quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Gerdau, agregados e a Zelote

   O Grupo RBS, a Gerdau, os bancos Bradesco, Santander, Safra, Pontual e Bank Boston, as montadoras Ford e Mitsubishi e um grupo de outras grandes empresas estão sendo investigados pela suspeita de pagamento de propina a integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), para anular multas tributárias milionárias. A revelação foi feita  pelo jornal O Estado de São Paulo em uma matéria sobre as investigações em curso na Operação Zelotes, desencadeada  por diversos órgãos federais para desbaratar um esquema de fraudes tributárias envolvendo grandes empresas brasileiras e multinacionais. As investigações são conduzidas por uma força-tarefa formada pela Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Corregedoria do Ministério da Fazenda.

   Entre os crimes investigados na Zelotes, estão advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, “o esquema envolveria a contratação de empresas de consultoria que, mediante trânsito facilitado junto ao CARF, conseguiam controlar o resultado do julgamento de forma a favorecer o contribuinte autuado. Constatou-se que muitas dessas consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do CARF”. “O termo ZELOTES, que empresta nome à Operação”, dsse ainda a Fazenda, “tem como significado o falso zelo ou cuidado fingido. Refere-se a alguns conselheiros julgadores do CARF que não viriam atuando com o zelo e a imparcialidade necessárias”.[4]



































     Desde 2009, Gerdau integra o conselho consultivo do escritório brasileiro do 
David Rockfeller Center for Latin American Studies, da Universidade de Harvard, que atua em lobbies do setor petrolífero. Ex-presidente da Febraban e do Santander, Fábio Coletti Barbosa, atuava em outros dois poderosos conselhos de administração: da PIFCo (Petrobras International Finance Company) e da Br Distribuidora – ambas subsidiárias integrais da Petobrás. Gerdau e Barbosa ainda fazem parte do poderoso Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Dilma Rousseff – que na gestão Lula, além de ministra da Casa Civil, também presidia o Conselho de Administração da Petrobrás. O Grupo Gerdau terão que desembolsar R$ 5 bilhões, segundo os cálculos do procurador Frederico Paiva.

O Senhor X é um personagem com influência direta no governo brasileiro, ditando regras na Petrobrás desde a gestão de José Sérgio Gabrielli. O tal Senhor X em nome do qual lobistas condicionavam a participação nos futuros empreendimentos, para que tudo fosse viabilizado. O Senhor X não é Eike Batista que também tem empresa petrolífera e que gosta de usar a letra X em seus negócios.

Investidores sugerem que um dos alvos da auditoria internacional, feita a pedido da Justiça de Nova York, seja a PFICo (Petrobras International Finance Co) que é uma das grandes caixas-pretas no sistema Petrobrás. O presidente da PFICo é Almir Guilmerme Barbassa, que também era o diretor financeiro da Petrobras desde a gestão de Gabrielli apadrinhado de Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobrás sucedendo a Dilma Rousseff. Investidores querem saber como acontece a rolagem diária de dívidas da Petrobrás com bancos internacionais, para formar caixa trabalho que é feito por Barbassa.

Para analisarmos a função, objetivos dos institutos que agregam, comparamos  seus membros expostos abaixo:

O Instituto Milenium é um organização político-empresarial bancada por líderes de grandes coorporações (Gerdau, Globo, Abril, Folha de SP, O Estado de SP, Banco Pactual, Banco BBM, Banco CSFB, Grupo Ultra, Petropar, Odebrecht, JP Morgan, entre outras), com um fundo gerido por Armínio Fraga, que diz ter como objetivo “difundir conceitos como liberdade individual, propriedade privada, meritocracia, estado de direito, economia de mercado, democracia representativa, responsabilidade individual, eficiência e transparência.” !!!

Fórum do Pensamento Millenium 7/05/2014 reuniu Fábio Coletti Barbosa, Gaudêncio Torquato jornalista autor Instituto Millenium, Jorge Gerdau e José Goldemberg ex-ministro minas e energia.
Fabio Barbosa EDITADAJose Goldemberg

Instituto Innovare Da Rede Globo: Identificar, premiar e disseminar práticas, "disfarçada de boa". 

