sábado, 13 de abril de 2013

Lula Rosegate: Inteligência descobre doações bilionárias à cúpula petista

Adendo abril/2021:

Hoje, conhecendo os militares, o que eles fizeram para apoiar Sergio Moro a tirar Lula à frente da presidência abrindo caminho para tomarem o poder, analiso tudo o que eles publicaram que eu tenho em meu poder, envolvendo Lula a Rose. Coisa que a Operação Lava Jato relatou, e que hoje, as rachadinhas da família Bolsonaro em caso idêntico, não existe Justiça  lava jato para condená-la, ou militar para denunciá-la.

"inteligência das forças armadas": Serviços de inteligência das Forças Armadas receberam informes de que Rose participaria de negócios com diamantes em pelo menos cinco países: Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tal informação também foi passada à PGR pelos militares.  Foram detectadas dezenas de viagens não-oficiais de Rosemary ao exterior, para "passeios de negócios".

retorno 13/04/2013:
Rosegate: Inteligência descobre doação de 100 milhões de Euros por ano 

Exclusivo – O Rosegate é a prova de que o Mensalão não acabou e parece eterno como os diamantes. Investigações sigilosas da Polícia Federal e de setores de inteligência das Forças Armadas descobriram que é de 25 milhões de Euros a generosa contribuição trimestral “doada” à cúpula de petistas por empresas européias beneficiadas com negócios no Brasil. A grana pesada (100 milhões anuais) rola por fora da contabilidade oficial, em depósitos feitos no exterior. Se tal descoberta não for abafada e ficar de fora do inquérito da Operação Porto Seguro, o titanic do PT vai afundar.

Um descuido (ou aposta na impunidade) fez com que viesse à tona o informe, que circula pela internet, de que, numa viagem de Lula a Portugal, Doutora Rosemary Nóvoa Noronha teria levado, na “mala diplomática”, 25 milhões de Euros. O valor, que teria sido declarado à receita portuguesa, seguiu em carro forte para depósito na agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto. A PF sabe que vários condenados no Mensalão – e um dos milagrosamente absolvidos – têm movimentadíssima conta corrente no BES português.

A imperícia foi que Rose mandou fazer o depósito tendo Luiz Inácio Lula da Silva como o possível beneficiário de um seguro que fora feito para evitar “algum sinistro” com tanto dinheiro. Se os dados da Aduana do aeroporto internacional Francisco de Sá Carneiro forem confirmados oficialmente, o bebê de Rosemary vai sofrer um aborto político. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, já pensa em pedir a prisão preventiva de Rosemary e intimar seu amigo Lula para dar explicações oficiais sobre tudo que envolve o Rosegate.

Um outro descuido, cometido por outro amigo de Rosemary, também detectado pela Polícia Federal, é guardado em estranho sigilo. Sete meses atrás, mesmo usando indevidamente as facilidades da “área reservada a autoridades”, o consultor e advogado José Dirceu de Oliveira e Silva teve um probleminha no embarque internacional do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Um servidor da Receita Federal resolveu apreender 35 mil Euros que ele levaria a uma viagem à Europa. O preço pago pelo ousado funcionário foi ganhar uma promoção: acabou transferido para o Aeroporto dos Guararapes, em Recife. Dirceu só ficou sem a grana em excesso que levava.

O fato mais grave de todos é que a Presidenta Dilma Rousseff – mesmo não envolvida ou beneficiada por tais maracutaias – têm pleno domínio de todos estes fatos sigilosos. Tanto que uma das cinco facções com poder na Polícia Federal já vaza que a Operação Porto Seguro estava programada para acontecer em setembro. 
Mas a cúpula da PF recebeu “uma ordem de cima” para nada fazer naquele momento, porque tumultuaria a situação política eleitoral. Torna-se ridícula a tentativa de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negar que a quadrilha atuasse na Presidência da República. Rosemary era chefe de gabinete da PR em São Paulo por indicação do bem amado Lula e por conveniência (ou conivência) da Presidenta Dilma Rousseff.

