Placa na entrada do primeiro cemitério dos judeus hispano-portuguesa, construído em 1656 em Nova York, onde vários judeus que viveram em Recife durante o período holandês estão sepultados.
D. João abria os portos do Brasil ao comercio da Inglaterra, os navios ingleses podiam ser reparados nos portos brasileiros, foro e jurisdição especial aos súditos britânicos, favoreciam-se nas alfândegas as mercadorias, verdadeiro monopólio comercial que fez baixar as exportações portuguesas para o Brasil de mais de 50%. Livres de Portugal em 1822, engano! fomos transformados em colônia da casa bancaria judaica Rotschild, meia dúzia de indivíduos dessa raça, donos do ouro e das associações secretas, dando ordens ao mundo inteiro. Os empréstimos se multiplicam, a Rainha, as fragatas e os emigrados, o 2.° casamento de D. Pedro I. Nathan Mayer Rotschild comprou ao Kahal de Londres, para si e seus descendentes ou representantes o direito de exploração do Brasil do centro da terra até as mais altas nuvens do céu. Teria sido caro ou barato? Nunca o saberemos. O empréstimo da independência. O milhão de libras, opção para a segunda parte do empréstimo — £ 2.000.000: comissão de 4% sobre os gastos (condição 7.ª); monopólio das compras de qualquer material de que carecesse o Governo Imperial entregue à firma dos emprestadores (cond. 9.ª) e que os contratadores do empréstimo se esforçariam por obter; 2½% sobre a compra ou a venda de quaisquer mercadorias para o Brasil ou do Brasil; l % sobre todas as nossas compras e vendas de prata e ouro; l % sobre todas as letras de câmbio vindas para o nosso país ou dele remetidas para o estrangeiro; l½% sobre todos os seguros de embarque de ouro e prata, e demais transações. Jacob Cavalcanti disse: “o mau estado das finanças do Brasil-Colônia, nos dias próximos à sua independência, retratava a desordem financeira da metrópole; de sorte que o Brasil, tornado independente, entrava logo no regime dos déficits orçamentários e caminhava a passos largos para a subordinação ao crédito estrangeiro”. fomos vendidos aos judeus de Londres. Os negociadores desse pacto, Barbacena e Itabaiana, eram íntimos e se tratavam em carta por amigo do coração. O primeiro fora acreditado plenipotenciário do Brasil na Grã- Bretanha por uma carta credencial de 12 de agosto de 1822.
“Trotski e Rotschild marcam a amplitude das oscilações do espírito judaico; estes dois
extremos abrangem toda a sociedade, toda a civilização do século XX.”
(Opinião do judeu Kadmi citada em Léon de Poncins - "Les forces sécrétes de la Revolution").
OS EMPRÉSTIMOS DA MONARQUIA
(1824-1889)
BRASIL
Colônia de Banqueiros
Gustavo Barroso
Ex-Presidente da Academia Brasileira de Letras
CAPÍTULO I
- Depois de proclamada a Republica em 1889, piorou a situação do Brasil.
A velocidade adquirida com os empréstimos da monarquia
se acelerou ao sopro dos desperdícios republicanos e rolamos
mais depressa para o abismo...
Em 1818, o viajante inglês Henry Koster, depois de nos ter
visitado e observado, escrevia que o Brasil mudara de
metrópole, cessando de “depender de Portugal para se tornar
colônia da Grã Bretanha1
.” O conceito era pesado, mas justo.
E acrescentava outro, bebido no que ouvira, durante a sua
estadia: o de que no nosso país só os ingleses podiam viver
bem.
“O inglês reinava mercantilmente sobre a inépcia
portuguesa”, afirma Oliveira Martins2
. Reinaria, portanto,
conseqüentemente, sobre a então melhor colônia do Reino.
Esse domínio vinha de longe, da tratado Methuen de 1703,
como o reconhecia o próprio marquês de Pombal numa carta.
Mal passava uma semana que se abrigara entre nós, corrido
pelos granadeiros de Junot, o príncipe-regente D. João abria
os portos do país ao comercio das nações amigas, isto é, ao
comercio da Inglaterra, única capaz de exercê-lo. Em 1809,
os seus emporocratas exigiram mais e por isso se iniciaram
as negociações de que resultou o tratado preferencial de
comércio, assinado em 10 de fevereiro de 1810. Por ele, os
navios ingleses podiam ser reparados nos portos brasileiros,
concediam-se foro e jurisdição especial aos súditos
britânicos, favoreciam-se nas alfândegas as mercadorias de
Albion com o direito de 15% ad valorem, 9% menos do que
as de qualquer outra nação. Era um verdadeiro monopólio
comercial que fez baixar as exportações portuguesas para o
Brasil de mais de 50%3
.
Koster estava certamente ao par de tudo isso e o seu
conceito, portanto, era, como dissemos, pesado, mas justo.
Livres de Portugal em 1822, não nos libertamos da
metrópole comercial inglesa senão lá para 1834, pois até essa
data duraram os efeitos do tratado preferencial. E passamos a
um jugo pior: , em colônia do supercapitalismo
internacional, que não tem pátria e como que obedece a leis
secretas de aniquilamento de todos os povos.
Há uma grande documentação que prova isso. Em 1806, por
exemplo, num documento escrito pelo seu próprio punho,
Sismondi já denunciava o judaísmo como o disfarçado
organizador das seitas anti-cristãs, das sociedades secretas,
da derrubada dos tronos, do enriquecimento pela usura, com
o fito de dominar o mundo. Herder condenou a filantropia cristã, o nosso eterno sentimentalismo diante desse PERIGO
FORMIDAVEL pelos seus efeitos dissolventes e
desmoralizantes. Em 1811, de Maistre previa a morte da
Rússia nas suas mãos. Em 1816, prevenia em carta o czar.
Em 1823, Goethe, profetizava que sua influência extinguiria
os sentimentos morais na Alemanha. Em 1844, lê-se no
romance “Coningsby” de d'Israeli que o mundo é governado
por personagens muito diferentes daqueles que imaginam os
olhos que não penetram atrás dos bastidores. Em 1847,
Bismarck, num discurso ao Landtag prussiano, pedia
textualmente que “os cristãos fossem emancipados dos
judeus.” Em 1869, Gougenot-Desmousseaux mostrava o
judeu agindo na sombra, - meia dúzia de indivíduos dessa
raça, donos do ouro e das associações secretas, dando ordens
ao mundo inteiro. Em 1877, Calixto de Wolskí, baseado nos
documentos irrefutáveis de Brafman, dava à publicidade o
segredo desse domínio nos países moscovitas. E, enfim, em
1906, a formidável documentação dos chamados Protocolos
dos sábios de Sião, embora apregoados como uma
falsificação, veio confirmar ponto por ponto todos os libelos
acusatórios anteriores.
“As crises financeiras que se manifestaram várias vezes nos
países de grandes concentrações de capitais, nestes últimos
tempos, revelaram o divórcio absoluto entre os interesses das
nacionalidades e os dos grupos financeiros. A fuga do ouro,
de país para país; os pânicos das praças, conseqüentes de
maquinações propositais; as contradições econômicas e
políticas, assinalando uma marcha segura em detrimento das
autoridades nacionais, - tudo isso pôs em evidência um fator
absolutamente imprevisto no mundo moderno: a existência de uma política imperialista, que foge aos impositivos
nacionais.
Tivemos, antigamente, o imperialismo militar, das nações
fortes, que reduziam países livres a condições de escravidão.
Em seguida, tivemos o imperialismo das nações econômicas,
que conquistavam mercados para seus produtos. Foi dentro
desse imperialismo complexo; dentro da luta econômica de
povos contra povos que germinou um novo imperialismo,
inimigo de todos os povos. É que
o capitalismo, na sua obra
de infiltração internacional, desnacionalizou-se; perdeu a
idéia da pátria, tornando-se um destruidor de todas as
pátrias (semitismo).
O Estado liberal-democrático, adotando todas as normas do
liberalismo econômico, facilitou a expansão dessa força
dominadora. Havendo todos os povos erigido ao capital o
culto de suas homenagens, esse novo Deus passou a oprimir
os governos, a assoberbar os Estados, na sua marcha
avassaladora. Tendo-se facilitado tudo ao capital, este passou
a atentar contra os princípios fundamentais da civilização
cristã, como sejam o princípio da família e o principio da
nação.
O capitalismo é hoje, no mundo, um permanente
proletalizador das massas, um continuo transmutador de
valores morais, um açambarcador de economias privadas,
um opressor da agricultura, da indústria e do comercio, tudo
submetendo ao seu império.
O capitalismo organizado, segundo a rota que lhe traçou Karl
Marx, torna-se o inimigo do próprio capital. Pois o capital é
a conseqüência natural do princípio da propriedade, ao passo
que o capitalismo organizado é a negação daquele princípio.Na sua marcha avassaladora, a organização capitalista do
mundo procura, antes de tudo, penetrar no organismo das
nações, afim de aniquilá-lo. Começa, portanto, pela
escravização dos governos.
Essa escravização se opera através dos “favores”, dos
empréstimos, pois o primeiro passo para tornar um governo
escravo é torná-lo devedor.
Quando essa potestade internacional pretende reduzir um
povo às condições de escravo, o que ela faz naturalmente
não é mandar exércitos: manda banqueiros.
Assim, prossegue a marcha da escravidão de um povo. Os
empréstimos se multiplicam; as emissões espinhosas se
reproduzem; as operações e negócios estabelecem a trama
com que se manieta a nacionalidade. E um país que chegou a
esse ponto não tem mais do que deixar-se sugar pelo
tremendo polvo que 1he lançou as antenas. Pois a confusão
se estabelece em todos os quadrantes da vida nacional. Os
partidos políticos, em cuja proa aparece a catadura dos
amigos dos banqueiros, assumem atitudes as mais variadas,
para iludir o povo, ora com o regionalismo separatista, ora
com o acenar novas e maiores liberdades, ora a defender
obscuros princípios revolucionários. O povo aplaude e
acompanha esses políticos que estendem sobre os banqueiros
internacionais a clámide pura de suas intenções patrióticas,
sagrando-os amigos da Pátria.
O exame de todas as transações, efetuadas pelos nossos
governos, o alarma nacional contra a avassaladora influência
de grupos financeiros que aqui exploram e se dissimulam em
mil faces, muitas verdadeiramente simpáticas, mas todas
expressivas da mesma inexorável política subterrânea, a atitude franca, leal e decisiva contra qualquer tentativa, por
parte de políticos, de partidos ou de homens públicos, no
sentido de acobertar. os latrocínios, que matam toda a
vitalidade nacional, tudo isso são deveres que se impõem à
nova geração brasileira.
