sábado, 19 de março de 2011

Embaixada Americana no Brasil e pelo "MDIC" no processo de escolha das corporações

Nota minha: Quem realmente manda nos EUA? Quem realmente manda no Brasil? Vejam isso, quem manda nos EUA que sabemos estar falido! são os sionistas, os mesmos que mandam em Israel, são os donos dos diamantes, do ouro, do petróleo, são os donos de Wall Street, são os mesmos que antes do genocídio dos Bôeres na África com Cecil Rhodes, estão sempre presentes nos países deixados por eles sempre em desenvolvimento à disposição para a ruptura como o Brasil, nos últimos trinta e três anos com os governantes lesa-pátria, sofrendo o estelionato empresarial, o descaminho total, do patrimônio brasileiro exterminado o estratégico. Eles tem uma rede empresarial imensa  por isso, o governo global vai ser o da corporação, às custas da exploração.

Pergunto? Por que no comércio exterior, o BNDES e a Apex faz parte do MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior?

Em sua primeira visita ao Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, vão se reunir com altos executivos de dez empresas brasileiras e oito americanas no encerramento de um encontro de empresários, neste sábado (19), Palácio do Itamaraty, em Brasília. 

A reunião foi organizada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. 

Embaixada Americana no Brasil e pelo MDIC no processo de escolha das corporações.
Veja os empresários que se reunirão com Obama e seus interesses nos EUA
Empresas Brasileiras

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Roger Agnelli - Vale (Deram-lhe um cala a boca já tinha carta denúncia)
Com carreira profissional construída no banco Bradesco, entre 1981 e 2001, o economista Roger Agnelli se tornou recentemente membro do International Advisory Committee, o conselho da NYSE (Bolsa de Valores de Nova York).

Atualmente, a empresa possui um escritório em Nova Jersey, que comercializa produtos derivados do níquel e detém metade do capital da CSI (Califórnia Steel Industries) - a maior produtora de laminados planos de aço do oeste americano.

Foto:: Fernando Ferreira/News Free/AE
Jorge Gerdal Johannpeter - Grupo Gerdau
Ex-presidente executivo do Grupo Gerdau - cargo que exerceu entre 1983 e 2007 -  e atual presidente do Conselho de Administração desde outubro de 2001, Jorge Gerdau Johannpeter estará no encontro com Dilma e Obama.
Por meio da subsidiária americana Gerdau Ameristeel Corporation, o Grupo Gerdau controla cerca de 80 siderúrgicas e unidades de transformação nos EUA. A empresa pode fabricar 9 milhões de toneladas por ano e, com a ajuda da ampla cobertura geográfica, a empresa atinge em 22 Estados americanos.
Josué Christiano Gomes da Silva - Coteminas
Maior grupo têxtil das Américas, a empresa é controlada pela Springs Global e será representada na reunião pelo seu presidente, Josué Christiano Gomes da Silva.

Engenheiro civil e bacharel em direito, Silva também preside o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) e a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).

Com investimentos de US$ 500 milhões (R$ 835 milhões) nos Estados Unidos, a Coteminas está no mercado daquele país desde 2006 e possui lá cerca de 2.200 funcionários. Atualmente, detém a liderança mundial em produtos têxteis para cama e banho, com participação de 7% do mercado global e vendas anuais acima de US$ 2 bilhões (R$ 3,34 bilhões).
Carlos Alberto Vieira - Banco Safra
O presidente da instituição financeira desde 1973, Carlos Alberto Vieira vai representar o banco no encontro com Obama.

Economista com pós-graduação em administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Vieira é membro do Conselho de Administração da Aracruz Celulose, presidente do Conselho da Pastoril Agropecuária Couto Magalhães e ainda integra a diretoria do Conselho da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Presente nos Estados Unidos desde 1987, o banco possui três escritórios/sede no país – em Nova York, Miami e Delaware - com o nome Safra National Bank, que possui US$ 4,1 bilhões (R$ 6,8) em ativos próprios (bens, incluindo as aplicações dos investidores) nos EUA.
Luiz Roberto Ortiz Nascimento - Camargo Corrêa
Economista e funcionário da corporação desde 1974, Luiz Roberto Ortiz Nascimento - atualmente vice-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa - será o representante da empresa na reunião.

A Camargo Corrêa, por meio da Alpargatas, investiu nos Estados Unidos cerca de US$ 63 milhões desde 2007. Hoje, a empresa tem escritório em Nova York, loja na Califórnia, além de centro de distribuição de produtos e ainda emprega 38 funcionários no país.

Obs: Alpargatas passou para a JBS Friboi financiada pelo BNDES.
Frederico Fleury Curado - Embraer
O diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, vai participar da reunião. Engenheiro de produção, ele iniciou a carreira no Canadá em 1984 como representante da empresa brasileira. Entre 1985 e 1994, ocupou cargos gerenciais e, após a privatização em 1995, passou integrar a diretoria da corporação.

A Embraer tem três unidades nos Estados Unidos, que ficam nas cidades Nashville, Fort Lauderdale e Melbourne. Nesta última, a empresa tem uma linha de montagem de jatos executivos de seis e de oito lugares desenvolvidos pela empresa em 2005.
A unidade de Fort Lauderdale é responsável por treinar mecânicos e pilotos, fornecer peças de reposição e prestar assistência técnica. A unidade de Nashvile faz a manutenção e a reforma de interiores de aviões, além da revisão e conserto de equipamentos.
Marcelo Bahia Odebrecht - Odebrecht
O engenheiro Marcelo Bahia Odebrecht, atualmente presidente da Construtora Norberto Odebrecht S.A., vai representar a empresa no evento com Obama.

A corporação está nos Estados Unidos desde 1990 e já executou 55 obras, entre elas a construção de equipamentos aeroportuários, rodovias, pontes, arenas esportivas, metrôs, obras de prevenção de catástrofes em parceria com o exército americano.