Rosemary não teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, na deflagração da Operação Porto Seguro, simplesmente porque houve um movimento – que falhou – para que seu nome nem viesse à tona nesta primeira fase de investigações. Ficaria no famigerado “segredo judicial”. Mas como a operação envolveu também agentes de informação das Forças Armadas, ficou impossível esconder quem era Rosemary e o que ela representava, de verdade, para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rosemary terá de explicar como utilizava um passaporte exclusivo de membros do primeiro escalão governamental para viagens de negócio ao exterior que fazia sem a presença do amigo Lula. Serviços de inteligência das Forças Armadas receberam informes de que Rose participaria de negócios com diamantes em pelo menos cinco países: Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tal informação também foi passada à PGR pelos militares.

Foram detectadas dezenas de viagens não-oficiais de Rosemary ao exterior, para "passeios de negócios". O passaporte especial a denunciou. Foram 23 para a França. Para Suíça, ocorreram 18, por via terrestre, partindo de Paris, e mais quatro por via aérea. Rose também fez 12 deslocamentos de avião para a Inglaterra. Outras sete viagens para o Caribe e os Estados Unidos, aconteceram de navio – de acordo com a inteligência militar brasileira. Tais informações sigilosas sobre o Rosegate não aparecem nas 600 páginas do inquérito da Operação Porto Seguro.

O temor petralha é que o destino deles está nas mãos do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel – a quem os “gênios” do PT tentaram indiciar na CPI do Cachoeira, mesmo sabendo que o procurador nada tem com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos. Gurgel tem tudo para decidir que a Operação Porto Seguro será mais um caso para o Supremo Tribunal Federal, por envolver autoridades com prerrogativa de foro privilegiado. De imediato, Gurgel deve pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lula & família, mesmo sabendo que nem tudo deve ser descoberto.

Gurgel tem tudo para pedir a prisão preventiva de Rosemary – que só os íntimos amigos petistas sabem por onde anda. Rose só não foi presa inicialmente por sua intimidade com o poderoso Lula. Exatamente por isso, agora, ele deve prestar contas à Justiça. Gurgel já tem documentos que confirmam como a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo agia com respaldo de Lula, principalmente nas viagens internacionais que fazia em companhia dele ou não, portando passaporte especial privativo de autoridades diplomáticas. E, também, como Rose ainda atuava em sintonia com José Dirceu, José Genoíno e demais figuras de proa condenadas na Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal.

A imagem do governo Dilma será afetada diretamente pelo Rosegate. No teatro, até agora, ela tem se saído bem. Seus marketeiros venderam a falsa imagem de que ela demitiu Rose – quando, na verdade, o Diário Oficial da União publicou a conveniente expressão “exoneração a pedido” (da própria exonerada). Mas Dilma só terá mesmo problemas sérios se a economia atrapalhar. Governos suportam denúncias de corrupção, mas não resistem em tempos de agravamento de crise econômica.

Luiz Inácio Lula da Silva também tem um fim de carreira tenebroso. E a desgraça dele começa em casa. Mesmo que Marisa Letícia venha a público com a conversa de que ele é um sujeito família e que nada houve entre ele e Rosemary, o casamento fica, no mínimo, estremecido com a midiática fofocagem – inclusive internacional – sobre a relação Lula-Rose. Mas o grande temor dos amigos de Lula é com a saúde dele. Tratamento pós-câncer não combina com pressões psicológicas como as que ele vem sofrendo agora.

O mito Lula vive seu momento mais infernal. E tudo pode ficar ainda pior se o Procurador-Geral da República cumprir o dever... O que não ocorreu no processo do Mensalão, porque não convinha às ocultas forças internacionais que controlam o Brasil de verdade. Mas agora, como Lula nada mais é que um ex-Presidente, sem foro privilegiado ou imunidade parlamentar, a casa do mito tem tudo para ruir. Pelo menos para a cúpula do PT, parece que a famosa Profecia Maia sobre o “fim do mundo” já é uma realidade bem concreta.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
 Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net         

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Thatcher representou um tempo sombrio e cruel para a humanidade


Na contramão dos elogios da grande mídia e de setores da oposição, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), em discurso na tribuna do Senado, nesta quinta-feira (11/04/2013), disse que a ex-primeira ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher, que morreu no começo da semana, contribuiu não apenas para a destruição das conquistas dos trabalhadores da Grã-Bretanha e sim também para a submissão e o empobrecimento de povos de todo o mundo, à medida da imposição, em todo o planeta, do modelo neoliberal

