Brasília - Um homem tranquilo, que estudou até os gestos simplórios e simpáticos para se apresentar à nação no depoimento à CPI depois que foi preso na operação Lava Jato.Marcelo Odebrecht esnobou: “tive conversas republicanas com a Dilma e o Lula”. Recebeu afeto de alguns deputados da comissão. Os “Leões do Cunha” não rugiram tão forte como fizeram com outros depoentes. Comportaram-se como inocentes cordeirinhos diante do maior financiador de campanha eleitoral.
Afinal de contas, 26,9% dos recursos da campanha do presidente da CPI, Hugo Mota (PMDB-PB), saíram dos cofres da Odebrecht.
Marcelo
mostrou-se um autêntico guerreiro, homem de caráter,
ao negar que não entraria no time dos delatores.
“Delatar o quê”?,
perguntou para espanto da plateia de deputados submissos
“Delatar o quê”?,
perguntou para espanto da plateia de deputados submissos
Marcelo
Odebrecht é o homem que sabe tudo, peça chave da engrenagem que desviou bilhões
de reais em obras públicas no governo do PT.
É o
empresário que abriu as portas da sua empresa para que o ex-presidente Luís
Inácio Lula da Silva pudesse ter uma vida financeira tranquila como lobista de
luxo depois que deixou o governo.
Lula
viajou para os países da África, ocupado territorialmente por ditadores
sanguinários, e outros da América Latina e do Caribe. Atravessou o Atlântico
várias vezes à bordo dos jatinhos da Odebrecht para desbravar o mundo dos
negócios, sempre levando dinheiro barato do BNDES para financiar as obras de
infraestrutura dos déspotas a juros irrisórios.
O que foi pra banda de lá, hoje falta na banda de cá.
Por
trás desta aparente tranquilidade na CPI – ele se sentiu em casa olhando nos
olhos de alguns deputados com quem tem sido generoso em campanhas – existe uma
informação valiosa que permite ao Marcelo aparecer sorridente e sereno diante
dos inquisidores: um habeas-corpus seria concedido pelo Superior Tribunal de
Justiça para tirá-lo detrás das grades. Caso isso não ocorra pelo STJ,
padrinhos poderosos do empresário também estariam pressionando o STF para
livrá-lo da cadeia.
O presidente da Odebrecht ainda é daqueles que pensam que o
dinheiro compra tudo.
Aliás,
até o mensalão essa era a regra do jogo. Ninguém imaginaria que uma quadrilha
em pleno exercício do poder pudesse ser desbaratada e presa.
Para
quem não se corrigiu, a Lava Jato veio depois para mostrar que a coisa mudou.
Uma equipe de jovens e competentes procuradores, desvinculados de favores
políticos e financeiros, está executando uma das operações mais bem sucedidas
da história do Brasil com a parceria da Polícia Federal que exerce um papel verdadeiramente
republicano nesse e em outros casos.
O
Brasil, acostumado a ver só puta, preto e pobre enjaulados nas piores e mais
fétidas prisões, agora assiste, ainda com espanto, um monte de políticos e
empresários endinheirados na cadeia.
A elite que se juntou ao Lula e seus comparsas para
dilapidar o patrimônio do país.
E as
condenações, para quem não acreditava, continuam a galope. Aqueles que querem
passar menos tempo na cadeia, já saíram na frente e deduraram seus comparsas.
Abriram a cartilha da corrupção até então leitura privilegiada de alguns
empresários, diretores de empresas estatais e políticos. Agora, esperam que
seus relatos criminosos diminuam suas penas, como já vem ocorrendo. E com isso,
só o Brasil ganha.
Marcelo
parece que ainda não entendeu bem que os seus crimes não serão julgados pelo
STF, fórum privilegiado para os políticos envolvidos nos escândalos. Ele
depende da caneta pesada do juiz Sergio Moro. Mesmo que o STF ou STJ concedam
um habeas-corpus, dificilmente o dono da Odebrecht escapará da turma do
Ministério da Justiça que apura com precisão cirúrgica os crimes de corrupção e
de lavagem de dinheiro em que ele e a sua empresa estão envolvidos
A Justiça do Brasil está mudando, doutor Marcelo.
BOA SORTE
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