Libertar o Estado das forças que se formam a ele paralelas;
impor a autoridade da nação, acima de tudo; ir às extremas
conseqüências de uma campanha sem tréguas, esse o
verdadeiro caminho do povo brasileiro e principalmente da
sua mocidade4
.”
O fenômeno vem se precisando de longa data. Já em 1545,
Lutero abria os olhos dos povos contra esse capitalismo,
então nascente: “Eles (os banqueiros e capitalistas) têm todas
as mercadorias nas mãos e fazem com elas o que bem
entendem, sem receio de elevar ou abaixar preços conforme
sua conveniência, oprimindo e destruindo os pequenos
comerciantes, do mesmo modo que o peixe maior devora os
peixinhos dentro d'água. Parece que foram instituidos
senhores de todas as criaturas de Deus e libertados de todas
as leis da fé e do amor . . . Somente se contentarão quando
tiverem sugado o mundo inteiro e todo o ouro do universo
lhes encher a pança... Todos estão expostos ao perigo e à
ruína, ganha este ano, perde no seguinte, menos eles, os
capitalistas, que ganham sempre, eternamente, ou reparam as
perdas com novos lucros. Não é de admirar, pois, que tomem
conta do mundo5
.”
Entregamo-nos a esse polvo no inicio de nossa vida, com o
primeiro empréstimo que fizemos no estrangeiro logo após a independência e que nos tirou para sempre a independência.
Que havíamos de fazer? Pobres, sem recursos, pedimos
dinheiro emprestado. Nossos estadistas seguiram o hábito da
época. A nova nação deu-se, ao nascer, de mãos atadas ao
capitalismo sem pátria. Metido o pé nas suas misteriosas
engrenagens, o corpo todo do Brasil haveria de, em um século, passar por entre as moendas do engenho de fazer
ouro. Elas espremeriam de seu pobre povo suor e sangue. E,
depois de assim dessorado, sugado, espoliado, ainda os
literatos em busca de êxitos fáceis viriam considerá-lo inerte
e preguiçoso, apelidá-lo Jeca Tatu e fazer, pervertidamente,
o Retrato do Brasil. Ao brasileiro roubado e escravizado,
brasileiros não se pejaram de caluniar!
“Conquanto a independência do Brasil - escreve Castro
Carreira6 - não fosse conseguida à custa de grandes
sacrifícios de vidas e dinheiro, todavia se aumentaram em
muito os seus compromissos, que, juntos aos novos encargos
naturalmente criados, como se verá no desenvolvimento de
suas despesas, fizeram o país principiar sua vida lutando com
as dificuldades dos déficits e do recurso aos empréstimos, no
qual se tem mantido.”
Em 1922, escrevendo sobre o centenário de nossos
empréstimos, o sr. Jacob Cavalcanti disse: “o mau estado das
finanças do Brasil-Colônia, nos dias próximos à sua
independência, retratava a desordem financeira da
metrópole; de sorte que o Brasil,. tornado independente,
entrava logo no regimen dos déficits orçamentários e
caminhava a passos largos para a subordinação ao crédito
estrangeiro”. Tornava-se independente para ficar
subordinado...
Entramos na vida independente onerados com um
empréstimo português, cuja responsabilidade assumimos e
com uma tradição de finanças sempre arrebentadas. Dez
anos antes, em 1812, o escrivão do Real Erário, Manuel
Jacinto Nogueira da Gama, depois visconde de Baependi, declarava lastimável o estado do Tesouro, confessando que
não tinha dinheiro nem para pagar aos empregados públicos,
que, para não morrerem de fome, esmolavam “o pão da
caridade”. Havia tropas a que se deviam vinte e seis meses
de soldo!
No Manifesto de 6 de agosto de 1822, o Príncipe D. Pedro
clamava, referindo-se às Cortes de Lisboa: “Lançou mãos
roubadoras aos recursos aplicados ao Banco do Brasil,
sobrecarregado de uma dívida enorme nacional.”
Estendemos a sacola aos banqueiros judeus de Londres,
pedindo o favor dum empréstimo e combinamos que seria
lançado naquela praça em duas vezes. O contrato da primeira
foi passado a 20 de agosto de 1824, entre o marechal de
campo Felisberto Caldeira Brant, mais tarde marquês de
Barbacena, e o conselheiro Manuel Rodrigues Gameiro
Pessoa, mais tarde visconde de Itabaiana, e as casas
bancárias Baseth Farquhar Chrawford & C.ª, Fletcher,
Alexander & C.ª Thomas Wilson & C.ª 7
. O da segunda foi
realizado pelos mesmos com o banqueiro Nathan Mayer
Rotschild.
A autorização para o contrato de empréstimo foi dada pelo
decreto de 5 de janeiro de 1824, sendo ministro da Fazenda
Mariano José Pereira da Fonseca, mais tarde visconde e
marquês de Maricá.
É a primeira vez que esse nome, famoso por muitos títulos
nos anais da finança internacional, aparece na nossa história.Nunca mais sairá dela: Os brasileiros devem guardar bem
guardada a lembrança da data: – 12 de janeiro de 1825.
Nesse dia, os banqueiros puseram o pé sobre o nosso corpo,
passamos a pertencer-lhes e durante cem anos para eles
trabalhamos. Entretanto, embriagada pela vã palavra de
liberdade, a nação se divertiu com a Abdicação, as rebeldias
da Regência, a Maioridade, as guerras do 2.° Império, a
Abolição e as revoltas da República, entremeadas de quedas
de gabinetes, de mudança de regimes, de sucessões
governamentais e de ditaduras, enquanto que, por trás dos
bastidores, só os banqueiros, de mãos dadas aos políticos, a
governavam e a exploravam.
Já é tempo de dizer a verdade ao povo brasileiro. Ela não
consta, senão veladamente, das mensagens oficiais. Calou-a
sempre a boca mentirosa ou covarde dos políticos do
liberalismo. Embora acoimados pelos comunistas de
servirem ao capitalismo, os Integralistas são os que até hoje
têm tido a coragem de pregá-la – para que o colosso acorde,
se espreguice, quebre as cadeias e, erguendo o tacape duma
verdadeira liberdade, espatife os ídolos e os bezerros de
ouro. Já basta de se dizer que a casa Rotschild presa tanto os
títulos brasileiros que com eles constitui o dote de suas filhas
casadouras. Já basta de considerá-los nossos amigos, como
eu próprio me penitencio de o haver feito, levado por essas
balelas e por ainda não ter estudado a fundo os nossos
empréstimos8 (1). Tudo isso é muito bom para embair os
tolos através da leitura dos jornais. Mas a verdade é outra e
bem trágica: essa propaganda, contumaz e esperta, oculta tão somente o trabalho forçado de gerações e gerações de
brasileiros.
Nathan Mayer Rotschild! Este nome está preso a toda a
engrenagem financeira mundial do começo do século. Seu
portador assiste, de longe, a batalha de Waterloo, vê a
derrota de Napoleão, corre à costa belga, paga a peso de ouro
o barco dum pescador, atravessa a Mancha em pleno
temporal, arrebenta cavalos até alcançar Londres e surge na
Bolsa com a mais tranqüila fisionomia deste mundo. Sorri e
começa a vender seus títulos. Todos pensam que deve estar
ao par de novas terríveis da guerra, pois nada ainda
transpirava do fatal encontro de Napoleão com Welligton e
Blûcher. Só ele o conhecia e de visu. O pânico ganha os
portadores de ações, de bônus e de apólices. Baixa pavorosa!
Os agentes de Nathan compram tudo por dez reis de mel
coado. Mais tarde, chega a notícia da estrondosa vitória e
todos aqueles papéis, como é natural, sobem
vertiginosamente. Estão na quase totalidade em mãos da casa
Rotschild, que realiza um ganho colossal e, á sombra dessa
formidável riqueza começa a dominar a Europa9
: Caíra o
império militar de Napoleão, a maior potência política da
época, e nascia o império argentário de Rotschild, a maior
potência financeira dos novos tempos.
Aquela barca que o trouxera a Londres não estava armada
em corso - escreve Calixto de Wolski10 –, mas serviu à
primeira façanha de pirataria financeira do século! E
acrescenta: “Tudo isso foi encantadoramente fácil, devia ter
dito com seus botões o fundador da raça de nossos reis
atuais. Nunca se poderá saber o que intimamente pensou da revoltante incapacidade dos cristãos para a liquidação de
suas contas. Quanto aos reis e imperadores, mais autênticos,
porém menos hábeis do que ele, Rotschild, ínfimo corretor
dum principezinho alemão; esses imperadores e reis,
assombrosos pastores de povos, não compreenderam que
eles e seus povos iam assistir à eclosão dum novo poderio, e
.que os operários que trabalhavam na edificação desse
poderio eram verdadeiros gênios. As testas coroadas - mais
ou menos ungidas - não possuíam ciência infusa! Iam em
breve ter outros cuidados. Seus povos, aliás, aborrecidos
pedinchões de Constituições, Cartas e outras liberdades do
mesmo quilate, trabalhavam inteligentemente em favor do
jogo dos judeus, fazendo... revoluções, sempre liquidadas
com empréstimos, conversões e outras velhacadas!...”
Tripotages, diz o texto. Calixto de Wolski escrevia isso no
prefácio da “Russie Juive” em 1882. Pouco tempo depois,
morria misteriosamente... Quem não sabe que é perigoso
descobrir certas maroscas?...
A sociedade chegou a um ponto de bastardia moral tão
grande que não compreende mais que se condenem os atos
dessa natureza. Chama-se a isso habilidade. Aperta-se a mão
e coroam-se com títulos os homens que desse modo
procedem, enquanto se mete na prisão o desgraçado que
furtou um níquel para matar a fome dos filhos. O
argentarismo sem piedade ganha, assim, bilhões, pouco se
lhe dando dos prejuízos alheios, das nações que se
digladiam, do sangue derramado nos campos de batalha, das
viúvas e órfãos sem pão, das economias de povos inteiros
que se submergem nas voragens das bolsas! A isso chama
com razão a voz da Igreja immodica possidendi libido e isso é a grande causa das aflições por que tem passado, vai
passando e ainda há de passar o mundo.