A Braskem, empresa controlada pela Odebrecht, também está presente nos Estados Unidos, história que começou em 2010 com a aquisição da Sunoco Chemicals. Hoje, a Braskem possui 445 funcionários em 3 fábricas nos Estados Unidos.
Marco Antônio Stefanini - Stefanini IT Solutions
O fundador e presidente da empresa Marco Antônio Stefanini estará no encontro. Com passagens pelo Bradesco e Engesa, o executivo adquiriu conhecimentos em processamento de dados, tendo atuado como analista e consultor na área.

Atualmente com operações em 27 países, a Stefanini IT Solutions, que está nos Estados Unidos desde 2001, é uma empresa multinacional especializada na prestação de serviços na área de tecnologia da informação. Com sede em São Paulo, possui filiais em Detroit, Chicago, Nova York, Atlanta e Fort Lauderdale.

Atualmente, a empresa possui sete escritórios no país americano e, desde o início das operações no país, investiu cerca de US$ 100 milhões (R$ 167 milhões) no país.
José Ermírio de Moraes - Grupo Votorantim
Diretor da Votorantim Metais, uma das subsidiárias do Grupo Votorantim, desde 2002 e presidente do Conselho de Administração da Votorantim Celulose e Papel S.A., José Roberto Ermírio de Moraes vai representar o conglomerado na reunião com Obama. Em 2003, Moraes se tornou diretor-presidente da Votorantim Investimentos Industriais.

Atualmente, o Grupo Votorantim possui nos Estados Unidos, só na área de cimentos, cinco fábricas do produto, 12 navios e terminais portuários, além de 120 unidades de agregados e de produção de concreto, nos Estados da Flórida, Michigan, Illinois, Indiana e Wisconsin.

Em 2007, o grupo comprou a US Zinc, empresa produtora de zinco, que tinha três fábricas nos Estados Unidos – uma no Texas, outra em Washington e a terceira no Estado de Tennessee.

O conglomerado tem ainda participações comerciais do Banco Votorantim em Nova York; da Fibria, maior produtora mundial de celulose, em Baltimore (Maryland); e da Citrovita, produtora de suco de laranja, em Newark (Delaware).

José Luis Cutrale - Cutrale
A Sucocítrico Cutrale Ltda é a maior produtora de laranja e processadora de suco de laranja e derivados do mundo. Na reunião entre os empresários com Obama, a empresa terá seu presidente, José Luis Cutrale, como representante. Ele tem mais de 40 anos de experiência em toda a cadeia do aronegócio agrícola.

Atualmente, a empresa é a principal vendedora brasileira de suco de laranja e a segunda maior distribuidora do produto no mercado americano. No final da década de 1990, a empresa comprou duas unidades da Coca-Cola na Flórida.

A aquisição de plantas nos Estados Unidos é, segundo a empresa, a única maneira de superar as barreiras tarifárias impostas pelos americanos ao suco de laranja vendido pelo Brasil.
 

Joesley Batista - FriBoi

responsável pelo  processo de expansão e internacionalização 
da JBS, uma das principais empresas do agronegócio no Brasil. 


Listado em 2016 entre os 70 maiores bilionários do Brasil pela 

revista Forbes






Veja as empresas americanas que terão representantes no encontro com Obama

Anadarko – Uma das maiores empresas de exploração e produção de petróleo e gás natural no mundo.
Cargill – Fornecedora mundial de produtos e serviços nos setores de alimentação e agricultura.
CH2M Hill – Maior construtora de engenharia multidisciplinar, responsável pela ampliação do Canal do Panamá e construção dos apartamentos da Vila Olímpica de Londres.
Citibank - Maior banco dos EUA e o segundo maior do mundo.
Cummins Inc. - Empresa prestadora de serviços na área de motores e tecnologias relacionadas a sistemas de combustível, de aviação e para geração de energia elétrica.
ITW (Illinois Tool Works Inc.) – Grupo que fabrica produtos diversos, que vão dos químicos até automotivos, máquinas e equipamentos.
International Paper - Gigantes mundiais do setor de celulose e papel com filial no Brasil.
Praxair Inc. - Empresa global que fornece gases atmosférico e revestimentos de superfície de alta performance.
Fonte: Casa Civil
Adendo:

20 de agosto de 2006
White Martins, subsidiária da Praxair, Inc, iniciou-se a primeira planta de liquefação de gás natural no Brasil. É também a primeira planta de gás natural liquefeito (GNL) a ser construído e operado pela empresa em todo o mundo.
A usina vai fornecer GNL para uma joint venture, chamada GasLocal, entre White Martins e a Petrobras, empresa de petróleo do Brasil estatal, a planta produz 14,5 milhões de pés cúbicos (cerca de 350 toneladas) por dia de GNL que está sendo distribuído por caminhão para abastecer as regiões do Brasil não servidos por gasodutos.
Os clientes de GNL no Brasil incluem as empresas de transporte, os clientes industriais e postos de gás natural de enchimento utilizados pelos consumidores residenciais e comerciais. GasLocal já tem um volume substancial de capacidade da planta sob contrato.
"Estamos ansiosos para ajudar a Petrobras expandir a rede do Brasil fornecimento de gás natural, aplicando nossa experiência em produção e distribuição de gás para continuar a desenvolver o mercado de gás natural", disse Domingos Bulus, presidente da White Martins. White Martins tem vindo a participar na produção e comercialização de cilindros de gás natural e kits de conversão de veículos para vários anos.
A joint venture deverá ampliar o acesso ao GNL; reduzir a necessidade de importação de gás liquefeito de petróleo e óleo diesel; gerar novos empregos e criar novos usos para o gás natural.

