LEIAM: Leitura obrigatória para quem quer
saber porque tudo está acontecendo no
Brasil. Foi a magnífica escritora JUDIA HANNAH ARENDT que escreveu para o nosso
conhecimento. Não percam a oportunidade de mais esse conhecimento:
Origens do Totalitarismo
Hannah Arendt - Julho de 1967
Antissemitismo,
imperialismo, totalitarismo
Resumo da parte em que Hanna Arendt fala do judeu Walter Rathenau que tentou alertar os judeus
a se defenderem do sionismo e foi assassinado:
A
História da relação entre os judeus e os governos é rica de exemplos da rapidez
com que os banqueiros judeus transferiram a sua lealdade de um governo para
outro, mesmo após mudanças revolucionários. Os Rothschild franceses não levaram
mais que 24 horas para transferir, em 1848, seus serviços de Luís Felipe à nova
e passageira República Francesa.
O mesmo processo se repetiu na França, a um ritmo mais lento, após a queda do Segundo Império e o estabelecimento da Terceira República. Na Alemanha, essa mudança súbita e fácil foi sinbolizada, depois da revolução (republicana) de 1918, pela política financeira da família banqueira dos Warburg, de um lado, e pelas volúveis ambições políticas de Walter Rathenau, de outro.[16] esse tipo de conduta envolve mais do que o simples padrão burguês, que aceita como premissa nada ser tão bem-sucedido como o sucesso. [17].
Se os judeus tivessem sido burgueses no sentido lato do termo, poderiam ter avaliado com exatidão as extraordinárias possibilidades de poder decorrentes de suas novas funções, e ter pelo menos tentado representar - com vista a manter a ilusão do "sucesso" - aquele papel fictício de um poder mundial secreto, que faz e desfaz governos, e que os antissemitas, de qualquer modo, lhes atribuíram. Nada, porém, estava longe da verdade.
Os judeus, sem conhecer o poder ou se interessar por ele, nunca pensaram em exercer senão suaves pressões para fins subalternos de autodefesa. Essa falta de ambição foi mais tarde profundamente ressentida pelos filhos mais assimilados dos banqueiros e negociantes judeus. Enquanto alguns deles sonhavam, como Disraeli, com alguma sociedade secreta judáica, à qual poderiam pertencer, mas que nunca existiu, outros, como Walter Rathenau, que eram melhor informados, entregavam-se a tiradas meio antissemitas contra os mercadores ricos que não tinham poder nem posição social. Essa inocência nunca foi bem sucedida por estadistas ou historiadores não judeus.
Por outro lado, o desligamento dos judeus do poder era aceito com tanta naturalidade pelos representantes ou escritores judeus que eles quase nunca mencionavam, a não ser para exprimir sua surpresa ante as absurdas suspeitas levantadas contra eles. Nas memórias dos estadistas do século XIX encontram-se frequentes observações que pressupõem a dependência da eclosão de guerras da vontade de um Rothschild de Londres, Paris ou Viena. Mesmo um historiador sóbrio e digno de fé como J.A. Hobson podia dizer, ainda em 1905: "Alguém supõe seriamente que qualquer Estado europeu pode fazer guerra, ou subscrever um grande empréstimo estatal, se a Casa dos Rothschild e suas conexões se opuserem?".[18] O próprio Metternich mantinha firme convicção de que os Rothschild "desempenhavam na França papel superior ao de qualquer governo estrangeiro", tendo afirmado aos Rothschild vienenses, pouco antes da Revolução de 1848: "Se eu desaparecer, vossa casa desaparecerá comigo". A verdade é que os Rothschild tinham tanta noção política quanto qualquer outro banqueiro judeu e, como seus correligionários, jamais se aliavam a um governo específico, e sim a governos, à autoridade em si.