O presidente do Conselho Superior do Instituto Innovare, Ayres Britto, ministro aposentado do Supremo e ex-presidente do STF.  Ele saiu diretamente do supremo – no qual teve trágico papel no julgamento do mensalão para os braços do Instituto Innovare, portanto da Globo. Márcio Thomaz Bastos, O advogado dos políticos corruptos e que lhes concedia os Habeas Corpus, era presidente do Conselho Superior do Instituto Innovare.
Fontes:

Brasif de Jonas Barcellos "rei do gado" o que mais esconde!!!

O PT e Lula, fez o favor de nos relembrar: o rei do gado e a “Brasif das Mirians”

Jonas Barcellos, dono de uma conversa agradável e envolvente, esse mineiro de 62 anos, radicado no Rio de Janeiro, traz do berço a desenvoltura com que passeia entre os políticos. Seu pai foi um dos fundadores da extinta UDN, União Democrática Nacional, em Minas e sua casa era ponto de encontro de políticos importantes, como o ex-governador mineiro Milton Campos e o ex-vice-presidente Pedro Aleixo. Barcellos finge não dar maior importância à pecha de lobista. "Eu não faço lobby, tenho é muitos e bons amigos", afirma. "Eles são meu ativo oculto." Dentre as amizades políticas, uma das mais ativas é a que mantém com o senador Jorge Bornhausen, do PFL de Santa Catarina. Os dois se conheceram em 1971 e tornaram-se parceiros. Durante anos, Bornhausen participou da Brasif, como seu vice-presidente e conselheiro. "Ele aparecia no meu lugar", diz Barcellos. "Era tudo o que eu queria." A associação do nome de Bornhausen aos free shops de Barcellos tornou-se tão forte que os executivos da empresa estão acostumados a explicar até hoje que não são "empregados do Bornhausen". Ou seja, o senador pefelista, que já deixou a Brasif há alguns anos, acabou levando a fama de rei dos free shops. 
Resultado de imagem para Othon Pinheiro
O dono da Brasif Jonas Barcellos, Jonas Suassuna(dono do sítio), Othon Pinheiro (Eletronuclear) são um dos conselheiros do Consig, o Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande.[7]
Empresa  panamenha um laranjal para investidores brasileiros
O consórcio Veine-Santa Amalia representa um acerto entre os Marinho e o empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif. o responsável pela Veine é diretor da Brasif!!!. O milionário Barcellos já foi dono dos freeshops de aeroportos brasileiros. Hoje, em Belo Horizonte, a Brasif aluga máquinas pesadas. A PF apura compra da MP. Curiosamente, a revista Época, dos irmãos Marinho, denunciou Jonas como um dos fornecedores de caronas aéreas ao ex-presidente Lula. 
No Panamá a Mossack Fonseca, empresa panamenha investigada pela Operação Lava Jato supostamente criando um laranjal para investidores brasileiros, “Proteção patrimonial”.No Brasil, a Mossack oferece serviços no Panamá, Ilhas Virgens Britânicas, Seicheles, Samoa, Nevada (Estados Unidos) e Anguila (Caribe). Manter uma fundação, por exemplo, custa cerca de U$ 3 mil anuais. O serviço mais sofisticado envolve a oferta de “laranjas”. A empresa oferece a possibilidade aos seus clientes de comprarem empresas com diretores laranjas ou seja, cidadãos panamenhos que serão apresentados como verdadeiros proprietários das empresas tipo "offshore" com a finalidade de ocultar a real titularidade dos proprietários brasileiros. Essa busca por "laranjas" seria oferecido pela MOSSACK FONSECA aos seus clientes.
case_tocantins_.jpgResultado de imagem para Brasif máquinas pesadas

O que mais esconde a BRASIF de Jonas Barcellos!!!

A Brasif de Jonas Barcellos aluga e vende máquinas pesadas. A PF apura compra da MP. A Case, marca líder de vendas de máquinas de construção no Brasil, foi uma das empresas vencedoras da licitação do Programa de Aceleração de Crescimento – PAC 2 – que vão entregar juntas mais de 4.900 máquinas no Tocantins, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, A aquisição dessas máquinas (BNDES!) faz parte da segunda etapa do PAC Equipamentos e tem orçamento de mais de R$ 1 bilhão já aprovado pelo Congresso Nacional. As máquinas adquiridas pelo Governo Federal serão doadas para as prefeituras dos municípios com até 50 mil habitantes.

