A Comissão Trilateral foi formada em 1973 pela iniciativa particular de cidadãos da Europa Ocidental, do Japão e da América do Norte para patrocinarem uma maior cooperação entre essas três regiões para lidar com os problemas comuns. Ela procura aprimorar a compreensão pública desses problemas, apoiar as propostas para tratá-los de forma conjunta e promover hábitos e práticas de trabalho conjunto entre essas regiões." [2]
Além disso, Trialogue e outras publicações oficiais deixam claro que o objetivo declarado deles é criar "uma Nova Ordem Econômica Internacional". O presidente George H. W. Bush mais tarde falou abertamente sobre a criação de uma "Nova Ordem Mundial", que desde então se tornou uma frase sinônima.
Este trabalho de pesquisa tentará contar o resto da história, de acordo com fontes oficiais e não-oficiais e outros documentos disponíveis.
A Comissão Trilateral foi fundada pelas manobras persistentes de David Rockefeller e Zbigniew Brzezinski. Rockefeller era o presidente do ultrapoderoso banco Chase Manhattan, e diretor de muitas grandes empresas multinacionais e "fundações patrocinadoras" e há muito tempo já era uma figura central no Conselho das Relações Internacionais (o CFR, de Council on Foreign Relations). Brzezinski, um brilhante prognosticador do idealismo do mundo global, era professor na Universidade Columbia e autor de diversos livros que serviram como "guias de política" para a Comissão Trilateral. Brzezinski serviu como o primeiro diretor-executivo da Comissão, desde sua criação em 1973 até fins de 1976, quando foi escolhido pelo presidente Jimmy Carter como Assessor em Assuntos de Segurança Nacional.
Os membros originais da Comissão eram cerca de 300 pessoas, com aproximadamente uma centena da Europa, uma centena do Japão e uma centena da América do Norte. Os membros também estavam divididos entre acadêmicos, políticos e magnatas das grandes empresas; entre estes estavam incluídos banqueiros internacionais, líderes das grandes centrais sindicais e diretores corporativos de alguns gigantes da mídia.
A palavra comissão era difícil de entender, pois normalmente está associada com as implementações criadas pelos governos. Ela parecia inadequada para um grupo supostamente privado, a não ser que pudéssemos determinar que esse grupo era na verdade o braço de um governo — um governo invisível, diferente do governo visível que existe em Washington. O envolvimento de europeus e japoneses indicava um governo mundial, em vez de um governo nacional. Esperávamos que o conceito de um governo mundial criado e implementado de forma secreta fosse apenas um desejo por parte dos membros da Comissão Trilateral. Os fatos, porém, se alinharam de forma bastante pessimista.
Se o Conselho das Relações Internacionais pode ser considerado um terreno para o desenvolvimento dos conceitos do idealismo do mundo global, então a Comissão Trilateral era a "força tarefa" criada para o assalto às cabeças-de-ponte. A Comissão coloca seus membros nos principais postos que o governo americano tem a oferecer.
O presidente James Earl Carter, o político do interior que prometeu nunca mentir para o povo, foi escolhido para participar da Comissão por Brzezinski, em 1973. Na verdade, foi Brzezinskiquem primeiro identificou em Carter qualidades pessoais para ser um presidente, e subseqüentemente o educou em economia, política externa e nas complexidades da política mundial. Após a eleição de Carter, Brzezinski foi escolhido como assessor do presidente em assuntos de Segurança Nacional. Comumente, ele era chamado de presidente do Conselho de Segurança Nacional, porque respondia somente ao presidente — alguns dizem que Brzezinski ocupava o segundo posto mais poderoso no governo dos EUA.
O colega de chapa de Carter, Walter Mondale, também era um membro da Comissão. (Se você estiver tentando calcular as probabilidades de três homens virtualmente desconhecidos, dentre os mais de sessenta membros americanos da Comissão, chegar aos três postos mais poderosos no país, não perca seu tempo. Seus cálculos não terão importância alguma.)