Citando o livro ”Confissões de um Assassino Econômico”, do ex-operador do mercado John Perkins, o senador disse que a obra poderia ser tomada como a crônica dos efeitos do thatcherismo sobre a economia mundial, especialmente sobre a economia dos países pouco desenvolvidos.
Requião lembrou ainda as relações muito próximas de Margareth Thatcher com ditadores terceiro-mundistas, em especial com Pinochet, a quem sempre elogiou. Em contrapartida, afirmou o senador, chamou Nelson Mandela de “terrorista”, apoiando o governo segregacionista da África do Sul.
Abaixo a íntegra do discurso do senador Roberto Requião:
“ É consenso, à esquerda e à direta, que na origem da crise global, que explodiu em 2008 e de cujos efeitos o mundo ressente-se até agora, está a desregulamentação do mercado financeiro.
Liberado de toda restrição, até mesmo de freios éticos, o mercado financeiro engendrou toda sorte de expedientes, até mesmo os ilícitos, para aumentar, na velocidade da luz, os seus lucros e estender seus tentáculos sobre as atividades produtivas. A financeirização da economia com artimanhas como o sub-prime, os derivativos, criou as condições para a débâcle.
A especulação, a jogatina sem regras, as fraudes criaram uma economia artificial, nas nuvens que, quando confrontada com o mundo real, desmoronou.
Os profetas dessa desregulamentação foram o presidente Reagan e a primeira-ministra Margareth Thatcher; principalmente esta, que o primeiro entendia de economia tanto quanto do ofício de ator.
Daí o meu constrangimento quando vejo, notadamente nossa gloriosa mídia e seus comentaristas, editorialistas e especialistas derramarem lacrimosas homenagens à baronesa. Imaginava, porque às vezes sou otimista, um mínimo de bom senso no necrológico. Siso e fidelidade à história. Sei que seria exigir demais.
Não acredito que no pós-guerra, e sob a dita democracia ocidental, não acredito que tenha havido personagem que representasse tão claramente, tão fortemente as contradições e os conflitos de classe quanto Margareth Thatcher. Ela assumiu os interesses das classes média e alta, em oposição aos interesses dos trabalhadores, com a determinação, a fúria, e a crueldade dos donos de fábricas de tecidos inglesas do século XIX.
O Estado de Bem-Estar Social, que os governos trabalhistas construíram na Inglaterra, elevou grandemente o padrão de vida da classe operária e fortaleceu o poder dos sindicatos.
A ascensão econômica dos trabalhadores cria uma nova classe média, como acontece hoje em nosso país, descontadas as características de cada processo.
A própria Margareth Thatcher, filha de pequenos comerciantes, beneficia-se desse aumento de padrão de vida das classes populares que, por exemplo, vê facilitado o caminho ao ensino superior, a que os pais de sua geração não ascenderam.
Pois bem, é exatamente essa classe média, produto do Estado de Bem-Estar Social, que se constitui na cabeça-de-ponte contra as conquistas dos trabalhadores e a influência de seus sindicatos.
Reproduzo aqui duas citações, feitas por Rafael Corrielo e Pedro Dias Leite, da Folha de S. Paulo –como se vê, o jornal dos Frias às vezes é útil.
A primeira é do historiador britânico Tony Judt. Ele dá um “exemplo clichê” do representante dessa nova classe média que, em 1979, elegeu Thatcher pela primeira vez. Esse eleitor típico é como que “Um corretor imobiliário , cujo pai havia sido operário numa fábrica de carros, e que agora usa gravata, tem sua própria casa, embora na verdade não tenha lá muito dinheiro”. E completa o historiador; “Essa classe de pessoas que ascenderam socialmente, que não eram sindicalizadas, e pertenciam majoritariamente ao setor de serviços, compunha a foto sociológica do eleitor de Thatcher”.