O que mais esconde a BRASIF de Jonas Barcellos!!!

O empresário Jonas Barcellos, fundador da Brasif, a empresa que controla os free shops nos aeroportos brasileiros.  Barcellos, dono da Fazenda Mata Velha, de Uberaba (MG) tornou- se pecuarista  “Embaixador do Nelore”. O dono da Brasif, Jonas Barcellos amigo de Lula que cedia sua fazenda em Araçatuba com  pista particular para pousos e decolagens de jatinhos equipada para garantir a segurança, enquanto funcionários da Brasif desconhecem empresa de aluguel de helicópteros apontada conforme anúncio abaixo por tratar-se de uma empresa panamenha "laranja"[14)

O que mais esconde a BRASIF de Jonas Barcellos!!!
Brasif aluga e vende máquinas pesadas no Brasil (BNDES!), a convocação do Luís Claudio Lula da Silva que ele "explique o motivo de ter recebido (LFT) dinheiro de uma consultoria ( M&M) "consultoria especializada no setor automobilistico" envolvida no suposto esquema de compra de MP investigada na Zelotes" Paula Abreu Barcellos, mulher do pecuarista Jonas Barcellos, amigo do  ex-presidente Lula recebeu R$5,9 milhões entre dez/2011 e mai/2012,  o escritório de Cláudio Lula (LFT)  disse que comprou um imóvel de Paula e a "escritura está com a PF" Paula não foi localizada. [2] [8]
O que mais esconde a BRASIF de Jonas Barcellos!!!
O evento é oferecido anualmente pelo pecuarista Jonas Barcelos após a abertura da Expozebu, feira do setor que ocorre no município mineiro a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves(PSDB) estiveram juntos com ex-presidente Lula na tarde desta sexta-feira (2/5/2013) em almoço organizado  pelo empresário em Uberaba (MG o pecuarista Jonas Barcelos; o ex-presidente Lula dormiu na propriedade de Barcelos. Ele recebeu Dilma logo no início da tarde na sede da fazenda, distante dos demais convidados.Quando Aécio chegou ao local, por volta das 15h, Lula e Dilma já tinham almoçado. Em 2010, Dilma já havia participado do almoço na propriedade de Barcelos. Na época, como pré-candidata do PT à Presidência, ela compartilhou o espaço com o ex-governador José Serra, que também era candidato ao Planalto!!!. (todos farinha do mesmo saco!) [3]

Jonas Barcelos participou na criação do 1⁰ laboratório de coleta de embriões na Índia e Paquistão.[13]
Lula e Jonas Barcelos da Brasif na India. O presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), José Olavo Borges Mendes, e o vice-presidente da entidade, Jonas Barcellos, embarcaram para a Índia a convite do presidente  Luiz Inácio Lula da SilvaCom a assinatura, na 3ª. semana jan/2004, do decreto presidencial revogando a proibição desse comércio, interrompido há 42 anos, o presidente da ABCZ disse estar confiante que, em pouco tempo, os dois países serão novamente parceiros em negócios voltados para a pecuária bovina.  “Há quase uma década representantes da ABCZ discutem com o governo federal sobre a necessidade de retomar a importação de material genético da Índia, proibida desde 1962 por questões sanitárias. [4]
Resultado de imagem para Jorge Bornhausen (PSD-SC) e Brasif
O que mais esconde a BRASIF de Jonas Barcellos!!!
Jorge Bornhausen (PSD-SC), que foi vice-presidente da Brasif e comandou o PFL durante o governo FHC.  Agora, líder do PMDB criador de gado: Jorge Picciani [11] (PMDB-RJ), criador de gado; Jonas Barcelos (ex-dono de freeshops em aeroportos e ligado ao ex-senador Jorge Bornhausen (PSD-SC), que foi vice-presidente da Brasif e comandou o PFL durante o governo FHC, o ex-governador de Mato Grosso e atual senador Blairo Maggi(PMDB-MT), O deputado Jorge Picciani (PMDB)  eleito presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro 2015/2019, se aproximou de petistas matogrossenses antes de Lula chegar à presidência, e no período em que o PT de Delcídio liderou em MS.[5]

