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sábado, 6 de agosto de 2011

A elite corporativa e Reagan, seu moleque de recado


August 5th, 2011 3:00 PM

30 Years Ago Today: The Day the Middle Class Died

De tempos em tempos, alguém com menos de 30 anos de idade  me perguntam: "Quando isso tudo começou, como deslizou para baixo os EUA da América?"

Eles dizem que já ouviram falar de uma época em que as pessoas que trabalham poderia criar uma família e enviar as crianças para a faculdade sobre o rendimento apenas de um dos pais (e que a faculdade em estados como Califórnia e Nova York era quase de graça). Que qualquer um que quisesse um emprego decente poderia obter um. Que as pessoas só trabalhavam cinco dias por semana, oito horas por dia, tinham  o fim de semana inteiro  livre  e  um período de férias pagas a cada ano. 

Que o trabalhador era protegido pelos sindicatos, como empacotador, pintor de casa, não importava  como "humilde" seu trabalho;-  era reconhecido com garantias  de uma pensão,  seguro saúde, e de alguém  que o defendia caso fosse  tratado injustamente.

Os jovens ouviram falar deste tempo mítico - mas não era um mito, era real. E quando eles perguntam, "Quando isso teve fim” eu digo: "Terminou neste dia: 05 de agosto de 1981."

Iniciou há 30 anos,  foi o início do fim, e a direita decidiu "ir para ela" - para ver se eles poderiam realmente destruir a classe média para que eles mesmos pudessem se tornam mais ricos, e mais ricos.

E eles conseguiram.
Em 5 de agosto de 1981, o presidente Ronald Reagan demitiu todos os membros da controladoria de tráfego aéreo união (PATCO), que tinha desafiado sua ordem para voltar ao trabalho e declarou o sindicato  ilegal. Greve de apenas dois dias.

Foi uma jogada ousada e atrevida. Ninguém nunca tinha experimentado. O que tornou ainda mais ousado foi a de que o  PATCO foi um dos três únicos sindicatos que havia apoiado Reagan para presidente! Ele formou uma onda de choque entre os trabalhadores em todo o país. Se ele fez isso com o sindicato que o apoiou, o que ele faria para nós ?

Reagan tinha sido apoiado por Wall Street em sua corrida para a Casa Branca e que, juntamente com os cristãos de direita, queria reestruturar os EUA da América e voltar a maré que o presidente Franklin D. Roosevelt começou - uma maré que tinha a intenção de tornar a vida melhor para a classe média.  Os ricos odiava pagar melhores salários e proporcionar benefícios ao trabalhador. Eles odiavam ainda mais  o pagamento de impostos. E desprezavam os sindicatos. Os cristãos de direita, odiavam qualquer coisa que se relacionasse com o socialismo ou que tivesse de estender a mão a minorias, ou as mulheres.

Reagan prometeu acabar com tudo isso. Então, quando os controladores de tráfego aéreo entraram em greve, ele aproveitou o momento. Em se livrar de cada um deles; proibiu o sindicato,  enviou uma mensagem clara e forte: Acabava ali  a vida confortável  e de regalias da classe média.

América, a partir de agora, iria ser executado da seguinte forma:
* O super-ricos vão ganhar mais, muito mais, e o resto de vocês terão que se contentar para as migalhas que sobrarem.
* Todos devem trabalhar! Mãe, pai, os adolescentes em casa! Pai, você terá um segundo emprego!  Crianças, não percam as chaves! Seus pais chegarão em casa a tempo apenas  de colocá-los na cama.
* 50 milhões de norte-americanos ficarão sem seguro  saúde! E companhias de seguros de saúde que vão decidir quem  quer ajudar - ou não.
Sindicatos * são maus! Vocês não precisam de  sindicato! Vocês não precisam de um advogado! Cale-se e volta ao trabalho! Não, você não pode sair agora, o trabalho não está terminado. Seus filhos podem fazer seu próprio jantar.
* Você quer ir para a faculdade? Não há problema - basta se inscrever aqui e assinar  o financiamento a um banco para os próximos 20 anos!
* O que é "um aumento de salário"? Volte ao trabalho e cale-se!
E assim foi. Mas Reagan não poderia ter puxado este fora por ele próprio em 1981. Ele tinha algumas grande ajuda:

A AFL-CIO. (é a maior central operária dos EUA e Canadá)
A maior organização de sindicatos dos EUA disse aos trabalhadores que furassem os piquetes da greve dos controladores de tráfego aéreo e voltassem ao trabalho. E foi o que os empregados sindicalizados fizeram. Pilotos, comissários de bordo, encarregados de bagagens, motoristas de empilhadeiras, carregadores – todos furaram os piquetes e ajudaram a pôr fim àquela greve. E todos os sindicalizados furaram todas as greves e continuaram a encher os aviões de carreira.