A segunda citação é a de outro historiador inglês, o tão conhecido brasilianista Kenneth Maxwell. Afirma ele: “Era uma situação de crise, e ela recebeu o mandato para enfrentá-la. Capturou essa fantasia de uma classe média que se acreditava o que havia de melhor no Reino Unido do pós-guerra, e entregou o que prometia –uma política fiscal restritiva, limpar e acabar com o poder dos sindicatos”.
Para implantar as reformas que o mercado, os grandes conglomerados econômico-financeiros, as classes médias e altas exigiam, a fim aumentar seus ganhos e retomar antigos privilégios diminuídos pelos governos trabalhistas, Thatcher precisava tomar uma primeira providência: quebrar a espinha da classe operária.
E o fez de forma brutal, impiedosa, cerceando a liberdade sindical, sufocando, estrangulando os sindicatos e as associações operárias, coagindo e constrangendo a oposição. Os sindicatos foram quase que liquidados.
Submetidos os resistentes, vieram as reformas. Aquele rosário todo que também nos impingiram. Privatizações, concessões e terceirizações tão selvagens, tão desregradas que serviram de espelho para brasileiros, argentinos, peruanos, mexicanos e chilenos; cortes nos salários, nas aposentadorias, restrições aos direitos de greve e de associação; combate à inflação com o sacrifício dos mais pobres; diminuição nos investimentos públicos na saúde, educação, moradia e segurança; diminuição dos impostos e encargos sobre os ganhos dos mais ricos.
Enfim, a receita completa do neoliberalismo, apimentada com os preconceitos de classe dos páleo-liberais.
Quando os trabalhistas, especialmente a esquerda do partido que se recusava a aceitar as reformas de Thatcher como inamovíveis, voltaram a se fortalecer, em meados de 80, ganhando sete grandes administrações regionais, entre elas a de Londres, a dita Dama de Ferro reagiu ao estilo dos experimentados golpistas latino-americanos: suspendeu as eleições diretas nessas administrações e cassou os mandatos dos eleitos.
Já imaginaram se Chaves, os Kirchner, Evo Morales, Rafael Caldera ou mesmo o nosso Lula tivessem feito isso? Nossa mídia e a nossa oposição, eternamente vigilantes, teriam reagido com a santa indignação que só os verdadeiros democratas sabem manifestar.
A crítica ferocíssima do tamanho do Estado agiu, em diversas ocasiões, como qualquer tiranete ou autocrata terceiro-mundista. Aliás, ela revelou por esses um carinho especialíssimo, como em relação Augusto Pinochet, por quem sempre manifestou respeito Isso sem falar em outros discípulos como Menem, Fujimori, Salinas, essa coleção toda de seguidores da baronesa que acabaram atrás das grades.
A influência funesta de Margareth Thatcher espalhou-se mundo afora. América Latina, América do Norte, Europa Ocidental, Leste Europeu, Ásia, África.
Não sou dos que acreditam que um homem ou uma mulher, singularmente, ou que um fato isolado, fortuito, possam mudar os rumos da história ou construir os rumos da história. Se não fosse Thatcher, teria sido outro; se não fosse na Inglaterra, teria sido em outro país. A verdade é que as condições para uma reação conservadora, ultramontana, com flertes explícitos com o fascismo, estavam dadas.
A crise do modelo do Estado de Bem-Estar Social, assim como a crise do chamado “socialismo real” exercitado na União Soviética e países do Leste Europeu abrem trincas por aonde vai se infiltrar, sem qualquer resistência, a água contaminada do neoliberalismo.