!!!...XX Troféu Dom Quixote
Supremo Tribunal Federal [1]

Jonas Barcellos recebendo o Troféu Sancho Pança, do ministro Gilberto Carvalho!!!
JONAS BARCELLOS CORRÊA FILHO – Seu pai, segundo me lembro e contaram, foi amigo do Presidente Getulio Vargas, oriundo das confabulações e divergências com o líder mineiro Antonio Carlos de Andrada e o Governador Benedito Valadares. O filho, Dr. Jonas Barcellos, é uma das personalidades mais ativas e empreendedoras que Minas Gerais deu ao Brasil. Em todas as empreitadas que participou desde 1957, com a distribuidora de caminhões e ônibus Mercedes Benz até os dias de hoje, só teve sucesso e muito sucesso. Além das inúmeras atividades que desenvolve com grandes resultados, mantém, sem auxílio governamental, através das Empresas Brasif, desde 1993, uma escola técnica, “CTT”, que promove a formação de jovens carentes. Pessoalmente, o humanista Jonas Barcellos se identifica com os dogmas que Cervantes caracterizou no Quixote e no Sancho Pança, razão de lhe ser outorgado com louvor o troféu Dom Quixote de La Mancha.

Notas:
[10] Mossack é “proteção patrimonial”, não lavar dinheiro ou esconder propriedades do Fisco. “Proteção patrimonial” é a garantia dada a capitalistas de que não vão perder tudo em caso de crise.

[11] Patrimônio da família Picciani quase dobra durante governo Cabral/Pezão -[12] http://www.agrobrasil.com.br/2004/01/abcz-acompanha-comitiva-presidencial.html  

[13] Jonas Barcelos participou na criação do 1⁰ laboratório de coleta de embriões na Índia e Paquistão - http://www.crpbz.org.br/Home/Conteudo/14348-Jonas-Barcellos-participou-na-criacao-do-1o-laboratorio-de-coleta-de-embrioes-na-India  

[14] http://www.econodata.com.br/lista_empresas/MINAS-GERAIS/BELO-HORIZONTE/C/12788769000103-CONSORCIO-VEINE-SANTA-AMALIA - http://tijolaco.com.br/blog/exclusivo-helicoptero-dos-marinho-era-registrado-pela-agropecuaria-dona-da-mansao-em-paraty/

OS REIS DO GADO- 2003 - http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20031008/reis-gado/21002

Os bilionários da carne -2004 - http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/818/noticias/os-bilionarios-da-carne-m0051790

O rei dos free shops sob influência de políticos: Jonas Barcellos http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2016/02/o-rei-dos-free-shops-sob-influencia-de.html

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O rei dos free shops sob influência de políticos: Jonas Barcellos

Revista VEJA - 22/09/99:

Comércio

O rei dos free shops
Com muitos amigos no PFL, 
Jonas Barcellos domina o comércio
de importados nos aeroportos do Brasil

Lucila Soares  Paulo Jares
Barcellos na Veja em 1999
Barcellos, na fazenda onde cria gado nelore: "Não faço lobby. Os amigos são meu ativo oculto" 

Das caçadas que empreendia na juventude, em Minas Gerais, Jonas Barcellos Corrêa Filho tirou uma lição muito útil para seus negócios: os animais que não chamam a atenção têm mais chance de viver em paz. Desde 1979, quando ganhou a licitação para operar o free shop do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, Barcellos procurou manter-se na toca. Nada das colunas sociais e da badalação que alimentam a vaidade, mas atiçam a concorrência e a curiosidade. Com essa regra de conduta, sua empresa, a Brasif, ocupou quase todos os espaços abertos para o comércio de artigos importados naquelas áreas dos aeroportos internacionais em que os produtos são vendidos em dólar e não se pagam os impostos de importação. Dos free shops existentes no Brasil, a Brasif só não controla o de Salvador, na Bahia. Pilota os outros oito, de onde tirou a maior parte dos 370 milhões de dólares que suas empresas faturaram no ano passado. Foi também sem nenhum pio que, nos últimos meses, Barcellos costurou dois negócios importantes. No início do ano, comprou a participação de 35% de seu sócio Flávio Pentagna Guimarães. Agora, comenta-se no mercado, estaria negociando a venda de um naco de 25% da Brasif com dois grupos de free shops europeus. 