Reagan e Wall Street quase nem acreditaram no que viram! Centenas de milhares de trabalhadores, apoiando a demissão de outros trabalhadores, sindicalizados como eles. Foi um Papai Noel em agosto, para as grandes empresas dos EUA.

E foi o começo do fim. Reagan e os Republicanos sabiam que se safariam – e safaram-se. Cortaram impostos dos ricos. Tornaram impossível organizar sindicatos nos locais de trabalho. Eliminaram leis de segurança no trabalho. Ignoraram leis antimonopólios e permitiram milhares de fusões entre empresas, com muitas empresas vendidas para serem fechadas. As empresas congelaram salários e ameaçaram os trabalhadores com a chantagem da transferência de empresas e empregos para o exterior, caso não aceitassem trabalhar por salários menores e sem garantias nem benefícios. E os trabalhadores aceitaram trabalhar por menores salários... E mesmo assim as empresas mudaram-se para o exterior, levando com elas os nossos empregos.

E em cada passo desse processo, a maioria dos norte-americanos também se deixou levar. Praticamente não houve nem oposição nem resistência. As “massas” não se levantaram nem defenderam seus empregos, suas casas, a escola dos filhos (consideradas das melhores do mundo). Apenas aceitaram o destino e curvaram-se.

Muitas vezes me pergunto o que teria acontecido se todos, simplesmente, tivéssem deixado de viajar de avião, ponto final, em 1981. E se todos os sindicatos tivessem dito a Reagan “Devolva os empregos dos controladores, ou fechamos o país: ninguém entra e ninguém sai.” Sabem o que teria acontecido? A elite corporativa e Reagan, seu moleque de recado, teriam afinado.

Mas não fizemos nada disso. E assim, pedaço a pedaço, peça a peça, ao longo dos 30 anos seguintes, os que passaram pelo poder destruíram as pessoas comuns nos EUA e, em troca, desgraçaram o futuro de, no mínimo, uma geração de jovens norte-americanos. Os salários permaneceram estagnados durante 30 anos. Basta olhar as estatísticas e vê-se que todas as perdas de tudo que hoje tanta falta nos faz começaram no início de 1981 (here's a little scene to illustrate that from my last movie)

Tudo começou no dia 5 de agosto, há 30 anos. Foi dos dias mais terríveis em toda a história dos EUA. E deixamos que acontecesse. Sim, eles tinham o dinheiro, a imprensa e os policiais. Mas nós éramos 200 milhões! Quem duvida de que teríamos vencido, se nós, todos os 200 milhões de enganados, ficássemos realmente furiosos e decidíssemos recuperar para nós o nosso país, nossa vida, nosso trabalho, nossos fins de semana, nosso tempo para educar e ver crescer nossos filhos?

Será que já desistimos, mesmo? O que estamos esperando? Esqueçam aqueles 20% que apóiam o Tea Party – ainda temos os outros 80%! Esse declínio, nossa queda ladeira abaixo só parará quando exigirmos que pare. E não por “abaixo-assinado” ou gorjeios pelo Twitter.

Temos de desligar a televisão e o computador e os videogames e sair às ruas (como fez o pessoal de Wisconsin). Alguns de nós têm de candidatar-se às prefeituras, ano que vem. Temos de exigir que os Democratas, ou criem vergonha e parem de viver sustentados pelo dinheiro dos bancos e grandes empresas – ou pulem fora e devolvam os postos para os quais foram eleitos para fazer o que não estão fazendo.

Quando chega, chega, ok? O sonho comum da vida das pessoas comuns nos EUA não renascerá por mágica ou milagre. O plano de Wall Street é claro e está aí à vista de todos: os EUA serão nação dividida entre os Que-têm e os Que-não-têm. Está bom, assim, prá vocês?

