sexta-feira, 5 de junho de 2009

Estratégias violentas e demagógicas da esquerda internacional para tomar o poder político.

Escrito por Ivanaldo Santos   
Sexta, 05 de Junho de 2009 23:00
DE PAOLA, Heitor. O eixo do mal latino-americano e a nova ordem mundial. São Paulo: É Realizações, 2008.




Em junho de 2008 o analista político Heitor De Paola publicou um livro essencial para a compreensão da atual situação política do mundo contemporâneo e especialmente da América Latina. Trata-se de O eixo do mal latino-americano e a nova ordem mundial. Os capítulos desse livro foram publicados inicialmente no jornal eletrônico Mídia Sem Máscara (MSM).

Neste livro Heitor De Paola apresenta, a partir de sólida documentação, como milhões de pessoas estão sendo submetidas a um sistema de profunda lavagem cerebral e, por conseguinte, de total anestesia política. Esse sistema é financiado pelos governos esquerdista-liberais, por ONGs e fundações internacionais. Além de amplas fontes de recursos financeiros existe a cumplicidade de setores estratégicos da sociedade como, por exemplo, a grande mídia, parte da intelectualidade universitária e setores da Igreja que se auto proclamam de “progressistas” e “esclarecidos”. Entre esses setores ganha destaque a Teologia da Libertação (TL). Uma teologia de inspiração marxista e ateísta que, na prática, funciona como a quinta coluna, a qual tem por finalidade minar e, se possível, destruir a Igreja por dentro, ou seja, a partir de seus sólidos alicerces evangélicos e filosóficos.

 Como afirma o filósofo Olavo de Carvalho, no Prefácio do livro, Heitor De Paola consegue apresentar, de forma compreensível, as “falsificações que tornam a forma geral do processo 
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totalmente invisível à massa de suas vítimas, ao mesmo tempo dão visibilidade hipnótica a aspectos isolados e inconexos, artificialmente dramatizados como ‘problemas urgentes’, fazendo com que do mero caos mental se passe às ações arbitrárias e desesperadas que complicam o quadro da vida real até à alucinação completa” (2008, p. 16).

Obviamente que os críticos da argumentação desenvolvida por Heitor De Paola afirmarão que seu livro trata-se apenas de mais um delírio da direita conservadora. Entretanto, acusar Heitor De Paola de ser um pensador de direita não conseguirá desacreditar O eixo do mal latino-americano e a nova ordem mundial. O motivo é que, de um lado, Heitor De Paola apresenta provas documentais históricas praticamente irrefutáveis e, do outro lado, ele é um ex-militante da organização de extrema esquerda Ação Popular (AP) que na década de 1960 realizou vários atos de terrorismo no Brasil. Como poucas pessoas, Heitor De Paola conhece as estratégias de tomada do poder desenvolvidas pela esquerda.

O livro de Heitor De Paola possui uma importante parte histórica, onde ele apresenta de forma 
resumida, mas muito compreensível, as estratégias que a esquerda internacional desenvolveu entre 1917, com a Revolução Socialista Russa, até 1989, com a queda do muro de Berlim, para a tomada do poder e o estabelecimento de um governo mundial e plenamente totalitário. Essa parte histórica do livro de Heitor De Paola é fundamental para os estudantes e profissionais liberais da sociedade contemporânea. O motivo é que atualmente quase nada é ensinado nas escolas e universidades sobre as estratégias violentas e demagógicas da esquerda internacional para tomar o poder político. Atualmente apresenta-se a esquerda como uma espécie de “sociedade de santos” que busca apenas o bem-comum e a prosperidade humana. 
Toda a barbaridade e as atrocidades cometidas em nome do socialismo são simplesmente silenciadas. É por causa dessa consciente e lamentável omissão que o livro de Heitor De Paola é uma leitura obrigatória.
   
Além disso, o livro de Heitor De Paola trás a análise de duas importantes manifestações do neototalitarismo na sociedade ocidental.

