Mostrando postagens com marcador MáfiaVerde. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MáfiaVerde. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 2 de março de 2012

Advogada que a máfia infiltrou no governo


Autoridades ajudam a abafar episódio da advogada que a máfia infiltrou no governo

Procurador-geral da República, Roberto Gurgel
No início de fevereiro, VEJA revelou que os ministros Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, agiram em sintonia com a máfia que desviou mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos. Em depoimentos prestados ao Ministério Público e à Polícia Federal, a advogada Christiane Araújo de Oliveira contou que, durante anos, manteve relações estreitas com ambos e usou essa intimidade para conseguir levar à frente ações de interesse da quadrilha para a qual trabalhava. Apesar da gravidade das acusações, registradas há mais de um ano em um arquivo de vídeo  e outro de áudio, na ocasião nenhum procedimento de investigação formal foi aberto para apurar a denúncia. Pior que isso: uma parte do material -- o áudio original no qual a advogada narra aos policiais os detalhes de seus encontros com as autoridades do governo e as atividades paralelas derivadas desses encontros -- pode ter sido propositalmente escondida para evitar constrangimentos ao governo.

No áudio até agora desaparecido, Christiane conta detalhes, muitos deles sórdidos, a respeito do período em que conseguiu se infiltrar no governo a pedido da máfia. Entre muitas histórias impressionantes, a advogada confirma que, em 2009, entregou ao então advogado-geral da União, Dias Toffoli, material gravado clandestinamente que incriminava opositores do governo -- versão confirmada em depoimento prestado recentemente à Polícia Federal por Durval Barbosa, o chefe da quadrilha, que fez um acordo de delação premiada com a Justiça. Dias Toffoli nega que tenha recebido qualquer documento das mãos da advogada. Em conversas com colegas do STF, o ministro relatou que está sendo vítima de calúnia e que teria recebido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a garantia de que não há nada nos depoimentos que o comprometa. Não é um comportamento apropriado para quem deveria zelar pelo interesse público: melhor seria se o procurador se empenhasse em descobrir por que as revelações da advogada ficaram escondidas por tanto tempo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

"Mafia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial"


Trecho do capítulo 5 do livro "Mafia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial"

Mais sofisticado que Lutzenberger, o físico José Goldemberg ganhou notoriedade nacional a partir de meados da década de 70, na esteira da oposição de parte da comunidade científica brasileira ao programa nuclear brasileiro, em especial o Acordo Nuclear com a Alemanha. A militância antinuclear e em favor das fontes energéticas alternativas o levaram a aproximar-se dos círculos da ?Nova Ordem Mundial? que promovem o ambientalismo e as restrições tecnológicas. A sua entusiasmada adesão ao catastrofismo ambientalista - condição básica para o ingresso naqueles meios - pode ser constatada com o parágrafo introdutório de seu livro S.O.S. Planeta Terra - o efeito estufa: ?O planeta Terra está ameaçado. O Eden original no qual viveram nossos antepassados distantes - em equilíbrio com a natureza - já não existe mais a não ser em regiões isoladas e protegidas.?


No livro, repleto de informações e dados incorretos sobre os fenômenos atmosféricos, Goldemberg abraça a tese de que os recursos necessários para ?combater as conseqüências do efeitos estufa, ou preveni-las?, sejam gerados pela aplicação de impostos sobre a produção dos derivados do carbono.

Em 1989, ao concluir o seu mandato na reitoria da Universidade de São Paulo (USP), Goldemberg iniciou em grande estilo a sua escalada na hierarquia dos serviçais do Establishment oligárquico. Por intermédio de Yevgeny Velikhov e outros contatos soviéticos, foi convidado a integrar a junta diretora do Fundo Internacional para a Sobrevivência e o Desenvolvimento da Humanidade, entidade sediada em Moscou, cuja finalidade era a de criar um foro de debates Leste-Oeste para a agenda malthusiana-ambientalista. No mesmo ano, ele havia participado do Foro Global de Líderes Espirituais e Parlamentares para a Sobrevivência Humana, também realizado em Moscou, com patrocínio do Fundo. No Foro, Goldemberg foi convidado pela ONG Greenpeace para escrever um dos capítulos do livro Global Warming (Aquecimento global) , publicado no ano seguinte pela organização e o qual constituiu uma das maiores peças propagandísticas em favor das teorias catastrofistas sobre o fenômeno e das drásticas medidas de controle de emissões sugeridas para minimizá-lo, das quais Goldemberg se mostrou um ferrenho adepto.
Os contatos de Goldemberg com Velikhov datam pelo menos de 1986. Sintomaticamente, Velikhov foi também o responsável pelo estabelecimento de um escritório do Greenpeace em Moscou.