Vamos usar esse fim de semana para parar e pensar sobre os pequenos passos que podemos dar para virar esse jogo, com os vizinhos, no trabalho, na escola. Que melhor dia para começar que hoje, 30 anos depois?!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Qual a razão para o Brasil retardar usos da energia nuclear?


Roteiro das investidas contra o programa nuclear brasileiro

"Qual a razão de pressionarem o Brasil para abandonar o uso da a tecnologia do ciclo completo do combustível nuclear, e deixarem de lado a China, a Índia, a Coréia, o Paquistão e Israel, que possuem a tecnologia até da bomba atômica? A bem da verdade, qual a razão de não pressionarem as superpotências e o próprio USA?" Esta é a pergunta que Guilhermina Coimbra, doutora em Direito e Economia, professora na Universidade Federal Rural, presidente do Instituto de Integração das Nações e vice-presidente da Comissão de Ensino Jurídico e Advocacia da Federação Interamericana de Advogados, tem repetido, sem jamais obter resposta, em todos os eventos promovidos sobre o tema através do mundo.

Tão logo as eleições presidenciais no USA reconduziram o armamentismo ao rol das prioridades da política internacional, George W.Bush indicou, com a sutileza de um elefante, que para o Brasil receber do USA alguma atenção terá de ser ultra-condescendente diante da fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e outras entidades controladas pelos ianques.

Pouco antes da reeleição ter prolongado a permanência desse criminoso, de periculosidade planetária, na gerência do império, dois dos mais importantes componentes da mídia imperialista, o jornal The New York Times e a revista Science dispararam torpedos contra os avanços dos brasileiros no complexo de Resende, estado do Rio de Janeiro.

Preparando a visita de inspetores da AIEA ao Brasil, aqueles veículos publicaram artigos afirmando, entre outras coisas, que "o programa nuclear brasileiro assusta o planeta"e que o sigilo em torno dele "apenas aumentou as suspeitas sobre a confiabilidade e as intenções do Brasil".

Já no Congresso Internacional de Direito Nuclear, realizado em Budapeste, Hungria, há cerca de três anos, Guilhermina Coimbra observava que a imprensa imperialista jamais exigiu o desarmamento dos fabricantes asiáticos da bomba atômica. Insistem, entretanto, em ignorar "a necessidade de um país como o Brasil ter a sua força para dissuadir eventuais antagonistas".

VENENO CAVALAR

Na Science os pesquisadores Liz Palmer e Gary Milhollin alertam que a fábrica de Resende tem capacidade para produzir até seis ogivas nucleares por ano e, se suas instalações forem ampliadas, em dez anos estará fabricando 63 ogivas anuais.

No The New York Times, o correspondente Larry Rohter (aquele mesmo que chamou Lula de bêbado) alardeia que o Brasil, "desde que começou a observar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, em 1997, tem resistido em permitir pleno acesso a inspetores internacionais a uma fábrica secreta de enriquecimento de urânio, a 160 quilômetros do Rio de Janeiro". Acusa o gerenciamento militar de ter mantido um programa clandestino de armas nucleares, até 1985. Nos dias atuais "Ninguém diz mais, como antes, que o Brasil está engajado na fabricação de uma bomba nuclear, mas a preocupação é de que possa exportar urânio enriquecido, ou a tecnologia, e isso acabe nas mãos de Estados inamistosos ou terroristas. Nos anos 80, o país enviou secretamente para o Iraque urânio e assistência técnica." O jornal suspeita que "a resistência às inspeções esteja ligada à crença brasileira de que há uma conspiração internacional para impedir o Brasil de se tornar uma grande potência e que a Agência Internacional de Energia Atômica, embora imparcial, pretende roubar do Brasil uma valiosa tecnologia secreta".

"A situação tem sido complicada" — destaca o jornal — pelo aparente desejo do Brasil de lidar com o mundo externo."

Após os inspetores terem finalmente obtido acesso parcial à instalação de Resende neste mês, surgiram previsões de que o impasse seria logo contornado. Dispensam-se as profecias porque, afinal, o que os gerentes coloniais não fazem para agradar ao Imperium? Mesmo assim, os especialistas estrangeiros, para dissimular sua ação intervencionista, criam a ima gem de um confronto em torno das inspeções, particularmente em torno da campanha que por várias décadas foi promovida pela Marinha: a construção de um submarino nuclear.