Nota:
http://www.valor.com.br/politica/4544407/fiesp-critica-fusao-do-mdic-com-itamaraty-em-eventual-governo-temer 

terça-feira, 8 de março de 2011

Pedro Porfírio: Sou um homem livre sob todos os aspectos

Pedro Porfírio, Cearence, jornalista, repórter, aniversariante no mês de março, cidadão honesto, íntegro, não se deixou corromper pelo sistema político plutocrata que dominou o Brasil, e damos graças pela sobrevivência a opressão, para hoje nos contar a verdade real do que se passou neste país, durante os anos de arbítrio.

"Não somos indispensáveis ao mundo, nem a ninguém no mundo. Mas podemos  CONVIR ao mundo, indo ao encontro de sua beleza e até de suas não belezas". 

— O Ceará ficou feio para mim. Quem pôde mandou-se de pau-de-arara para o Sul. Muitos caíram em poder de traficantes de mão-de-obra escrava e foram vendidos no interior de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, em troca do pagamento da viagem e de um prato de comida, mantidos sob as mesmas leis no sertão cearense. Fortaleza dominada pela pior politicagem... Sentia-me quase solitário ao ver os ricos pilhando o erário, e os pobres a desejarem as sobras, ainda sob forte influência conformista da igreja católica. Adeus Ceará dia 24 de abril de 1959 chegava no Aeroporto Santos Dumont. E, para minha tranqüilidade, lá estava dona Iracema. Eu tinha para onde ir. Era um bom começo.

Marcada a visita do presidente norte-americano no Brasil, decidimos organizar nossas demonstrações de repúdio a seus propósitos.

(Confissões de um Inconformista)

Sou um homem livre sob todos os aspectos.

Esse despojamento que uma natureza rebelde me incutiu tanto me cobre de coragem desmesurada, como pode me conduzir para o mais fundo dos abismos, eis que a sociedade se degenerou, perdeu o recato moral e decaiu

O sistema capitalista se fez selvagem. O mundo todo entrou nessa pilha, corrompem e são corrompidos por ação e omissão,

Tenho estado em cancha com a consciência da mais dramática solidão. Sozinho não estou, recupero-me na avaliação.  Os farsantes de todas as trupes querem me ver moribundo, estigmatizado, desacreditado.

amargurado tenho buscado aproximações com outros contendores. Aqui e ali, alcanço uma alma perdida, disposta a afrontar a obscena conspiração da pouca vergonha, do cinismo, do jogo de cena, da mistificação profissionalizada.

Não me queixo, aliás. Escolhi as armas de uma guerra desigual sabendo do que isso pode representar o próprio isolamento

Sinto, no entanto, uma energia inesgotável, que é alimentada e reciclada a cada manifestação parceira, a cada comentário sobre meus escritos
Postado por Pedro Porfíriohttp://www.porfiriolivre.info/

terça-feira, 1 de março de 2011

Mídia - Para que uma mentira pareça verdade, convém repeti-la incansavelmente

Mais Você: Ana Maria Braga recebe Dilma Rousseff nesta terça, dia 1

Presidente agradece apresentadora por apoio em fase difícil


Dilma Rousseff e Ana Maria Braga cozinham no Mais Você que vai ao ar na terça, dia 1º (Foto: TV Globo)
Na manhã desta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff esteve na casa de cristal do programa Mais Vocêe foi entrevistada pela apresentadora Ana Maria Braga para o programa que a Rede Globo exibe nesta terça-feira, dia 1, às 8h30, logo após Bom Dia Brasil.
Dilma chegou de helicóptero à Central Globo de Produção, em Jacarepaguá, por volta de 11h20, e foi direto para a casa do Mais Você. Durante o trajeto, Ana Maria acompanhou os passos da presidente, contando um pouco de sua história e apresentando ao telespectador as instalações da TV Globo por onde passava a comitiva presidencial.
Presidente Dilma Rousseff elogia os jardins do Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
Ana Maria recebeu Dilma com um forte abraço e mostrou o estúdio e os jardins do programa, que foram muito elogiados pela presidente. No café da manhã, Dilma agradeceu a solidariedade de Ana Maria em um dos momentos mais difíceis de sua vida, quando recebeu o diagnóstico de câncer. Ambas tiveram a mesma doença e conversaram sobre a luta que travaram para vencê-la. A apresentadora também comentou o fato de verem a presidente como uma pessoa dura:
- É interessante como esperam de nós, mulheres, uma certa fragilidade. Isso decorre do fato de que a mulher, quando assume um alto cargo, é vista fora do seu papel. Acho que, a partir de agora, isso vai começar a ser encarado como uma coisa normal e natural. As pessoas vão se acostumar com cada vez mais mulheres conquistando espaço - disse a presidente.
Ana Maria Braga recebe a presidente Dilma em um café da manhã no Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
No segundo bloco, o programa ouviu cidadãos de diferentes cidades do Brasil. Dilma se surpreendeu com os comentários, principalmente com a constatação de que os brasileiros a vêem como uma pessoa como eles. Questionada sobre a adoção da palavra ‘presidenta’, no feminino, Dilma explicou que é uma obrigação que tem com as mulheres brasileiras que, muito antes dela, saíram de suas casas para estudar, trabalhar e construir o Brasil de hoje:
- É para enfatizar que a agora existe uma mulher no mais alto cargo do país, que nós podemos sim chegar longe - explicou Dilma.
Participação especial do terceiro bloco, a ex-candidata à presidência da República Marina Silva perguntou, por vídeo, sobre a falta de igualdade de oportunidades e Dilma rapidamente enfatizou a necessidade de políticas sérias para, não só inserir cada vez mais a mulher no mercado de trabalho, como tratar a questão salarial. Dilma destacou também a violência contra a mulher e a importância que dará à lei Maria da Penha.


