sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A desgraça que Sarkozy, Obama, Cameron, Putin levaram à Líbia

Kadafi quis ser independente dos "mais ricos do mundo". A OTAN, o neo império, cuidou de detoná-lo, mandando para a Líbia sua frota aérea e marítima mortífera, para fortalecer os rebeldes e estabelecer a democracia na ponta do fuzil. 
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Alex Soares/ Jornal a Nova Democracia
Os rebeldes começaram a compreender que tanto Sarkozy como Obama, Cameron, Putin, o que pretendiam eram as riquezas da Líbia e não a ajuda cínica e "amiga" de que o Sarkozy falava.

  • Os brutos agem apresentando-se como agentes do bem, da civilização, da paz... Hitler jamais aceitara tanto cinismo, tanta hipocrisia, tanta mentira. A Segunda Guerra começou por bem menos do que já fizeram os exércitos ocidentais em sua cruzada contra o “terrorismo” internacional. Há também outra diferença entre Hitler e Sarkozy, um dos destacados senhores da guerra de recolonização do mundo; ao contrário de Sarkozy, Hitler teve a coragem de lutar contra inimigos de igual ou superior poder e dizia o que pensava.  Sarkozy prefere atacar os mais fracos, embora nunca o faça sozinho.


As ‘notícias’ iniciais, de que Kadafi estaria cometendo “genocídio” contra o próprio povo, ou que teria ordenado estupros em massa, sempre foram simples reprodução de boatos jamais confirmados ou dos panfletos de propaganda produzidos em Bengazi. O jornalismo enganoso, faz vergonha a qualquer jornalismo. Hoje se sabe que foram decisivos, somente, para comprometer de vez a credibilidade de organizações como ‘Anistia Internacional’ e ‘Human Rights Watch’.  

No início de março, Sarkozy, que despencava nas pesquisas como candidato à reeleição, acreditou no que lhe disse o “novo filósofo” Bernard-Henri Lévy, que estivera em ‘vilegiatura’ por Bengazi dia 6 de março, que a Líbia e todo seu petróleo estariam ‘no ponto’ para serem confiscados. Dia 11 de março, Sarkozy, impulsiva e precipitadamente, reconheceu a gangue de Bengazi como legítimo governo da Líbia e pôs-se a esperar, cheio de fé, o colapso de Kadafi.

A falta de vergonha e  sensibilidade aliada à incapacidade política de Sarkozy levou-o já a declarar que a França vai receber de imediato um terço de todo o crude produzido na Líbia pela sua "generosa" participação na ajuda aos rebeldes na destruição das infra-estruturas da Líbia, na morte de quase sessenta mil árabes e na fuga e desespero de mais de um milhão.

A agressão imperialista contra a Líbia consumou-se com a tomada de Tripoli. Milhares de líbios morreram sob a agressão da NATO, mandatada pela ONU . O futuro próximo da Líbia é negro. As suas reservas monetárias e financeiras – depositadas em bancos ocidentais – foram roubadas pelas potências imperiais (tal como aconteceu com as do Iraque). E os abutres vão agora à caça dos despojos, à repartição do botim, aos contratos polpudos. Os bandos do CNT, uma vez findo o enquadramento de mercenários, podem começar digladiar-se entre si. 