AULA DE LUCIDEZ

Na defesa do programa nuclear, a professora Guilhermina Coimbra observa que nada é mais estratégico na economia de um país do que o seu setor energético — "principalmente energia que gera eletricidade":

— Isto — diz ela —, está mais do que comprovado. É só lembrar o racionamento de energia imposto à população brasileira não faz muito tempo, em atendimento aos ditames do Fundo Monetário Internacional que, por considerar o investimento nas estatais brasileiras da área de energia elemento de déficit público, impediu o progresso nessa área.

E acende a luz para a questão da energia:

— Além do mais, é lógico, óbvio e notório, aquele que detém o poder de gerar, transmitir e distribuir energia tem o controle do país. Não há argumentos convincentes para justificar a privatização de boa parte da geração e toda a distribuição de energia no Brasil.

Recorda que o setor elétrico brasileiro era um modelo de eficiência:

— Lucrativo, gerava uma tecnologia de transmissão a longa distância, única no mundo. Atendia ao mercado com energia barata e limpa, através de um planejamento a longo prazo. Do mesmo modo, não há argumentos que justifiquem o Brasil desprezar nenhuma de suas fontes de energia,muito menos aquela originada dos minérios nucleares.

A jurista destaca que há mais de 50 anos o Brasil trabalha de maneira árdua e coerente para desenvolver um programa que forneça capacidade ótima de energia, independente dos fenômenos naturais.

— Sabido é que o Brasil tem um vasto potencial de minérios nucleares (urânio, tório, berilo, nióbio e outros) — diz a professora analisando as opções brasileiras — Sabido também que somente as reservas de urânio, em quiloca lorias, são 70 vezes superiores ao total das reservas brasileiras de carvão, petróleo e gás natural. Assim, não há uma só razão para o Brasil retardar usos da energia nuclear.

Fato surpreendente, revela a professora, a história da energia nuclear no Brasil iniciou-se ainda antes de 1940 e avançou até que o país, através dos diversos compromissos assumidos pelos seus governantes e suportados pela população de maneira tolerante e estóica, se tornou o maior cliente dos bancos internacionais e do Fundo Monetário Internacional.

O MONOPÓLIO DAS ARMAS

A professora Guilhermina alinha em seguida os marcos da história da energia nuclear no Brasil: — Do começo da Segunda Guerra Mundial até uns 20 anos do seu término, a vida intelectual e política brasileira nessa área foi marcada pela personalidade do almirante Álvaro Alberto que, consciente do nosso potencial de minérios energéticos nucleares, alertou Vargas sobre a necessidade de dar destinação utilitária a esse manancial. Isto permitiu ao Brasil situar-se entre os maiores produtores mundiais de urânio, nióbio e outros minerais energéticos. Álvaro representou o Brasil por duas vezes (1946-1947) no Conselho de Segurança de Energia Atômica da Comissão da Organização das Nações Unidas (ONU), onde iniciou a luta para conseguir acesso do Brasil à tecnologia nuclear. Tomando posição contra o controle internacional dos minerais nucleares e os princípios das compensações específicas, através do qual o Brasil deveria comercializá-los em troca da "transferência" de tecnologia, o almirante Álvaro Alberto, primeiro presidente do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), plantou as raízes da política nuclear brasileira.

Ao surgir a bomba atômica, as potências imperialistas passaram a dificultar o acesso à referida tecnologia e esmerar-se na construção de ideologias e teses geopolíticas que dessem uma aparência lógica, moral e de direito a um querer ilógico, imoral e contrário a todas as regras de Direito Internacional (consuetudinário, Cartas da ONU, da OEA e Direito da Concorrência da OMC, inclusive). Lembrou que, em 1947, em Viena, o Plano Baruch (proposto por Bernard Baruch, o chefe da representação do USA na AIEA/ONU) tentou controlar as reservas mundiais de minerais radioativos. Todos deveriam colocá-las sob a responsabilidade de organizações "internacionais". — O governo brasileiro da época — ressaltou — não concordou com tal proposta. Em 1950, aprovou-se no Brasil lei ordinária criando o monopólio dos minerais nucleares. Três anos depois, o Congresso elaborou e aprovou a Política Nacional de Energia Nuclear. Conversações com cientistas alemães, em 1953, resultaram na compra de três reatores nucleares alemães, para serem utilizados no enriquecimento de urânio no Brasil e na instituição de uma comissão de cientistas e industriais brasileiros e alemães para estudar a possibilidade de se construir uma usina de enriquecimento de urânio no país. Todas as negociações eram sigilosas, mas, quando os três reatores estavam para ser transferidos para o Brasil, foram embargados pela Comissão de Energia Atômica do USA. Em 1955, porém, o presidente Juscelino Kubitschek — após criar o Ministério das Minas e Energia e, subordinada a ele, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) — ordenou o confisco dos três reatores alemães, cuja remessa para o Brasil havia sido embargada pela Comissão de Energia Atômica dos USA. Por esse tempo, a Universidade de São Paulo começou a construir o primeiro reator nuclear brasileiro. Em 1963, o presidente João Goulart anunciou a intenção de construir a primeira usina nuclear no Brasil, mediante joint ventures * com o Canadá e USA.