Rousseff e Ana Maria Braga preparam omelete de queijo no Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
No quarto bloco, a conversa saiu da mesa e foi parar na cozinha. Dilma colocou a mão na massa e, ao lado de Ana Maria, preparou uma omelete de queijo, mostrando seu lado dona-de-casa. A presidente se encarregou de todos os ingredientes, enquanto falava sobre o aumento do poder de compra do brasileiro. Mas, preocupada com o prato, chegou a interromper o assunto para continuar cozinhando. Ao fim da visita, as duas aprovaram a “omelete presidencial” e Dilma aproveitou para agradecer a oportunidade de falar ao público de Ana Maria.
A presidente Dilma agradece oportunidade de ir ao Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
O programa Mais Você tem apresentação de Ana Maria Braga, direção de núcleo de J.B. de Oliveira, o Boninho, e direção-geral de Vivi de Marco. - 28/02/2011 15h30 - Atualizado em 28/02/2011 15h45

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fordland-Belterra-Tapajós-Brasil: os panópticos ou Pan-óptico



(2) Ford e a idéia da produção de borracha na Amazônia [Brazilian] — Os efeitos também foram sentidos em Dearborn, quando o Inglês, em uma tentativa de manter os preços altos da borracha, criou o cartel da borracha do Sudeste Asiático, obrigando Henry Ford a pensar que ser de como produzir seu próprio material bruto, a fim de garantir o fornecimento do látex para a fabricação de pneus para seus carros, a preços competitivos. — Esta foi a gênese do plano da Ford de produzir borracha na Amazônia. A escolha do Vale do Tapajós como a sede da empresa de borracha provinha do fato de que 70 mil sementes de Wickham se originou lá. Mas a história da aquisição desses milhões de hectares, em Julho de 1927 é um pouco complicado, no qual Jorge Dumont Villares,sobrinho de Santos Dumont, herdeiro de uma próspera dinastia de café de São Paulo, e WL Reeves Blakeley que desempenharam papéis importantes. — Warren Dean, em seu livro "A luta pela borracha no Brasil", relata o que Henry Ford, pagou pela terra que o Estado poderia ter cedido a ele gratuitamente, como deu a Villares se ele tivesse negociado diretamente com o governo. Fordland — Uma vez que o terreno foi adquirido, o próximo passo foi construir a cidade que iria apoiar o sistema de plantação, batizado de Fordlândia (Fordland) e situada na margem direita do rio Tapajós, na bacia do rio Cupari, nos municípios de Itaituba e Aveiro , em uma comunidade conhecida como Boa Vista.

— Em dezembro de 1928, dois navios, o Ormoc Lake e Lake Farge, descarregados os materiais de que a nova cidade de Fordlândia seria construído. Sob a direção do Einar Oxholm americana, os trabalhadores brasileiros passou a trabalhar imediatamente edifício que em pouco tempo pode se tornar a terceira cidade mais importante da Amazônia, proporcionando aos seus habitantes, com hospitais, escolas, água encanada, habitação, uma casa de cinema, electricidade, um porto, oficinas, armazéns, um restaurante, um campo de futebol, uma igreja, bocas de incêndio na rua, no emprego. — A cidade floresceu rapidamente, no coração da selva. A torre de água, símbolo da presença da Ford na região, foi embarcado em caixas de os E.U. e criada em uma localização estratégica para que todos que fizeram do porto não poderia vê-lo.
Yeah, yeah, o panóptico de Bentham yada yada.
Há realmente um panóptico historicamente preservados da vida real para ser lembrado como na cidade paulista de Paranapiacaba, railhead ex-Inglês-owned São Paulo Railroad - os quais também reverteu para o controle do governo quando o ciclo do café atingiram a solo. A cidade continua a ser um Railyard, trabalho do mal. Coitados dos paulistas e paulistanos, sofreram muito.

 
— A Casa de Correção um panóptico da Petite Roquette, em Paris, teve por inspiração um modelo norte-americano observado por Tocqueville em 1831. — A preocupação em separar os jovens dos adultos levaria à abertura, em 1836, da Casa de Correção da Petite Roquette, em Paris, inspirada em um modelo norte-americano observado por Tocqueville em 1831. É uma prisão com celas (586) para menores delinqüentes, abandonados e crianças internadas por solicitação paterna1. Num primeiro momento, os jovens presos ficavam na cela durante a noite. Durante o dia, os jovens detidos trabalhavam em silêncio na oficina, recebiam instrução primária e religiosa. Realizava-se o desejo do legislativo de 1791: ligar a pena à educação. — Entretanto, por razões disciplinares, a Petite Roquette rapidamente passaria a ser um sistema de encarceramento integral, dia e noite. — O tour da casa estrategicamente localizado na colina do Engenheiro Chefe demonstra claramente a intenção de realizar uma vigilância Bentham em cada canto e recanto da instalação. bits Intricate, pouco de Inglês lente de moagem, decadência da população em não se desenvolver intelectualmente.

