- Quem já leu grandes economistas e autores norte-americanos, como Paul Krugman (prêmio Nobel de Economia, 2008) ou Joseph Stiglitz (prêmio Nobel de Economia, 2001), sabe que o conceito de “Liberal” que prevalece nos EUA nada tem a ver com o (falso) conceito que prevalece no Brasil. “Nos EUA, o termo liberal refere-se a pessoas com orientação ideológica de esquerda, totalmente oposta às ideias liberais clássicas”.
- mercado liberado traz 2 grandes distorções que o tornam inviável nas atuais regras - 1) faz somente o q for lucrativo e não o necessário- isto distorce os diversos setores produtivos - faz canhões p guerra ao inves de leite pras crianças!!!! 2) permite q trabalhador trabalhe com barriga vazia - não assegura energia suficiente p trabalhador ou destroe a força de trabalho como alertou Marx. Proposto Pacto Social corrige estas 2 distorções e mercado passa a cumprir plenamente suas funções qdo liberado(MtnosCalil)
O grande debate e o grande conflito do mundo atual nada mais é do que o conflito e o antagonismo entre os princípios que norteiam o NEOLIBERALISMO e as ideias que nutrem o SOCIALISMO, e mesmo da verdadeira SOCIAL DEMOCRACIA ou do LIBERALISMO MODERNO.
Para o Liberalismo Clássico e o NEOLIBERALISMO, o mercado desregulado deve ser o senhor. Para os neoliberais, o MERCADO é autorregulável, é uma força que não deve ser contida nem controlada; é um mecanismo autossuficiente, não deve sofrer qualquer interferência do Estado.Para o SOCIALISMO, e mesmo para os autênticos SOCIAIS DEMOCRATAS, ou mesmo para os LIBERAIS MODERNOS, o Estado deve intervir, para corrigir as deficiências, as injustiças e as incompetências do MERCADO.
O LIBERALISMO CLÁSSICO [de Adam Smith, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek] e sua teoria do Estado Mínimo mostrou-se completamente incompetente para corrigir as desigualdades e as injustiças da sociedade civil.
Conforme nos mostra Andrew Heywood, diretor de duas faculdades de Londres, e autor de Ideologias Políticas – do Liberalismo ao Fascismo, o liberalismo clássico foi responsável pelo aumento de riqueza para alguns, mas também pela disseminação de favelas, pobreza, ignorância, desigualdade e doenças. Daí o surgimento dos liberais modernos, que passaram a defender a criação de um Estado intervencionista ou promotor. Os liberais modernos abandonaram o individualismo e passaram a abraçar o coletivismo.
Quem já leu grandes economistas e autores norte-americanos, como Paul Krugman (prêmio Nobel de Economia, 2008) ou Joseph Stiglitz (prêmio Nobel de Economia, 2001), sabe que o conceito de “Liberal” que prevalece nos EUA nada tem a ver com o (falso) conceito que prevalece no Brasil. “Nos EUA, o termo liberal refere-se a pessoas com orientação ideológica de esquerda, totalmente oposta às ideias liberais clássicas”.
A grande mídia brasileira (Rede Globo, SBT, Record, Estadão, Folha, rádio JOVEM PAN (a pior de todas as mídias atuais) continua sendo a grande defensora do liberalismo clássico (Estado mínimo, privatizações em massa, inclusive de setores estratégicos, lucro privado a qualquer custo e sem limitações; grande imposto sobre o consumo e imposto mínimo ou nulo sobre o capital).
Grande parte de seus comentaristas (há algumas poucas exceções) é composta por falsos jornalistas. Na verdade, são ativistas políticos neoliberais disfarçados de jornalistas, pagos com o dinheiro dos bancos privados e dos sonegadores. Seu trabalho é confundir e desinformar a população brasileira. É patrocinar a eleição de políticos que representam latifundiários, banqueiros privados criminosos, especuladores de Bolsas, falsos cristãos reacionários, sonegadores da FIESP/CNI, que roubam dinheiro no Brasil e aplicam em paraísos fiscais em outros países.
