O sionismo é um movimento político nacionalista judaico surgido na Europa, no século XIX, que defende a existência de um Estado exclusivo para judeus na Palestina, de que é expressão actualmente o Estado de Israel. A partir de 1948, ano da criação do Estado de Israel, o sionismo passou a ser um movimento de apoio à expansão do Estado de Israel e de encorajamento à integração dos judeus em Israel.

Obtendo o seu nome de Sião (Sion, Zion) que é o nome de um monte nos arredores de Jerusalém, o Sionismo é um movimento que se desenvolveu a partir da segunda metade do século XIX, em especial entre os Judeus da Europa central e da Europa de Leste

Em 1896, o livro "Der Judenstaat" ("O estado judaico") de Theodor Herzl, líder do Movimento Sionista, foi traduzido para o inglês. Herzl pregava que o problema do anti-semitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem reunir-se e estabalecer-se num Estado nacional independente.

Theodore Herzl promoveu então o I Congresso Sionista Mundial, em Bruxelas, na Suíça, em 1897, onde se proclamou a decisão de restabelecer pátria judia antiga em Eretz Yisrael. Naquele momento, a Palestina era uma parte do Império Turco Otomano. Esta decisão fez o sionismo diferente da maioria dos outros nacionalismos, porque os seus proponentes reivindicavam para a etnia um território que, na sua vasta maioria não era por eles habitada, facto que foi ( e é ) objecto de grande debates entre os próprios judeus.

Na verdade, formalmente fundado em 1897, o sionismo era formado por uma variedade de opiniões sobre em que terra a nação judaica deveria ser fundada, sendo cogitado de início estabelecê-la no Chipre, na Argentina e até no Congo, entre outros locais julgados propícios.
Prevaleceu o argumento de ordem religiosa a reivindicar o estabelecimento da pátria judaica na Palestina. Argumento discutido até dentro do próprio sionismo, pois é um dado histórico, geralmente aceite, que a grande maioria daquilo que se chama povo judeu nunca mais retornara à Palestina, depois do cativeiro da Babilónia, tendo-se helenizado e imigrado espontaneamente para vários territórios.

A interpretação que prevaleceu fundou-se, pois, em argumento de carácter religioso, embora outras correntes a tivessem considerado uma compulsão retórica heróica e sentimental, e alguns até a reprovassem duramente alegando que esta ?redenção? teria de ser obra de Deus e não o estabelecimento do estado judeu por acções políticas que contraria o messianismo, que é aspecto central da religião judaica.

O movimento, já sob o comando de Chaim Weizmann, ganhou significativo impulso com a Declaração Balfour, de 1917, que trazia a promessa do Império Britânico de permitir a construção de um Estado nacional judeu na Palestina, então sob o poder do Império Otomano que, junto com a Alemanha, estava em guerra contra os britânicos.

A partir de 1917 o movimento opta, então, definitivamente pelo estabelecimento de um estado na Palestina, onde pretensamente se localizaria o antigo Reino de Israel.

Acontece que a região da Palestina já estava cultural e etnicamente arabizada, ou seja, era habitada por uma população de esmagadora maioria árabe, lá enraizada por uma longa e consistente migração e assimilação iniciada por volta do ano de 350 e que perdurou e floresceu por mais de 400 anos durante as dinastias árabes Omanida, Abássida e Fatímida e que, apesar de dominações posteriores, manteve as suas principais características.

Era, pois, evidente que, para o estabelecimento de um estado judeu, os sionistas teriam de fazer uma grande alteração para mudar o equilíbrio étnico e demográfico da região.

O objectivo principal do sionismo ? a criação de uma pátria judaica ? foi sempre bem visto pelas organizações internacionais, como a Liga das Nações, simpatia que aumentou grandemente com o fim da II Grande Guerra, quando se descobriu o genocídio perpetrado pelos nazis contra os judeus

A Inglaterra, depois de mostrar o seu apoio ao sionismo com a Declaração de Balfour, começou logo concretizá-lo quando é investida de um mandato sobre a região da Palestina, por ocasião da perda dos territórios pelo Império Otomano, em consequência da Primeira Guerra Mundial. Dá-se então início a um aumento substancial da migração de judeus para a Palestina ao longo de duas décadas até 1945.