Em 7 de janeiro de 1977, a revista Time, cujo diretor da redação, Hedley Donovan, era um poderoso membro da Comissão Trilateral, atribuiu ao presidente Carter o título de "Homem do Ano". O artigo de dezesseis páginas naquela edição não somente deixou de mencionar a ligação de Carter com a Comissão, como também declarou o seguinte:
"Ao procurar escolher os membros do Gabinete, Carter algumas vezes parecia hesitante e frustrado, desconcertantemente fora de sua personalidade normal. Sua falta de ligações em Washington e com a estrutura partidária — qualidades que o ajudaram a se eleger e chegar à Casa Branca — tinha perigos potenciais. Ele não conhece o governo federal ou as pressões criadas por ele. Carter realmente não conhece os políticos de quem precisará para conseguir governar o país." [3]
Esse retrato de Carter como um político inocente é simplesmente incorreto ou é deliberadamente enganoso? Por volta de 25 de dezembro de 1976 — duas semanas antes da publicação do artigo na revista Time —Carter já tinha escolhido os membros de seu gabinete. Três dos membros do gabinete — Cyrus Vance, Michael Blumenthal e Harold Brown - eram membros da Comissão Trilateral; e os outros que não eram membros não eram contrários aos objetivos e operações da Comissão. Além disso, Carter tinha escolhido quatorze outros membros da Comissão Trilateral para cargos de alto nível no governo, incluindo:
- C. Fred Bergsten (Subsecretário do Tesouro)
- James Schlesinger (Secretário da Energia)
- Elliot Richardson (Delegado para o Tratado da Lei do Mar)
- Leonard Woodcock (Encarregado junto ao governo da China) [NT: Antes do estabelecimento das relações diplomáticas, não havia o posto de embaixador, mas o encarregado cumpria praticamente as mesmas funções]
- Andrew Young (Embaixador junto à Organização das Nações Unidas)
Portanto, em 25 de dezembro de 1976, existiam dezenove trilateralistas, incluindo Carter e Mondale, ocupando postos de tremendo poder político. Esses indicados pelo presidente representavam quase um terço dos membros da Comissão Trilateral provenientes dos EUA. A probabilidade de isso ter acontecido por acaso é ridiculamente baixa!
Entretanto, havia a mínima evidência para indicar qualquer coisa além de conspiração? Dificilmente! Em 1973, Zbigniew Brzezinski descreveu as qualificações necessárias para um candidato vencer em 1976:
"O candidato Democrata em 1976 terá de enfatizar o trabalho, a família, a religião e, cada vez mais, o patriotismo... O novo conservadorismo claramente não voltará ao antigo laissez faire. Ele será um conservadorismo filosófico. Será um tipo de estatismo conservador ou gerencial. Haverá valores conservadores, mas uma dependência em uma grande co-determinação entre Estado e as grandes empresas." [4]
Em 23 de maio de 1976, o jornalista Leslie H. Gelb escreveu no jornal não assim tão conservador The New York Times: "Brzezinski foi o primeiro na Comunidade a prestar atenção a Carter, a encará-lo com seriedade. Ele passou um tempo com Carter, conversou com ele, enviou-lhe livros e artigos, educou-o." [5] Richard Gardner (também da Universidade Columbia) participou da tarefa "educacional" e, como Gelb observou, os dois praticamente guardaram Carter para si mesmos. Gelb continuou: "Enquanto a comunidade como um todo olhava para outra parte, para os senadores Kennedy e Mondale... valeu a pena. Brzezinski, com Gardner, é agora o homem mais importante na força-tarefa de política externa do presidente Carter." [6]
Embora Richard Gardner tivesse uma influência acadêmica considerável, deve estar claro que Brzezinski era o farol que guiava a política externa no governo Carter. Junto com o comissário Vance e diversos outros comissários no Departamento de Estado, Brzezinski tinha mais do que continuado com a política de fazer amizades com os inimigos e afastar os amigos. Desde 1977 testemunhamos um esforço gigantesco de alcançar relações "normalizadas" com a China Comunista, Cuba, a URSS, os países da Europa Oriental, Angola, etc. Ao mesmo tempo, pelo menos parte do suporte foi retirado da China Nacionalista, África do Sul, Zimbábue (antiga Rodésia), etc. Isto não foi apenas uma tendência — foi uma epidemia. Assim, pode-se dizer que Brzezinski, pelo menos em parte, contribuiu para a atual política externa e interna dos EUA, de modo que devemos analisar exatamente o que ele estava defendendo.