Registe-se a bravura e coragem do governo Kadafi, que aguentou durante seis meses uma guerra impiedosa promovida pelas maiores potências do planeta. A ficção de que se tratava de uma guerra "civil".
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A NATO bombardeia de maneira aleatória para aterrorizar mais e mais... É difícil dizer se o perigo é tão importante quanto parece. As ruas da cidade vazias. Toda a gente permanece enclausurada na sua casa. Quem são estas "forças especiais"? Thierry Meyssan disse: são formadas por franceses e britânicos! Desde o princípio, são eles que fazem tudo; a NATO trouxe um barco até as proximidades de Tripoli, do qual foram desembarcadas armas e forças especiais. a NATO que faz tudo.
Depois de eles "NATO" se retiraram, então vêm "os rebeldes" fazer a figuração. 
As pessoas estão paralisadas pelo medo; atira-se de toda a parte; e além disso bombardeia-se.
A Agência Líbia de Notícias (JANA) relatou as declarações de Zouzou segundo as quais a casa que foi bombardeada domingo em Arada é um edifício civil e não militar e que uma família inteira foi morta, qualificando este ato de « crime perpetrado pela NATO no quadro do genocídio do povo líbio.E disse cinicamentre o  ministro francês da Defesa, Gérard Longuet a França e a Grã-Bretanha se comprometeram a proteger na Líbia,  aqueles que combatem pela liberdade”, O secretário do Congresso Popular de Base de Souk Jumaa em Tripoli, Youssef Jumaa Zouzou, anunciou que as famílias cujas habitações foram bombardeadas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Arada (subúrbio leste de Tripoli) apresentaram uma queixa contra a aliança, contra o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e contra o Governo britânico.
Os rebeldes começaram a compreender que tanto Sarkozy como Obama e Cameron o que pretendem são as riquezas da Líbia e não a ajuda cínica e "amiga" de que o Sarkozy fala.
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Saif al Islam, filho do líder Muamar Kadafi, afirmou que seu pai financiou a campanha eleitoral do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pediu ao governante europeu que devolva esse dinheiro porque ele "decepcionou" a população líbia possui "todas as contas bancárias, documentos e movimentações financeiras". "Fomos nós que financiamos sua campanha. Temos todos os detalhes e estamos prontos para revelá-los", declarou o filho de Kadafi; assim, Sarkozi disparou o primeiro tiro contra a Líbia.



Por muito que a NATO provoque e assassine os árabes, estes já não se deixarão enganar, mesmo que alguns traidores oportunistas, e com espírito de subserviência, continuem ligados a quem mata horrorosamente o povo árabe.

Eles compreenderam que vale mais viver livre, mesmo com as discussões entre árabes, do que submetidos à vontade da máfia estrangeira que os invadiu e mata com infamantes bombardeamentos sobre árabes.

E verificaram este engano, conluio, genocídio e ganância das forças invasores pelo começo da invasão e agora, quando o Sarkozy, ao pensar que os árabes estavam derrotados, imediatamente veio dizer que queria já um terço de petróleo para pagar a contribuição "amiga" ao contribuir para o massacre de dezenas de milhares de árabes e ao subverter toda a organização que tem dado a prosperidade à nação Líbia.

Os árabes verificaram assim, que ainda o conflito vai no adro já os invasores se preparam para devorar e dividir as riquezas, ao mesmo tempo que tentam acalmar a China, a Rússia e a Índia assegurando-lhes que a presa chega para todos.

Mesmo que os invasores matem Kadhafi, os árabes despertaram.
NATO mercenários inclusive das FARC
Com os crimes continuados da NATO, os árabes perceberam a armadilha em que alguns caíram
A invasão começou com um engano, quando a NATO afirmou que entrava na Líbia só para que o espaço aéreo não fosse sobrevoado pelos aviões do Governo.


A NATO, logo que viu que Kadhafi tinha acatado a decisão, imediatamente entrou no país mártir e destruiu tanto aviões no solo, barcos, estações de televisão e complexos habitacionais, não se preocupando que ali estivessem tanto rebeldes como nacionalistas, apoiantes de uma Líbia unida, coesa e rica, mesmo com as discordâncias entre uns e outros.


Os árabes viram agora, que mesmo antes da Líbia morrer já os invasores abocanham tudo o que levou muitos anos a construir.

