espero que seja ouvida agora.
Marco Antonio Villa é historiador
Comentários: Essa ideia de vivandeiras rondando quarteis é algo de um passado distante. O professor confunde crises político-militares com intervenções militares. Toda crise política, que tenha graves consequências na paz social e desague em escalada de violência incontrolável pelos órgãos de segurança pública, acaba levando à atuação das FA, que, na maioria das vezes, esteve com a legalidade ou se pautou pela legitimidade.
De 1922 a 1964, houve cerca de duas dezenas de crises institucionais onde chefes militares, envolvidos na política partidária, arrastavam consigo parte da tropa num Brasil ainda imaturo para a democracia. Havendo ou não honestidade de propósitos, ficavam prejudicados: o compromisso militar, que deve ser exclusivo para com a nação; a dedicação, que deve ser integral à missão constitucional; e os princípios de hierarquia e disciplina, comprometendo a coesão nas FA e a própria unidade nacional. O regime de 1964 afastou as FA e os militares da ativa da política partidária e criou condições para o fortalecimento das instituições. As crises políticas não tiveram mais o envolvimento militar e, hoje, são resolvidas nos foros apropriados. Os generais presidentes reconheciam a excepcionalidade do regime e manifestavam o objetivo de retorno à normalidade democrática, o que se cumpriu com a revogação do AI-5, a anistia e a abertura política após a derrota da luta armada e a aceitação pelos ex-guerrilheiros das regras do jogo democrático.
O regime militar, em seus 20 anos, foi quem garantiu e criou condições para fortalecer a democracia, que a esquerda conseguiu enfraquecer e ameaçar em 25 anos.


[1] RATTENBACH, Benjamin. El Sistema Social-Militar enlaSociedad Moderna. Buenos Aires: Editora Pleamar, 1972. P.117)
por e-mail: Soriano

Elizabeth I (1533-1603)

A mais maquiavélica das rainhas
Livro mostra que Elizabeth I abriu mão de princípios e afetos para se manter no poder e fazer da Inglaterra a potência cultural que serve de espelho ao mundo até hoje. (A FARSA)
2427-CULT-03
Ela tinha tudo para ser engolida pelo mundo. Pequena, magra, mulher, Elizabeth I (1533-1603) foi a única gravidez levada a termo por Ana Bolena, a mais detestada entre as mulheres de seu pai, o rei Henrique VIII. Aos quatro anos, viu a mãe ser assassinada sob a acusação de adultério e incesto. Entre os parentes, era chamada de pequena prostituta. Com a morte do pai, passou a ser molestada sexualmente pela madrasta e seu novo marido, até que, expulsa da casa onde cresceu pelo casal, virou para o lado oposto a direção de seu destino.
Depois da morte do irmão mais novo, último parente por quem a Rainha Virgem – assim chamada por nunca ter tido filhos ou se casado – cultivara algum afeto, nada mais impediu o projeto de poder de Elizabeth. Ela se valeu de uma cultura vasta construída com afinco no isolamento, da astúcia que só um sobrevivente pode conhecer e de, mesmo tida como bastarda por quase todo o seu país, se tornar de fato a última filha da dinastia Tudor. Em 1558, se tornou rainha. No trono, reestabeleceu o domínio protestante, ajudando a estruturação da igreja luterana em países vizinhos. No seu governo, que durou longos (para o período) 45 anos, promoveu a leitura e os estudos humanistas que deram a base para as universidades inglesas e fez da Inglaterra um dos países pioneiros na impressão e divulgação do conhecimento, algo até então  restrito à Igreja em toda a Europa
Não é por acaso que todas as peças históricas de William Shakespeare (1564-1616), alguns dos textos mais encenados no mundo até hoje, tratam de algum aspecto de seu reinado. O que a jornalista inglesa Lisa Hilton diz no livro que lança agora sobre a monarca no Brasil, porém, é que desde as narrativas do dramaturgo inglês até as séries recentes de televisão, Elizabeth vem sendo retratada como “pouco mais que uma emperucada mulher de anquinhas com uma misteriosa vida sexual”, quando na verdade ela foi a mais perfeita tradução do modelo de governante que Nicolau Maquiavel definiu em “O Príncipe”. E vai além, questionando inclusive algumas abordagens feministas sobre a vida da última Tudor: não foram as dificuldades inerentes de seu sexo nem qualquer resistência ao machismo que definiram o seu governo, mas sim os seus instintos, inteligência e ambição próprios de um ser político.
OS FINS “Elizabeth I  é hoje reconhecida como a mais fiel expressão histórica do príncipe proposto por Maquiavel. Ela não foi propriamente uma mulher excepcional. Mas sem dúvida foi uma governante excepcional. Talvez a maior que a Inglaterra já teve.”
OS FINS “Elizabeth I é hoje reconhecida como a mais fiel expressão histórica do príncipe proposto por Maquiavel. Ela não foi propriamente uma mulher excepcional. Mas sem dúvida foi uma governante excepcional. Talvez a maior que a Inglaterra já teve.”
Em muitos aspectos Elizabeth se encaixa no perfil de líder descrito pelo escritor florentino. A rainha colocou, desde tenra idade, seus objetivos como prioridade máxima de sua existência, mudando o jogo, rompendo com parceiros  e recompondo com adversários sempre que necessário. Para poder cumprir suas metas, abriu mão dos amores. Quando achou que seu reinado poderia ser ameaçado por sua prima Maria Stuart, da Ecócia, tentou arranjar um casamento que lhe favorecesse. Ofereceu à parente a mão de Robert Dudley, o conde de Leicaster, seu aliado de maior confiança e amante – talvez como mostram alguns poemas reproduzidos pela autora, o grande amor de sua vida. Como Maria Stuart não quis – esta sim, católica por convicção e fiel aos próprios princípios – mandou matar a prima e perdeu o homem que amava.
De fontes novas em relação ao livro anterior, que já tem mais de uma década, “Elizabeth I – Uma Biografia” reúne fontes desconhecidas trazidas da Itália, Turquia, França e Rússia. Uma delas é o texto “Perfit Readiness: Elizabeth Learning and Using Italian”, inédito até agora. Não existe nenhuma prova que a Rainha Virgem, apesar de todas as coincidências com as ideias  expressas por Maquiavel em “O Príncipe”, tenha de fato lido o livro. Mas sua dedicação à literatura italiana, que ajudou a traduzir e distribuir nos domínios ingleses, é mais um forte indício de que o texto político, que já circulava na Inglaterra em sua regência, estava entre as suas referências.
A escritora lembra que Elizabeth escreveu para Jaime IV da Escócia, em 1585: “Se você supõe que as causas dos príncipes podem ser encobertas porsegredo que nenhuma inteligência consegue desvendar, não se decepcione; nós, velhas raposas, encontramos um modo de nos salvar com a astúcia dos outros e de tomar conhecimento do maior dos segredos, especialmente se ele concerne à nossa propriedade.”A imagem da raposa astuta é de Maquiavel. Se não quis deixar marcas do conhecimento do texto, é porque Elizabeth conhecia o conceito do segredo  como astúcia de uma velha raposa
https://istoe.com.br/mais-maquiavelica-das-rainhas/