É possível constatar que tanto a social-democracia européia quanto o socialismo soviético degringolam-se porque não souberam reinventar-se, evoluir, avançar, atingir novas etapas; não souberam atender, no caso soviético, principalmente, também as necessidades de consumo de seus povos; não souberam ainda manter acesos, vibrantes, os princípios políticos e ideológicos fundadores. Despolitizaram-se, desideologizaram-se, descaracterizaram-se.
E,.no caso da Europa Ocidental, os partidos social-democratas, que deveriam ser as “correntes de transmissão” dos sindicatos, tomaram mais gosto pelas comodidades e transações da vida parlamentar, pelo toma lá da cá da política, pelo agarramento ao poder, do que pela defesa dos trabalhadores.
Escandalizo-me frequentemente com os companheiros do PT e com outros camaradas de partidos que se dizem de esquerda, quando os vejo cegados pelo imediatismo, aprisionados ao mais larvar pragmatismo, capturados pelo economicismo e envolvidos pelos pequenos jogos da política.
Essa distância das verdadeiras dimensões da Política, esse esquecimento da militância pelas transformações estruturais, radicais, esse abandono de princípios, esse desprezo pela teoria, pelos fundamentos pavimentam o atalho para o retrocesso, para a volta à senzala, para a anulação de todas as conquistas acumuladas nos mandatos de Lula e Dilma.
Se aconteceu na Europa Ocidental e na União Soviética, por que não aconteceria aqui, onde as forças populares e sindicais e os partidos são muito mais frágeis? Por que não aqui onde as classes dominantes dispõem do mais formidável poder de domínio da opinião pública, através da monopolização dos meios de comunicação?
Até parece que a nossa esquerda foi enleada pela bazófia do fim das ideologias, pela mágica extinção das contradições de classe, dos interesses e pontos de vista de classe.
Mas devemos também, aprender que o desmoronamento da social democracia e do “socialismo real” não se dá apenas por razões internas. O combate às idéias trabalhistas e socialistas não descansou um dia sequer, desde as jornadas operárias ainda nas primeiras décadas do século 19. Depois de rondar a Europa por 150 anos, o espectro parecia ter sido exorcizado. Tal foi a euforia dos coveiros que chegaram até mesmo ao delírio, à insanidade de decretar o fim da história.
Mas, na exacerbação das reformas neoliberais, na radicalização imposta por Margareth Thatcher está o vírus de sua derrocada. Por exemplo, a desregulamentação do sistema financeiro, com a suspensão de qualquer embaraço, por menor que fosse, à sua atuação resulta em uma esbórnia nunca vista. E é por aí que bicho pega, é a farra financeira que provoca a explosão de 2008.
O livro de John Perkins, “Confissões de um Assassino Econômico”, poderia ser tomado como uma crônica dos efeitos do thatcherismo sobre a economia mundial, notadamente sobre a economia dos países pouco desenvolvidos. Quem não se lembra do ataque sistemático às moedas, ao câmbio dos países periféricos durante os anos Thatcher?
Ataques que levaram centenas de milhões de pessoas ao desemprego, à miséria, ao desespero. Ataques que destruíram economias, anarquizaram a produção, anularam avanços, espedaçaram esforços de décadas para a superação do atraso.
Assassinatos econômicos deliberados, extermínio calculado de economias, destruição premeditada de vidas e sonhos. De repente, parecia que o Império Britânico havia sido ressuscitado e, qual uma Rainha Vitória tardia, Margareth Thatcher não via o sol se por em seus domínios.