O domínio do planeta por esses meios vem de longa data e é
curioso que caiba sempre ao judeu. Antes dos Rotschild, os
Fugger de Augsburgo o haviam conseguido por análogos
processos, perturbando o ritmo da vida ocidental e desviando
a própria civilização de seu rumo. No ano de 1367, o
primeiro Fugger se estabeleceu naquela cidade alemã e
começou a fortuna que um centenário depois era formidável
e decidia da eleição de Carlos V como imperador da
Alemanha11. Entre outros, Aloys Geiger nos conta que
fizeram do arcebispo de Mogúncia seu testa de ferro, por ele
conseguiram o monopólio da venda das indulgências papais
e a realizaram com tal despudor que provocaram a revolta de
Lutero. Em verdade, o arcebispo-e-leitor arrematara na Cúria
Romana a percepção das indulgências do Jubileu por 10.000
ducados. Devia, porém, 20.000 aos Fugger e cedeu-lhes em
pagamento aquela percepção a que eles deram caráter de
verdadeira exploração comercial, ávidos de lucro. Tetzel, o
famoso perdoador das apóstrofes luteranas, andava
acompanhado do representante da casa Fugger12. Ao mesmo
tempo que traficavam com as indulgências da Igreja, esses
argentários inescrupulosos organizavam em pleno século
XVI um cartel do cobre, impondo pelo monopólio do
comércio desse metal o seu preço em todos os mercados
europeus e drenando para seus cofres rios de ouro. Daí a
palavra fuggern, comum na linguagem corrente da Alemanha
do Sul, significando falta de escrúpulo13. E a voz de Chamberlain se eleva com estranha autoridade nesta
condenação formal: ''Emancipado dos entraves salutares que
o associam aos interesses da comunidade, o indivíduo
somente conhece como lei o arbítrio sem freio de seus
caprichos. A escolha dum imperador dependerá dos cálculos
imbecis dum filho de tecelão que unicamente enxerga suas
vantagens pessoais. Não exagero, porque, graças ao concurso
dos Fugger e dos Welser, Carlos V foi eleito e pode
empreender a nefasta guerra da liga de Smalkalde.”14
Antes dos Fugger, fora no século X o opulento João o Bom.
Então, segundo a palavra de Dante, a Itália era a "hospedaria
da dor", mas, no meio dessa dor, ele nadava em ouro, ele, o
judeu que intervinha nas eleições dos Papas e fizera de seu
filho o Anti-Papa Anacleto!...
Eis de longa data a mola secreta que explica os atos de
muitos governantes. Na sombra, por trás deles, estão os João
o Bom, os Welser, os Fugger, os Rotschild, os Zaharof, os
Baruch, os Staviski e outros, calculando tão só os lucros da
sua immodica porsidendi libido, sem o menor respeito e
muito menos o menor amor pela sorte das nações que
dependem do seu maldito dinheiro.
É tempo de voltarmos ao
empréstimo da independência. O
milhão de libras da primeira operação nos foi dado pelo
prazo de 30 anos, com 1% de amortização, 5% de juros
anuais e tipo de 75, o que quer dizer que recebemos £
750.000, mas ficamos devendo £ 1.000.000. A margem de
£250.000, linda soma naquelas priscas eras, ficou soi-disant
para as despesas do empréstimo e, sobretudo, para ser
repartida entre os intermediários, os de lá e os de cá. Nessa margem, está o segredo do êxito dessas operações e do
açodamento de certos homens de Estado em fazê-las. Por
esse lucro imediato, eles, cegos de cupidez, não trepidam em
sacrificar o futuro do seu povo e é com essa isca dourada que
Israel vai cumprindo à risca aquela promessa das Escrituras:
“Tu devorarás todos os povos que o Senhor teu Deus te
entregará.”15
Por isso, a usura é proibida entre eles desta sorte: “Não farás
mal algum à viúva nem ao órfão. Se vós os ofenderdes, eles
gritarão por mim e eu ouvirei os seus clamores!” E de outros
modos. Mas é autorizada para os estrangeiros. Basta ler:
Deuteronômio, XV, 1 etc.; Êxodo, XXIII, 20, 21 e Gênesis,
XXII, 22, 23.
O contrato com Thomas Wilson e seu séquito contêm
cláusulas que valem a pena conhecer:
opção para a segunda
parte do empréstimo — £ 2.000.000: comissão de 4% sobre
os gastos (condição 7.ª); monopólio das compras de qualquer
material de que carecesse o Governo Imperial entregue à
firma dos emprestadores (cond. 9.ª) e que os contratadores
do empréstimo se esforçariam por obter; 2½% sobre a
compra ou a venda de quaisquer mercadorias para o Brasil
ou do Brasil; l % sobre todas as nossas compras e vendas de
prata e ouro; l % sobre todas as letras de câmbio vindas para
o nosso país ou dele remetidas para o estrangeiro; l½% sobre
todos os seguros de embarque de ouro e prata, e demais
transações!!!! Quem duvidar procure a obra já citada de
Castro Carreira e leia o texto do leonino instrumento pelo
qual
fomos vendidos aos judeus de Londres. Os negociadores desse pacto, Barbacena e Itabaiana, eram
íntimos e se tratavam em carta por amigo do coração. O
primeiro fora acreditado plenipotenciário do Brasil na Grã-
Bretanha por uma carta credencial de 12 de agosto de 1822.
O segundo fora incumbido especialmente dos ajustes para o
reconhecimento da independência. As instruções para
tratarem do empréstimo lhes foram enviadas em 1824 pelo
ministro e secretário de Estado visconde de Maricá. Elas
marcavam o mínimo de 80 para o tipo e o máximo de 6%
para os juros. Os decretos de 30 de dezembro de 1824 e de
28 de fevereiro de 1825 aprovaram as duas operações
conjuntas. Defendendo-se mais tarde das acusações que lhe
foram feitas, Barbacena diz16 que obteve melhor tipo do que
o fixado nessas instruções, pois, se a primeira e menor parte
da operação obtivera o tipo 75, a segunda e maior obtivera o
85, sendo, pois, a média de tipo de todo o empréstimo 81
2/3.
Apesar da opção contratual, os banqueiros Wilson e todo o
seu numeroso bando não tomaram a seu cargo o lançamento
da segunda operação do empréstimo. Não há no Tesouro
nenhum documento, nem nos livros, publicações e
correspondências do tempo qualquer referência que elucide o
caso. Claro está que não pode ter sido por prejuízos havidos,
embora Barbacena se refira a uma baixa imediata dos títulos.
Nós sabemos bem como funcionam as altas e baixas ao sabor
das mais indecorosas especulações. O negócio foi dado a
outro, que o aceitou com todos os riscos, mau grado as
perdas aludidas. Wilson e sua matula não fizeram a menor
reclamação. É que o urubu-rei descera das alturas onde remigiava desde que a Inglaterra encadeara nas rochas de
Santa Helena a águia napoleônica. Toda a urubuzada,
camirangas, unas, tingas, e caracarás afastou-se respeitosa,
afim de que Sua Majestade examinasse o repasto e visse se
era digno de seu real bico.
A Velha Guarda morrera sob a
metralha de Waterloo para que a sombra de outras asas
substituísse na face do mundo a sombra colossal daquelas
que se tinham começado a fechar com o calor da Espanha e o
frio da Rússia. E essas asas eram asas de abutre...
Temos de admitir uma intervenção forte e discreta, se não
secreta, que arredou a malta-mirim dos Wilson, Fletcher,
Bazeth, Farquhar et reliqua, entregando o bolo
definitivamente à família-assu, a quem os inefáveis mistérios
da alta finança internacional reservavam o direito de
exploração do Brasil. O feliz mortal escolhido foi — como
se viu e ainda se verá —- Nathan Mayer Rotschild a cujo
"poder colossal" em uma de suas próprias cartas Barbacena
se refere com respeito17.
Quando Schiller escreveu que os judeus formam um Estado
no Estado, sabia perfeitamente que escrevia uma verdade.
Lembrava-se talvez daquele rescrito do imperador Tibério,
expulsando os judeus de Roma justamente por este motivo.
E, quando, em 1870, o judeu convertido Brafmann publicou
em Vilna o seu Livro sobre o Kahal, foi que o mundo viu
claramente a organização desse Estado no Estado que
amedrontara Tibério e Schiller revelara. Ele se compõe de
dois órgãos: o judiciário ou Beth-Dine e o administrativo ou
Kahal. Este é quem regula o modo pelo qual os israelitas
devem explorar os cristãos, de maneira a não haver choques violentos entre seus interesses e receber a direção do Kahal
os subsídios necessários a manutenção desse aparelho.
Transcrevemos na íntegra um dos documentos autênticos
publicados por Brafmann na obra citada. Ele dará idéia clara
e perfeita do assunto. “Quinta-feira, véspera da lua nova.
Acra 5562. Os representantes do Kahal e a assembleia geral
composta de todas as autoridades judaicas da cidade
decidiram que o direito de explorar o hospital da cidade
(Vilna) e sua praça situada ao fim da rua Kaidony e
pertencentes aos monges católicos é vendido ao Rabino
Isaque, filho de Gerson. Ao mesmo é igualmente vendido o
direito de explorar a praça pertencente à municipalidade e
situada nas proximidades das propriedades acima referidas.
Esse direito de exploração das propriedades dos cristãos é
vendido ao dito Rabino Isaque, a seus descendentes ou
representantes, do centro da terra até as mais altas nuvens
do céu, sem que ninguém possa nunca lhe contestar o direito
pago por ele à caixa do Kahal pelo preço convencionado.
Conseguintemente, esse direito é inviolável por toda a
eternidade e o dito Isaque pode dispor dele a seu bel-prazer,
isto é, revendê-lo, empenhá-lo, doá-lo. Se o Rabino arranjar
com os membros da municipalidade a autorização de
levantar algumas construções na praça, cujo direito de
exploração adquiriu do Kahal, poderá construir casas e
quaisquer outros edifícios, de madeira, pedra ou tijolo. Se o
governo se apoderar dessas praças, afim de nelas erguer
quartéis ou outros edifícios públicos, é severamente proibido
a qualquer judeu fazer qualquer contrato com o governo,
porque só Isaque filho de Gerson tem o direito de entrar em
combinação com os poderes públicos para obter a
adjudicação dos trabalhos. É, além disso, expressamente proibido a qualquer judeu receber quaisquer comissões dos
mesmos, pois somente Isaque filho de Gerson poderá ser o
intermediário do governo ou da municipalidade em tudo o
que se relacione com os locais de que comprou o direito de
exploração.
Cada Kahal do mundo inteiro é concitado a proteger esse
direito adquirido por Isaque filho de Gerson para ele, seus
descendentes e representantes. Cada Kahal e cada Beth-Dine
devem perseguir todo indivíduo que queira por obstáculo ao
pleno e inteiro exercício desse direito, tratá-lo como inimigo
e forçá-lo a pagar todo o prejuízo que possa resultar de sua
ingerência hostil; e, em caso de negligência da parte do
Kahal ou do Beth-Dine em perseguir o delinqüente,
constrangendo-o a indenizar os prejuízos de Isaque filho de
Gerson e seus descendentes, o Kahal será responsável com a
sua caixa, no mais breve prazo possível, por essa
indenização.