 
Obs: (“ Pelas fotos lá deixadas, que perseguem as pessoas com o olhar, vemos que o lugar ficou amaldiçoado, pelos cruéis castigos praticados”) — O guia também faz questão de enfatizar como esses babacas, o Inglês, fez todo o possível para evitar a transferência de tecnologia, mesmo usando moldes de madeira para evitar a fuga tendo a fórmula para o aço Inglês bom e verdadeiro cair nas mãos do Sambodians. — E o Brasil está dizendo agora, por exemplo, que a transferência de tecnologia é a grande dificuldade em saber se a Força Aérea vai comprar o F-16, o Rafale ou o Griffen Saab [?]. — "Conjuntos habitacionais": foram construídas para os trabalhadores, gestores e visitantes.. Estes são basicamente circular, com uma entrada comum, rodeado por casas individuais - o que hoje seria chamado de "condomínio fechado horizontal", eu acho ou...... — Jacob Cohen, em seu livro "Fordlândia, o interrogatório Grande do Futuro", escrito em 1929, descreve a construção da cidade como segue: "A primeira preocupação dos engenheiros responsáveis foi o de estabelecer as primeiras bases, parte deles construídos incorporando as antigas fundações da Boa Vista, que foram renovados. Em seguida, eles construíram o Quartel Central, que serviu como escritório, clínica médica e odontológica, farmácia, depósito de armazenagem, refeitório, e mais, iluminando-a com eletricidade e equipando-o com telefones e ventiladores elétricos. — Em seguida, eles construíram o porto e o hospital, que Cohen descreveu como "um modelo de sua espécie, observando-se o mais rigoroso de higiene e apresentando um serviço de ambulância que rivaliza com a de Belém. O armazém, construído em forma de moradia, também abrigou a energia elétrica. A oficina de carpintaria, criado temporariamente perto da porta do armazém e, vangloriou-se um conjunto de serras elétricas para processamento dos registros, bem como uma máquina de aplainamento, que recebem seus poderes de uma unidade central e contado através do uso de baterias químicas. — Em simultâneo com a construção da cidade, iniciou-se o corte da floresta e plantio da seringueira. No final de 1929, o desmatamento eo plantio de 400 hectares tinha sido concluída bem aquém da meta prevista para gestores da Companhia Ford Industrial do Brasil (CFIB), SA, criada em 1927 para, entre outras coisas, "avançou com o plantio de seringueiras e a extração de matérias-primas relacionadas a este produto ", como seus artigos de incorporação afirmou. Nos seguintes dois anos, outros 900 hectares foram plantados e despojado. — Esta foi o primeiro grande desmatamento sustentado das terras da Amazônia. Na época, a pecuária ainda estava em sua infância, restrito às planícies de inundação ao longo das margens dos rios, com suas pastagens naturais, mas precárias - um método que só iria mudar com as inundações de 1953, o que obrigou os pecuaristas para criar pastagens fora da planície de inundação. Criar queimando e replantio - o que os antropólogos chamam de "agricultura" roça.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

FHC O PRINCIPE

Lula prometeu em campanha política anular, cancelar, reconsiderar as privatizações criminosas realizadas no governo FHC, e NADA FEZ... ao contrário! Lula privatizou no seu governo  mais do que o governo de FHC.


Um “moderno Príncipe” para a burguesia brasileira: O PSDB (1988-2002)i
O pensador marxista italiano, Antônio Gramsci, diz ser o partido político o organismo social que é
capaz de traduzir e unificar as aspirações e interesses das classes subalternas, formando uma vontade
coletiva nacional-popular com vistas a transformar profundamente a sociedade capitalista. Para tanto,
porém, o “moderno Príncipe” – o partido político – deve ser o organizador e o propagandista de uma
reforma intelectual e moral que permita a elevação do nível de consciência coletiva das classes
subalternas, buscando criar condições para a sua hegemonia.iii
Como sabemos, no entanto, a organização de classe não é uma especificidade da base popular, mas também das classes dominantes. Assim, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) esforça-se, desde seu nascedouro, para ser um “moderno Príncipe” alterado, isto é, um instrumento político capaz não de promover a construção da vontade coletiva das classes subalternas, mas a organização e unificação das frações das classes dominantes brasileiras em torno de um projeto de contra-reforma moral e intelectual neoliberal.

Apoiando-se nas formulações de Hayek e Friedman, o projeto neoliberal inaugura uma nova etapa nas relações entre Estado, capital e trabalho. Corroídas as bases da acumulação keynesiana, o Estado neoliberal lança mão de três políticas estatais específicas: a) políticas desregulamentadoras, isto é, a redução reguladora e disciplinadora do Estado no terreno da economia e das relações de trabalho; b)políticas de privatização, ou seja, desestatização de empresas produtoras de serviços e bens públicos ec) políticas de abertura da economia ao capital internacional, eliminando as reservas de mercado e o protecionismo econômico.iv
‘Usos do Passado’ — XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ 2006: 2
Sob esses prismas, nossa pesquisa visou desvendar o papel do PSDB enquanto organismo formulador, divulgador e implementador do neoliberalismo no Brasil durante os anos 90. Para tanto, a pesquisa seguiu dois caminhos precisos: 1) submeteu à análise os principais documentos partidários e 2) investigou o conteúdo social do partido, isto é, as bases sociais a ele pertencente. Este trabalho irá se deter nos resultados da pesquisa sobre esses dois pontos.
Fundado em junho de 1988, num contexto de rearranjo das forças sociais em presença e, portanto, de indefinições acerca dos rumos que o país seguiria, o PSDB busca, ainda embrionariamente, a construção de um projeto neoliberal para o país desde seus primeiros momentos que irá, paulatinamente,  se aperfeiçoar política e ideologicamente com o decorrer dos anos.
Os contornos do ideário neoliberal já podiam ser percebidos no Programa do partido (feito por FHC e José Serra) em 1988, mais precisamente quando tratava da reforma do Estado. Assim, por exemplo, o documento afirmava que o nascimento do PSDB se comprometia com um “ideário simples e claro de
reformas (...) contra um Estado no qual a argamassa do passado teima em resistir à renovação”.v As reformas “inadiáveis” direcionavam-se contra um Estado vulnerável às “pressões corporativistas”, por sua organicidade “paternalista”, “patrimonialista”, de “natureza cartorial”, tragado por práticas “clientelistas e fisiológicas”.

O PSDB recuperava as críticas populares a alguns problemas do Estado (burocratismo, cartoralismo, clientelismo, fisiologismo, etc.) e elaborava propostas para atacá-las, mas subordinando-as às percepções específicas das frações das classes dominantes.
A valorização da “eficiência”, envolvendo uma “ampla reforma do setor público”, não deveria abdicar, segundo eles, da “democratização das decisões”. Tratava-se, em linhas gerais, daquilo que em outros documentos os peessedebistas chamavam de “desprivatização do Estado”, isto é, do afastamento dos interesses privados e corporativos incrustados na administração pública em aliança com a burocracia (os “anéis burocráticos”). Para tanto, era preciso fomentar genuínos “mecanismos de controle público”, concomitante a uma completa profissionalização e reformulação dos serviçospúblicos, que visavam a sua “racionalização”.