O acordo com os europeus estaria a um passo do sim, embora Barcellos negue que haja qualquer conversa sobre o assunto. Se sacramentar a nova sociedade, o empresário vai aumentar a presença da Brasif no setor de importados. Ele planeja expandir sua rede de lojas fora dos aeroportos e reforçar os investimentos nos free shops. Seus planos passam pela internacionalização. Até o fim do ano, a Brasif pretende carimbar o passaporte para Miami, inaugurando ali um free shop diferente, com um serviço vip de entregas. Os consumidores poderão fazer as compras nessa loja, no centro da cidade, e receber a mercadoria no aeroporto – uma mão na roda para quem não gosta de fazer compras açodado pelas chamadas de embarque. Parceiros estrangeiros seriam companheiros ideais nessa investida fora do Brasil. Seriam úteis também na eventualidade de a Brasif ter de enfrentar concorrentes no Brasil, no território que hoje domina. 

Antonio Milena

Free shop do Aeroporto de Cumbica, em São Paulo:  comércio de importados  sem concorrência 

Barcellos gosta de passar despercebido com seus negócios, como o turista que não quer despertar a atenção para sua bagagem. Mas é figura familiar num círculo pequeno de pessoas influentes e políticos. Graças às amizades que cultivou nos lugares certos, pôde cimentar o poder que tem sobre o negócio dos free shops no Brasil. Até alguns anos atrás, era defendido em Brasília pelo advogado Pimenta da Veiga, atual ministro das Comunicações. Nas campanhas eleitorais, costuma ser generoso. E não o acusem de sectário. Suas contribuições alegram tanto o PLF como o PT, passando pelo PSDB. No ano passado, fez doações para as campanhas de pelo menos dez deputados federais, entre elas a do então candidato Pimenta da Veiga, que recebeu 137.000 reais. Para os políticos mineiros foram quase 700.000 reais, sendo 50.000 para a campanha do governador Itamar Franco. Para a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso foram mais 300.000 reais. "Sou apartidário e acho importante apoiar pessoas com projetos para o país", diz o empresário. 
Barcellos sabe tirar partido de suas amizades à direita e à esquerda. Se hoje os free shops estão bem abastecidos de charutos cubanos, por exemplo, é graças à consultoria de um amigo da alta cúpula do PT que tem trânsito junto ao governo cubano. Em Brasília, tem defensores atentos, como se viu no fim de 1997, quando o governo editou um pacote de medidas destinadas a aumentar a arrecadação, cortar gastos e controlar o consumo dos brasileiros em dólar. Na primeira versão, uma das medidas previa a redução da cota de compras dos turistas de 500 dólares para 300 dólares – um tiro no faturamento dos free shops. Na segunda versão, o item sumiu. "Qualquer medida que atinja os free shops provoca a reação imediata do PFL", relata um dos mais importantes ex-colaboradores do governo Fernando Henrique. Nesse caso, a gritaria contra a mudança partiu também da Infraero, Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária, e da Receita Federal, que dividem entre si cerca de 25% do faturamento dos free shops. 

Perfume francês – Dono de uma conversa agradável e envolvente, esse mineiro de 62 anos, radicado no Rio de Janeiro, traz do berço a desenvoltura com que passeia entre os políticos. Seu pai foi um dos fundadores da extinta UDN, União Democrática Nacional, em Minas e sua casa era ponto de encontro de políticos importantes, como o ex-governador mineiro Milton Campos e o ex-vice-presidente Pedro Aleixo. Barcellos finge não dar maior importância à pecha de lobista. "Eu não faço lobby, tenho é muitos e bons amigos", afirma. "Eles são meu ativo oculto." Dentre as amizades políticas, uma das mais ativas é a que mantém com o senador Jorge Bornhausen, do PFL de Santa Catarina. Os dois se conheceram em 1971 e tornaram-se parceiros. Durante anos, Bornhausen participou da Brasif, como seu vice-presidente e conselheiro. "Ele aparecia no meu lugar", diz Barcellos. "Era tudo o que eu queria." A associação do nome de Bornhausen aos free shops de Barcellos tornou-se tão forte que os executivos da empresa estão acostumados a explicar até hoje que não são "empregados do Bornhausen". Ou seja, o senador pefelista, que já deixou a Brasif há alguns anos, acabou levando a fama de rei dos free shops. 