Procura-se: Uma Ordem Internacional Mais Justa e Eqüitativa
A Comissão Trilateral realizou sua reunião plenária anual em Tóquio, no Japão, em janeiro de 1977. O presidente Carter e Brzezinski, obviamente, não puderam comparecer, pois ainda estavam reorganizando a Casa Branca. Entretanto, eles enviaram cartas que foram lidas na reunião, e depois publicadas em Trialogue, a revista oficial da Comissão Trilateral:
"Sinto uma satisfação especial em enviar gratulações a todos vocês reunidos no encontro da Comissão Trilateral em Tóquio. Tenho calorosas memórias do nosso encontro em Tóquio cerca de dezoito meses atrás, e lamento não poder estar presente com vocês agora."
"Meu serviço ativo na Comissão, desde sua criação em 1973, foi uma experiência esplêndida para mim e me propiciou excelentes oportunidades para vir a conhecer os líderes nas nossas três regiões."
"Como enfatizei em minha campanha, uma sólida parceria entre nós é da mais alta importância. Compartilhamos preocupações econômicas, políticas e de segurança que tornam lógico que devamos buscar uma cooperação e compreensão cada vez maiores. Essa cooperação é essencial não somente para nossas três regiões, mas na busca global por uma ordem internacional mais justa e eqüitativa. Espero encontrá-los na sua próxima reunião em Washington e desejo ansiosamente receber os relatórios do trabalho realizado por vocês em Tóquio."
"Jimmy Carter" [7] [tradução nossa e ênfase adicionada]
A carta de Brzezinski, em uma veia similar, dizia o seguinte:
"A Comissão Trilateral tem significado muito para mim nos últimos anos. Ela serve como estímulo para a criatividade intelectual e uma fonte de satisfação pessoal. Formei fortes vínculos com novos amigos e colegas em todas as três regiões, vínculos que valorizo grandemente e que tenho certeza que continuarão."
"Permaneço convencido que, nas grandes questões estruturais do mundo atual, a colaboração entre nossas regiões é de suma importância. Essa colaboração precisa ser dedicada para modelar uma ordem internacional mais justa e eqüitativa. Isso requererá um processo prolongado, mas acho que podemos olhar para o futuro com confiança e ter certo orgulho da contribuição que a Comissão está fazendo."
"Zbigniew Brzezinski" [8; tradução nossa e ênfase adicionada]
A frase fundamental em negrito dizia "uma ordem internacional mais justa e eqüitativa". Essa ênfase indica que algo está errado com nossa atual ordem internacional, isto é, com nossas estruturas? Sim, de acordo comBrzezinski e, como a presente estrutura era inadequada para tratar os problemas mundiais, ela precisa ser desfeita e suplantada por um governo mundial.
Em setembro de 1974, Brzezinski foi questionado em uma entrevista à revista brasileira Veja. "Como o Sr. definiria essa nova ordem internacional?" Brzezinski respondeu:
"Quando falo do atual sistema internacional estou me referindo às relações em campos específicos, a maioria delas entre os países do Atlântico; relações comerciais, relações mútuas de segurança, envolvendo o Fundo Monetário Internacional, a OTAN (NATO), etc. Precisamos modificar o sistema internacional e criar um sistema global em que as novas forças ativas e criativas que se desenvolveram recentemente — possam ser integradas. Esse sistema precisa incluir o Japão, o Brasil, os países produtores de petróleo, e até a URSS, na medida em que a União Soviética esteja disposta em participar em um sistema global." [9]
Quando questionado se o Congresso teria um papel maior ou menor no novo sistema, Brzezinski declarou: "... a realidade do nosso tempo é que uma sociedade moderna, como os EUA, requer um órgão central coordenador e renovador que não seja constituído por seiscentas pessoas." [10]
Brzezinski desenvolveu o pano de fundo para a necessidade de um novo sistema em seu livro Between Two Ages: America's Role in the Technetronic Era (1969). Ele escreveu que a humanidade tinha percorrido três grandes estágios de evolução e estava no meio do quarto e final estágio. Ele descreveu o primeiro estágio como "religioso", combinando um "universalismo celestial fornecido pela aceitação da idéia que o destino do homem está essencialmente nas mãos de Deus" com uma "estreiteza terreal derivada da maciça ignorância, analfabetismo e uma visão confinada ao ambiente imediato.