Com o término da fabricação do primeiro reator brasileiro, na Universidade de São Paulo (USP), criou-se a Companhia de Materiais Nucleares do Brasil. Um ano após o golpe contra-revolucionário de 1964 foi assinado, em Washington, o Acordo de Cooperação Nuclear entre o Brasil e o USA. Esse acordo, lembra Guilhemina Coimbra, gerou dependência tecnológica de equipamentos (reatores) e de urânio enriquecido, principalmente com a instalação de Angra I.

COLÔNIA É COLÔNIA...

O urânio enriquecido só poderia ser adquirido no USA, não teria outra utilização que não a energia elétrica e teria de ser devolvido ao fornecedor da tecnologia, depois de utilizado. Até 1966, dentro do convencionado, nenhum depósito de urânio poderia ser "descoberto", no Brasil. Somente em Poços de Caldas, Minas Gerais, a presença de urânio foi detectada e confirmada — mas, os argumentos contra a exploração "eram os tendenciosos de sempre, objetivando desinformar a população brasileira sobre o seu imenso e inestimável patrimônio de minérios energéticos".

De 67 a 69, foi decidida a construção de mais uma usina nuclear e, em seguida, firmado o Acordo Brasil-Alemanha. O Brasil não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear TNP, mas reconheceu a AIEA. A Índia, a China, o Paquistão e a Coréia do Norte recusaram o TNP considerando-o discriminatório.

Na gerência de Ernesto Geisel (1974 a 1979), foi assinado o Protocolo de Bonn, contratadas empresas nucleares alemãs e criadas as empresas nucleares brasileiras.

A intenção geral do Protocolo de Bonn era a de implementar no Brasil uma capacidade industrial em todas as áreas de propósitos pacíficos da energia nuclear e, ao mesmo tempo, promover a transferência de tecnologia. Mas pelo Protocolo de Bonn, o Brasil deveria suprir a demanda de urânio da Alemanha, enquanto que, em 1983, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mandou a gerência do Brasil à época reprogramar o cronograma de construção das suas usinas nucleares.

A comunidade científica foi deixada de fora do Programa Nuclear Brasileiro oficial. Até a Companhia Nuclear de Engenharia de Equipamentos Pesados (Nuclep), uma das empresas nucleares criadas por Geisel foi proibida de ter os seus próprios projetos de engenharia e de comercializá-los. De 1984 a 1986 os cientistas, engenheiros, técnicos — apoiados pela Marinha — continuaram as pesquisas, chegando ao domínio completo do ciclo do combustível nuclear. Com isso a energia nuclear poderia ser usada em inumeráveis atividades, da engenharia à medicina, Em 1987, José Sarney, na gerência do Estado brasileiro, anunciou precipitadamente que os brasileiros estavam aptos a desenvolver a tecnologia nuclear. Nessa época aconteceu algo muito estranho: — A reação não se fez esperar. Aproveitaram-se do "incidente nuclear" de Goiânia para tentar convencer à população brasileira que, se os nossos técnicos não conseguiam administrar uma bomba de Césio-137, seriam incapazes de lidar comercialmente, com a energia nuclear.

A Constituição de 88 estabeleceu o monopólio da pesquisa, da lavra, do enriquecimento, do reprocessamento, da industrialização e do comércio dos minérios e minerais nucleares e seus derivados. Assim, a União não pode contratar empresas privadas para a realização de nenhuma dessas atividades. Mas em 1989 e 1992, o governo brasileiro assinou diversos acordos e tratados internacionais concernentes ao uso da energia nuclear.

