quarta-feira, 17 de agosto de 2016

BANESTADO PF CAÇA OS ENVOLVIDOS EM TODO O BRASIL! E ATÉ HOJE, a 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba DEIXOU EM SONO PROFUNDO

Até  hoje, 2016, não vimos nenhum político ser julgado, e o erário desviado retornar aos cofres públicos.
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Por Redação O Estado Do Paraná - 18/08/2004 -  01:00

São Paulo ? A Polícia Federal deflagrou às 5 horas da manhã de 17/08/2004, a Operação Faroleiro – conhecida também como Operação Polvo e Farol da Colina. São mais de 800 homens distribuídos em oito estados brasileiros, a maioria em São Paulo e Rio de Janeiro. Só em São Paulo, foram alocados num hotel no centro da cidade cerca de 230 agentes federais de Brasília. O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, foi preso. 

  • Na CPI Delcídio do Amaral não permitiu a declaração do doleiro Toninho da Barcelona!!! Motivo do Pacto entre FHC e Lula. Que hoje se dê continuação das investigações.
A Operação Faroleiro leva este nome em decorrência do banco Beacon Hill, cuja tradução literal é “farol”. O Beacon Hill é apontado como um dos maiores lavadores de dinheiro no esquema do Banestado de Foz do Iguaçu, agência acusada de ter lavado em 4 anos, junto com o Banestado de Nova York, cerca de US$ 30 bilhões.
A Operação Faroleiro visou buscar computadores e documentos dos investigados por lavagem de dinheiro. A Beacon Hill Service Corporation foi indiciada pelo do promotor distrital (district attorney) de Manhattan, Robert Morgenthal. É acusada de ser intermediária na abertura de contas em paraísos fiscais e em esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo o MP americano, entre 2001 e 2002 a Beacon Hill teria movimentado remessas num total de US$ 3,2 bilhões – em apenas 40 contas que tiveram quebra de sigilo pelas autoridades americanas.
A Beacon Hill foi a responsável pela abertura da conta camuflada “Tucano” (número 310035), no banco J.P. Morgan Chase, que recebia transferências ilegais de dinheiro. Segundo a CPI mista do Banestado saiam remessas, em nome da Beacon Hill, para contas de políticos brasileiros, como Ricardo Sérgio Oliveira – ex-caixa da campanha do PSDB, e João Bosco Costa – ex-diretor do Previ.
Morgenthal cita também como investigado o ex-governador Paulo Maluf. A Beacon Hill também é acusada de ter agenciado 18 remessas para contas em paraísos fiscais feitas pelo presidente da Ponte Preta de Campinas, Sérgio Carnielli, que somam US$ 615 mil. Na conta Tucano, segundo a CPI, a Beacon Hill teria movimentado cerca de US$ 28 milhões, entre 1996 e 1998.
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da CPI Mista do Banestado, afirmou que já foram feitas diligências em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e São José do Rio Preto (SP), no Brasil. “De Washington e Nova York, nos Estados Unidos, trouxemos imenso volume de documentos sobre empresas off shore, entre elas a Beacon Hill, considerada a holding dos doleiros sul-americanos, em cujas contas circularam cerca de US$ 10 bilhões retirados ilegalmente do Brasil.
Um golpe na lavagem de dólares
Brasília – Todos os mandados foram expedidos pelo juiz Sérgio Moro, da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que já julgou processo contra ex-dirigentes do Banestado. Em Belo Horizonte estava previsto o cumprimento de 17 mandados de prisão; em Curitiba, cinco mandados; em Recife (cinco mandados); João Pessoa (dois mandados); Belém (oito mandados); Manaus (quatro); Rio de Janeiro e Niterói (28 mandados); e São Paulo. Até o começo da noite de ontem foram presos 63 doleiros.
Entre os empresários com mandado de prisão estão Raul Davis, que tem um escritório no Leblon, área nobre do Rio, que também está sendo vasculhado pela PF; Armando Santome e Dario Messer, que teria uma casa de câmbio em Copacabana. Na Ilha do governador, os policiais tentaram prender o dono da Royal Turismo, Agostinho Rameiro, mas, segundo seu genro, que não se identificou, ele estaria viajando. A PF levou para a superintendência o genro de Rameiro. O delegado Paulo Lacerda, diretor da PF, orientou os policiais a fazer uma operação com “precisão cirúrgica”, para evitar problemas como os ocorridos na ação de busca e apreensão na Caixa Econômica, semana passada.
Dez horas após deflagrada pela PF, a Operação, Farol da Colina contabilizou somente em São Paulo, 24 prisões, dentre elas a do doleiro Antônio Oliveira da Claramunt, o Toninho da Barcelona. “A operação está sendo um sucesso e para nós (PF) não existe prazer maior do que a prisão do Toninho da Barcelona”, afirmou o porta voz da Superintendência da PF, delegado Wagner Castilho.
A primeira pessoa presa em São Paulo pela operação foi o doleiro Toninho da Barcelona. Ele foi preso na madrugada, quando circulava com um parente pela Avenida Sumaré, Zona Oeste da capital. “Era uma questão de honra para a Polícia Federal prender esse doleiro”, reiterou o delegado Wagner Castilho.
Segundo Castilho, a movimentação num sistema chamado de “dólar a cabo”, uma transação na qual empresários e comerciantes indicavam, via doleiros, contas no exterior para receber recursos sem recolhimento de impostos ou declarações à receita federal. Os envolvidos estão sendo enquadrados nos seguintes crimes: evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
http://www.tribunapr.com.br/noticias/brasil/pf-caca-envolvidos-no-caso-banestado-em-todo-o-brasil/
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Conta tucano