Em um artigo publicado em maio de 2009, na Folha de S. Paulo, o professor Bresser Pereira entoava o réquiem pelo falecimento do thatcherismo que, segundo ele, já acontecera antes de outubro de 2008, com a contaminação global provocada pela quebra do Lehman Brothers.
Dizia ele: “A experiência neo-liberal fracassou sob todos os ângulos: as taxas de crescimento econômico diminuíram, a renda concentrou-se em toda parte, a instabilidade econômuica aumentou, e agora essa experiência termina de forma inglória”.
Privatização, desregulação, redução dos impostos para os mais ricos, abolição dos controles do câmbio e do mercado financeiro, destruição dos sindicatos, criação de riqueza, para poucos, em vez da distribuição da riqueza, pilares do neoliberalismo que ruíram sem que se necessitasse um Sansão para estremecê-los.
Em seu necrológico das reformas de Margareth Thatcher, Bresser Pereira lembra que “as teses de que as políticas neoliberais tornavam os países mais competitivos, porque ao diminuírem os salários eles se tornariam mais dinâmicos, não se confirmou”. E ele cita os exemplos da Rússia de Gorbatchov e Boris Ieltsin, e a Argentina de Carlos Menem, que adotaram essa política no limite, e que protagonizaram desastres poucas vezes vistos.
E continua ele:
“Quanto mais um país adotou as políticas neoliberais, menos cresceu. A redução dos salários foi alcançada, mas:
1) essa redução causou insuficiência de demanda e obrigou os países a produzirem mais bens de luxo e menos bens de salário para compatibilizar oferta e procura;
2) as políticas neoliberais de desregulamentação salarial minaram a solidariedade social, levando os trabalhadores a perder sua identificação com suas empresas e com seu país; e
3) a liberalização financeira tornou as economias nacionais mais sujeitas a crises, que se multiplicaram em todo o mundo: a desregulação “big bang” do setor financeiro promovida por Thatcher em 1986 está na origem da crise atual”.
E, otimista, Bresser Pereira conclui esse artigo de 2009: “O neoliberalismo não voltará tão cedo: sua crise é incomparavelmente mais grave do que a desaceleração econômica que, nos anos 1970, facilitou o assalto neoliberal”.
Concluo citando três fatos que refletem a visão de mundo da baronesa.
Primeiro, a visita que ela fez a Augusto Pinochet, quando ele estava sob prisão domiciliar, na Inglaterra, por crimes contra a humanidade. Ela disse que o visitou para agradecê-lo pelo apoio material e pelas informações que ditador deu à Inglaterra na guerra das Malvinas. Por essa inconfidência, ficamos sabendo que o ditador tornou-se um agente do Reino Unido, um alcaguete, um dedo-duro.
Ah, sim, Thatcher também agradeceu Pinochet por ele ter devolvido a democracia ao Chile. Quem duvidar disso, vá à internet, há lá um vídeo reproduzindo esse edificante encontro entre o ditador e exterminadora de sindicatos.
Segundo, a Guerra das Malvinas, quando agiu de forma impiedosa, arrogante, cruel. Os gurkhas, soldados nepaleses armados com as terríveis “kukri”, facas apropriadas para degolar, formaram a vanguarda do exército britânico contra as mal treinados recrutas argentinos. É simbólica, emblemática a presença dos gurkhas à frente exército inglês. É a velha Albion, em um surto psicótico, delirante, querendo mostrar a força de um império que já morrera.
Terceiro, a classificação de Nelson Mandela como “terrorista”, em apoio à sua prisão e à repressão à luta dos negros contra o governo racista da África do Sul.
Que Deus a tenha.”