O segundo estágio foi o nacionalismo, enfatizando a igualdade cristã diante da lei, que "marcou outro passo gigantesco na redefinição progressiva da natureza e posição do homem no nosso mundo". O terceiro estágio foi o marxismo, que, disse Brzezinski, "representa um estágio mais vital e criativo no amadurecimento da visão universal do homem". O quarto e final estágio era a Era Tecnotrônica, ou o ideal do humanismo racional em uma escala global — o resultado das transformações evolucionárias americano-comunistas." [11]
Ao considerar nossa estrutura de governo, Brzezinski declarou:
"A tensão é inevitável à medida que homem luta para assimilar o novo na estrutura do antigo. Por um tempo, a estrutura estabelecida integra resilientemente a nova, adaptando-a em um formato mais familiar. Mas depois de algum tempo a antiga estrutura torna-se sobrecarregada. A entrada mais nova não pode mais ser redefinida nas formas tradicionais e, eventualmente, ela se afirma com grande força. Hoje, porém, a antiga estrutura da política internacional — com suas esferas de influência, alianças militares entre as nações-Estados, a ficção da soberania, conflitos doutrinários que surgiram a partir das crises no século 19 — claramente não é mais compatível com a realidade." [12]
Uma das "estruturas" mais importantes do mundo e, especialmente para o povo americano, era a Constituição dos EUA. Foi esse documento que delineou a nação mais próspera na história mundial. Foi a soberania norte-americana realmente uma "ficção"? Era a visão dos EUA não mais compatível com a realidade? Brzezinski também declarou:
"A aproximação do ducentésimo aniversário da Declaração de Independência poderia justificar o chamado para uma convenção constitucional nacional para reexaminar a estrutura institucional formal da nação. Os anos de 1976 ou 1989 — o ducentésimo aniversário da Constituição — poderiam servir como datas-alvo adequadas culminando com um diálogo nacional sobre a relevância dos arranjos existentes... O realismo, porém, nos força a reconhecer que a inovação política necessária não virá a partir da reforma direta da Constituição, por mais desejável que seja. A mudança necessária mais provavelmente se desenvolverá de forma incremental e menos aberta... de acordo com a tradição americana de desfocar as distinções entre as instituições públicas e privadas." [13]
Assim, na Era Tecnotrônica de Brzezinski, a "nação-Estado como uma unidade fundamental da vida organizada do homem cessou de ser a principal força criativa: Os bancos internacionais e as grandes empresas multinacionais estão atuando e planejando em termos que estão muito além dos conceitos políticos de um Estado-nação." [14]
A filosofia de Brzezinski apontava claramente para o artigo "Hard Road to World Order", de Richard Gardner, que apareceu na revista Foreign Affairs, a publicação oficial do Conselho das Relações Internacionais (o CFR), em 1974, em que Gardner afirmou:
"Em resumo, a 'casa da ordem mundial' terá de ser construída de baixo para cima, e não de cima para baixo... um ponto final na soberania nacional, erodindo-a parte por parte, conseguirá muito mais do que o ataque frontal à moda antiga." [15]
Essa antiga abordagem que tinha produzido poucos sucessos durante os anos 1950 e 1960 estava sendo trocada por uma marreta aveludada. Ela faria pouco barulho, mas enfiaria as estacas da globalização profundamente no coração de muitos diferentes países em todo o mundo, incluindo os Estados Unidos. De fato, a Comissão Trilateral foi o veículo escolhido que finalmente produziu a tração necessária para realmente criar a Nova Ordem Internacional.