Investigações revelam que o ex-caixa de campanha do PSDB movimentou US$ 56 milhões por intermédio de contas no Banestado dos EUA

Documentos a que ISTOÉ teve acesso começam a esclarecer por que o laudo de exame financeiro nº 675/2002, elaborado pelos peritos criminais da PF Renato Rodrigues Barbosa, Eurico Montenegro e Emanuel Coelho, ficou engavetado nos últimos seis meses do governo FHC, quando a instituição era comandada por Agílio Monteiro e Itanor Carneiro. Nas 1.057 páginas que detalham todas as remessas feitas por doleiros por intermédio da agência do banco Banestado em Nova York está documentado o caminho que o caixa de campanha de FHC e do então candidato José Serra, Ricardo Sérgio Oliveira, usou para enviar US$ 56 milhões ao Exterior entre 1996 e 1997. O laudo dos peritos mostra que, nas suas operações, o tesoureiro utilizava
o doleiro Alberto Youssef, também contratado por Fernandinho Beira- Mar para remeter dinheiro sujo do narcotráfico para o Exterior. Os peritos descobriram que todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio ia parar na camuflada conta número 310035, no banco Chase Manhattan também em Nova York (hoje JP Morgan Chase), batizada com o intrigante nome “Tucano”. De acordo com documentos obtidos por ISTOÉ, em apenas dois dias – 15 e 16 de outubro de 1996 – a Tucano recebeu US$ 1,5 milhão. A papelada reunida pelos peritos indica que o nome dado à conta não é uma casualidade.
Os dois responsáveis pela administração da dinheirama, segundo a perícia, são figurinhas carimbadas nos principais escândalos envolvendo o processo de privatização das teles e auxiliares diretos de Ricardo Sérgio: João Bosco Madeiro da Costa, ex-diretor da Previ (o fundo de pensão do Banco do Brasil) e ex-assessor do caixa tucano na diretoria internacional do BB, e o advogado americano David Spencer. A perícia revela ainda que Spencer é procurador de Ricardo Sérgio em vários paraísos fiscais. Ao perseguir a trilha do dinheiro, os peritos descobriram que os milhões de Ricardo Sérgio deixavam o País por intermédio de uma rede de laranjas paraguaios e uruguaios contratados por Youssef e eram depositados na conta 1461-9, na agência do Banestado em Nova York antes de pousar na emplumada Tucano, que contava com uma proteção especial para dificultar sua localização. Ela estava registrada dentro de outra conta no Chase em nome da empresa Beacon Hill Service Corporation. De lá, o dinheiro era distribuído para contas de Ricardo Sérgio e de João Bosco em paraísos fiscais no Caribe.
A perícia traz outras provas contundentes. A PF conseguiu comprovar que parte do dinheiro enviado por intermédio do Banestado retornou ao Brasil para concretizar negócios desse mesmo grupo. Segundo o laudo, o dinheiro voltava embarcado em uma conta-ônibus junto com recursos de várias offshores (empresas em paraísos fiscais com proprietários sigilosos) operada pelo próprio João Bosco. Os peritos conseguiram, por exemplo, identificar o retorno de US$ 2 milhões utilizados para comprar um apartamento de luxo no Rio de Janeiro em nome da Rio Trading, uma empresa instalada nas Ilhas Virgens Britânicas. Foram rastreados também imóveis em nome da Antar, sediada no mesmo paraíso, em nome de Ronaldo de Souza, que, segundo a PF, é sócio, procurador e testa-de-ferro de Ricardo Sérgio. Pelas características dos depósitos, que eram frequentes, suspeita-se que, por esse mesmo duto de lavagem, também passaram contribuições de campanha. Além disso, Youssef tinha em sua carteira principalmente dois tipos de clientes: narcotraficantes e políticos. O laudo concluiu ainda que Ricardo Sérgio, enquanto ocupava o cargo de diretor internacional do BB, ajudou a montar o esquema bancário que operava com dinheiro de doleiros na fronteira, depois transferido para a agência nova-iorquina do Banestado.
