segunda-feira, 20 de julho de 2020

Bolsonaro quer trazer de volta os manicômios no Brasil. Holocausto do Hospital Colônia de Barbacena MG

O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica nesta quarta-feira (6/2) propondo novas diretrizes de políticas nacionais de saúde mental e de drogas. As mudanças provocaram alvoroço em especialistas na área e, especialmente, em que trabalha na ponta, com o usuário desse tipo de serviço. O texto de 32 páginas ataca diretamente demandas da luta antimanicomial, que existe no Brasil há mais de 30 anos, e que começou para combater as violações de direitos humanos nos hospitais psiquiátricos denunciadas após os anos 1970. Além disso, adota um discurso que reforça a guerra às drogas e, consequentemente, a criminalização do usuário de drogas, bastante amparada pelo racismo estrutural.

07/02/19 por Maria Teresa Cruz
Nota técnica é alvo de críticas por abrir precedentes para o retorno de uma lógica manicomial que privilegia a internação e abstinência, enquanto coloca em segundo plano política de redução de danos. A redução de danos trabalha com a lógica de dar possibilidade de autoconhecimento ao dependente químico, que retoma a dignidade, podendo controlar sua própria vida para ter uma relação mais saudável com a droga. Ou seja, o foco é o usuário e não a droga, e não, o retorno de terapêuticas usadas amplamente no passado como a convulsoterapia [o uso terapêutico de choques em casos extremos, onde o paciente não atende a comandos de maneira consciente] [1]
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Episódio foi um dos mais grotescos da história brasileira
Por Lucas Baranyi - Atualizado em 14 fev 2020, 17h27 - Publicado em 4 abr 2018, 16h09 - ILUSTRA André Toma  - EDIÇÃO Felipe van Deursen 
Spa na montanha
Em 1903, Barbacena, MG, ganhou a alcunha de “Cidade dos Loucos”, graças à inauguração de sete instituições psiquiátricas no município. Na época, estâncias de clima ameno, como Barbacena, eram vistas como propícias para o tratamento de doenças mentais. Uma dessas iniciativas era o Hospital Colônia. Mas, com o tempo, o que era planejado como uma instituição médica  tornou-se um matadouro.
Campo de concentração
Os pacientes eram separados por sexo, idade e características físicas.  Como o Colônia não tratava apenas pessoas da cidade, muitas vinham de fora, desembarcando de trem. Em 1933, o escritor Guimarães Rosa, que trabalhou brevemente como médico no Colônia, chamou aquilo de “trem de doido”.   Anos depois, o cenário rendeu comparações inevitáveis com os campos de concentração nazistas, já que eles também eram abastecidos com trens.
Tratamentos
Torturas físicas e psicológicas eram rotina no Colônia. Entre as mais comuns havia a ducha escocesa (banho propiciado por máquinas de alta pressão) e tratamentos de choque, ambos aplicados a quem não se comportasse bem. Estupros também foram relatados durante as décadas de funcionamento do hospital.
O buraco é sempre mais embaixo 
Percebendo que o cemitério municipal já não comportava o número cada vez mais alto de mortos no Colônia, funcionários do hospital começaram a traficar corpos para faculdades de medicina, que os usavam em aulas de anatomia. Se a procura era baixa, os mortos eram dissolvidos em ácido. 
A tragédia esquecida, foi ocultada da grande maioria dos brasileiros, pessoas que não possuíam nenhum problema mental eram internadas – algo estimado em 70% das pessoas não tinha diagnósticos psiquiátricos e não deveriam estar aliCom a chegada da Ditatura Militar no Brasil em 1969, os horrores praticados foram completamente abafados. o manicômio tornou-se um local onde pessoas “indesejadas” na sociedade eram trancafiadas. uma garota que ficou grávida, e por isso era um inconveniente para os pais, foi deixada no local com a promessa de “aprender uma lição” e que voltariam em pouco tempo para buscá-la. Nunca mais voltaram… Os poderosos da época tinham influência sobre o local. Coronéis, delegados, maridos insatisfeitos e furiosos por traições da esposa, etc, todos estavam “aptos” a jogar alguém ali dentro.  Não havia qualquer critério médico ou clínico, as justificativas beiravam o absurdoOs internos dormiam juntos, sem cama, em amplas salas, como se fossem bichos. Os internos bebiam, muitas vezes, a própria urina ou esgoto (já que existiam fossas no pátio central), além de comerem ratos e pombos, desesperados por alguma fonte de alimentoCrianças não eram poupadas, e também dormiam nuas, junto com todos, nestas condições horríveis. Estima-se que 16 pessoas morriam, todos os dias, por não suportarem a superlotaçãoCerca de 17 universidades do Brasil compraram os corpos a um preço médio de 50 cruzeirosCom o passar do tempo, o negócio dos corpos passou a não ser mais tão vantajoso,  
A instituição então passou a queimar os corpos no pátio, na frente dos internos ou derreter a musculatura usando ácidos, em busca de um novo comércio – a venda de ossos do esqueleto.  algo inacreditável. ninguém nunca foi punido por esse verdadeiro genocídio, que ficou desconhecido do grande público e apagado do conhecimento geral como se nunca houvera uma mancha cor de sangue na história do Brasil.

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https://www.jornalciencia.com/holocausto-brasileiro-60-mil-mortos-em-hospicio-e-r-600-mil-em-vendas-de-corpos-para-universidades/?fbclid=IwAR3yGiALgQxAjOoPAZa2-ZZKnvToQGfnWvRLDFg_jhCyXvbmIxJYEO4p9ho


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