A primeira manifestação é o totalitarismo intelectual que atualmente está infestando os meios acadêmicos do ocidente, inclusive do Brasil. 
Antonio Gramsci,  pensador do Partido Comunista Italiano, um dos pais da revolução cultural comunista! Porém, qual o objetivo da revolução cultural? A “revolução passiva”, através de uma modificação radical na escala dos valores, quer transformar a sociedade civil e o Estado num gigantesco partido único, onipotente, onisciente, um verdadeiro ethos da comunidade. A mera existência de um partido único se fundiria de tal maneira com a cultura vigente da sociedade, que a sua linha divisória jamais seria percebida. 

O grande guru do totalitarismo intelectual é o filósofo marxista Antonio Gramsci que com sua tese da Revolução Cultural, advoga a criação e imposição de uma agenda única para o pensamento humano. Essa agenda é criada pelos profissionais do pensamento que, por sua vez, são submissos as orientações oriundas da cúpula do “pensamento correto”, ou seja, da minúscula elite formada por dirigentes de partidos políticos, artistas, economistas e outros profissionais que se dedicam, em tempo integral, a determinar como o mundo deve viver e como as pessoas devem pensar.

A segunda manifestação é o neo totalitarismo que emerge na América Latina como consequência 
da estratégia de dominação desenvolvida pelo Foro de São Paulo, uma versão latino-americana da Internacional Comunista. Heitor De Paola demonstra como a esquerda internacional, após a queda do muro de Berlim, não abandonou a pretensão de estabelecer um regime tirânico e centralizado para toda a humanidade. Pelo contrário, seu projeto é o mesmo. Apenas é um projeto que se apresenta de forma moderna com a roupagem de defender minorias e derrubar o imperialismo dos EUA.

Toda forma de imperialismo deve ser denunciada. Entretanto, apenas o imperialismo dos EUA é atacado. Atualmente o imperialismo transversal do Foro de São Paulo, orientado principalmente pelo Brasil e pela Venezuela, sequer entra nas discussões realizadas pela mídia e pela intelectualidade universitária. Todavia, o que vemos é a lenta e gradual implantação do neo totalitarismo na América Latina. Essa implantação se dá inclusive de forma tradicional, ou seja, com a expansão de guerrilhas fratricidas e do caos na vida política e econômica.

Porque ninguém vê e debate essa questão? Heitor De Paola demonstra que a cegueira intelectual que move a América Latina atualmente é fruto da junção de duas grandes forças.

De um lado existe a nova estratégia da tomada do poder pela esquerda. Estratégia que envolve 
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forte cooptação da mídia e da classe artística. Cooptação feita, em grande parte, às custas de altas somas de dinheiro. Além disso, propaga-se uma ideologia pacifista que prega o fim da religião, especialmente da religião cristã, o estabelecimento de um governo mundial organizado em torno da Organização das Nações Unidas (ONU) e, por conseguinte, o fim da soberania nacional. Tudo isso é apresentado em nome do fim das injustiças sociais. Entretanto, pergunta-se: existe injustiça social maior do que determinar o fim da liberdade?

Do outro lado encontram-se as graves falhas de avaliação estratégica cometidas pelos países ocidentais, inclusive pelos EUA. Falhas que vão desde não compreender as reais intenções da esquerda internacional, passando por graves problemas de interpretação realizados pela diplomacia e pelos serviços de segurança nacional até a incapacidade das forças políticas que tradicionalmente defendem a liberdade no Ocidente de se oporem a um inimigo que, cada vez mais, é organizado e tem ramificações em quase todos os setores da vida pública.      

Por fim, afirma-se que o livro de Heitor De Paola é fundamental para a compreensão da história e das atuais estratégias planetárias de implantação de um governo único e, com isso, acabar com a liberdade. Este livro pode ser o primeiro passo de um processo de esclarecimento e contra-revolucionário na América Latina e no mundo. Justamente o processo que a atual sociedade precisa para novamente poder compreender e experimentar a liberdade e a dignidade humana.                 
     
    
Ivanaldo Santos é filósofo e professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). E-mail:ivanaldosantos@yahoo.com.br .

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