ADENDO 2018: VEJAM HOJE, O QUE ESTÃO FAZENDO COM O SOFRIDO POVO DA LÍBIA:
Fotos chocantes do comércio de escravos, torturas e assassinatos na Líbia .
Jovens africanos estão sendo vítimas de mercados na Líbia .
Por menos de 400,500,600 dólares são vendidos com o títulos de potenciais fazendeiros a compradores Norte-Africanos.
https://www.facebook.com/groups/389962341193105/permalink/778238599032142/
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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Terras devolutas, conflitos, Governo, classes dominantes agricultura familiar


Em 18 de setembro de 1850, o imperador dom Pedro II assinou a Lei de Terras, por meio da qual o país oficialmente optou por ter a zona rural dividida em latifúndios, e não em pequenas propriedades.  Os próprios senadores e deputados eram, em grande parte, senhores de terras. 
No Brasil, têm sido esbanjadas as terras, o ruralista em sua maioria na liderança do Congresso, as adquire de qualquer forma.

No dia 24/08/2011, cerca de quatro mil trabalhadores sem-terra bloquearam a entrada do Ministério da Fazenda em Brasilia
        
Os manifestantes reivindicam a ampliação do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), redução da carga de trabalho, a aceleração da reforma agrária, além do assentamento de 60 mil famílias que estão acampadas em territórios brasileiros.

Vejam, o assentamento foi um problema que iniciou na ingerência do governo Sarney este, escolhido a dedo pelos militares, e sob  domínio continuou:

A SUDENE, autarquia criada no governo de Juscelino Kubitscheck tinha por principal finalidade criar condições e meios para melhorar a condição de vida das pessoas que estavam inseridas no chamado polígono das secas(área abrangida pelo nordeste e pelo norte de Minas Gerais

No final dos anos 80 durante o regime militar, inicia-se o assentamento das famílias de lavradores e a incorporação de entidades privadas nos locais de assentamentos.

O projeto fora idealizado para ser um dos maiores pólos de produção do mundo, sobretudo de frutas tropicais, tendo sido gastos em torno de 600 milhões de dólares para o seu aparelhamento. Acontece que, a certa altura, o dinheiro acabou, com a dívida pública nas alturas,.

O governo Sarney sempre sob o domínio dos militares (85/89) recorreu então ao Banco Mundial, que solicitamente ofereceu cento e poucos milhões de dólares para a conclusão. Mas foi estabelecida uma exigência: não fazer na região apenas um desenvolvimento empresarial, mas também “social”, com assentamentos socialistas de Reforma Agrária, distribuindo glebas de cinco hectares para 1.824 assentados, sem o título de propriedade.

Mas uma vez a elite econômica rouba a cena, como é descrito por Oliveira: "a função da SUDENE  passou a propiciar o domínio do nordeste á burguesia do sul, ou seja, a referida autarquia criada para ser um pólo de desenvolvimento e com o objetivo principal de extinguir, pelo menos parcialmente, as desigualdades sociais existentes na área do polígono das secas, em pouco tempo se transformou em um paraíso para os em empresários, onde ganha seus contornos definitivos quando o próprio conflito, classe dominantes versus populares.


Ademais, 54% do solo pátrio são ocupados por terras devolutas, pertencentes ao maior latifundiário do País, o Estado.

O plano de colonização do projeto previa ainda a constituição de um órgão que cuidasse da administração geral, para tanto foi criado a RURALMINAS em 1996.

Passados 20 anos, as perspectivas dos mencionados tecnocratas resultaram no mais retumbante fracasso. Não há praticamente nenhum dos assentados de 95; as posses foram “vendidas” para “novos donos”; em alguns lotes, as transferências sucessivas já ultrapassam o número de 10; os novos posseiros as “compraram” por preços irrisórios ou as trocaram por automóveis velhos e outras quinquilharias.
         
Funcionários do projeto afirmaram que, ao abandonar os lotes, muitos dos assentados os dilapidam, levando tudo o que podem: canos, hidrantes e, em alguns casos, o próprio relógio marcador do consumo de água.