A “racionalização” defendida estava agregada à lógica da “eficiência” e “competitividade”, própria do mercado, e ao elogio da “eficácia” das associações da sociedade civil na implementação depolíticas sociais, pressuposto central do neoliberalismo da terceira via.

Cabe aqui um parênteses: a terceira via foi um termo cunhado pela “nova social-democracia” européia em meados dos anos 90 que prestou-se a remodelar o neoliberalismo, ou seja, torná-lo mais atraente aos olhos do conjunto das forças sociais que até então sofria com seus efeitos. Dentre suas várias acepções, destacamos a preocupação da terceira via em manter a “coesão social”. Para tanto, precisava estabelecer um “novo contrato social” no qual os organismos da sociedade civil teriam papel central na execução de políticas públicas, especialmente nas áreas sociais.vi

O PSDB assumiu precocemente o programa do neoliberalismo da terceira via para realidade brasileira. Seus dirigentes mantinham vínculos internacionais com as principais organizações e lideranças da “nova social-democracia” européia na década de 80.vii Assim, sintonizados com os debates e as modificações no interior dessa “nova social-democracia”, é possível visualizar em seus primeiros documentos o esboço, não muito sistematizado, de temas centrais daquilo que, mais tarde, faria parte do arcabouço teórico da terceira via.
Foi recorrente, ainda neste ponto, a preocupação dos peessedebistas em diferenciar-se da participação orientada por forças políticas ponderáveis da esquerda que, segundo eles, “reduzem a participação popular ao ‘movimentismo’, ao ‘assembleísmo’ e ao ‘basismo’”.viii

É importante frisar, contudo que, neste momento, o elemento neoliberal contido nos documentos iniciais do partido está mais presente do que o elemento da terceira via. A clareza disso pode ser observado num discurso de Mário Covas no Senado Federal em 1989, conhecido como “choque de capitalismo”, no qual assinalava que a reforma do Estado era o foco das preocupações e estratégias de superação da crise que o país atravessava.
‘Usos do Passado’ — XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ 2006: 4
O Estado varguista, empresário, interventor, estaria falido e, portanto, deveria ser reformulado, era preciso, conforme o documento,
“Tirá-lo da crise, reformulando suas funções e seu papel. Basta de gastar sem ter dinheiro. Basta de tanto subsídio, de tantos incentivos, de tantos privilégios (...). Basta de empreguismo. Basta de cartórios. Basta de tanta proteção à atividade econômica já amadurecidas.
Mas o Brasil não precisa apenas de um choque fiscal. Precisa, também de um choque de capitalismo, um choque de livre iniciativa, sujeita a riscos e não apenas a prêmios”.ix
Diante da situação de “crise orgânica”,x o PSDB se deslocou em peso para procurar contemplar as diversas demandas das frações e setores das classes dominantes. A fertilidade das propostas do PSDB durante os anos 90 se deveu, em grande medida, ao atendimento das demandas já postas pelas organizações do empresariado. Foi então que assumiu seu efetivo papel – o de formulador e implementador de uma plataforma unificadora dos setores empresariais, especialmente a partir do Plano Real, tornando-se um intelectual coletivo para a burguesia, o seu “moderno Príncipe”.

A aproximação do PSDB com o neoliberalismo foi original e programática. Não era necessário aproximar-se de Collor para caracterizá-lo como partido que adotava pressupostos claramente neoliberais. O que se seguiu foi o aprimoramento contínuo do projeto e, no pós-94, sua consolidação, implementação, refinamento e ampliação. Foram três fases bem nítidas, distintas e complementares: de 1988 a 1994 temos a formulação e a divulgação da ideologia neoliberal; de 1994 a 1998, no primeiro mandato de FHC, assistimos à edificação e implantação das bases deste modelo e, finalmente, de 1998 a 2002, o refinamento e a ampliação daquilo que já tinha sido estrategicamente debatido, analisado e implementado nos períodos anteriores.

Tratava-se, sem dúvidas, um partido apenas com a denominação “social-democrata”, mas cujo conteúdo programático incorporava os principais temas econômicos neoliberais. Em outras palavras, além de não ser social-democrata pelo seu conteúdo programático não o era também porque, de fato, faltava a ele a base de classe social-democrata que é a classe trabalhadora: ora, o partido nunca constituiu qualquer vínculo com a classe trabalhadora e, portanto, até mesmo sua denominação “socialdemocrata” fica comprometida.
Mas isso não é tudo: uma análise de classe do partido não deve se restringir pela análise de seu programa mas também, como sugere Gramsci, “será necessário levar em conta o grupo social do qual o partido é expressão e a parte mais avançada: ou seja, a história de um partido não poderá deixar de ser a história de umdeterminado grupo social”.xi
Está claro que, no caso do PSDB, esse grupo social era composto não pelos trabalhadores, maspor frações hegemônicas da burguesia neoliberal da terceira via.
Para chegar a essa conclusão, tivemos que pesquisar as bases sociais do partido, aqui entendido como o conjunto dos aparelhos privados de hegemonia, isto é, as organizações da sociedade civil ligadas aos setores empresariais ávidos pela difusão e implantação do modelo neoliberal. Nossa pesquisa trouxe à tona que o Estado-Maior do PSDB estava também presente e organizado, no decorrer dos anos 90 e nos primeiros anos da presente década,

Estado-Maior do PSDB estava também presente e organizado, no decorrer numa vasta rede de associações da sociedade civil burguesas, destacando-se as organizações patronais mais tradicionais da estrutura corporativa derepresentação de interesses como Confederações, Federações, Centros e Associações Industriais,Comerciais e Bancárias. Dentre as demais associações da sociedade civil em que o staff dirigente do PSDB participava, destacamos: o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), as Câmaras de Comércio, a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transacionais e da Globalização Econômica (SOBEET), o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, no Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), o Instituto de Estudos em Política Econômica (IEPE), o Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI), o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), o Instituto Sérgio Motta, a ONG Comunidade Solidária (Comunitas), a Fundação Mário Covas, a Fundação Victor Civita e a Fundação Konrad Adenauer.