Os documentos anexados ao laudo provam o envolvimento do advogado e procurador de Ricardo Sérgio, David Spencer, na abertura e movimentação da conta 1461-9, em nome da empresa June International Corporation. Um ofício do gerente do Banestado, Ercio Santos, encaminhado ao doleiro Youssef em 20 de agosto de 1996, atribui a Spencer a responsabilidade pela abertura da conta. “Segue cópia dos documentos referentes à abertura da June, em 8 de agosto de 1996. Recebemos hoje do David Spencer”, diz a primeira linha da correspondência na qual Ercio informa Youssef a respeito dos procedimentos para movimentação da conta. Na carta, Youssef é  tratado intimamente por “Beto” e, ao se despedir, o gerente manda“um grande abraço”. Ercio Santos sabia que mexia com dinheiro sujo. Informa, no documento, que preferiu não enviar selo da June por malote para não chamar a atenção. O selo, uma espécie de carimbo metálico, traz a identificação da empresa no paraíso fiscal onde foi instalada. A perícia comprovou também que, além do dinheiro do tucanato, Spencer ajudou a lavar recursos desviados do Banco Noroeste e do Nacional. Casado com uma brasileira, o americano conheceu Ricardo Sérgio no Brasil quando o ex-diretor do BB ocupava um cargo de direção no Citibank. Por falar português fluentemente, tornou-se advogado
de banqueiros brasileiros no Exterior.
Como procurador de Ricardo Sérgio, conforme o relatório, Spencer abriu em 1989 a empresa Andover International Corporation nas Ilhas Virgens Britânicas. Spencer – que era também tabelião em Nova York – tinha respaldo legal para fechar as compras de imóveis no Brasil em nome das empresas offshore de Ricardo Sérgio e sua turma, mantendo os nomes dos verdadeiros donos em sigilo. Em uma dessas operações em 1989, por exemplo, Spencer lavrou uma procuração em nome do engenheiro Roberto Visneviski, outro sócio do tesoureiro tucano, para representar a empresa Andover na compra de um conjunto de salas na avenida Paulista, avaliado em R$ 1 milhão. Para especialistas em lavagem de dinheiro, a operação é suspeita porque Visneviski assina duas vezes a transação: como vendedor e como comprador. “Obviamente, a Andover é do próprio Ricardo Sérgio. Foi uma operação clássica de internação de dinheiro”, avalia o jurista Heleno Torres, um especialista na investigação de operações de lavagem. Essa é apenas uma das 137 contas que já estão periciadas nos inquéritos. Por elas trafegaram US$ 30 bilhões. A polícia calcula que mais de 90% dessa montanha de dinheiro é ilegal, mais da metade resultado de sonegação de impostos através de caixa 2.
Reação – As denúncias publicadas na última edição de ISTOÉ que revelaram a sangria via Banestado caíram como uma bomba dentro do governo. Já no sábado 1º, um assessor direto do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, procurou o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, pedindo informações sobre o laudo. Depois de conversar com o delegado Antônio Carlos Carvalho de Souza, atual responsável pelo caso, e com os peritos que trabalharam no escândalo, Lacerda comandou o reagrupamento de todos os policiais