Guilhermina Coimbra destaca, entre eles, o Acordo de Salvaguardas Brasil-Alemanha-AIEA "altamente prejudicial aos interesses brasileiros", mas ressalva que não se firmou o pior de todos, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) apesar de anos de terríveis pressões externas.

Quando a política de subjugação nacional voltou, ainda mais desavergonhada, em 1994, o Congresso referendou esse tratado e Fernando Henrique Cardoso o ratificou, frustrando 50 anos de esforços para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil. (Archibaldo Figueira)

*Joint-venture —união de risco em que empresas nacionais ou estrangeiras (empresas privadas e públicas) se "associam" a um projeto econômico ou financeiro.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nordeste Pernambuco e a presença da elite globalista nas "ilhas de sanidade"

Quando uma imagem vale muito mais do que mil palavras:


“E quem afirmar que no Ceará há uma oligarquia que usa o Kipá, é porque "NÃO"é  maledicente”
In “O Coronelismo: uma política de compromisso” Janotti, M. de L.M., p. 65/66
  • EU DIGO: Os Estados Unidos representados pela elite dominante anglo-americana os lobos em pele de cordeiro, os fabianos que no Brasil agem como raposas através da ação maçônica mundial, preservarão o Brasil como estratégia de manipulação capitalista sanguinária, para atender no futuro a NOVA ORDEM deles, os banqueiros centralizadores do mundo. De quando em quando, é importante perguntar a ti mesmo, até que ponto o progresso exterior dominante que pretende os integrantes deste poder egoísta, concederá a paz de que eles necessitam para continuarem a praticar o mal, e somente o mal contra a humanidade. 
  • Foi intensa a luta dos EUA (Kennedy) contra o comunismo se alastrando pela América Latina? Oras, O povo não tinha condições de entender o que se passava, nem mesmo que a guerra fria era um acordo entre os EUA e a Rússia, para desenvolverem a tecnologia roubada da Gestapo,  que fora então roubada dos alienígenas; Passaram então a cobrar fortunas das porcarias vendidas para o povo já alienado, pelas novas tecnologias não desenvolvidas por eles e sim, roubadas por eles.
O Grande Combatente da Liberdade tinha que combater não só a reação, mas também os equivocados, ciumentos e ambiciosos da própria esquerda, alguns deles depois trilhariam o caminho da perdição. Ainda hoje invejam a postura adotada por Arraes na época da perdição no Nordeste. 


A verdade é que nunca houve um líder de esquerda e nacionalista 
da estatura de Arraes.
"Sou um homem marcado,  mas esta marca temerária, entre as 
cinzas das estrelas, há de um dia se apagar"
(Miguel Arraes)

São essas as frases expostas nos capítulos 52, 55, 60 e 73 do Livro do Leitura do MCP- Movimento de Cultura Popular. Fica óbvio a orientação para o nacionalismo, mediante a ideologia nacional-reformista, se tratando de Pernambuco, pela gestão de Miguel Arraes (1963-1964).