A publicação desta escritura de venda será enviada a todas as
sinagogas.”18
Certamente todos os brasileiros gostariam de saber por
quanto
Nathan Mayer Rotschild comprou ao Kahal de
Londres, para si e seus descendentes ou representantes o
direito de exploração do Brasil do centro da terra até as
mais altas nuvens do céu. Teria sido caro ou barato?
Nunca o saberemos. O Kahal, diz Wolski, profundo
conhecedor do assunto, é o modesto estado-maior que dirige
silenciosamente uma guerra implacável contra a economia
cristã. Se até hoje as polícias de todos os países têm sido
impotentes contra a Migdal, sociedade secreta judaica que organiza e explora a prostituição no mundo inteiro, como
poderão segurar esse silencioso estado-maior que já
provocava o receio do imperador Tibério, a cujo nome
Cícero estremecia na tribuna do Fórum, que ajudou
serenamente a levar a infeliz Rússia ao domínio dos
comunistas e ensopou de sangue a Hungria e a Baviera?19
Nunca o saberemos?
Vale a pena recordar as palavras do próprio Cícero, ao
defender Flaco, quando ele revela, antes do cristianismo, o
poder oculto do Kahal Kados, a Santa Comunidade:
“Sequitur auri illa invidia Judaici. Hoc nimirum est illud
quod non longe e gradibus Aureliis haec causa discitur; ab
hoc crimen hic locus abs te, Laeli, atque illa turba quaesita
est: scis quanta sit manus quanta concordia, quantum valeat
in concinionibus. Summiss voce agam, tantum ut indices
audiant. Neque enim desunt, qui istos in me, atque in
optimum quemque incitent: quos ego, quod id facilius
faciant, non adjuvabo”. O documento é tão importante que
merece ser traduzido e grifado nas passagens mais dignas de
nota do texto: “Vem em seguida a odiosa imputação do ouro
dos judeus! Sem dúvida, é por esse motivo que a causa se
pleiteia ao pé dos degraus aurelianos. Foi por causa dessa
acusação que escolhestes este lugar, Lélio, e a espécie de
ouvintes que vos rodeiam. Sabeis qual o seu número, como
são unidos e de que influência gozam em nossas
assembléias. Evitarei, pois, levantar a voz; quero somente
que os juizes me escutem; porque não faltarão indivíduos
dispostos a manobrar essa gente contra mim e contra os melhores cidadãos. Não quero fornecer aqui novas armas à
sua malevolência”20.
O cesarismo de Tibério defendera-se, porque sentira a
palpitação dum como Estado racial e teocrático dentro do
Estado Imperial. Assim tem de ser, como inexorável
fatalidade, onde quer que os judeus se apresentem. Segundo
Renan, o que constitui uma nação é o casamento do homem
com a terra. Só esse casamento produz a comunhão de
interesses materiais e de sentimentos capaz de criar uma
nação. Os judeus não realizam nunca esse casamento. Daí a
eterna antinomia entre eles e qualquer Estado digno desse
nome, e, portanto, com capacidade de reação que não
permite gozem as vantagens do judaísmo sem os ônus dos
outros habitantes, em vista do estatuto particular motivado
pela religião que os livra em geral de várias coisas, como por
exemplo o serviço militar. (Existem casos de pessoas
nascidas no Brasil, que dizem ser brasileiras, porém fazem
de tudo para não prestar serviço militar, nas nossas forças
armadas, alguns até preferindo fazê-lo nas forças armadas de
Israel!... Nota dos Editores). A própria Bíblia testemunha
irretorquivelmente isso, no livro de Ester, quando Aman,
ministro de Estado e responsável pela governação do país,
diz ao rei Assuero: "Há um povo disperso nas províncias de
teu reino que pratica novas leis e cerimônias, e que demais
despreza as ordenações do rei". Eis porque Tibério os
confinava no bandel de Porta Portese ou os despachava para
Sardenha; porque o pretor Hispalus, no ano de 139 (Antes de
Cristo!) severamente reprimia em Roma suas perturbações
da ordem pública; porque Cláudio mandou fechar as sinagogas e bani-los da capital do Império; porque contra
eles se convocou, na Espanha, o concílio de Elvira; porque o
rei Visigodo Egica e o rei godo Wamba os expulsaram;
porque o concílio de Toledo lhes proibiu os cargos públicos;
porque o abade Pedro de Cluni se revoltava contra eles;
porque os persas foram obrigados a destruí-los no século X e
os califas a desterrá-los no século XI; porque os mouros de
Espanha os chacinaram após a famosa conspiração de
Halévy; porque o sultão Amurat II matou até o último dos
comunistas que se tinham levantado contra seu pai, Maomé
II, chefiados pelo judeu renegado Kemal Udbin; porque
todos os historiadores bem informados lhes atribuem os
manejos das forças secretas que tem desencadeado as
revoluções modernas através do Iluminismo, da
Buschenchaft, da Maçonaria, do movimento Haskala, etc.; e
porque Hitler os guerreia.
A segunda operação do empréstimo da independência foi
contratada pelos mesmos negociadores, Barbacena e
Itabaiana, com a casa Rotschild. O contrato é tão leonino
como o anterior. Os £ 2.000.000 têm melhor tipo, 85,
idêntico prazo, juros e amortizações; mas deviam ser dados
em doze prestações mensais. Como o sírio, o judeu não passa
sem prestações. É uma inclinação racial. Vejamos algumas
das condições contratuais: a 3.ª manda contar os juros desde
outubro de 1824 e o empréstimo foi lançado em janeiro de
1825! a 4.ª determina a comissão de ½ % sobre a compra das
cautelas para a amortização, mesmo quando essas cautelas
sejam as dele banqueiro-comprador; a 5.ª concede 4 % para
corretagem e despesas, de maneira que a margem do tipo não
teve nem essa rasgada desculpa. Os Rotschild comeram sozinhos essa margem sem se
engasgarem. Dos 4% da corretagem atiraram a Barbacena e
Itabaiana 2%. Baependi, mais tarde, tanto quanto lhe
permitiam suas funções e a linguagem oficial, se horrorizava
com a negociata. “Quem pode deixar de notar - escrevia -
que se peça dinheiro na Europa com grandes sacrifícios e
não menos risco do crédito nacional para se pagar no Brasil
parte dos juros que se deviam...” E acrescentava claramente
que os comissários imperiais encarregados do contrato do
empréstimo haviam desfalcado os cofres públicos de
1.900.000 cruzados!
Examinado o empréstimo por uma comissão nomeada para
isso pela Câmara dos Deputados, esta declarou no seu
parecer, entre outras cousas, as seguintes: que, enquanto o
Governo Imperial paga 5% de juros sobre qualquer
adiantamento de dinheiro fora dos prazos estipulados no
contrato, a casa Rotschild nada pagava pelas somas vencidas
que conservasse em suas mãos; que da percentagem de 4%
sobre a produto líquido da operação metade ficara com
Rotschild e metade fora paga a Barbacena e Itabaiana,
cabendo a estes um total de £ 72.00021; e que os emprestadores
tinham sobre a quantia total, o lucro líquido de £ 3 %.
A esse parecer Barbacena replicava com uma Exposição
brilhante, mas não muito convincente.
“Com esse empréstimo, reconhece Jacob Cavalcanti, iniciouse
o prestígio da casa Rotschild no crédito do Brasil, a que
tem prestado assinalados serviços.” O grifo é meu e tudo
quanto se contem neste livro me autoriza a fazê-lo. Em todas as negociações levadas a efeito para obter os três
milhões de esterlinas que nos amarravam para sempre a
gleba judaica, única cousa em verdade convincente é o poder
colossal de Rotschild que Barbacena reconhecia por escrito.
E, quando leio escritores como Draper22
, encarniçados contra
o grande poder do antigo Papado, sorrio de piedade dos
homens que renegam um poder espiritual, mas se abaixam
diante dos Papas do dinheiro... Até 1857, quando o Banco de França obteve liberdade de
taxas de juros, a legislação francesa não permitia
empréstimos, particulares ou não, a mais de 5 %.
A garantia que demos aos banqueiros foi a hipoteca das
rendas das alfândegas. Devíamos acabar os pagamentos em
1854. Não o pudemos e os credores magnânimos
prorrogaram o prazo por mais dez anos, isto é, até 1864.
Desta sorte, o primeiro dinheiro que tomamos emprestado na
aurora do Império, nos escravizou até o raiar da guerra do
Paraguai!
Nossos amigos, os Rotschild!...
Em virtude dos tipos 75 e 85 das operações dos nossos
amigos banqueiros, ficamos a dever £ 3.000.000, mas
somente recebemos £ 750.000, e mais £ 1.750.000. Por essas
£ 2.450.000 pagamos £ 6.050.000 de juros, e, somando a
isso o capital integral, veremos que o custo total do negócio
foi para o Brasil de £ 9.050.00023.
Por esse preço fomos vendidos aos banqueiros israelitas
ainda no berço!
É curioso, antes de prosseguirmos, ver ligeiramente como os
referidos banqueiros procedem a essas frutuosas negociatas.
Lançam o empréstimo na praça, ficam com certo número de
cautelas e o público, os tomadores, com o resto. Depois, eles
vão comendo as comissões de venda e de recebimento de
juros, tendo posto o pé nos negócios dum país sem
despender quase nada. Os tomadores caíram com o capital de
que eles descontaram a margem do tipo. A responsabilidade sobre essa quantia logo retirada é do governo que estendeu a
mão pedinchona. Mais tarde, aproveitando as baixas, os
banqueiros vão adquirindo os títulos e apertando as rédeas da
nação escravizada. Deixam unicamente, neste ou naquele
país, certo numero de proprietários de cautelas, que servem
para a grita, as reclamações e as constantes ameaças de
intervenções estrangeiras com bandeiras nas alfândegas.
Esses truques têm um século já e são mais do que
conhecidos. Começam a impressionar muito menos do que
impressionavam...