PERGUNTO? Para que serviu a RURALMINAS  que não administrou a disciplina nos assentamentos  protegendo e orientando os assentados contra os latifundiários desonestos? Para que serviu e serve as inúmeras ONGS não governamentais, custeadas pelo Governo Federal que saíram em “defesa” dos assentados? Para que serviu e serve o MST, que recebe verbas faraônicas do Governo Federal e nunca exigiu PARA VALER uma postura digna dos governantes com relação aos grandes latifundiários que exploram as terras (devolutas) mantendo o trabalhador afastado do campo e  quando muito, submetidos a trabalhos em regime de escravidão, e agindo sob a omissão dos militares?  Para que serve o Governo Federal que não manteve como prometeu em campanha política, o assentamento do cidadão civil que quer trabalhar para o seu sustento, para sua sobrevivência?

O QUE REALMENTE O GOVERNO FEDERAL QUER E ESTÁ DEIXANDO ACONTECER NÃO ENTRA METAS PARA A "REFORMA AGRÁRIA" 
por de trás da propaganda do “Agronegócio”, existe um fortalecimento ainda maior do latifúndio semi-feudal, que mantém os camponeses pobres na mais completa miséria, debaixo de intensa repressão, indígenas, quilombolas, verdadeiros donos, expulsos de suas terras pelos ruralistas, sob omissão da bancada ruralista em maioria na Câmara dos Deputados, negociando as commodities com o  comprador externo por três moedas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tem muito "jornalista" mais rico do que certos políticos


A intervenção estrangeira na Líbia para além da mídia de aluguel e dos perfeitos idiotas

O mesmo "direito de agressão" poderá ser usado para nos tomarem a Amazônia

“Que tipo de guerra “popular” foi aquela? O pessoal do serviço secreto trouxe-lhe em bandeja de prata a mais recente pesquisa Rasmussen – segundo a qual, só 20% dos norte-americanos apoiam hoje o escandaloso bombardeio por EUA/OTAN, sobretudo porque aqueles panacas bombardearam civis e mais civis, até crianças. Os europeus – os que contam, gente de verdade, não os burocratas panacas de Bruxelas – estão ainda mais incomodados que os norte-americanos”.
 Pepe Escobar, Asia Times Online -20/8/2011
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Imagem da tv Al-Jazira mostra Saif al-Islam, filho de Kadhafi nas ruas de Trípoli. Espelharam aos quatro ventos que ele fora capturado pelos “rebeldes”.
Preste atenção: todo aquele que defende a intervenção estrangeira na Líbia ou está levando grana ou é um perfeito idiota. Todo aquele que diz que Kadhafi enfrenta rebeldes defensores da democracia e da liberdade ou é um perfeito idiota ou leva grana dos grandes interessados na farra do petróleo líbio, o de melhor qualidade do mundo.

Vamos e venhamos: o que está acontecendo lá é uma tremenda trapaça bélica, uma agressão explícita acobertada muito mais pela mentirada midiática de que por qualquer peça jurídica em nome da democracia.