Se naquela época os Rothschild mostravam preferência definida pelos governos monárquicos em detrimento das repúblicas, foi por suspeitarem, e com razão, que as repúblicas se baseavam grandemente no desejo do povo, do qual eles instintivamente desconfiavam. Quão profunda era a fé que os judeus tinham no Estado, e quão fantástica era a sua ignorância das verdadeiras condições da Europa, foi revelado nos últimos anos da República de Weimar - na véspera da tomada de poder por Hitler - quando, já razoavelmente apavorados com relação ao futuro, os judeus procuraram uma vez - engajar-se na política.
Com o auxílio de alguns não judeus, fundaram um partido de classe média que denominaram " "Partido do Estado" (Staatspartei), já a sua denominação sendo contraditória. Estavam tão ingenuamente convencidos de que seu "partido", que supostamente os representava na luta política e social, se confundisse com o próprio estado que lhes escapou até a análise da relação entre um partido e o Estado. Se alguém levasse a sério esse partido de cavalheiros respeitáveis e perplexos, teria concluído que a lealdade a qualquer preço encobriria forças que tramavam apoderar-se do Estado.
O mesmo processo se repetiu na França, a um ritmo mais lento, após a queda do Segundo Império e o estabelecimento da Terceira República. Na Alemanha, essa mudança súbita e fácil foi sinbolizada, depois da revolução (republicana) de 1918, pela política financeira da família banqueira dos Warburg, de um lado, e pelas volúveis ambições políticas de Walter Rathenau, de outro.[16] esse tipo de conduta envolve mais do que o simples padrão burguês, que aceita como premissa nada ser tão bem-sucedido como o sucesso. [17].
Se os judeus tivessem sido burgueses no sentido lato do termo, poderiam ter avaliado com exatidão as extraordinárias possibilidades de poder decorrentes de suas novas funções, e ter pelo menos tentado representar - com vista a manter a ilusão do "sucesso" - aquele papel fictício de um poder mundial secreto, que faz e desfaz governos, e que os antissemitas, de qualquer modo, lhes atribuíram. Nada, porém, estava longe da verdade.
Os judeus, sem conhecer o poder ou se interessar por ele, nunca pensaram em exercer senão suaves pressões para fins subalternos de autodefesa. Essa falta de ambição foi mais tarde profundamente ressentida pelos filhos mais assimilados dos banqueiros e negociantes judeus. Enquanto alguns deles sonhavam, como Disraeli, com alguma sociedade secreta judáica, à qual poderiam pertencer, mas que nunca existiu, outros, como Walter Rathenau, que eram melhor informados, entregavam-se a tiradas meio antissemitas contra os mercadores ricos que não tinham poder nem posição social. Essa inocência nunca foi bem sucedida por estadistas ou historiadores não judeus.
Por outro lado, o desligamento dos judeus do poder era aceito com tanta naturalidade pelos representantes ou escritores judeus que eles quase nunca mencionavam, a não ser para exprimir sua surpresa ante as absurdas suspeitas levantadas contra eles. Nas memórias dos estadistas do século XIX encontram-se frequentes observações que pressupõem a dependência da eclosão de guerras da vontade de um Rothschild de Londres, Paris ou Viena. Mesmo um historiador sóbrio e digno de fé como J.A. Hobson podia dizer, ainda em 1905: "Alguém supõe seriamente que qualquer Estado europeu pode fazer guerra, ou subscrever um grande empréstimo estatal, se a Casa dos Rothschild e suas conexões se opuserem?".[18] O próprio Metternich mantinha firme convicção de que os Rothschild "desempenhavam na França papel superior ao de qualquer governo estrangeiro", tendo afirmado aos Rothschild vienenses, pouco antes da Revolução de 1848: "Se eu desaparecer, vossa casa desaparecerá comigo". A verdade é que os Rothschild tinham tanta noção política quanto qualquer outro banqueiro judeu e, como seus correligionários, jamais se aliavam a um governo específico, e sim a governos, à autoridade em si.