Tudo isso e mais alguma cousa fazem parte dos segredos da
chamada alta finança internacional, cujas imoralidades mais
chocantes e cujas transações mais ignominiosas são feitas
habilmente, dentro das leis. “O judeu, - escreveu um grande
jurista - misturado às civilizações arianas, utilizando o
contrato de auxílio mútuo pelo empréstimo fraternal ou o
contrato de venda a prazo, os quais, lealmente praticados são
instrumentos de utilidade, eqüidade e paz, os transformou em
contratos de pilhagem pela usura, pela expropriação e pela
especulação na Bolsa. É que se não serve desses
instrumentos de modo moral e mesmo não tem consciência
de que possam assim ser usados. Resulta disso uma espécie
de parasitismo judaico com uma concepção que desnatura o
direito.” E acrescenta que esses indivíduos de psicologia
diversa da nossa usam o nosso direito a seu modo, sem nem
de leve cuidar que o desviam absolutamente de sua
verdadeira essência24.
Para escravizar o trabalho cristão; os judeus acharam,
sempre com o auxilio da política, cúmplices no alto da escala social. Os imperadores e reis que, outrora, empenhavam as
jóias da coroa com os Salomões e Abraãos, passaram pela
escola dos judeus e se tornaram os excelentes devedores, os
ingênuos descontadores de letras dos tempos modernos.
Inaugurando a era dos empréstimos, os judeus tomaram as
hipotecas de todos os futuros hipotecáveis: rendas dos
Estados, caminhos de ferro, canais, fábricas, etc. Existe
ainda algum futuro não hipotecado? Se existe, já está visado
e notado por eles 25.
Que melhor futuro hipotecável do que este imenso Brasil?!
Nas Reflexões sobre a história da Humanidade, há muito
tempo já, Herder escreveu este período candente: “Um
ministério em que governa um judeu, uma casa em que o
judeu tem as chaves das gavetas e armários, uma
administração cujas funções principais são confiadas a
judeus, uma universidade onde são tolerados como
corretores e prestamistas dos estudantes, são outras tantas
Lagoas Pontinas que,é preciso aterrar! Porque, de acordo
com o velho provérbio: “Onde há carniça, os abutres se
ajuntam e onde ha podridão os vermes pululam.”
Em virtude de uma convenção adicional ao tratado de 29 de
agosto de 1825, pelo qual a nossa independência foi
reconhecida por Portugal, o Brasil tomou a seu cargo o
pagamento de £ 2.000.000, sendo £ 1.400.000 dos
remanescentes dos empréstimo português de 1823 e £
600.000 de indenizações pelos bens da coroa real deixados
no Império. Estes últimos milhares de esterlinas deveriam
ser pagos no prazo de um ano a contar das ratificações dos
tratados. Entregaram-se logo ao Governo Lusitano £ 250.000. O resto foi sendo dado em prestações à legação
portuguesa em Londres.
Quando estourou o caso de D. Miguel e D. Maria II se
refugiou na Inglaterra, o conde de Palmela utilizou os
pagamentos recebidos e os que continuou a receber na causa
da Rainha, o que trouxe varias complicações no futuro.
Barbacena e Itabaiana tiveram grande parte nelas. Os brasileiros humildes,
brancos, caboclos, negros e mestiços, unidos como nos
gloriosos dias da guerra holandesa, haviam derramado seu
sangue no Genipapo, em Itaparica e em Pirajá. Os brasileiros
chamarrados de ouro fizeram as combinações diplomáticas,
os pactos de família e as negociatas de dinheiro...
Cinco anos mais e batíamos de novo, o que era fatal,
humildes, ansiosos, dilacerados de lutas e dívidas, à porta de Thomas Wilson e de Nathan Mayer Rotschild. Em nome do
Império distante e assoberbado de dificuldades, o magnífico
marquês de Barbacena e o magnífico visconde de Itabaiana,
usando duma autorização contida no art. 7.° da lei de 8 de
outubro de 1828, tomaram £ 400.000 a juros de 5%, 1% de
amortização e o tipo de 52!!! A fumaça da pólvora e da
macega queimada das coxilhas de Ituzaingó ainda manchava
as fardetas dos nossos caçadores a pé, déramos a liberdade
ao Uruguai, perdendo a Cisplatina, e o troar dos canhões do
Monte Santiago parecia continuar no crepúsculo do l.° reinado.
Enfraquecidos, devíamos nos sujeitar a todas as forcas
caudinas... O marquês e o visconde queriam o dinheiro como
fosse. Rotschild impôs o tipo 52. Não se conhece na história
financeira do mundo cousa mais monstruosa. A imoralidade
foi tão grande que o governo inglês chegou a pensar em
proibir a operação26.
A 1.° de junho de 1829, Barbacena escrevia jubiloso ao
Imperador, de Lalenham, dizendo que, finalmente, se
ajustara, o empréstimo, reconhecendo o público inglês que
Rotschild “tinha confiança e fé nos recursos do Império”. E
terminava acrescentando que, enfim, se poderiam equipar as
fragatas e levar para diante os negócios da Rainha.
Para derrubar D. Miguel e reerguer D. Maria, 1á se ia o
dinheiro que íamos ficar devendo por dezenas e dezenas de
anos! E o marquês se alegrava com a fé e a confiança do
poder colossal de Rotschild nos recursos do Império!
- Livra! como diz o povo. Sua assinatura não figura, porém, no contrato do
empréstimo, que os jornais do tempo apelidaram o ruinoso.
Entretanto, ainda se encontrava na Inglaterra. Segundo uma
carta que escreveu ao conselheiro Francisco Gomes da Silva,
o Chalaça, de bordo, achava-se no mar em outubro de 1829
27. O contrato traz a data de 26 de junho e somente a
assinatura do conselheiro Manuel Rodrigues Gameiro
Pessoa, visconde de Itabaiana. Hipoteca nominalmente a
alfândega do Rio de Janeiro. Os juros começam a ser
contados de 3 de julho de 1829, data da assinatura do
contrato, quer o dinheiro entre, quer não entre. Este será
dado em doze prestações mensais. Judeu sem prestação não é
judeu. Reserva-se 1/8% para comissão de amortização e
corretagem. Não podemos deixar de lembrar aqui aquele
trecho em que o grande Emanuel Kant diz o seguinte: “Os
palestinos que vivem no nosso meio conseguiram pelo seu
espírito de usura uma reputação de velhacos, bem fundada
na maioria dos casos. Na verdade, parece estranho imaginar
numa nação composta de ladrões; porém ainda mais
estranho. é verificar que existe uma nação composta
exclusivamente de traficantes que desdenham a honra de
viver como os outros habitantes do país que os acolhe,
achando mais vantajoso enganá-los.”
Premido pelos credores dos gastos diplomáticos de
Barbacena, pelas despesas dos emigrados portugueses, ás
quais não bastavam os pagamentos feitos pelo Brasil por
conta das £ 600.000 da convenção adicional, o visconde
suplica um adiantamento. Rotschild dá, mas cobra por ele 4% de juros. Mais, tarde, esta soma entrará no computo total a
juros de 5%, de modo que rendeu 9%!
O visconde e o marquês a tudo se tinham de sujeitar, porque
precisavam de dinheiro para atender a grandes despesas.
Segundo confissão do último, com
a Rainha, as fragatas e os
emigrados, se gastaram £ 177.738, e com o 2.° casamento de
D. Pedro I £ 42.272.
Estudando o empréstimo de 1829, Castro Carreira diz
serenamente que pagaríamos “capital quase duplo do que
recebíamos”. E apresenta esta conta em moeda brasileira:
Recebemos (?) 2.233:775$555
Pagamos de juros 6.858:143$889
Custou 9.362:147$797
Não recebemos tal. Escrevendo em 1842, em S. Petersburgo,
o depois conselheiro Candido de Oliveira28 mostrava que os
empréstimos brasileiros realizados nessa época haviam
rendido, líquidos, £ 3.712.000; que desta soma apenas
recebera o Tesouro Imperial 1.092.000; que a restante e
maior parte ficara na praça de Londres e ali fora inteiramente
consumida principalmente na alimentação dos mesmos
empréstimos, e em outras despesas feitas na Europa por
conta do Governo Brasileiro, entre as quais figurava a verba
das despesas diplomáticas compreendidas no período de
1825 a 1830 29; e que, finalmente, a despesa total suportada Sua assinatura não figura, porém, no contrato do
empréstimo, que os jornais do tempo apelidaram o ruinoso.
Entretanto, ainda se encontrava na Inglaterra. Segundo uma
carta que escreveu ao conselheiro Francisco Gomes da Silva,
o Chalaça, de bordo, achava-se no mar em outubro de 1829
27. O contrato traz a data de 26 de junho e somente a
assinatura do conselheiro Manuel Rodrigues Gameiro
Pessoa, visconde de Itabaiana. Hipoteca nominalmente a
alfândega do Rio de Janeiro. Os juros começam a ser
contados de 3 de julho de 1829, data da assinatura do
contrato, quer o dinheiro entre, quer não entre. Este será
dado em doze prestações mensais. Judeu sem prestação não é
judeu. Reserva-se 1/8% para comissão de amortização e
corretagem. Não podemos deixar de lembrar aqui aquele
trecho em que o grande Emanuel Kant diz o seguinte: “Os
palestinos que vivem no nosso meio conseguiram pelo seu
espírito de usura uma reputação de velhacos, bem fundada
na maioria dos casos. Na verdade, parece estranho imaginar
numa nação composta de ladrões; porém ainda mais
estranho. é verificar que existe uma nação composta
exclusivamente de traficantes que desdenham a honra de
viver como os outros habitantes do país que os acolhe,
achando mais vantajoso enganá-los.”
Premido pelos credores dos gastos diplomáticos de
Barbacena, pelas despesas dos emigrados portugueses, ás
quais não bastavam os pagamentos feitos pelo Brasil por
conta das £ 600.000 da convenção adicional, o visconde
suplica um adiantamento. Rotschild dá, mas cobra por ele 4% de juros. Mais, tarde, esta soma entrará no computo total a
juros de 5%, de modo que rendeu 9%!
O visconde e o marquês a tudo se tinham de sujeitar, porque
precisavam de dinheiro para atender a grandes despesas.
Segundo confissão do último, com a Rainha, as fragatas e os
emigrados, se gastaram £ 177.738, e com o 2.° casamento de
D. Pedro I £ 42.272.
Estudando o empréstimo de 1829, Castro Carreira diz
serenamente que pagaríamos “capital quase duplo do que
recebíamos”. E apresenta esta conta em moeda brasileira:
Recebemos (?) 2.233:775$555
Pagamos de juros 6.858:143$889
Custou 9.362:147$797
Não recebemos tal. Escrevendo em 1842, em S. Petersburgo,
o depois conselheiro Candido de Oliveira28 mostrava que os
empréstimos brasileiros realizados nessa época haviam
rendido, líquidos, £ 3.712.000; que desta soma apenas
recebera o Tesouro Imperial 1.092.000; que a restante e
maior parte ficara na praça de Londres e ali fora inteiramente
consumida principalmente na alimentação dos mesmos
empréstimos, e em outras despesas feitas na Europa por
conta do Governo Brasileiro, entre as quais figurava a verba
das despesas diplomáticas compreendidas no período de
1825 a 1830 29; e que, finalmente, a despesa total suportada espremer ouro do infeliz e caluniado Jeca-Tatu, o começo do
giro dum parafuso sem fim...