Sintomático das idéias de Goldemberg é um artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo (29/01/89), intitulado ?Amazônia e seu futuro?. Nele, Goldemberg pergunta: ?Se for possível converter parte da dívida externa em apoio a tais medidas (proteção da Floresta Amazônica - n.a.), por que não usar este instrumento?? Em seguida, ele mesmo propõe: ?Cálculos preliminares mostram que cerca de 30% da Amazônia poderiam ser convertidas em parques e/ou áreas protegidas com um dispêndio de US$ 3 bilhões (atualmente só 2% da Amazônia são parques nacionais). Três bilhões de dólares é menos do que três por cento da nossa dívida externa. Não nos parece nenhuma perda de soberania aceitar estes dólares, o que aliás, seria uma forma de testar a sinceridade (ou hipocrisia) de senadores e outras autoridades da floresta amazônica?.

Em 1990, além da nomeação para o gabinete de Collor, Goldemberg foi convidado pela Fundação Rockefeller para integrar o conselho diretor da Leadership for Environment and Development (LEAD), uma organização destinada a formar ?lideranças ambientais? em países-chave para os propósitos do Establishment anglo-americano, entre eles o Brasil. Em uma década, o programa já treinou milhares de profissionais para difundir o ideário malthusiano-ambientalista em postos governamentais, empresariais e acadêmicos.

Em maio do ano seguinte, a mesma fundação colocou Goldemberg à frente de uma nova fundação internacional, criada para promover a adoção de fontes energéticas ?alternativas? nos países em desenvolvimento. Na ocasião, ele voltou a manifestar a sua insatisfação com os rumos do debate internacional em torno da assinatura de um tratado internacional sobre o controle das mudanças climáticas, previsto para a Conferência de 1992, devido à oposição de alguns países que ?não compreendem o problema?.

Ainda em 1990, Goldemberg ampliou seus vínculos com a cúpula ambientalista ao ser indicado para o conselho diretor do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), ONG baseada em Winnipeg, Canadá. Outro membro do conselho do IISD é ninguém menos do que Maurice Strong.

No Governo, um dos primeiros alvos de Goldemberg foi o programa nuclear desenvolvido pelas Forças Armadas. Em setembro, por insistência sua, Collor protagonizou um dos mais deprimentes episódios de emasculação de um país diante da oligarquia internacional, ao lançar uma pá de cal simbólica num poço existente no campo de provas da Aeronáutica em Cachimbo (PA), o qual supostamente serviria para testes de artefatos nucleares. Ao lado de Collor e Goldemberg, estava José Lutzenberger.

Em 10 de outubro, o New York Times publicou uma entrevista com Goldemberg, na qual este revelou a existência de ?um relatório confidencial de 50 páginas a respeito do projeto da bomba atômica brasileira, entregue ao presidente Collor?. Na entrevista, ele aponta o ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) Rex Nazaré Alves e o brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, ex-diretor do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) como os principais responsáveis pelo programa secreto, denominado ?Projeto Solimões? - ao qual descreve, depreciativamente, como ?uma mistura de Irãgate com Sonho de uma Noite de Verão?.

Goldemberg foi também um dos primeiros a propor que os países do Grupo dos Sete (G-7) financiassem um programa para a conservação da Floresta Amazônica. Em sua forma inicial, ele propôs que o G-7 concedesse ao Brasil uma ajuda anual de 2 bilhões de dólares para projetos de reflorestamento.

Igualmente, ele foi um dos pioneiros de um esforço que se desenrolou ao longo de toda a década de 90, no sentido de mudar a matriz energética brasileira - baseada predominantemente na energia hidrelétrica -, para dar maior ênfase ao gás natural. Durante a sua gestão, ele se empenhou pela construção do gasoduto Bolívia-Brasil, o que só viria a ocorrer no Governo Fernando Henrique Cardoso.

Em março de 1991, Goldemberg foi agraciado nos EUA com o Prêmio Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, por suas propostas sobre políticas dos países em desenvolvimento frente às supostas mudanças climáticas.

Com a demissão de Lutzenberger, Goldemberg assumiu interinamente a Secretaria do Meio Ambiente, à frente da qual participou da conferência Rio-92, em junho.
Durante toda a sua participação no Governo Collor, encerrada em setembro (depois de assumir o Ministério da Educação), pouco antes de o presidente ser defenestrado do cargo por acusações de corrupção, Goldemberg atuou como um eficiente agente de influência do Establishment oligárquico. Em grande medida, por influência sua, o Brasil aderiu a todos os acordos internacionais elaborados pelos estrategistas oligárquicos para a escalada rumo ao pretendido ?governo mundial?, tanto na área ambiental como na científico-tecnológica. Entre eles, destacaram-se: o Protocolo de Montreal; o Tratado de Tlatelolco, de banimento de armas nucleares na América Latina; o Acordo Quadripartite de Salvaguardas Nucleares, que estabeleceu a criação de uma agência argentino-brasileira para fisaclizar as atividades nucleares dos dois países; e fez sérios acenos para a adesão ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e ao Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, que seria efetivada no Governo Fernando Henrique Cardoso. Efetivamente, ele tem feito por merecer os numerosos postos e galardões com os quais tem sido agraciado pelos seus patronos oligárquicos.