Barcellos é um bem-sucedido criador de gado nelore. Seus animais, criados em fazendas do interior de Minas e São Paulo, estão entre os melhores do rebanho brasileiro e podem chegar a 120.000 reais num leilão. Quando está no papel de fazendeiro e criador, deixa o esconderijo e participa com prazer dos eventos públicos. Um deles é o Elo da Raça, um leilão que se realiza uma vez por ano numa de suas fazendas, em Uberaba, e reúne seis grandes criadores. Como em todos os acontecimentos desse tipo, a produção é caprichada, com efeitos de luz, fundo musical e leiloeiros profissionais que fazem do pregão um show. Barcellos distribui perfume francês às damas e charutos cubanos aos cavalheiros. Seu rebanho tem 10.000 cabeças de gado de corte e 4.500 animais de ponta, desses que causam espanto em leilões e feiras, como a Expozebu de Uberaba. A convite de Bornhausen, o senador Antonio Carlos Magalhães prestigiou a última edição dessa megafeira agropecuária, em maio, na qual Barcellos brilhou como o principal criador. 

Barcellos costuma almoçar na sede da Brasif, um prédio de doze andares no centro do Rio. Dificilmente o empresário é visto em algum restaurante badalado. Mora numa cobertura dúplex de frente para o mar do Leblon com Paula, sua segunda mulher. O apartamento de 1.000 metros quadrados é avaliado em cerca de 4 milhões de reais. As paredes são brancas, assim como os estofados. Não há obras de arte fantásticas nas paredes nem tapetes caríssimos no chão. Apesar da proximidade com o mar, Barcellos evita ir à praia. Gosta mais de cavalgar por suas fazendas. Já não caça, como na juventude. Trocou o esporte pela pesca, à qual dedica um bom tempo no Rio Araguaia e também no litoral do Espírito Santo. Como ninguém é de ferro, para facilitar a vida, dividida entre o Rio e as fazendas de Uberaba e Araçatuba, só viaja de jatinho, um Citation V, de 1993, com sete lugares. 

Quando o governo autorizou a abertura dos free shops nos aeroportos brasileiros, em 1976, Barcellos apostou todas as suas fichas nesse filão. Até então, era um médio empresário que negociava máquinas pesadas. Hoje, a lista dos free shops controlados pela Brasif, que faturaram 288 milhões de dólares no ano passado, só não coincide com a do Brasil porque em 1994, em Salvador, a Duty Free Bahia, empresa ligada a uma pequena rede de supermercados baiana, ganhou a concessão. Barcellos evita alardear o poderio da Brasif, porque este se apóia em regras velhas, do tempo em que a lei dos cartórios imperava na economia brasileira. Uma delas é a que rege os contratos de concessão entre a Brasif e a Infraero. Nos aeroportos internacionais do Rio, de São Paulo e de Porto Alegre, por exemplo, a empresa será a dona do pedaço por no mínimo mais quinze anos. No caso do Galeão, a sucessão de renovações dos contratos já soma 35 anos. A generosidade dos prazos é baseada no Código Brasileiro de Aeronáutica, que regulamenta todas as atividades desenvolvidas nos aeroportos. Como os contratos prevêem a incorporação de qualquer benfeitoria ao patrimônio da União, a lei garante ao concessionário a ampliação dos prazos de concessão para que possa recuperar o investimento feito. Cada benfeitoria é acompanhada de um aditivo ao contrato que prorroga o tempo de exploração do negócio. Na prática, isso faz com que as concessões se tornem quase intocáveis e Barcellos possa seguir tranqüilo em seu reinado. 

http://veja.abril.co...0999/p_126.html