Dez anos passaram e tivemos de apelar para novo
empréstimo, afim de suprir insuficiências de rendas. Em
todos os relatórios ministeriais da época se verifica o regime
dos déficits. O Império liberal possuía soberania jurídica,
mas não possuía soberania econômica e tinha de proceder
forçosamente como um simples particular.
Era regente do Império Pedro de Araujo Lima e ministro da
Fazenda Miguel Calmon du Pin e Almeida, marquês de
Abrantes. Havia déficits em três orçamentos: Fazenda,
Marinha e Guerra.
A 5 de fevereiro de 1839, contraímos esse empréstimo com
os banqueiros Samuel & Philips: Assinou-o o nosso
encarregado de negócios em Londres, José Marques Lisbôa.
Havia dez anos que Rotschild nos esfolava. Agora cabia a
outro, não se sabe por que secreta combinação, a nova
esfola. Capital real: £ 312.500, tipo 76, juros 5%, prazo 30
anos. Tudo isso, em resumo, quer dizer: por £ 237.500
recebidas £ 503.000 pagas!
O Anuario da Bolsa de 1931 dá, para esse empréstimo o tipo
76; o autorizado sr. Jacob Cavalcanti, 73. Na dúvida, preferi
o mais favorável.
As contas do senador Castro Carreira, tiradas da escrita do
próprio Tesouro, acusam o seguinte:
Recebidos 3.623:755$278
Juros pagos 5.172:729$105
40
Custo total 9.604:201$153
O regime dos déficits continua naturalmente e em 1843
somos forçados a novo empréstimo na City. Já maior, D.
Pedro II está na aurora do seu longo reinado. Encarregou-se
da operação o nosso plenipotenciário em Londres,
comendador José Marques Lisboa, que a contrata com Isaac
Lyon Goldsmid. Destina-se a liquidar definitivamente o
ajuste de contas com Portugal, proveniente das negociações
para a nossa independência. Decerto o Kahal permitia a Isaac
Lyon negócios com Portugal... Reconhecíamos dever ainda
do empréstimo português £ 488.393, 19 s. e 5 d., além de £
134.308 de juros, isto é, o total de £ 622.702. Tomamos,
portanto, emprestado este capital real de £ 622.702 a juros de
5%, tipo 85 e prazo de 20 anos, com a obrigação de pagar o
capital nominal de £ 732.600. Assinaram-se os atos a 3 de
maio de 1843.
Como garantia, demos em penhor as rendas de todas as
alfândegas, que formariam - reza o contrato textualmente.-
“um fundo particular para esse compromisso.”
Ao fim do prazo ajustado, ainda devíamos £ 362.000 que
passaram, como é natural e entra pelos olhos, para o
empréstimo de 1863. Um canudo dentro de outro canudo!
Engavetamento de empréstimos...
Na verdade, o resultado desta operação financeira é o
seguinte, na nossa moeda:
Recebemos para pagar 5.534:575$376 peIo Brasil para o fim exclusivo do pontual pagamento dos
dividendos efetivos, por conta dos mencionados
empréstimos, até o fim do ano de 1841, sobe a enorme soma
de cerca de £ 4.000.000, que excedia á o capital emprestado,
do qual somente se amortizara a insignificante importância
de 276.000 libras!30
“Possa a dolorosa recordação destes fatos, terminava o
conselheiro, gravar-se profundamente na memória dos
administradores brasileiros...” E nós acrescentamos para
servirem de lição um dia a administradores de verdade.
Em 1830, a grita era grande no Rio de Janeiro contra esse
empréstimo. Da tribuna do parlamento, Holanda Cavalcanti
o condenava, e denominava, aos arranjos financeiros
realizados em Londres a Caixa mágica, o Sorvedouro das
vendas e o Cancro do Tamisa. A imprensa desaçaimada
glosava essas expressões. Encontraremos uma delas grafada
pelo próprio punho do monarca. No dia 27 do setembro
desse ano, D. Pedro I escrevia uma carta intima a Barbacena,
então ministro da Fazenda, referindo-se textualmente à
Caixa mágica e declarando-se disposto ao exame das
respectivas contas. Como nesse exame o marquês não podia
ser “juiz e parte”, resolvera demiti-lo e nomear seu substituto
o visconde de Paranaguá. Por decreto de 30 de setembro, a
demissão era publicada, porque convinha liquidarem-se as
contas da divida com Portugal, as grandes despesas com
Portugal, as grandes despesas com a Rainha e os
emigrados, e com o casamento. É um decreto de demissão
sui-generis, com exposição de motivos. juros, do empréstimo da independência, feito em 1824 e do
empréstimo português de 1823! Só em 1882 acabamos o
pagamento dessa linda operação que nos custou apenas £
2.294.523!
Lobo de Bulhões, citado por Jacob Cavalcanti, transcreve o
seguinte documento sobre essa questão: “Pagou Portugal os
juros e amortização deste empréstimo relativos aos anos de
1824 e 1825, e, sobrevindo a independência do Brasil,
ajustou-se na primeira parte do art. 2.° da convenção
adicional ao tratado com o Império do Brasil de 29 de agosto
de 1825, que sua Majestade Imperial tomava sobre si o
empréstimo contraído em 1823; porem. os mutuantes não
quiseram relevar Portugal da sua responsabilidade para com
eles e transpassá-la para o Brasil (sic), de maneira que o
Brasil se obrigou a pagar a Portugal o que naquela época
restava do empréstimo, que era um milhão e quatrocentas
mil libras esterlinas; porém Portugal não ficou desonerado da
parte dos mutuantes; antes pelo contrario, continuou a sua
responsabilidade, solidária pelo que toca a eles, e subsidiária
à do Império do Brasil até este Império acabar de satisfazer o
capital e juros do mesmo empréstimo (sic).”
Comentário único, em bom português: - Os mutuantes (leiase
banqueiros-judeus) só tiveram um escopo; firmarem-se
em duas amarras: garantirem-se lá e cá.
Vale a pena determo-nos ainda um instante neste empréstimo
de 1852. Foi assinado no dia 27 de julho. Do nosso lado, o
ministro do Brasil na Inglaterra, cavalheiro Sergio Teixeira
de Macedo; do outro, a firma N. M. Rotschild & Sons33.
Autorizou-o o decreto legislativo n.° 587 de 6 de setembro de 1850. As cláusulas do contrato declaravam que a casa
Rotschild seria exclusivamente empregada em todos os
pagamentos e compras da operação, que teria a percentagem
de ½% sobre os remanescentes, de 2% para despesas e
trabalho e de 1% para cobrar riscos e prejuízos eventuais...
Olhem as contas:
Rendeu o empréstimo 8.226:932$780
Juros pagos 9.413:843$109
Custo total 21.024:784$159
Em 1858, no dia 19 de maio, novo empréstimo contratado
com Rotschild e Filhos pelo comendador Francisco Inacio de
Carvalho Moreira, mais tarde barão de Penedo, faustoso
plenipotenciário dum Império que vivia de empréstimos. “O
fausto de suas recepções fez época em Londres.” Estava
legalmente autorizado pelo decreto n.° 912 de 26 de agosto
de 1857. £ 1.425.000 reais e £ 1.526.000 nominais em 4
prestações... Tipo: 95½%. Prazo: 30 anos. Juros: 4½%. Fim:
prolongamento da Estrada de Ferro D. Pedro II, depois
Central do Brasil e novamente D. Pedro II. É o primeiro
empréstimo para uma utilidade, o primeiro que se não faz
para pagar somente dividas e juros atrasados. Do contrato
constam condições esplêndidas para os banqueiros:
comissões de 1% sobre quaisquer dividendos a pagar, 1/8%
sobre resgates, 2¼% de corretagem.
Recebemos realmente, de acordo com o tipo, £ 1.360.275 e
até dezembro de 1888 pagamos £ 3.366.500!
38
Barbacena defende-se na sua citada “Exposição”. Seu
biógrafo, Antonio Augusto de Aguiar,31 também o defende.
Todavia, tanto o escrito do primeiro como o livro do
segundo passam como gato por brasas sobre a operação de
1829. E' verdade que só Itabaiana assinou o contrato e,
depois, demitido também, levou a breca em Portugal...
Vejamos mais alguns sinistros pormenores. O capital real do
empréstimo de 1829 foi de £ 400.000; mas o capital nominal
de £ 769.200. Alem disso, o tipo reduziu o capital real a £
208.000. Ora, desta sorte, por £ 208.000, o Brasil pagou,
capital e juros, £ 1.950.000!!! De novo, as rendas das
alfândegas hipotecadas. A miséria da soma nem ao menos
entrou para nossos cofres. Foi destinada ao pagamento dos
juros atrasados do empréstimo da independência e das
dívidas particulares contraídas com. os contratadores do
próprio empréstimo pelo Governo Imperial. Entre elas,
deviam estar as motivadas pelas suntuosidades de Barbacena
à cata duma princesa européia para casar com D. Pedro I.
Na expiração do prazo contratual desse empréstimo
monstruoso, 30 anos, ainda devíamos £ 508.000, que
passaram para o novo empréstimo de 1859. Notem bem: da
operação Itabaiana-Rotschild couberam-nos £ 208.000
líquidas, empregadas em pagar juros e dívidas contraídas por
Barbacena com Rotschild, todas acrescidas de juros; no
fim de trinta anos de pagamento continuado de juros,
devemos ainda essas £ 208.000 aumentadas de mais £
300.000, que vão gravar novo empréstimo!
Foi o segundo passo do banqueiro internacional no nosso
território, a segunda volta das moendas do banguê de Isto os tornou prodigiosamente ricos em todos os tempos e
por toda a parte, desde quando arrematavam os impostos
aduaneiros do Império Romano até quando anualmente
retiravam 900 milhões de marcos dos empréstimos
ferroviários da Pobre Alemanha vencida! Na Idade Média,
desde Luiz II encheram a França, onde o Languedoc se
tornou uma nova Judéia. Carlos o Calvo quis reprimi-los e
morreu envenenado pelo medico Sedecias. Carlos o Simples
espantava-se da pobreza do povo e da opulência judaica.
Luiz o Moço criou, por causa deles, o ofício de Preboste das
Dívidas. Se Felipe o Augusto não reage, tomariam Paris
inteiro, pois metade já lhes estava hipotecada...