Compreender a filosofia da Comissão Trilateral é o único modo para podermos reconciliar a miríade das aparentes contradições nas informações que chegam filtradas para nós na imprensa nacional. Por exemplo, como foi que o regime de governo marxista de Angola derivou a maior parte de seu comércio exterior com as operações da Gulf Oil Corporation extraindo petróleo em sua costa? Por que Andrew Young insistiu que "o comunismo nunca foi uma ameaça aos negros na África?" Por que os EUA encaminharam bilhões de dólares em ajuda tecnológica à União Soviética e à China Comunista? Por que os EUA aparentemente ajudaram seu inimigos, ao mesmo tempo que castigaram seus amigos?
Uma questão similar e que causa perplexidade é feita por milhões de americanos hoje: Por que o governo gasta trilhões na "Guerra ao Terrorismo" em todo o mundo e continua a ignorar a fronteira com o México e as dezenas de milhares de imigrantes ilegais que entram livremente nos EUA a cada mês?
Estas perguntas, e centenas de outras similares, não podem ser explicadas de qualquer outro modo: o Poder Executivo dos EUA (e suas agências relacionadas) não era antimarxista ou anticomunista — ele era, e é, na verdade, pró-marxista. Aqueles ideais que levaram aos horrendos abusos de Adolf Hitler, Lenin, Stalin e Mussolini estavam agora sendo aceitos como inevitáveis e necessários pelos nossos líderes eleitos e indicados.
Isto dificilmente sugere o Grande Sonho Americano. É muito duvidoso que o povo americano concorde com Brzezinski ou com a Comissão Trilateral. É o público americano que está pagando o preço, sofrendo as conseqüências, mas sem compreender a verdadeira natureza da situação.
Entretanto, essa natureza não era desconhecida, ou impossível de ser conhecida. O senador Barry Goldwater (Republicano do Arizona) fez uma clara e precisa advertência em seu livro With no Apologies, publicado em 1979:
"A Comissão Trilateral é internacional e destina-se a ser o veículo para a consolidação multinacional dos interesses bancários e comerciais tomando o controle do governo político dos Estados Unidos. A Comissão Trilateral representa um esforço engenhoso e coordenado para tomar o controle e consolidar os quatro centros do poder — político, monetário, intelectual e eclesiástico." [16]
Infelizmente, poucos deram ouvidos, e menos ainda compreenderam.
Siga o Dinheiro, Siga o Poder
Qual era a natureza econômica da força propulsora dentro da Comissão Trilateral? As grandes empresas multinacionais — aquelas com representação na Trilateral — que consistentemente se beneficiavam com as políticas e ações da Comissão. Acadêmicos elegantes como Brzezinski, Gardner, Allison, McCracken, Henry Owen, etc., serviam somente para dar uma justificativa "filosófica" à exploração do mundo.
Não subestime o poder ou a distância que eles já tinham percorrido até 1976. A base econômica deles já estava estabelecida. Gigantes como Coca-Cola, IBM, CBS, Caterpillar Tractor, Bank of America, Chase Manhattan Bank, Deere & Company, Exxon, e outros virtualmente fazem aquilo que resta das empresas americanas parecerem anões. Por exemplo, somente o valor de mercado da IBM era maior do que todas as ações na Bolsa de Valores. O banco Chase Manhattan tinha cerca de 50 mil agências ou correspondentes bancários em todo o mundo. Tudo que chega aos nossos olhos e ouvidos é rigidamente controlado pela CBS, pelo jornal The New York Times, pela revista Time, etc.
A coisa mais importante de todas é lembrar que o golpe de misericórdia político precedeu o econômico. O domínio do Poder Executivo do governo americano forneceu toda a alavancagem política necessária para enviesar as políticas econômicas globais e dos EUA para o próprio benefício deles.