José Goldemberg
José Goldemberg Gaúcho de Santo Ângelo, 82 anos, é físico nuclear tem um PhD em física nuclear (1954). Ele foi reitor da Universidade de São Paulo (1986-90), Ministro Federal da Ciência e Tecnologia (1990-91) e Ministro Federal da Educação (1991-92) e foi o ministro do Meio Ambiente de São Paulo desde 2002. Enquanto Ministro do Brasil de Ciência e Tecnologia, Goldemberg convenceu o presidente Collor de Mello para acabar com o programa do Brasil de armas nucleares, o que levou a Argentina para encerrar seu programa de baixo também sob vigilância por um conjunto argentino-Brasil inspecção. Goldemberg é mais conhecido por seu trabalho sobre energia global (incluindo o futuro da energia nuclear e suas conseqüências) e questões ambientais, o que resultou em ele ser um co-receptor da sueca Volvo Environmental Prize em 2000.http://www.fissilematerials.org/ipfm/pages_us_en/about/members/members.php

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Lorenzo Carrasco

MSIA

Hora de defesa da indústria nacional
O manifesto em defesa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu papel de fomento das atividades produtivas nacionais (Resenha Estratégica, 11/08/2010), além dos questionamentos sobre os riscos dos investimentos minerais da China no País, parecem sinalizar uma atitude mais firme das lideranças industriais brasileiras em relação aos estragos causados ao setor pela política econômica e financeira ditada pelos interesses rentistas e comandada pelo Banco Central (BC). Como afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luís Aubert Neto, idealizador do manifesto: "Nosso objetivo foi provocar discussão. No Brasil só se ouvem os bancos."
Da mesma forma, os industriais dos setores de siderurgia e mineração começam a se dar conta dos riscos e da assimetria da abertura indiscriminada aos investimentos chineses, que não têm a devida contrapartida no país asiático, onde a presença estrangeira naquelas áreas é bloqueada por uma série de subterfúgios. Ademais das preocupações meramente comerciais, até mesmo argumentos de soberania nacional - um tanto incomuns nos altos círculos empresariais - têm sido usados para justificar a necessidade de medidas governamentais para assegurar uma certa proteção contra a penetração chinesa, que pouco atende aos interesses nacionais, além da estreita preocupação dos rentistas com o ingresso de capitais externos para a manutenção das engrenagens financeiras baseadas no negócio da dívida pública a juros recordistas mundiais.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico de 17 de agosto, o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch, chegou a afirmar que é preciso "fechar o país por um tempo, a fim de fomentar a indústria nacional".
Não obstante, embora seja oportuna e bem vinda, essa conscientização sobre a necessidade de proteção às indústrias brasileiras precisa ser reforçada por um rápido reaprendizado das diretrizes fundamentais que devem orientar a economia real, historicamente praticadas pelas nações de economias mais avançadas e, lamentavelmente, obscurecidas pela avassaladora financeirização da economia mundial das últimas quatro décadas. Para tanto, será preciso abandonar de vez os surrados e disfuncionais dogmas referentes ao "livre comércio" e a ilusória crença na onisciência dos "mercados", substituindo-os por diretrizes de políticas econômicas consentâneas com as necessidades da geração de bens e serviços que configuram a economia real e, não menos, com os requisitos de harmonia de interesses e bem-estar das sociedades em geral, dos quais as atividades econômicas não podem estar desvinculadas.
Essa corrente de pensamento econômico não apenas existe, como está diretamente vinculada ao progresso e o desenvolvimento das nações de economias mais avançadas - não por acaso também as mais industrializadas do planeta. Trata-se do chamado Sistema Nacional ou Sistema Americano de Economia Política, cujas raízes históricas remontam aos ensinamentos de pioneiros como o italiano Antonio Serra, no século XVII, passando pelos cameralistas europeus dos séculos XVII a XVIII, e desenvolvido por luminares como os estadunidenses Alexander Hamilton, Henry Carey e Erasmus Peshine Smith, o alemão Friedrich List e outros. Para todos eles, o desenvolvimento das manufaturas nacionais deve ocupar lugar de destaque nas políticas econômicas.
Fonte: http://www.msia.org.br/ibero-am-rica-iberoam-rica/brasil/1004.html