Se naquela época os Rothschild mostravam preferência definida pelos governos monárquicos em detrimento das repúblicas, foi por suspeitarem, e com razão, que as repúblicas se baseavam grandemente no desejo do povo, do qual eles instintivamente desconfiavam. Quão profunda era a fé que os judeus tinham no Estado, e quão fantástica era a sua ignorância das verdadeiras condições da Europa, foi revelado nos últimos anos da República de Weimar - na véspera da tomada de poder por Hitler - quando, já razoavelmente apavorados com relação ao futuro, os judeus procuraram uma vez - engajar-se na política.
Com o auxílio de alguns não judeus, fundaram um partido de classe média que denominaram " "Partido do Estado" (Staatspartei), já a sua denominação sendo contraditória. Estavam tão ingenuamente convencidos de que seu "partido", que supostamente os representava na luta política e social, se confundisse com o próprio estado que lhes escapou até a análise da relação entre um partido e o Estado. Se alguém levasse a sério esse partido de cavalheiros respeitáveis e perplexos, teria concluído que a lealdade a qualquer preço encobriria forças que tramavam apoderar-se do Estado.
Do mesmo modo como os judeus ignoravam completamente a tensão crescente entre o Estado e a sociedade, foram também os últimos a perceber as circunstâncias que os arrastavam para o centro do conflito. Nunca, portanto, souberam avaliar o antissemitismo, nunca chegaram a reconhecer o momento em que a discriminação se transformava em argumento político.
Durante mais de cem anos o antissemitismo havia, lenta e gradualmente, penetrado em quase todas as camadas sociais em que quase todos os países europeus, até emergir como a única questão que podia unir a opinião pública. Foi simples como ocorreu esse processo: cada classe social que entrava em conflito com o Estado virava antissemita porque, o único grupo que parecia representar o Estado identificando-se com ele servilmente, eram os judeus.
E a única classe que demonstrou ser quase imune à propaganda antissemita foram os trabalhadores que, absorvidos pela luta de classes e equipados com a explicação marxista da história, nunca entravam em conflito direto com o Estado, mas só com outra classe social, a burguesia, que os judeus certamente não representavam e da qual nunca haviam sido parte importante.
A emancipação política dos judeus no fim do século XVIII em alguns países e a discussão do problema no resto da Europa central e ocidental causaram a mudança da atitude dos judeus em relação ao Estado, a qual foi, de certa forma, simbolizada pela ascensão da casa dos Rothschild.
A nova política desses judeus da corte, que foram os primeiros a se tornar banqueiros estatais, veio à luz quando, insatisfeitos em servir a um príncipe ou a um governo, decidiram internacionalizar seus serviços, pondo-os simultaneamente à disposição dos governos da Alemanha, da França, da Grã-Bretanha, da Itália e da Áustria. Até certo ponto, essa orientação sem precedentes resultou da reação dos Rothschild aos perigos da verdadeira emancipação, que, juntamente com a igualdade, ameaçava "nacionalizar" os judeus dos respectivos países e destruir assim as próprias vantagens intereuropeias sobre as quais Já havia repousado a posição dos banqueiros judeus.
O velho Meyer Amschel Rothschild, fundador da casa, deve ter reconhecido que a condição inter europeia dos judeus já não estava segura, e que era melhor que ele tentasse consolidar essa singular posição internacional no âmbito de sua família. O estabelecimento de seus cinco filhos nas cinco capitais financeiras da Europa - Frankfurt, Paris, Londres, Nápoles e Viena - foi engenhosa resposta que encontrou para a solução do embaraçoso problema da emancipação dos judeus.[19]
Os
Rothschild haviam iniciado sua espetacular carreira a serviço financeiro do
príncipe de Hessen. Importante financista, financiador e agiota, o príncipe
ensinou aos Rothschild a prática comercial e introduziu-os a muitos dos seus
clientes. A vantagem de Rothschild era ter residido em Frankfurt, o único
grande centro urbano alemão do qual os judeus nunca haviam sido expulsos e
onde, no começo do século XIX, constituíam quase 10% da população. Os
Rothschild iniciaram-se como judeus da corte sem estar sob a jurisdição de
nenhum príncipe ou municipalidade, submetidos à autoridade direta do imperador
distante, em Viena.
