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Recentemente, o atual presidente da Fundação Palmares declarou, entre outras absurdidades, que a escravidão foi benéfica aos negros. O tema da africanidade no Brasil, tratado pelos políticos de direita ou de esquerda, oscila entre o crime e a barbárie ideológica.
Ampliando os desmandos, corre na historiografia acadêmica e maçônica a versão que os maçons negros estiveram empenhados na defesa da abolição da escravatura, pelo fato não de serem negros, mas sim, por serem maçons. A questão, colocada deste modo, sugere, portanto, que a iniciação veio antes da etnia, que a ação enfática da Maçonaria na articulação deste processo foi decisiva para a vitória da abolição da escravatura. Que a Maçonaria teve empenho nisso, é inegável. Bem menos exato são as suas reais motivações de cunho "moral ou religioso ou mesmo meramente político". Há uma faceta desconsiderada neste processo que vamos abordar.
A historiadora paulista Célia Maria Marinho de Azevedo no livro “Maçonaria, Anti-racismo e Cidadania” (2010), afirma que eram maçons os negros: André Rebouças, José do Patrocínio, João Maurício Wanderley – o Barão de Cotegipe, Luiz Gama, Antonio Carlos Gomes, Rui Barbosa de Oliveira, Francisco Glicério (Grão-Mestre), Nilo Peçanha (Grão-Mestre), Castro Alves, Pixinguinha,Joaquim Saldanha Marinho, entre outros.
Outras personalidades da "família maçônica" que contribuíram para a luta racial brasileira, foram: Quintino Bocaiúva, Ministro das Relações Exteriores (1889), Baldino do Amaral, prefeito do Rio de Janeiro (1897), ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Banco do Brasil e Antônio Alves Pereira Coruja, tesoureiro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1839).
Resta explicar muitas coisas como, por exemplo, esse "empenho" da Maçonaria em abolir a escravidão foi incapaz de conter o crime cometido por Rui Barbosa ao mandar incendiar os documentos da escravidão no Brasil, lançando os negros na miséria e o abandono depois da abolição dos escravos.
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Um comentário:
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