Um exame das propostas trazidas por essas organizações pôde nos revelar três tipos de associações da sociedade civil em que os dirigentes pesquisados estavam vinculados: a) associaçõesempresariais de cunho corporativo; b) associações de estudos econômicos e relações internacionais e c)associações de cunho pedagógico voltadas para os setores populares.

É possível percebermos uma complementaridade entre os três tipos de associações: as corporativas e as de estudos econômicos atuavam na elaboração e aperfeiçoamento das demandas dos setores hegemônicos internacionalizados, dando a direção e o ritmo da implantação das políticas econômicas neoliberais. Precisavam não só de uma mão-de-obra que fosse “tecnicamente qualificada”, mas também que fosse dócil, ou melhor, colaborativa. Esse papel cumpriam as associações que estavam voltadas para os setores populares: educavam para o capital, formando um consentimento ativo entre os que delas participavam.

O papel do PSDB era o de fazer a mediação entre as demandas dessas associações e o Estado,
na medida em que os dirigentes do partido estavam em ambas as esferas.
A pesquisa também nos revelou as ligações orgânicas entre os dirigentes do PSDB e setores do capital. Pudemos ver que muitos dirigentes eram gestores e administradores para o capital e, emmenor número, proprietários dos meios de produção. Destacava-se, dentre eles, a forte presença no setor bancário (como veremos a seguir) e, em menor escala, industrial. Podemos assim asseverar que o staff  dirigente do PSDB não só se imbuía da lógica de classe das frações dominantes, como também passava a pertencer, em meteórica ascensão social, à própria classe. Como nos diz Gramsci, “(...) os altos intelectuais urbanos confundem-se cada vez mais com o estado-maior industrial propriamente dito”.xii

Dentre os 50 dirigentes peessedebistas pesquisados, 13 (26%) estavam estreitamente vinculados
ao setor financeiro, em sua maioria graduados em economia na USP e na PUC-RJ, com pós-graduação nas universidades estadunidenses cujo pensamento econômico monetarista se destaca. Estes
 “dirigentes-banqueiros” do PSDB foram agentes responsáveis por um fervoroso e rápido processo de banqueirização nas decisões de políticas públicas, em que a esfera pública tornou-se um trampolim, um grande “balcão de negócios”, para que frações hegemônicas do capital financeiro pudessem ditar as normas de como e onde o poder estatal deveria atuar, como forma de alagar suas margens de lucro.
Os dirigentes-banqueiros-peessedebistas foram integrantes de um grupo maior que não se intimidaram ao transitar livremente entre altos cargos do serviço público e do setor privado, sobretudo financeiro. Trafegaram levando informações privilegiadas para a esfera privada, favorecendo interesses em grandes transações como as privatizações e, com freqüência, auferindo vantagens pessoais. Alguns deles tornaram-se banqueiros.
O quadro abaixo nos dá a dimensão da articulação entre alguns dirigentes do partido e o setor
bancário/financeiro:
Quadro I – Presença em Instituições Financeiras e Bancáriasxiii

Dirigentes – Peessedebistas -  Instituições e associações bancárias e financeiras
·         André Lara Resende Banco Garantia; Fundador do Banco Matrix; Vice-presidente executivo do Unibanco; Membro do Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro de Mercado e Capitais (Ibmec-SP).
·         Andrea Calabi Membro do Conselho de Administração da Cia. Paulista de Ativos (1996) e BANESPA (1998).
·         Antônio Kandir Coordenador de Estudos Econômicos da Itaú S.A. Planejamento e Engenharia e atualmente é sócio econselheiro do Banco Ribeirão Preto.
·         Clóvis Carvalho Foi Chefe do Departamento de ações do Banco Safra S/A; Diretor do Bansulvest S/A; Chefe do Departamento de Fundos de Investimento do Unibanco.
·         Edmar Bacha Sócio-fundador da VivaCred; Pres. da Associação Nacional de Bancos de Investimentos (Anbid); Economista-chefe e sócio do Banco BBA Creditanstalt; Presidente da Associação Nacional das Distribuidoras do Mercado Aberto (Andima).
·         Gustavo Franco Trabalhou no Banco Garantia; Atual sócio-diretor da Rio Bravo Investimentos.
·         Henrique Meirelles Diretor Superintendente da Boston Leasing, de 1975 a 1978; Vice-Presidente do Banco de Boston, no Brasil, de 1978 a 1981; Primeiro Vice-Presidente do Banco de Boston, no Brasil, de 1981 a 1984; Presidente do Banco de Boston, no Brasil, de1984 a 1996; Presidente mundial do BankBoston Corporation, em Boston, EUA, de 1996 a 1999; Presidente do Global Banking no FleetBoston Financial, em Boston, EUA, de 1999 a 2002; No mesmo período, no FleetBoston, acumulou as funções de Presidente de Financial Services Bank, de 1999 a 2000; do Wholesale Bank, de 2000 a 2001 e, também, Sênior Executive do FleetBoston em New York, Metropolitan Área, em N.Y, EUA, 2001. Diretor-Executivo da Febraban, (1989/96); Pres. fundador da Fed. Latino Americana de Leasing; Pres. da Assoc. Bras. das Emp. de Leasing; Pres. Da Câmara Americana de Comércio, em SP, (1995/97); Pres. Da Assoc. Bras. de Bancos Internacionais, em SP, de 1989 a 1996; Membro do Conselho da BM & F, em SP, (2001/2002).
·         Luis Carlos Mendonça de Barros Banco de Investimento Industrial (Investbanco); Mercantil Participações Administrativas (Mepasa); Diretor-presidente da Investleasing e da Cia Agrop. Bandeirantes; Fundador da vCorretora de Câmbio e Valores Imobiliários Patente; Fundador, Diretor e Vice-Pres. do Banco de Investimentos Planibanc; Fundador e Diretor do Banco Matrix; Sóciofundador da Quest Investimentos.
·         Luiz Carlos Bresser Pereira Membro do Conselho Superior de Economia da FEBRABAN.
·         Márcio Fortes Conselho Superior de Economia da FEBRABAN; Membro do Conselho de Administração do Banco Francês e Brasileiro S.A.
·         Pérsio Arida Diretor da Brasil Warrant (1987/89); Sócio e diretor da HE Participações. Fundador do Banco BBA; Vice-Presidente do Unibanco (1989/1993); Sócio-diretor da Opportunity Asset Managemente Ltda. (1996); Membro do Conselho de Administração do Banco Itaú Holding Financeira S.A.
·         Ronaldo Cezar Coelho Sócio e Presidente do Banco de Investimento Multiplic.
·         Winston Fritsch Presidiu o Conselho Deliberativo da Associação Brasileira dos Bancos Internacionais (ABBI) e membro do Conselho da FEBRABAN; Sócio-fundador e presidente do banco inglês Kleinwort Benson Ltd no Brasil, adquirido pelo Grupo Dresdner Bank.Tornou-se Country Head e Presidente do então criado Dresdner Bank Brasil e Diretor do Dresdner Kleinwort Benson, Londres; Sócio e Diretor Executivo de Finanças Corporativas da Rio Bravo Investimentos.