- “Um governo nacionalista leva o progresso ao campo”. ▬ Recém-empossado governador do Estado de Pernambuco, Miguel Arraes nomeou uma comissão para investigar os acordos existentes entre Pernambuco e os "globalistas" nos Estados Unidos. Formada por seis intelectuais: Antonio Baltar, Salomão Kelner, Augusto Wanderley Filho, Luiz Pandolfi, Gildo Guerra e Germano Coelho, secretário estadual de educação e cultura. Por decisão dos integrantes da comissão, Germano - professor de direito constitucional, com mestrado em Paris assumiu a presidência e a relatoría da comissão.
- Os trabalhos começaram em 12 de fevereiro e foram concluídos em 1º de maio de 1963. Reuniu documentos colhidos no Brasil e nos Estados Unidos.
- Germano Coelho presidiu e relatou um inquérito que se transformou na primeira e única contestação oficial à política do governo Kennedy para o Brasil. Contestação de um governo eleito, feita com base em documentos. Aconteceu em fevereiro de 1963 Contexto histórico de Recife em fins da década de cinqüenta e início da década de sessenta
- E ao juntar todas as informações constatou algo que, em conjunto e em minúcias, era impactante: Os globalistas nos Estados Unidos estava priorizando acordos diretos com estados onde os governadores faziam oposição ao presidente João Goulart, e beneficiando com o maior montante de recursos aquele que deveria ser o candidato oposicionista à presidência, Carlos Lacerda, governador da Guanabara. "Era uma invasão, uma invasão silenciosa. Estava tudo ali, nos dados que reunimos, nos documentos", recorda Germano. –
- Para o governo dos EUA era outra coisa: chamava-se "política das ilhas de sanidade administrativas",
termo cunhado pelo embaixador Lincoln Gordon. Oficialmente consistia no apoio preferencial aos estados que estivessem sendo "bem administrados". Coincidentemente, as "ilhas de sanidade" eram governadas por opositores de Goulart...
- O resultado do inquérito foi divulgado em reunião na Sudene, da qual participou o próprio embaixador Lincoln Gordon. Em 80 páginas, um contundente diagnóstico da ação norte-americana. "Foi uma surpresa para o Lincoln. Ele não esperava nunca um trabalho com aquela profundidade. Ele não conseguiu responder. Ficou calado. E eu disse para um colega na reunião: 'Calamos o imperialismo americano'", conta Germano, que mais tarde seria prefeito de Olinda e hoje é superintendente executivo do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola).
- O estudo feito em Pernambuco ganhou repercussão nacional e internacional. Mostrava que os EUA estavam passando por sobre a autoridade da Sudene e do presidente  da República, assinando convênios diretos com os estados. Isso era inconstitucional, afirmava o inquérito, que virou livro da Editora Brasiliense, com o título ▬ Aliança para o Progresso ▬ resultado de inquérito, lançado ainda em 1963.
- Com base no estudo, Arraes cancelou todos os convênios assinados entre Pernambuco e os EUA. É a história desse inquérito que Germano Coelho nos conta nesta entrevista, concedida com duas características que ele mantém desde aquela época: um sorriso permanente e uma cultura que passeia pela história e pelo espírito das leis com a familiaridade de quem se sente em casa,
Os governadores "não nacionalistas" da região tinham tratamento VIP da Casa Branca - como nunca tiveram antes e como certamente nunca mais virão a ter.

Aluízio Alves (RN) e Virgílio Távora (CE) quando queriam passar o pires em busca de recursos para seus estados não iam para Brasília; iam para Washington. Pela Pan Am e partindo do Recife.

A presença dos norte-americanos no Nordeste Pernambucano também tinha seus lances inusitados por este motivo que questionamos até hoje o porque das exclusões do povo nativo para outras cidades! ou do migrante? para comparar apresento:    http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=8215

Hoje o presidente Kennedy é nome de rua ou avenida em todas as capitais do Nordeste.
  • Até paraninfo ele foi: turma de 1963 de economia da Universidade Federal de Pernambuco o escolheu como tal.
A solenidade foi em fevereiro de 1964, no Recife. O embaixador Lincoln Gordon o representou.
  • Os estudantes responsáveis pela indicação ganharam viagem aos EUA e foram recebidos pelo senador Robert Kennedy em Washington (em junho daquele ano).
"Sou um homem marcado,  mas esta marca temerária, entre as cinzas das estrelas, há de um dia se apagar". ( Miguel Arraes )
  • No dia l6 de setembro de 1979, Miguel Arraes chegava ao Recife depois de l4 anos no exílio. O comércio que marcou a sua volta, denominado Arraes Tá , foi em Santo Amaro. Foi o último grande ato público das esquerdas. O de maior emoção. O povo não esquecerá  Arraes  e queria levá-lo de volta ao governo para ele entrar pela porta que saiu. Mas ele se voltaria ao governo em l986. Em 82 colocaram outro candidato, mesmo sabendo que só Arraes  tinha condições de vencer o artifício da sublegenda.
    • O projeto de Reforma Agraria pretendido por Arraes para o Nordeste ficou no papel, seu  povo fugindo da seca seguiu para as  grandes metrópoles. 
    • Hoje 2011, esperamos que o Neto de Arraes eleito governador de Pernambuco mesmo concebendo o nome Acyoli "oligarquia anos 1930" traga o resgate do seu povo excluído pelos governantes, oligarcas, e centralizadores internacionais
    • http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010/07/campos-de-concentracao-no-nordeste.html