Não estou exagerando: a mídia que embola os cérebros dos cidadãos está cheia de corruptos. Tem muito “jornalista” mais rico do que certos políticos. E tais fortunas não são colhidas só dos seus salários, por maiores que sejam. Desde priscas eras, o “por fora” sempre existiu nas áreas mais influentes das redações.Também não é pra menos. De que vive um veículo de comunicação? Da venda direta aos consumidores, nem pensar. Foi-se o tempo de jornais como o PASQUIM, que se pagava com só nas bancas. Hoje, incrivelmente, até a tv a cabo é uma grande farsa: cobra os tubos dos assinantes, mas está cheia de anúncios. Coisa estapafúrdia que ninguém quer ver.
 Outro dia mesmo, pelos telegramas pinçados daquele site demolidor, soube-se dos nomes de alguns jornalistas brasileiros que prestam serviços de informações à Embaixada dos EUA. Um deles, aliás, nem jornalista é e se mandou para a Itália para não ter de dar explicações.
Quanto aos perfeitos idiotas, eles são fabricados em séries por faculdades que tratam muito pouco dos mistérios da reportagem em seus currículos, cobram uma grana preta e mandam os garotos sem vocação e sem o mínimo da necessária perspicácia correr atrás. Se forem bonitinhos, podem conseguir uma oportunidade nas televisões e adjacências. Isso alguns: os outros bonitinhos vão tentar a vida em outras praias.
Se Kadhafi fica ou será assassinado, a esta altura não é o que se pode comentar. Porque tudo pode estar acontecendo, inclusive uma manipulação sórdida das informações, técnica usada desde o tempo do bumba. 
Quando as potências estrangeiras começaram a despejar foguetes sobre Trípoli, escandalosas agências de notícia garantiram que o líder líbio havia fugido para a Venezuela. E muito bobalhão acreditou.
Pode ser até que agora, depois de 5 meses de bombardeios criminosos despejados por aviões e navios das decadentes potências ocidentais, principalmente França e Inglaterra, as condições de resistência sejam menores.
De fato, não é contra beduínos recrutados a peso de ouro que o governo luta: quem está fazendo estragos letais é a aviação estrangeira. E nisso, esses senhores das armas servem-se de uma fraude canalha e cruel: Em 18 de março, o Conselho de Segurança da ONU determinou tão somente, e não mais, fechar o espaço aéreo para impedir os vôos dos aviões líbios.
À época, escrevi que aquilo era uma grande mentira. Em horas, os norte-americanos estavam cravando foguetes no coração de Trípoli. Nada, portanto, com a fatídica resolução do conselho, manobrado pelos Estados Unidos. Resolução que, por si, já era uma aberração jurídica ao gosto do vale tudo quando se trata de dar cobertura à pirataria imperialista.
Países em que um mandato eletivo sai por uma fortuna, em que quem ganha uma sinecura trata logo de fazer seu pé de meia à custa do erário, se arvoram em símbolos da democracia e ainda se acham no direito de meter o bedelho nos países dos outros, especialmente se esse país dos outros for rico em petróleo e outras riquezas estratégicas.
Não mandam tropas nem bancam “rebeldes” em dezenas de países pobres, sob o chicote de ditaduras ferozes, algumas dedicadas ao extermínio de tribos rivais. Nessas regiões, milhares de pessoas morrem de fome todos os dias, enquanto seus tiranos vivem nababescamente, em estreita ligação com os governos da Europa e dos EUA.
A Líbia de Kadhafi não está sendo massacrada por ter um regime que permite a recondução do seu líder, algo necessário como elemento de unidade do seu mosaico tribal. Antes do coronel nacionalista, a Líbia era dominada por uma monarquia absoluta, que se impunha igualmente ao fatiamento tribal: lá há 4 habitantes por Km2, isto porque a maior parte do seu território é desértico, situação que Kadhafi está enfrentando com os mais grandiosos projetos de irrigação da face da terra.
Todos esses mercenários do computador que trabalham noite dia para fazer a caveira do coronel são incapazes de prever o que acontecerá sem ele. Os variados grupos que estão de olho no poder já brigam entre si desde o primeiro dia dos conflitos. O general que trocou o Ministério do Interior pelo comando dos insurgentes em Benghazi já foi assassinado por eles mesmos. Quem fala hoje pelos rebeldes poderá cair do cavalo amanhã.
Se finalmente Obama, Sarkozi e outros menos conhecidos puderem cantar vitória, com certeza os derrotados não serão o coronel Muammar Abu Minyar al-Kadhafi e os resistentes, mas a própria nação Libia, que ficará em petição de miséria e será dividida por gananciosas empresas estrangeiras do ramo, como aconteceu no Iraque.
Os “buchas de canhão” que foram recrutados por agentes da CIA instalados em Benghazi não terão como usufruir da mudança, porque o controle será exercido totalmente de fora através de títeres domesticados, como acontece no Afeganistão.
Democracia, pretexto para a agressão estrangeira como foi também para a ditadura que derrubou o governo constitucional de João Goulart, será uma palavra mais adequada ao folclore midiático.
Todos os esforços de progresso serão castrados e a Líbia será apenas um conglomerado de poços de petróleo, explorados sem leis e sem limites pelas companhias estrangeiras que precisam assaltar nações alheias para tirar suas metrópoles da pindaíba.
Só que ainda é cedo para os neocolonizadores cantarem vitória. Assim como a notícia da prisão dos filhos de Kadhafi não passou de um rotundo blefe, não me surpreenderá se as coisas não estiverem bem assim, como descrevem os jornalistas mercenários e repetem os perfeitos idiotas.
Se a intervenção estrangeira vingar, ninguém por estas bandas poderá chiar no dia que os imperialistas decidirem pôr na agenda a internacionalização da Amazônia.