Por volta de 1977, a Comissão Trilateral tinha notavelmente se tornado especialista em usar as crises (e criá-las, em alguns casos) para trazer os países para dentro da Nova Ordem Internacional; porém eles encontraram reações adversas ameaçadoras a partir dessas mesmas crises.
No fim, a maior crise de todas foi a do estilo de vida americano. O povo nunca esperou que esses grupos poderosos e influentes trabalhassem contra a Constituição e as liberdades, inadvertida ou propositadamente, e agora, os princípios que ajudaram a construir este grande país estão praticamente reduzidos ao som de murmúrios incompreensíveis.
O Entrincheiramento da Trilateral: 1980-2007
(Da esquerda para a direita: Peter Sutherland, Sadako Ogata, Zgibniew Brzezinski, Paul Volcker, David Rockefeller. Vigésimo quinto aniversário, Nova York, 1/12/1998. Fonte: Comissão Trilateral)
Teria sido danoso o suficiente se o domínio do governo Carter pela Trilateral fosse uma mera anomalia que ocorreu uma única vez, mas não! As eleições presidenciais subseqüentes trouxeram George H. W. Bush (vice do presidente Reagan), William Jefferson Clinton, Albert Gore e Richard Cheney (vice de George W. Bush) ao poder. Portanto, toda administração, desde o governo Carter, teve representantes de alto nível da Comissão Trilateral na presidência, vice-presidência, ou até mesmo em ambas!
É importante observar que o domínio da Trilateral transcende os partidos políticos: eles dominaram ambos os partidos Democrata e Republicano com igual desenvoltura.
Além disso, o governo que antecedeu Carter também foi muito amigável e útil para a doutrina da Trilateral: O presidente Gerald Ford assumiu o governo após a renúncia de Richard Nixon e então indicou Nelson Rockefeller como seu vice-presidente. Nem Ford nem Rockefeller eram membros da Comissão Trilateral, porém Nelson era irmão de David Rockefeller e isso já diz tudo. De acordo com as memórias de Nelson Rockefeller, ele originalmente apresentou o então governador Jimmy Carter a David e a Brzezinski.
Como a Comissão Trilateral efetivou seu objetivo de criar uma Nova Ordem Internacional ou uma Nova Ordem Econômica Internacional? Os membros da Comissão foram colocados no comando das instituições de comércio global, sistema bancário internacional e política externa.
Por exemplo, o Banco Mundial é um dos mecanismos mais críticos no motor da globalização. [17] Desde a fundação da Comissão Trilateral em 1973, o Banco Mundial teve somente sete presidentes, todos os quais foram indicados pelo presidente dos EUA. Desses sete, seis vieram das fileiras da Comissão Trilateral!
- Robert McNamara (1968-1981)
- A. W. Clausen (1981-1986)
- Barber Conable (1986-1991)
- Lewis Preston (1991-1995)
- James Wolfenson (1995-2005)
- Paul Wolfowitz (2005-2007)
- Robert Zoellick (2007 até o presente)
Outra boa evidência de domínio é o cargo de Representante Comercial dos EUA (USTR), que está criticamente envolvido na negociação dos muitos tratados de comércio e acordos internacionais que são necessários para criar a Nova Ordem Econômica Internacional. Desde 1977, foram dez os Representantes Comerciais indicados pelo presidente. Oito deles eram membros da Comissão Trilateral:
- Robert S. Strauss (1977-1979)
- Reubin O' D. Askew (1979-1981)
- William E. Brock III (1981-1985)
- Clayton K. Yeutter (1985-1989)
- Carla A. Hills (1989-1993)
- Mickey Kantor (1993-1997)
- Charlene Barshefsky (1997-2001)
- Robert Zoellick (2001-2005)
- Rob Portman (2005-2006)
- Susan Schwab (2006-presente)
Isto não quer dizer que Clayton Yeutter e Rob Portman não fossem simpáticos aos objetivos da Trilateral, porque eles certamente eram.
