Recebemos desde as primeiras horas da manhã dessa quarta-feira (18/10) vários questionamentos sobre suposto apoio do que o site ANTAGONISTA chama de Alto Comando MILITAR para a candidatura de Luciano Huck, que seria pré-candidato ao cargo de Presidente da República.
A princípio, como órgãos de assessoramento superior existe ALTO COMANDO no Exército e Força Aérea. Na Marinha existe o ALMIRANTADO. E mesmo que algo unisse todos esses oficiais de quatro estrelas na ativa, seria temerário acreditar que eles de alguma forma expressariam publicamente seu apoio a qualquer candidato. Isso só pode passar pela cabeça de quem nunca freqüentou um quartel.
Quem não é militar talvez desconheça, mas é terminantemente proibido impor qualquer tipo de posicionamento político dentro dos quartéis. A coisa é tão séria que automóveis de militares que usam estacionamentos dentro de organizações militares não podem conter adesivos de candidatos ou partidos políticos e militares dentro das OMs não podem transitar a paisano com camisas contendo propaganda de candidatos.
Do portão para fora é outra história, cada um opta pelo político que desejar. Mas ninguém pode falar em nome da força e muito menos impor isso a subordinados.
Se isso repentinamente fosse mudado haveria quebra de hierarquia e mais do que isso, correr-se-ia o risco de gerar divisão dentro das FORÇAS ARMADAS. Se isso não aconteceu em períodos do passado recente, quando tentou-se atacar as bases filosóficas de nossas instituições, não é agora que vai acontecer. Os militares brasileiros são unânimes em várias posições e aqui destacamos uma delas: desde as graduações mais baixas aos altos postos, há um grande esforço em estar alerta e estanque ao assédio e tentativas de introduzir “filosofias” estranhas dentro dos quartéis.
Luciano HUCK, BOLSONARO ou NINGUÉM
Luciano HUCK foi condecorado em 2013 pela FAB, recebeu a medalha do Mérito Aeronáutico das mãos de Justini Saito. Em abril passado Huck foi condecorado pelo Exército, recebeu a Ordem do Mérito Militar. Mas, isso em hipótese alguma significa que as Forças Armadas o enxergam como melhor candidato para presidir nosso país.
A Revista Sociedade Militar conversou com alguns militares. Um deles apontou a recente conversa de Raul Jungmann com HUCK como possível “espoleta” dessa boataria e esclarece que “Raul Jungmann ter conversado com HUCK não tem nenhuma implicação para as Forças Armadas que, aliás, não se alinham com posicionamentos políticos de quem quer que seja que chefie o Ministério da Defesa”.
Ao que parece Luciano HUCK responde a demandas advindas de dois grupos, classe política e sociedade. Para a classe política, que tenta desesperadamente encontrar alguém com boa reputação, desvinculado da roubalheira e que evite o chamado fantasma Bolsonaro, Huck pode ser a solução perfeita. Já para a sociedade o jovem “global” se apresenta como aquele que pode ocupar a “vaga” que tem surgido em várias democracias por todo o planeta, dada a decepção com a classe política, a do candidato “não-político”, desligado da hierarquia partidária e de todos aqueles que tem surrupiado o povo ao longo de décadas.
Quanto à instituições como clubes e associações de militares, que agregam oficiais e praças da ativa e reserva, estas não têm vínculo de obediência para com as FA e são livres para expressar seus posicionamentos políticos. Como aconteceu nas últimas eleições presidenciais, quando o Clube Militar se posicionou veementemente contra Dilma Roussef e mencionou Aécio Neves como o candidato “menos pior”.
Acredita-se que o CLUBE MILITAR no Rio de Janeiro a partir das eleições de 2018 pode ser presidido pelo General Hamilton Mourão, que deve ser transferido para a reserva no primeiro trimestre do próximo ano.
Não se sabe qual será a linha assumida por Mourão se assumir a cadeira citada. Mas, se seguir a tendência atual é bem possível que o clube se posicione a favor de JAIR BOLSONARO para presidente da república e outros militares para cargos no legislativo federal e estadual. Vários militares do alto escalão têm incentivado a candidatura de militares no próximo ano (Veja texto do General José Mauro Moreira Cupertino).
Outro fator que pode reforçar esse apoio a Bolsonaro é o fato de ter mencionado de forma reiterada que vários cargos do primeiro escalão em seu governo devem ser ocupados por militares, incluindo o de Ministro da Defesa. Mas, estamos ainda em 2017 e muita coisa deve acontecer no campo político. Portanto, qualquer afirmação sobre comportamento de clubes / associações de militares seria um risco.
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