A INICIATIVA PRIVADA, O MERCADO E O PAPEL DO ESTADO
Não sou contra a iniciativa privada, nem contra o mercado. Mas dizer que o mercado é autorregulável ou autossuficiente é, possivelmente, a maior das falácias do capitalismo. E essa ideia é um de seus principais alicerces. Mas as crises constantes e violentas do neoliberalismo comprovam o erro desse pensamento.
O mercado não é autorregulável. Seus graves erros e desvios só podem ser corrigidos através da intervenção do Estado.
A teoria de que o mercado é autossuficiente vem da “mão invisível” de Adam Smith. Essa mão invisível seria a força “misteriosa” que regularia o mercado, tornando-o capaz, por si só, de autocorrigir-se.
Mas o grande economista norte-americano Joseph Stiglitz (prêmio Nobel de Economia, 2001) sentenciou em sua Aula Magna:
“O conjunto de ideias que eu vou apresentar aqui solapou as teorias de Smith e a visão de governo que nela se apoiava. Elas sugeriram que a razão pela qual a mão invisível é invisível é por que ela não existe ou, quando existe, está paralítica."
Stiglitz demonstrou que “(…) As economias de mercado se caracterizam por um alto grau de imperfeições (…) Modelos econômicos mais antigos presumem a existência de informações perfeitas, mas mesmo pequenas imperfeições nas informações podem ter grandes conseqüências econômicas. Nossos modelos levaram em consideração a 'assimetria de informações', que é uma outra maneira de se dizer 'Algumas pessoas sabem mais do que outras. (…) Nosso sistema global se caracteriza por muitas desigualdades (…) Parece-me extremamente importante tratar dessas desigualdades. (…)”. Stiglitz também comentou que a "Economia pode fazer a diferença" para melhorar o padrão de vida das populações, sobretudo ao se focalizar "nas diferenças entre os mais bem aquinhoados e os carentes".
Por isso, é inevitável a intervenção do Estado para corrigir as consequências desastrosas do mercado (desregulado) e da insaciável ganância de lucro da iniciativa privada.
Vejam o que acontece no sistema financeiro brasileiro, p.ex., onde três ou quatro bancos privados dominam o mercado e ditam as regras. O nosso CMN e o BANCO CENTRAL, que foram criados para serem órgãos normativos, reguladores e fiscalizadores, na prática, nada mais são que meros fantoches, manipulados por representantes dos bancos privados. Resultado: os bancos brasileiros fazem o que querem, cobram os juros mais escorchantes e criminosos do mundo! Já arruinaram a vida de mais de 60 milhões de consumidores brasileiros, que foram iludidos e enganados com cartões de crédito, crédito consignado e cheques especiais que cobram juros verdadeiramente criminosos! Arruinaram a vida de centenas de milhares de pequenos empresários produtivos (do comércio, da indústria, dos serviços) que foram obrigados a recorrer aos financiamentos bancários de capital de giro, e foram levados à falência, pois se tornaram incapazes de pagar os exorbitantes juros cobrados pelos bancos.
Não só BRADESCO, ITAÚ, SANTANDER, SAFRA, cujos diretores e presidentes ganham fortunas mensais, praticamente sem pagar imposto; incluo aqui o próprio Banco do Brasil (onde trabalhei por cerca de 30 anos, numa época áurea, em que o Brasil e as atividades produtivas estavam em primeiro lugar). Mas hoje, por ser uma empresa de capital aberto, é pressionado como nunca pelo mercado e pela mídia neoliberal para priorizar os lucros dos acionistas, e não para se preocupar com os destinos das empresas e dos clientes. Seu papel ficou bastante desvirtuado. Salva-se a sua atuação no setor agropecuário, onde responde, sozinho, por cerca de 70% dos financiamentos, que requerem muito trabalho, e são feitos a juros subsidiados, garantindo, junto com a assistência técnica das estatais EMBRAPA e das EMATERs, que o Brasil esteja na vanguarda mundial da produção e da produtividade.