que já participaram da operação. Na quinta-feira 6, o chefe da PF reuniu a equipe e determinou a criação de uma força-tarefa da PF em parceria com o Ministério Público e com a Justiça. Além de Carvalho, o delegado José Francisco Castilho Neto e os peritos Eurico Montenegro e Renato Rodrigues, que buscaram junto ao FBI e organizaram toda a documentação existente hoje no Brasil, estão de volta às investigações. Os três haviam sido colocados na geladeira durante a administração tucana na PF. “É o maior caso de evasão de divisas que eu conheço”, admitiu Lacerda na quinta-feira 6. “Vamos investigar tudo e não cederemos a pressões de qualquer natureza”, adverte o ministro Márcio Thomaz Bastos, antecipando-se a eventuais novos nomes que o dossiê-bomba da PF venha a revelar.
O grupo, reforçado por dois escrivãos, voltará aos EUA nas próximas semanas para buscar os documentos que trazem as movimentações bancárias no biênio 1998-1999. Até agora, o trabalho dos peritos foi um exercício de abnegação. “O número de peritos é pequeno para o volume de informações que está sendo investigado”, diz o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Roosevelt Júnior. A divulgação do laudo também provocou uma corrida de procuradores que investigam separadamente casos de lavagem em vários Estados. O procurador Guilherme Schelb, que apura outros casos de lavagem, pediu o bloqueio das três contas suíças do contrabandista e traficante foragido João Arcanjo Ribeiro. O procurador Luís Francisco de Souza, que rastreia os passos de Ricardo Sérgio, também quer ter acesso aos laudos produzidos pela PF. O cearense José Gerin não perdeu tempo. Desembarcou em Foz do Iguaçu esta semana para buscar detalhes sobre a quadrilha de doleiros que opera na região Nordeste, entre eles Wilson Roberto Landim, preso há duas semanas, que, pelos documentos, remeteu para o Exterior quase US$ 1 milhão em apenas seis meses.
OS BONS COMPANHEIROS
NOMERicardo Sérgio de Oliveira
PROFISSÃO/CARGOEconomista e ex-diretor da área internacional do banco do brasil no governo FHC, ex-tesoureiro de campanhas tucanas
Principal articulador da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas de telecomunicações, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, saiu
das sombras do tucanato ao ser captado num grampo do BNDES em que dizia ao ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros que iria conceder uma carta de fiança ao consórcio coordenado pelo
Banco Opportunity. “Estamos agindo no limite da irresponsabilidade”, disse Ricardo Sérgio no grampo.
Depois da revelação, Ricardo Sérgio passou a sofrer uma série de investigações no MP e na PF. Acusado de receber propina de empresas que participaram da privatização, Ricardo Sérgio está sendo investigado também por enriquecimento ilícito.
Ao assumir o cargo em 1994, convidou para chefe de gabinete o seu fiel escudeiro João Bosco Madeiro da Costa. Por indicação do ex-diretor do BB, Madeiro foi posteriormente para o cargo de diretor de investimentos da Previ, o milionário fundo de pensão do BB que participa do controle acionário da maior parte das teles privatizadas. Relatórios da Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, revelaram que Madeiro centralizava todo o poder de negociação do fundo com grandes empresas. Segundo o Ministério Público, Madeiro também é suspeito de enriquecimento ilícito.
http://istoe.com.br/17020_CONTA+TUCANO/

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