sábado, 20 de agosto de 2011

Com segredo de lista, TCU protege parlamentares infratores


O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 733 empresas contratadas pelo governo federal que têm entre seus sócios servidores públicos, o que é proibido.
Identificou também contratos entre empresas de parlamentares no exercício do mandato e o governo federal, muitos deles sem licitação. Mas não disse quantos e nem quais.
Na verdade, o TCU encontrou muito mais ainda na auditoria feita em 142.524 contratos do governo federal entre 2006 e 2010. Coisas de corar diretores do Dnit.
Informa o relatório sobre empresas que participaram de pregões cujos sócios, além de servidores públicos, integram a comissão de licitação.
Mais: 1.470 empresas contratadas são inidôneas. Uma só empresa venceu 12.370 licitações, mas desistiu de todas para favorecer outras cujos lances eram mais altos.
Outros 9.430 contratos receberam aditivos superiores a 125% (o limite é de 25%); duas empresas com os mesmos sócios participaram de 16.547 licitações; são muitas as dispensas de licitação sem justa causa. E vai por aí.
O TCU presta enorme contribuição ao exercer seu papel fiscalizador, especialmente quando se dá ao trabalho de fazer cruzamentos complexos para chegar a resultados tão efetivos.
Mas macula esse trabalho dando-lhe o selo de sigiloso com toda a incoerência que isso possa ter. Não há um só argumento convincente que justifique o segredo sobre a lista dos parlamentares infratores.
Possivelmente o tribunal acredita que seria injusta a divulgação da lista sem um filtro prévio que indique aqueles parlamentares que se afastaram da gestão de suas empresas.
Não se justifica tanto cuidado: o afastamento da gestão não afasta o risco de tráfico de influência, pois a distância da gestão não se traduz por distância dos lucros.
Lobistas não integram sociedades empresariais e nem por isso deixam de fazer lobby. A diferença é que o parlamentar-empresário dispensa intermediários: ele é o lobista de si mesmo.
A divulgação da lista jogaria uma luz sobre o vínculo da fidelidade de aliados e os negócios que mantêm com o governo.
Há de se encontrar explicação para parlamentares que nunca deixam de ser governo porque negócios não têm ideologia e se encaixam em qualquer gestão política.
Há de se encontrar os beneficiários mais privilegiados ainda: aqueles que além de contratos polpudos, os ganharam sem licitação.
É um daqueles segredos que, ao estabelecê-lo, o juiz protege o infrator contra o interesse público, soberano sobre qualquer privacidade.
Beira o escárnio confiar a tramitação do problema á Comissão de Ética da Câmara, logo ela que não consegue punir nem parlamentares filmados com dinheiro pelas meias, cuecas e, agora, bolsas femininas.
A lista está no cofre da comissão, à espera de uma decisão do presidente da Câmara, Marcos Maia (PT-RS). Juiz agora do destino do documento.
Pode até surpreender, mas tem motivos corporativos suficientes para mantê-la longe do público.
Publicado por:  João Bosco Rabello
4 de agosto de 2011