domingo, 6 de setembro de 2015

ODEBRECHT NÃO DELATA PORQUE ACHA QUE O STJ VAI TIRÁ-LO DA CADEIA

 
Brasília - Um homem tranquilo, que estudou até os gestos simplórios e simpáticos para se apresentar à nação no depoimento à CPI depois que foi preso na operação Lava Jato.
Marcelo Odebrecht esnobou: “tive conversas republicanas com a Dilma e o Lula”. Recebeu afeto de alguns deputados da comissão. Os “Leões do Cunha” não rugiram tão forte como fizeram com outros depoentes. Comportaram-se como inocentes cordeirinhos diante do maior financiador de campanha eleitoral. 
Afinal de contas, 26,9% dos recursos da campanha do presidente da CPI, Hugo Mota (PMDB-PB), saíram dos cofres da  Odebrecht.
 Marcelo mostrou-se um autêntico guerreiro, homem de caráter, ao negar que não entraria no time dos delatores.
 “Delatar o quê”?,   
perguntou para espanto da plateia de deputados submissos

Marcelo Odebrecht é o homem que sabe tudo, peça chave da engrenagem que desviou bilhões de reais em obras públicas no governo do PT.
É o empresário que abriu as portas da sua empresa para que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pudesse ter uma vida financeira tranquila como lobista de luxo depois que deixou o governo.
Lula viajou para os países da África, ocupado territorialmente por ditadores sanguinários, e outros da América Latina e do Caribe. Atravessou o Atlântico várias vezes à bordo dos jatinhos da Odebrecht para desbravar o mundo dos negócios, sempre levando dinheiro barato do BNDES para financiar as obras de infraestrutura dos déspotas a juros irrisórios. 

O que foi pra banda de lá, hoje falta na banda de cá.

Por trás desta aparente tranquilidade na CPI – ele se sentiu em casa olhando nos olhos de alguns deputados com quem tem sido generoso em campanhas – existe uma informação valiosa que permite ao Marcelo aparecer sorridente e sereno diante dos inquisidores: um habeas-corpus seria concedido pelo Superior Tribunal de Justiça para tirá-lo detrás das grades. Caso isso não ocorra pelo STJ, padrinhos poderosos do empresário também estariam pressionando o STF para livrá-lo da cadeia.

O presidente da Odebrecht ainda é daqueles que pensam que o dinheiro compra tudo.

Aliás, até o mensalão essa era a regra do jogo. Ninguém imaginaria que uma quadrilha em pleno exercício do poder pudesse ser desbaratada e presa.
Para quem não se corrigiu, a Lava Jato veio depois para mostrar que a coisa mudou. Uma equipe de jovens e competentes procuradores, desvinculados de favores políticos e financeiros, está executando uma das operações mais bem sucedidas da história do Brasil com a parceria da Polícia Federal que exerce um papel verdadeiramente republicano nesse e em outros casos.
O Brasil, acostumado a ver só puta, preto e pobre enjaulados nas piores e mais fétidas prisões, agora assiste, ainda com espanto, um monte de políticos e empresários endinheirados na cadeia.

A elite que se juntou ao Lula e seus comparsas para dilapidar o patrimônio do país.

E as condenações, para quem não acreditava, continuam a galope. Aqueles que querem passar menos tempo na cadeia, já saíram na frente e deduraram seus comparsas. Abriram a cartilha da corrupção até então leitura privilegiada de alguns empresários, diretores de empresas estatais e políticos. Agora, esperam que seus relatos criminosos diminuam suas penas, como já vem ocorrendo. E com isso, só o Brasil ganha. 
Marcelo parece que ainda não entendeu bem que os seus crimes não serão julgados pelo STF, fórum privilegiado para os políticos envolvidos nos escândalos. Ele depende da caneta pesada do juiz Sergio Moro. Mesmo que o STF ou STJ concedam um habeas-corpus, dificilmente o dono da Odebrecht escapará da turma do Ministério da Justiça que apura com precisão cirúrgica os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro em que ele e a sua empresa estão envolvidos

A Justiça do Brasil está mudando, doutor Marcelo.
   BOA SORTE

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