Aliavam assim as vantagens do status judaico da Idade Média com as do seu próprio tempo, e dependiam muito menos da nobreza ou das autoridades locais que qualquer outro judeu da corte. As atividades posteriores da casa, a enorme fortuna que reuniram e sua fama tão simbólica são suficientemente conhecidas.[20] Ingressaram no mundo dos grandes negócios durante os últimos das guerras napoleônicas, quando de 1811 a 1816 - quase metade das subvenções inglesas às potências do continente europeu passaram por suas mãos.
Após a derrota de Napoleão, a Europa inteira precisava de elevados empréstimos para reorganizar suas máquinas estatais e reconstruir estruturas financeiras, os Rothschild detinham quase o monopólio da gestão dos empréstimos estatais. Isso durou três gerações, durante as quais conseguiram derrotar todos os concorrentes judeus e não judeus. "
Aliavam assim as vantagens do status judaico da Idade Média com as do seu próprio tempo, e dependiam muito menos da nobreza ou das autoridades locais que qualquer outro judeu da corte. As atividades posteriores da casa, a enorme fortuna que reuniram e sua fama tão simbólica são suficientemente conhecidas.[20] Ingressaram no mundo dos grandes negócios durante os últimos das guerras napoleônicas, quando de 1811 a 1816 - quase metade das subvenções inglesas às potências do continente europeu passaram por suas mãos.
Após a derrota de Napoleão, a Europa inteira precisava de elevados empréstimos para reorganizar suas máquinas estatais e reconstruir estruturas financeiras, os Rothschild detinham quase o monopólio da gestão dos empréstimos estatais. Isso durou três gerações, durante as quais conseguiram derrotar todos os concorrentes judeus e não judeus. "
Os judeus eram fornecedores em tempo de guerra, mas, embora servos do rei jamais participavam dos conflitos; nem se esperava que o fizessem. Quando os conflitos cresceram e se tornaram guerras nacionais, eles continuaram mantendo a característica de grupo internacional, cuja importância e utilidade decorriam precisamente do fato de nunca se terem ligado a qualquer causa nacional. Não sendo mais banqueiros estatais sem fornecedores em tempo de guerra (a última guerra financiada por um judeu foi a guerra austro-prussiana de 1866, quando Bleichroeder ajudos bismark, depois que o parlamento da Prúscia negou a este último os créditos necessários), os judeus tornaram-se consultores financeiros e assistentes em tratados de paz e, de modo menos organizado e mais indefinido, mensageiros e intermediários na transmissão de notícias.
Os tratados de paz após a primeira guerra mundial foram os últimos nos quais os judeus desempenharam papel proeminente como consultores. O último judeu que deveu sua ascensão no cenário nacional à sua conexão judaica internacional foi Walter Rathenauu, ministro do Exterior da República de Weimar. Como disse um de seus colegas após o seu assassinato por nacionalistas antissemitas, Rathenau pagou com a vida o fato de ter transferido aos ministros da nova república, completamente desconhecidos no âmbito internacional, seu prestígio no mundo internacional das finanças e o apoio dos judeus em todo o mundo. [14] Assim, os judeus eram valiosos na guerra na medida em que, usados como elemento não nacional, asseguravam as possibilidades de paz. Mas, quando as guerras tornaram-se ideológicas, visando a completa aniquilação do inimigo, os judeus deixaram de ser úteis.
Os judeus não apenas podiam ser usados no interesse desse precário equilíbrio, mas se tornaram até uma espécie de símbolo dos interesses comuns das nações europeias. Não foi, portanto mero acidente que as derrotas dos povos da Europa foram antecedidas pela catástrofe do povo judeu.
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