Ainda está relativamente a salvo a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (livre, por enquanto, da gula dos acionistas privados, que só querem lucro); que pratica juros menores e atende as prefeituras nos seus investimentos de infraestrutura, e nos financiamentos à casa própria, com juros favorecidos. Mesmo os empresários da indústria, do comércio e dos serviços me parecem que são atendidos com juros mais acessíveis pela CAIXA. Quem pagou o auxílio emergencial a dezenas de milhões de brasileiros foi a CAIXA, com muito zelo e competência. Nenhum banco privado faria o que fez a CAIXA.
Mas o banqueiro privado PAULO GUEDES, desastrado e mentiroso ministro da Economia, quer privatizar tudo: CAIXA, BB, ELETROBRAS, PETROBRAS... Paulo Guedes é o mais lídimo representante do Consenso de Washington. E do neoliberalismo. É o mais lídimo representante de Wall Street. Não quer a participação estatal nos investimentos. Não se preocupa com os problemas sociais e as desigualdades.
Dizer que a intervenção do Estado na área da habitação é indevida, é, a meu ver, um grande equívoco. A intervenção do Estado não só na habitação, como em outros setores estratégicos, como da energia, do petróleo, do sistema financeiro, da Saúde, da Previdência, da Segurança, da Educação, da Pesquisa, entre outros, é absolutamente indispensável.
Um dos períodos mais áureos do Brasil no setor de moradia foi registrado nos governos petistas, com Lula e Dilma, quando foram construídas cerca de 2 milhões de casas, beneficiando cerca de 8 milhões de brasileiros pobres, antes favelados. O programa “Minha Casa, Minha Vida” foi considerado pela ONU como um “exemplo para o mundo”. Dilma chegou a entregar mais de 2.000 casas por dia pelo programa!
Porém, desde a subida ao poder do traidor Michel Temer, e no primeiro ano de governo do sociopata Jair Bolsonaro, o programa habitacional sofreu grande revés. Só parece estar sendo retomado, embora em níveis menos acelerados, graças à atuação do ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, que me parece receber apoio do general Walter Souza Braga Netto, Casa Civil. Rogério Marinho insistiu na retomada do PAC, programa de Dilma Rousseff, reativando o andamento de centenas de obras públicas que estavam paralisadas, graças à incompetência de Paulo Guedes. É notório que o ministro Marinho vem encontrando forte oposição do banqueiro Paulo Guedes, o ministro mentiroso e privatista. Mas é graças a Marinho que a economia brasileira não está num fosso ainda mais profundo, e, graças às obras que ele reativou, os problemas sociais não se agravaram ainda mais.
Quanto à falta de interferência governamental, o pior exemplo que temos nas últimas décadas, nos vem dos EUA. Na crise do subprime, 2008, cerca de 8 milhões de famílias – aproximadamente 30 milhões de pessoas – foram despejadas de suas casas por não poderem pagar as prestações de seus financiamentos junto ao ganancioso sistema financeiro americano. É que tais financiamentos não tiveram a necessária regulamentação estatal. E deu no que deu.
Por outro lado, um dos exemplos mais bem-sucedidos de intervenção estatal nos vem de Cingapura. Nesse país, atualmente um dos mais desenvolvidos do planeta, 9º lugar mundial em IDH, “a quase a totalidade das terras pertence ao governo, e 85% da moradia é fornecida por uma agência governamental (Conselho de Desenvolvimento Habitacional), e 22% da produção industrial vem de empresas estatais” (Ha-Joon Chang, professor de Economia da Universidade de Cambridge, Reino Unido. Livro: ECONOMIA: MODO DE USAR).
Já o Brasil, com seu neoliberalismo, e sua “economia de mercado”, é um dos países com mais favelas do mundo, e sua capital, Brasília, já tem a maior delas – Sol Nascente – que já praticamente supera a Rocinha, do Rio!
Sem a presença do Estado, para corrigir as deficiências e as iniquidades do mercado, a humanidade está fadado ao fracasso! O mercado (que cuida de interesses individuais e particulares, e só pensa no lucro) deve ser um parceiro do Estado (que deve zelar pelos interesses da coletividade, e deve regulamentar). Jamais o mercado poderá ser protagonista ou desregulado!
ARIALDO PACELLO
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