Os dados levantados através da pesquisa também nos mostraram que os dirigentes atuaram em diversas áreas profissionais. Prepararam-se para se qualificar junto ao capital como seus intelectuais orgânicos, valendo-se tanto das universidades públicas consagradas no Brasil (que depois se dedicaram ao desmonte), quanto de cursos de pós-graduações no exterior e atuações nas agências internacionais.

Participaram de uma rede de associações corporativas e de outras voltadas especialmente para formulação da política econômica e da inserção internacional dos interesses de setores do capital.

Estiveram (e ainda estão) visceralmente ligados ao meio empresarial, especialmente o financeiro, mas credenciaram-se, fundamentalmente, como gestores para os banqueiros.

Ocuparam o aparelho do Estado atuando para que as políticas estatais estivessem voltadas para a satisfação dos interesses hegemônicos do capital e não dos setores populares. A estes, ao contrário, criaram e fomentaram ONG’s, institutos e fundações voltadas para formas de convencimento que incutiam a idéia de que são de responsabilidades destes setores a melhoria das áreas sociais, sob a designação de “solidariedade”, “responsabilidade social”, “participação”, “parceria”, etc. Enfim, conseguiram ampliar, nos últimos anos, seu alinhamento ao status quo mediante posições ocupadas em várias esferas da sociedade civil e política. Diante desses esforços, anteviam para si excelentes negócios, em particular na privatização das grandes empresas estatais.
A investigação acerca desses lugares sociais ocupados pelos dirigentes do PSDB contribuíram para pôr em relevo o conteúdo de classe do partido.

Anpuh Rio de Janeiro
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro – APERJ
Praia de Botafogo, 480 – 2º andar - Rio de Janeiro – RJ
CEP 22250-040 Tel.: (21) 9317-5380
André Pereira Guiotii

 i Este trabalho é fruto da dissertação de mestrado defendida em 2006 no Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal Fluminense (PPGH-UFF), intitulado Um ‘moderno Príncipe’ para a burguesia brasileira: o PSDB
(1988-2002) e orientada pela Profª Drª Virgínia Fontes, a quem agradeço e ofereço os créditos obtidos por ele.
ii Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
iii GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. v. 3. Maquiavel. Notas sobre o Estado e a política. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002.
iv SAES, Décio. A República do Capital – capitalismo e processo político no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 82.
v PSDB. Programa: Introdução e Diretrizes Básicas do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Brasília: 1989.
Disponível no site www.psdb.org.br
vi A sistematização do arcabouço teórico da terceira via pode ser encontrado em Anthony Giddens, sociólogo e intelectual
orgânico do trabalhismo inglês, em obras como Para além da esquerda e da direita. O futuro da política radical. São Paulo:
Unesp, 1996; A terceira via – reflexões sobre o impasse político atual e o futuro da social- democracia. Rio de Janeiro:
Record, 2001; e também em A terceira via e seus críticos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
vii POWER, Timothy J. Fernando Henrique e a ‘Terceira Via’: Blairismo à Brasileira?. In: TAVARES, José Antônio
Giusti (org.). O que esperar da Social-Democracia no Brasil?. Brasília: Instituto Teotônio Vilela, 2003.
viii CARDOSO, Fermando Henrique. Social-democracia, o que é, o que propõe para o Brasil. São Paulo: s.ed. 1990.
Disponível no site www.psdb.org.br
ix COVAS, Mário. O desafio de ser presidente: compromisso com a democracia, a justiça e o desenvolvimento. Brasília,
Senado Federal, 1989.
x Retomando Gramsci, Bianchi assevera que uma crise é orgânica quando afeta o conjunto das relações sociais sendo a
condensação das suas contradições. A coincidência de uma crise de acumulação do capital com o acirramento da luta (intra
e inter) classes, propicia a sua eclosão. Ver BIANCHI, Álvaro. Crise, política e economia no pensamento gramsciano.
Novos Rumos, São Paulo, nº 36, 2002, p. 28-37.
xi GRAMSCI (2002), op. cit., p. 87.
xii Idem: p. 22.
xiii Para composição deste quadro foram utilizadas as seguintes fontes: ABREU, Alzira Alves de [et al.]. Dicionário
Histórico-Biográfico Brasileiro pós-1930. Ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: FGV; CPDOC, 2001; o livro de GOMES, Luiz
Marcos. Os homens do presidente – banqueiros, financistas, grandes empresários e oligarcas que estão vendendo o Brasil e destruindo os direitos sociais. São Paulo: Viramundo, 2000; e, finalmente, pesquisas em sites na internet.