A engrenagem que nos devia exonerar e escravizar entra em
pleno funcionamento. Os empréstimos imperiais que se
repetiam de década em década surgem com a diferença dum
lustro ou pouco mais e se vão suceder quase anualmente.
Estamos no meado do século XIX, em pleno apogeu do
domínio judaico no mundo, através da finança internacional.
Razão sobrava .a Hehn para escrever:
“Quando Goethe morreu a 22 de março de 1832. Bôrne
datou desse dia a liberdade da Alemanha. Na realidade, esse
dia marca o fim duma época, porque com ele começou a
idade judaica em que vivemos37.” É' a idade que se
caracteriza pelo culto do êxito, pela materialização da vida,
pela divinização do ouro, pelo pragmatismo, sem o menor
vislumbre de piedade para com os povos escorchados. O
capitalismo cientifico faz do capital uma abstração
monstruosa que vai devorar a sua própria sociedade com o
monstro comunista que gerará. Porque “é absolutamente impossível fazer entrar na cabeça dum judeu a noção do que
nós entendemos por divindade, religião ou moral. Aí'é que
está o nó, o verdadeiro nó da questão judaica. E é por isso
que um homem imparcial, sem alimentar o menor desprezo
para com os judeus, dignos, aliás, de elogios e notáveis por
muitos títulos, pode e deve considerar a presença de grande
numero deles entre sua gente como um grave perigo. Não é
somente o judeu, porém o que procede do espírito judaico
que corrói e decompõe em nós o melhor de nós mesmos38.”
A nossa civilização promana de três fontes: a arte e a
filosofia gregas, o direito romano e a religião cristã. O judeu
nega essas três fontes é procura desvirtuá-las. Como não
haver choque?
O reconhecimento desse espírito judaico contrario á nossa
civilização parte das maiores autoridades israelitas em
assuntos .que lhes dizem respeito. Num discurso
pronunciado na cidade de Presburgo, a 30 de julho de 1903,
o dr. Leopoldo Kahn, notabilidade judaica, dizia: “O judeu
nunca se assimilará. Jamais adotará hábitos e usos de outros
povos. O judeu continuará judeu em todas as circunstancias.”
O dr. Mandelstan, professor israelita da Universidade de
Kiev, declarava numa oração em pleno Congresso Sionista
de Basiléia: “Não desejo a assimilação dos judeus nas outras
nações. Quero salvá-los como nação, porque têm uma
aspiração comum conservada através da história na sua
consciência nacional.” Outro judeu, o dr. Felsenthal,
defendia esta tese: “O judaísmo é um povo e não uma
religião (!). O povo judaico é tudo. A religião é um
acidente.”
Para resgatar o escandalosíssimo empréstimo de 1829, que
continuava a pesar nas finanças imperiais, fizemos com
Rotschild, por intermédio do referido Carvalho Moreira, o de
23 de fevereiro de 1859: £ 508.000 ao par, ao prazo de 30
anos e juros de 5%. Ao par! Parece negócio de pai Pará filho.
Nada disso. Era o saldo justo daquelas miseráveis £ 208.000
já pagas e repagas, que se convertia em novo empréstimo
para render juros por mais trinta anos. Com os trinta
decorridos, seriam meio século e pico! Juros de juros de
juros! Nada mais!
As £ 508.000 transformaram-se em £ 460.000 de novos
títulos. O resto sumiu-se em despesas e percentagens. E
sabem quanto nos custaram? £ 762.000 de juros com o
capital: £ 1.270.000.
As contas do Tesouro dão este belo resultado:
Dívida amortizada 4.779:548$099
Juros pagos 3.606:262$986
Custo total 8.547:235$129
Mal passava um ano e a 10 de abril de 1860 o barão de
Penedo, autorizado pelo decreto n.° 912, de 26 de agosto de
1857, negociava outro empréstimo com Rotschild para
51
construção de estradas de ferro, a tipo 90 e juros de 5%, por
30 anos. Recebemos em prestações £ 1.089.000 por £
1.210.000 que ficamos a dever. Aplicamo-los felizmente em
caminhos de ferros, na Companhia E. de F. do Recife ao S.
Francisco, e outras, sendo £ 400.000 para aquela. E pagamos
um total de £ 3.025.00039!
Recebemos 10.525:947$300
Pagamos de juros 8.344:650$378
Custou-nos 23.988:515$477
Três anos mais tarde, no dia 7 de outubro de 1863, o barão
de Penedo assinava novo contrato de empréstimo com
Rotschild. A imprensa da época denominou-o o oneroso e
não é, contudo, o pior que fizemos! Foi de £ 3.300.000 a
prazo de 30 anos, juros de 4½% e tipo de 88. Devia servir
para remir os saldos dos empréstimos de 1824, 1825 e 1843,
assim como parte da dívida flutuante. Os banqueiros
descontaram 2 % de comissão e ½% de corretagem sobre o
capital real acima especificado. O capital nominal elevou-se
a £ 3.855.307, 3 shs. e 9 d.
Os saldos daqueles empréstimos anteriores elevavam-se a £
2.919.000, quase todo o capital real da operação, o que
significa que o ouro ficou no cofre dos prestamistas e nós
continuando a pagar, pagando sempre, e a regar com o suor e
o sangue de gerações e gerações sacrificadas a infeliz terra
brasileira!Parece que a D. Pedro II levaram qualquer denúncia sobre a
ação do barão de Penedo nesse empréstimo, porque, no dia 6
de novembro de 1863, Suam Majestade escrevia uma carta a
Miguel Calmon du Pin e Almeida, marquês de Abrantes, da
qual extraímos este pedacinho: “Constou-me que o
empréstimo contraído em Londres o foi a 85½ e não a 88,
porque houve 2½% de comissão. Espero que o Ministro
brasileiro40 não tenha recebido parte deles, e de nenhum
modo possa consentir que ele o faça. Já procedi do mesmo
modo há anos”41. A honestidade do velho soberano se
arripiava contra os intermediários de cá, mas que podia ela, se eles estavam de mãos dadas com o poder colossal dos de
lá?...
O barão de Penedo veio a público com uma brochura
intitulada “O empréstimo brasileiro contraído em Londres
em 1863”, afim de defender-se de críticas acerbas que lhe
eram feitas. Mostrou que as condições do mercado
financeiro londrino eram das mais desfavoráveis, não só pelo
retraimento da oferta de capital diante de enorme procura por
parte de várias nações, como principalmente pelo
rompimento de relações diplomáticas entre a Inglaterra e o
Império, em virtude da famosa questão Christie. E apontou
as várias operações de crédito na mesma data ou
proximamente realizadas em condições inferiores às da
nossa: empréstimos marroquinos a tipo 85, ferroviário
italiano a 74, egípcios a 84 e 82½ , otomano a 68, português
a 44 (!!), venezuelano a 63, mexicano a 63, boliviano a 88 e
francês a 66,30.
O rol demonstra que não é só o Brasil a vítima do Super
Estado Capitalista sem entranhas; mas o mundo inteiro. Daí
a sua aflição, a sua inquietação, a sua angústia, o seu
desespero. Está mergulhado num pego em que pululam as
sanguessugas e estrebucha sugado por todos os lados na
lama ensangüentada. Um dia, os povos compreenderão a
verdadeira origem de todos os seus males e, então, as bichas
vorazes é nojentas serão duramente castigadas...
Ao empréstimo oneroso faziam-se sobretudo as seguintes
criticas: o tipo da emissão - 88, que nos fazia perder 6%
diante de títulos nossos a 94, em benefício dos banqueiros;
não ter sido a operação posta em concorrência e sim haver
sido entregue diretamente a Rotschild; não se ter procurado renovar com pouca despesa as cautelas dos empréstimos
vencidos: ter-se lançado a operação precocemente, pois,
sendo remota a data de resgate dos empréstimos anteriores,
l..º de dezembro de 1863 e 1.° de abril 1864, os juros da
nova operação começaram a ser contados de outubro de
1863.
Todas essas críticas parecem procedentes. Que valia, porém,
a opinião do rebanho tosquiado contra o poder colossal de
Rotschild, contra o grande abutre que desfraldara no céu da
Europa as largas asas negras depois que se fecharam em
Waterloo as asas de ouro da águia imperial? Para que
concorrências? Pois ele não comprara a exploração do Brasil
desde o centro da terra até as mais altas nuvens do céu. O
povo dos jecas que suasse o suor do trabalho e da angústia,
pagando os juros. O barão de Penedo continuaria a
assombrar Londres com o fausto de suas recepções
diplomáticas.
Há muitas máscaras na história do Brasil que precisam ser
violentamente arrancadas!...
Desde 1824, pagávamos juros, comissões, percentagens e
amortizações. Havia quarenta anos que o Brasil trabalhava.
Entretanto, sem que entrasse nos seus cofres, o ouro se
reproduzia à sua custa no banco dos Rotschild, o ouro
sugava-lhe toda a seiva, o ouro o depauperava. Estava preso
ao eito do senhor judaico que, através de sua influencia
política, se apoiava, para qualquer revolta do devedor
espoliado, nos canhões das formidáveis esquadras da
Inglaterra! Os governos são caixeiros e cobradores de
banqueiros. A isso o liberalismo reduziu a Autoridade!
55
Triste, Triste, desgraçada condição a que nos rebaixava a economia
política cujos postulados eram vitoriosos na época e sempre
insatisfeito, para quem os povos não são mais do que
rebanhos que se tosquiam à vontade.
A cada novo pedido do Governo Imperial, sempre em crise
de dinheiro, o total dos empréstimos se avoluma. O dinheiro
vai também perdendo seu valor aquisitivo. A proporção é
digna de nota. São os juros que se acumulam e rendem juros.
A 12 de setembro de 1865, o barão de Penedo negocia com
Rotschild um empréstimo de £ 5.000.000, valor real e £
6.363.613 - 19 sh. e 2 d. valor nominal. A guerra do Paraguai
obrigava-nos a mais esse sacrifício. Juros: 5 %. Prazo: 37
anos. Comissão: 2 %. Agência ½%. Selo ½%. Capital
recebido: £ 3.700.000! Autorizou a operação o decreto de 6
de julho de 1865. Parte do empréstimo foi convertida em
1889. E do nosso bolso saíram em troca dessas £ 3.700.000 a
bagatela de £ 14.668.950!!