O cargo de gabinete de Secretário de Estado também já viu sua porção de membros da Comissão Trilateral: Henry Kissinger (administrações Nixon e Ford), Cyrus Vance (Carter), Alexander Haig (Reagan), George Shultz (Reagan), Lawrence Eagleburger (George H. W. Bush), Warren Christopher (Clinton) e Madeleine Albright (Clinton). Houve também alguns Secretários de Estado em exercício que também vale a pena citar: Philip Habib (governo Carter), Michael Armacost (governo George H. W. Bush), Arnold Kantor (governo Clinton), Richard Cooper (Clinton).
Finalmente, deve ser observado que a Reserva Federal também tem sido dominada pela Comissão Trilateral: Arthur Burns (1970-1978), Paul Volcker (1979-1987), Alan Greenspan (1987-2006). Embora a Reserva Federal seja uma empresa privada, o presidente dos EUA "escolhe" o presidente para um mandato perpétuo. O atual presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, não é membro da Comissão Trilateral, mas está claramente seguindo as mesmas políticas globalistas que seus predecessores.
O ponto levantado aqui é que o domínio da Comissão Trilateral sobre o Poder Executivo do governo dos EUA não somente continuou, mas foi fortalecido desde 1976 até o presente. O padrão tem sido deliberado e persistente: Indicar membros da Comissão Trilateral para posições críticas de poder para que eles possam então implementar as políticas da Comissão.
A questão é a seguinte: Essas políticas se originam no consenso obtido nos encontros da Comissão Trilateral onde dois terços dos membros não são cidadãos dos EUA? A resposta é bastante óbvia.
Aqueles que defendem e são simpáticos à Trilateral tentam rebater as críticas sugerindo que a participação como membros da Comissão Trilateral é incidental e que isto apenas demonstra a alta qualificação dos indicados para os cargos. Devemos acreditar que em um país de 300 milhões de habitantes somente esses 100 indivíduos são qualificados o suficiente para ocupar esses cargos críticos? Novamente, a resposta é óbvia demais.
Onde se Encaixa o Conselho das Relações Internacionais?
Embora virtualmente todos os membros da Comissão Trilateral provenientes da América do Norte também sejam membros do CRF, o inverso certamente não é verdadeiro. É fácil criticar o CFR porque parece que a maioria de seus membros preenche as demais posições do governo ainda não preenchidas pelos membros da Trilateral.
A estrutura de poder do Conselho é visto na constituição de sua junta de diretores. Pelo menos 44% (12 de um total de 27) são membros da Comissão! Se a participação de diretores refletisse somente os membros gerais do CRF, então somente 3 a 4% da junta seria formada por Trilateralistas. [18]
Além disso, o presidente do CFR é Richard N. Haas, um membro muito proeminente da Comissão Trilateral que também serviu como Diretor de Planejamento da Política para o Departamento de Estado, de 2001-2003.
A influência da Trilateral pode ser vista facilmente em trabalhos sobre política produzidos pelo CFR em suporte aos objetivos da Comissão Trilateral.
Por exemplo, o relatório da força-tarefa de 2005 do CFR sobre o Futuro da América do Norte foi talvez a maior declaração de política da Trilateral sobre a objetivada criação da União da América do Norte. O vice-presidente da força-tarefa foi o Dr. Robert A. Pastor, que emergiu como o "Pai da União da América do Norte" e está diretamente envolvido nas operações da Trilateral desde os anos 1970. Embora o CFR afirmasse que a força-tarefa era "independente", uma inspeção cuidadosa dos indicados revela que três trilateralistas foram cuidadosamente escolhidos para supervisionar a posição da Trilateral, um do México, outro do Canadá e outro dos EUA: Luis Rubio, Wendy K. Dobson e Carla A. Hills, respectivamente. [19] Carla Hills é normalmente saudada como a principal arquiteta do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que foi negociado em 1992 durante a administração do presidente George H. W. Bush.
A conclusão é que o Conselho das Relações Internacionais, totalmente dominado por membros da Comissão Trilateral, serve aos interesses desta, e não o contrário!
A Globalização Trilateral na Europa
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