domingo, 28 de dezembro de 2008

Hanna,Roberto Campos, Otávio Gouveia de Bulhões,Trajano Augusto


AUGUSTO TRAJANO E A HANNA

Nessa época, como editor de Economia, o Aloysio Biondi já tinha restrições ao Roberto Campos? Sim. Aí esse cara levou lá uma documentação. Na época tinha uma grande empresa de siderurgia que tinha grandes negócios no Brasil, a Hannah Corporation. Na área de mineração ela tinha grandes interesses. Era um projeto em que a Hannah, que tinha minas em Minas Gerais, a Mineração Águas Claras, propunha ao governo brasileiro que construísse um ramal ferroviário ligando a Central do Brasil nas minas dela e um outro ramal ligando a Central do Brasil ao Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, para poder exportar. E queria que o governo fizesse esses dois investimentos.
O cara contou isso para vocês? Washington – Levou a documentação para a gente. E em troca a Hannah Corporation daria o quê? Não daria nada. Ainda pedia uma tarifa subsidiada na Central do Brasil. Para não aumentar o seu prejuízo, pedia que o governo aumentasse a tarifa dos outros usuários, entre os quais concorrentes dela no Brasil, como Volta Redonda, que na época era estatal. Era um escândalo! O governo investia e ainda arruinava a Central do Brasil, dava tarifa...


Tudo isso via Usaid? Washington – Era um acordo que a Hannah tinha levado para o governo brasileiro, 

estava lá no Ministério do Planejamento e esse cara ficou escandalizado, esse cara da Usaid.
Mas não era uma contradição gigantesca o cara da Usaid levar? Washington – Mas é que era tão escandaloso. Devia ser um cara que estava na Usaid, querendo fazer cooperação, e de repente viu para o que estava sendo usado, que era fazer altos negócios. Tentamos fazer essa matéria e publicar, e de novo não conseguimos. A censura teve informação. Não, essa aí nós publicamos. Conseguimos publicar. Alguns dias depois, saiu uma nota no Jornal do Brasil, naquela coluna Informe JB, onde dizia o seguinte: que uma revista brasileira tinha levantado suspeição sobre um projeto de transporte de minério de ferro da baía de Sepetiba, de construção de ramais ferroviários, mas que esse projeto tinha o aval, no Brasil, de pessoas que estavam acima de qualquer suspeita.


Entre elas, os ministros Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões, ministro da Fazenda, mais o Trajano Augusto de Azevedo Antunes, que era associado à Hannah Corporation também. Então, como esses senhores estavam acima de qualquer suspeita, o Brasil não teria nenhum prejuízo com isso. Isso foi feito, acabou acontecendo...


Um comentário:

Marilda Oliveira disse...

Cambada de impatriotas, entreguistas, safados, omissos, coniventes... traidores do povo brasileiro.