Dom Paulo Evaristo Arns e as ossadas do Cemitério de Perus


Félix Maier
As ossadas e as valas comuns de nossos amigos são mais caras aos nossos sentimentos do que a de nossos inimigos, e por isso devem ser pranteadas com rios de lágrimas.
Um exemplo desse maniqueísmo pode ser exemplificado por Dom Paulo Evaristo Arns, que, todos os anos, no dia de Finados, reza uma missa pelas “ossadas de Perus”, em São Paulo, um cemitério que conteria restos mortais clandestinos de terroristas e militantes de esquerda que infernizaram o Brasil nas décadas de 1960 e 70.
Não consta que o distinto cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, que é barriga-verde como eu, tenha rezado missa pela alma do soldado Mário Kozel Filho, explodido pelo grupo terrorista de Dilma Rousseff (VAR-Palmares) numa guarita de um quartel do Exército, em São Paulo, em 1968. Nem que tenha rezado pelo tenente da PM paulista, Alberto Mendes Júnior, torturado até a morte, em 1970, com coronhadas de fuzil na cabeça, a mando de Carlos Lamarca.
“A palavra ossadas tem algo de aterrador e foi muito utilizada, embora não signifique mais do que vala comum. (...) O que é importante é que basta mostrar na televisão um pedaço de terra revolvida de fresco e anunciar que talvez ali haja um número arbitrário X de cadáveres para que na cabeça do telespectador fique, em vez do ‘talvez’, o número X, que ele, aliás, tenderá a aumentar quando falar da emissão televisiva com os amigos” (VOLKOFF, 2004: 168). (*)
Durante o II Fórum Social Mundial, em 2002, em Porto Alegre, foi proibida a apresentação de fotos e vídeo das famosas ossadas dos cambojanos assassinados pelo líder do Khmer Vermelho, Pol Pot. Enquanto isso, “procuradores de ossos”, capitaneados pelo advogado petista Eduardo Greenhalgh (que ficou milionário defendendo “perseguidos políticos”), tentam localizar as ossadas de guerrilheiros do PC do B mortos na Guerrilha do Araguaia, não para dar um enterro digno às vítimas, mas apenas para praticar mais um ato de revanchismo contra as Forças Armadas que derrotaram a Peste Vermelha e, assim, manter o assunto ad aeternum na imprensa, pois as "ossadas de ouro" dificilmente poderão ser encontradas na selva, mesmo revolvendo todo o terreno do Pará e do Tocantins.
Todos os anos, a grande mídia serve de caixa de ressonância ao embuste e à desinformação esquerdista, requentando matéria antiga sobre ossadas de terroristas que teriam se perdido no Araguaia e em Perus. Na verdade, muitas das ossadas de Perus pertencem a indigentes, ainda não identificados. Em tese, pode até ocorrer a identificação de algum terrorista enterrado em Perus, não clandestinamente, como mente a esquerda, mas com o nome falso que portava em sua identidade quando foi morto em confronto com a polícia ou simplesmente “justiçado” pelos próprios companheiros. A repetida “terra revolvida de fresco”, tanto no Araguaia, quanto em Perus, faz esquecer as ossadas de Pol Pot (veja Museu do Genocídio Tuol Sleng - http://pt.wikipedia.org/wiki/Tuol_Sleng), o Massacre de Katyn (http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=12532&cat=Ensaios) e a Estrada de Ossos da antiga União Soviética (http://textozon.com/conteudo/artigo-4872.html).
“O número de enterrados tem variado de milhares ou de centenas até a umas poucas dezenas de ‘assassinados’. O Correio Braziliense, de 20/12/02, publicou em seu caderno Coisas da vida, que pesquisadores brasileiros e ingleses começarão a examinar os ‘corpos de 1.200 desaparecidos durante a ditadura militar’ que estão sepultados no cemitério de Perus. O Grupo Tortura Nunca Mais diz que são 184 os mortos e 136 os desaparecidos na ‘luta contra a ditadura’. Desses 136 desaparecidos, 53 teriam sido durante a guerrilha do Araguaia, em plena floresta amazônica. Portanto, restariam 83 corpos de desaparecidos para o restante do Brasil, inclusive para o cemitério de Perus que, por sinal, nunca foi clandestino. (...) Quando Luiza Erundina era prefeita de São Paulo iniciou a campanha para encontrar os ‘desaparecidos da ditadura no cemitério clandestino de Perus’. Os jornais da época noticiavam em primeira página e as TV em seus noticiários, o encontro de milhares de ossadas de desaparecidos e mostravam ossadas e mais ossadas sendo desenterradas para serem entregues aos legistas da Unicamp, que iriam identificá-las. Ninguém foi identificado, mas os desmentidos nunca foram feitos. (...) A mídia e os escribas de aluguel, porém, nunca se preocuparam em dizer que o famoso ‘cemitério clandestino’ não passava de valas comuns, onde eram enterrados os indigentes e, também, os corpos daqueles para quem as famílias não renovavam o aluguel das covas ou dos jazigos onde foram sepultados. Essas ossadas, na realidade, são muitas e com o acúmulo dos anos podem ter chegado aos milhares” (General-de-Divisão Raymundo Maximiano Negrão Torres - História Oral do Exército, 1964, Tomo 14, pg. 84-5). (**)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

China "Cidades do Câncer" destrói a saúde de milhões de cidadãos escravos


Conselho de Mao para tratar o Ocidente:Mao e a REFORMA AGRÁRIA:


"A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue" (Foto: Mao recebe o Secretario de Estado Kissinger e o presidente americano Ford).
"Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros".
“A ambição suprema de Mao era dominar o mundo. Em novembro de 1968, ele confidenciava a Edward Hill, chefe do partido maoísta australiano: “’No meu ponto de vista, seria preciso unificar o mundo (...). No passado, muitas pessoas, especialmente, os mongóis, os romanos, (...) Alexandre Magno, Napoleão e o império britânico tentaram fazê-lo. Nos nossos dias, os Estados Unidos e a União Soviética quereriam os dois consegui-lo. Hitler queria unificar o mundo (...). Mas, todos fracassaram. Entretanto, me parece que há uma possibilidade que não desapareceu (...). No meu ponto de vista, podemos ainda unificar o mundo’. (...) “Os argumentos que ele apresentava repousavam unicamente no tamanho da população chinesa (...)”. “Para açular esta ambição planetária, Mao lançou-se em 1953 no seu programa de industrialização e de armamento, queimando etapas e assumindo riscos consideráveis no domínio nuclear. Neste sentido, o episodio mais assombroso aconteceu quando, o 27 de outubro de 1966, um míssil balístico munido de uma ogiva nuclear foi disparado por cima do noroeste da China e percorreu oito centos quilômetros sobrevoando várias cidades bastante importantes. Era a primeira vez que um país ousava uma experiência desta natureza, com o acréscimo de que o foguete era conhecido pela falta de fiabilidade, o que pôs em perigo de morte todas as populações que se encontravam na sua trajetória. Três dias antes, Mao em pessoa disse ao responsável de proceder ao lançamento, e que em caso de fracasso ele assumiria a responsabilidade. “Quase todas as pessoas engajadas no projeto esperavam uma catástrofe, e o pessoal da sala de controle achou que tinha chegado sua última hora. (...) Nesse caso, o ensaio foi um sucesso, e apressou-se em atribuí-lo ao ‘pensamento’ de Mao (...). Na realidade, foi um puro golpe de sorte. Todos os ensaios posteriores fracassaram pois o míssil se pôs a girar furiosamente sobre si próprio logo após ter decolado. (p. 609-610)” Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Criança com problemas respiratórios em Hefei, província de  Anhui
19/03/2013: Pela vez primeira, o ministério chinês do Meio Ambiente publicou a lista das “cidades do câncer”.

Trata-se de urbes grandes, médias e pequenas, onde o nível de poluição é tão elevado que a proporção de pessoas atingidas pelo câncer superou os níveis mais alarmantes, noticiaram numerosas fontes, entre as quais o jornal “Le Figaro” de Paris.

Segundo a lista oficial, a China teria mais de 400 cidades em tal situação. Os grupos ecologistas, sempre lenientes e amigos do regime, falavam “apenas” em uma centena.

Porta de Dongbianmen, parte da antiga muralha de Pequim. 

O ministério chinês disse estar preocupado pela dimensão gigantesca do problema. Mas só falou lugares comuns, como o de que “os produtos químicos tóxicos estão na origem de numerosas crises ambientais ligadas à poluição do ar ou da água. Existem até casos muito sérios, como as aldeias do câncer em certas regiões circunscritas”.

Os satélites ocidentais fotografaram essas “regiões circunscritas”, que incluem centenas de milhares de quilômetros quadrados, desde Pequim até Xangai.

Nas frequentes épocas em que a poluição habitual cobre essa imensa região, a superfície do planeta fica invisível pela densa nuvem de poluição.

Imagem satelital do nordeste da China (Pequim=mancha no centro acima)
nos dias 3.1.2013 (limpo) e 14.1.2013 (poluído).

Para atingir os agressivos objetivos marxistas de conquista econômica do mundo, as fábricas não providenciam nenhuma forma de controle, poluindo sem qualquer medida de prudência as regiões agrícolas.

E ai de quem não cumprir as metas determinadas pela burocracia socialista em Pequim!

O descontentamento social cresce e os cidadãos se mobilizam, opondo-se a projetos ameaçadores de fábricas químicas. Mas o regime é insensível: morra quem morrer, é preciso atingir a meta comunista de produção, como ensinou o “Grande Timoneiro” Mao Tse Tung.

A poluição em Pequim supera todos os recordes, tornando-se evidência incontestável quando uma nuvem tóxica de periculosidade inédita envolveu a capital durante mais de três semanas no mês de janeiro.

Patenteou-se, então, que o fenômeno que  não se limita a algumas “regiões circunscritas”. 

Operários trabalhando em Pequim

O Ministério do Meio Ambiente elaborou então um relatório visando abafar e desviar as queixas. Mas um número crescente de cidadãos comuns já não acredita nas falácias do governo.

No ano de 2009, o jornalista Deng Fei, do canal Phoenix TV, de Hong Kong, denunciou essas “cidades do câncer”. Sua conta no Sina Weibo (equivalente ao Twitter) é acompanhada hoje por mais de três milhões de pessoas.

No Ano Novo chinês, o jornalista lançou uma campanha intitulada “Mostrem-me os rios sujos”, recebendo então milhares de fotos mostrando deprimentes paisagens de rios supersaturados de lixo e fábricas jogando águas não tratadas nos riachos próximos. http://pesadelochines.blogspot.com.br