Recorde-se ainda que, tendo os britânicos vencido a I Grande Guerra, grande parte da população alemã acreditou numa colaboração dos sionistas para a derrota da Alemanha, o que foi bem explorado pela propaganda nazi, que passou a acusar indiscriminadamente todos os judeus alemãs de traição. O sucesso da propaganda nazi permitiu a execução do projecto da pureza ariana de eliminação sistemática dos judeus que, junto a vários grupos hostilizados, como os ciganos, eslavos, católicos, homossexuais, comunistas, testemunhas de Jeová, e outros, foram mortos em grande número - o que foi posteriormente denominado Holocausto.

A organização sionista soube explorar politicamente esse massacre, acelerando a migração de judeus para a Palestina (Vide Hannah Arendt), ao mesmo tempo que combatia as forças britânicas locais, que administravam o território da Palestina, por meio de actos terroristas.
Acontece que, desde o início da ocupação sionista das terras palestinianas, foi bem patente a conflituosidade entre os recém-chegados judeus, que proclamavam ser aquela a sua Terra Prometida, e a população palestiniana residente, conflituosidade que numa mais veio a cessar e que, inclusivamente, originou várias guerras.

Em 1947, no fim do mandato britânico sobre a região, já era visível a violência mútua e descontentamento recíproco entre palestinianos e judeus-sionistas. Para resolver o diferendo, a ONU propôs um Plano de Partilha da palestina, para a formação de dois estados um judeu e outro árabe, concedendo 55% da terra para o estado judeu e o restante ao estado árabe.A representação judaica aceitou o plano mas a representação árabe alegou-se prejudicada e espoliada não aceitando a partilha, iniciando-se os conflitos.

No dia 14 de maio de 1948, quando expirou o mandato britânico sobre a Palestina, o Estado de Israel declarou independência, deflagrando a chamada Primeira Guerra árabe-israelita na qual seis estados árabes vizinhos iniciaram movimentos de exércitos regulares para ingressar na região.

Desta guerra, seguiram-se mais três guerras: a Guerra de Suez (1956), a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973).

Entretanto, os esforços sionistas tiveram sucesso ao conseguirem que a ONU, em 1948, aprovasse a criação do Estado de Israel, com o apoio dos EUA, país onde a propaganda sionista teve sucesso, ao que não foi estranho o facto de os Estados Unidos terem uma população judaica, não só muito numerosa, mas também muito influente.

Com o reforço dos laços entre Israel, os Estados Unidos da América o regime racista do apartheid da África do Sul vai emergindo uma forte corrente de países não-alinhados, que é acompanhada pelos países do bloco soviético com a URSS à cabeça, a colocarem-se ao lado dos países árabes, sucessivamente derrotados na guerras desencadeadas contra Israel, e que faziam valer as suas teses na Organização das Nações Unidas. Foi assim aprovada em 10 de Novembro de 1975 a Resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas, por uma votação de 72 votos contra 35 (e 32 abstenções) em que se considera o sionismo uma forma de racismo e discriminação racial.

A Resolução 3379 foi, todavia, revogada pela Resolução 4686 da Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovada a 16 de Dezembro de 1991 com 111 votos contra 25 (e 13 abstenções). Esta nova resolução revogatória fica-se a dever ao facto de Israel ter imposto a sua aprovação como condição da sua participação na Conferência de Paz de Madrid de 1991 , em plena Administração Bush (pai)


Consultar:
 http://pimentanegra.blogspot.com/
 http://en.wikipedia.org/wiki/Zionism
 http://www.palestinefacts.org/index.php


Judeus contra o sionismo:

 http://www.jfjfp.org/ jews for justice for palestinians
 http://www.jewsagainstzionism.com/
 http://www.nkusa.org/
 http://www.jewsnotzionists.org/
 http://www.israelversusjudaism.org/