As contas oficiais oferecem estes dados até 1883:
Recebidos 44.444:000$000
Juros pagos 70.910:803$005
Custo total 116.354:655$308
Em 1871, a 23 de fevereiro, o conselheiro e plenipotenciário
José Carlos de Almeida Areas firma novo contrato com
Rotschild, os barões assinalados Lionel, Nathan, Anthony e
Mayer Amschell. O empréstimo é de £ 3.000.000 reais e £
3.459.634 nominais, com 2% de comissão, ½% de corretagem e despesas, tipo 89, juros de 5% e prazo de 38
anos, para “despesas extraordinárias do Império”.
Recebemos em cinco prestações - sempre esse negócio de
turco! - £ 2.670.000, que nos custaram afinal, capital e juros,
£ 10.031.938! Sua autorização está contida na lei n.° 1.764
de 28 de junho de 1870.
Veja-se a conta do Tesouro até 1888:
Recebidos 26.521:746$482
Juros pagos 25.823:122$280
Custo total 39.256:413$152
O custo total está reduzido nesta conta, porque o empréstimo
devia ser liquidado em 1911. Faltavam,. pois, 23 anos de
juros e até 1888 só se tinha amortizado pequena parte,
restando a pagar £ 2.655.900.
O barão de Penedo foi o negociador de nova operação de
crédito com a casa Rotschild em 1875. Assinou-se o contrato
a 18 de janeiro: £ 5.301.191 nominais, tipo 96½ , juros de
5%, e prazo de 38 anos, com a comissão de 2% e a
percentagem de 1% sobre os dividendos, “para despesas
extraordinárias do Império”.
Recebemos £ 4.825.000 e restituímos £ 10.072.263!
Até 1888, quando ainda devíamos £ 4.584.100 de capital e
faltavam 27 anos de juros para 1915, data da liquidação, a
situação era esta: Recebidos 44.444:000$000
Juros pagos 34.446:881$272
Custo total 46.358:888$165
No ano de 1883, no dia 30 de outubro, o conselheiro João
José do Rosário, Diretor do Tesouro Nacional e delegado do
mesmo em Londres, contrata outro empréstimo com
Rotschild: £ 4.000.000 reais por £ 4.599.600 nominais, tipo
89, taxa 4½%, ½% de comissão sobre o resgate, 2¼% de
comissão pura e simples; 1/8% de corretagem e prazo de 3
anos, que as moratórias de 1898 e 1914 prorrogaram por
mais 26. Sessenta e quatro anos ao todo! Some-se tudo e se
terá esta maravilha: por £ 3.650.000 teremos de dar no fim
das contas £ 18.475.128!!
Em verdade, é duro de se dizer, mas chama-se a isso vender,
inconscientemente talvez, mas vender, o futuro da nação!
As contas imperiais até 1888 fornecem-nos estes dados:
Recebimentos 25.552:000$000
Juros 10.158:796$404
Custo 19.136:110$452
Só em 1922 deveria terminar o prazo. Restavam em 1888
trinta e quatro anos de juros e ainda devíamos do capital
nominal de £ 4.599.000 - £ 4.369.900. E só havíamos
recebido em dinheiro de contado £ 3.560.000!
58
Infelizmente, não parou aí a história financeira da
monarquia. Em 1886, a 2 de fevereiro, novo contrato com
Rotschild42. Fê-lo o conselheiro José Antonio de Azevedo
Castro, delegado do Tesouro Nacional na capital inglesa: £
6.000.000 reais por £ 6.421.000 nominais, a juros de 5%,
prazo de 37 anos, 1% sobre os dividendos, ½% sobre os
resgates, 1/8% de corretagem, 1% do capital, para
pagamento da dívida flutuante. Vede como é antiga, já vem
de longe e nos nossos dias ainda continua a flutuar. É tão
pesada e nunca vai ao fundo! São £ 5.700.000 que entram e
custarão £ 11.897.350.
Em 1888, devíamos ainda £ 6.398.900 de capital, mais do
que o empréstimo lançado e muito mais do que a soma
recebida, em virtude do desconto do tipo e do acréscimo das
comissões e percentagens pagas a Rotschild e postas no
nosso passivo. O empréstimo rendeu em moeda brasileira
52.662.738$556 e custou até 1888 de juros e amortizações
8.496:547$634. Ponham-se em cima disto os juros, as
amortizações e as diferenças de cambio até 1927, fim de seu
prazo, é se recuará de espanto em presença da formidável
quantia,
Não importa para o calculo de juros feito pela formula trivial
de juros que os empréstimos tenham sido convertidos mais
adiante, porque as conversões somente fazem piorar a
situação. Os prazos se alongam, os juros continuam a correr
acrescidos dos juros-atrasados, incorporados ao capital,
tornados capital. Se algum erro se cometeu, foi para menos.
O ministério da Fazenda tratou diretamente com Rotschild o
penúltimo empréstimo do Império, estando na pasta o conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, em 1888, de £
6.000.000 reais e £ 6.257.200 nominais, tipo 97, juros de
4½%, 1½% de comissão, 1% de corretagem e prazo de 37
anos. Produziu £ 5.820.000 pelas quais pagaremos um total
de £ 8.260.304 de juros e £ 6.257.300 de capital ou sejam £
14.548.885. Quase quinze milhões!
O derradeiro empréstimo do regime imperial, negociado pelo
conselheiro José A. de Azevedo e Castro, delegado do
Tesouro, com Rotschild, destinado à conversão dos
empréstimos de 1865, 1871, 1875 e 1888, foi o de 1889, de £
17.213.500, tipo 90, juros de 5 % e prazo de 56 anos, isto é
até 1945! Rendeu £ 15.492.150 pelas quais daremos £
55.571.740!!! Esta operação foi ratificada pelo Governo
Republicano em 1890, a 29 de abril, assinando pela
Republica o mesmo conselheiro que assinara antes pelo
Império.
Os números tornaram-se quase astronômicos.
Segundo Amaro Cavalcanti43
, o Império legou à República
uma divida estrangeira total de £ 30.283.200 de capital, não
se computando nela os monstruosos juros a serem pagos.
Essa dívida começara em 1824 modestamente com £
3.000.000, em duas fornadas e varias prestações, mediante
um contrato leonino. Havíamos pago juros e amortizações
continuamente com graves sacrifícios para a.economia
nacional.
Do dinheiro das escandalosas, ruinosas e onerosas
ou tristes operações realizadas, pouca, muito pouca cousa
nos tinha servido para o desenvolvimento de linhas férreas, o
pagamento de despesas de guerra ou de dividas internas. A
quase totalidade destinara-se sempre a pagar remanescentes, excedentes, juros vencidos e acumulados das dividas
estrangeiras. E, após 65 anos de trabalho ininterrupto,
devíamos dez vezes mais!
Tínhamos sido uma colônia dos Rotschild e somente dos
Rotschild, porque, pelas operações feitas
subseqüentemente às contratadas com outros banqueiros,
eles haviam monopolizado todas as nossas dívidas. E
afirmavam tanta confiança em nós que, com os títulos
brasileiros, dotavam as filhas nos festivos dias de núpcias...
Muita honra. para um pobre marquês de carregação como o
Brasil!
Parafraseemos uma advertência inspirada de Chamberlain, o
erudito autor de “As origens do século XIX”: E nós,
predestinados por tudo a dar vida a uma nova concepção do
mundo, mais profunda, mais humana, mais elevada do que
qualquer outra; para iluminar com sua luz e vitalizar com seu
calor toda a nossa cultura nós nos amarramos com as
próprias mãos ao carro triunfante de Israel e seguimos
cabisbaixos como escravos as arcas carregadas de ouro do
capitalismo sem pátria!
Durará isso para sempre? Será esse o nosso trágico destino?
Seremos servos humildes do judaísmo capitalista de
Rotschild ou escravos submissos do judaísmo comunista de
Trotski, pontos extremos da oscilação do pêndulo judaico no
mundo? Ou encontraremos no fundo dá alma nacional aquele
espírito imortal de catequizadores, descobridores,
bandeirantes e guerreiros, único que nos poderá livrar de
ambos os apocalipses?
Desperta Brasil, “adormecido eternamente em berço
esplêndido”, desperta e caminha! Já é tempo de fazeres retinir e retilintar as tuas algemas, amedrontando os que te
vendem ainda e os que te têm comprado!
Cap. II OS EMPRÉSTIMOS DA REPÚBLICA 34
Cap. III OS EMPRÉSTIMOS DOS ESTADOS 52
Cap. IV OS EMPRÉSTIMOS DOS MUNICÍPIOS 62
Cap. V OS EMPRÉSTIMOS E A MOCIDADE BRASILEIRA 67
Cap. VI O CONDOR PRISIONEIRO 75
ESQUEMAS E MAPAS 80
APÊNDICE 77
BIBLIOGRAFIA 103
https://archive.org/details/brasilcoloniadeb1934gust
Notas:
1
Henry Koster – “Travels in Brazil”. 2
Oliveira Martins – “História de Portugal”. 3
Oliveira Martins – op. cit. de Oliveira Lima – “D. João VI no Brasil”.4 “Relatório” da Comissão de Sindicância do Instituto de Café sobre os negócios de Murray & Simons. 5
Martin Luther – “Von Kraufhandlung und Wucher”.6
Castro Carreira – “História financeira e orçamentária do Império do Brasil desde sua fundação”.7
Verdadeira curée! Um avanço! A urubuzada do ghetto financeiro da City se atirou sobre a presa recémnascida.
Se não, vejamos: Richard Campbell Baseth, David Colvin, John Farquhar e James Gathorne
Remington, formando o consórcio – Baseth, Farquhar, Chrawford & Cia.; Edward Fletcher, James Alexander,
Henry Pascher e Charles Dashwood Bruce, formando o Fletcher, Alexander & Cia.; e Thomas Wilson & Cia.
Guardai de memória os nomes! Alguns ainda remanescem em negociatas por aqui... É a terceira geração que
ainda quer os restos da carniça que engordou a primeira e engordou a segunda...8
No discurso em que saudei na Academia Brasileira, como seu Presidente, o escritor teatral Barão Henri de
Rotschild. 9
Chamberlain – “Die Gründlagen das zwantzische Iahrhundert”. 10
Calixto de Wolski – “La Russie Juive” – Avant-Propos. 11
Ehrenberg – “Zeitalter der Fugger”. 12
Ludwig Keller – “Die Anfänge der Reformation und die Ketzerschulen”. 13
Schoenhof – “A history of money and prices”. 14
Chamberlain – “Die Gründlagen das zwantzische Iahrhundert”. 15
“Liber Deuteronomii” – Caput XII – v. 16: “Devorabis omnes populos, quos Dominus Deus tuus daturus
est tibi”. 16
“Exposição das negociações do empréstimo brasileiro em Londres”. 17
Antonio Augusto de Aguiar – “Vida do marquês de Barbacena”. 18
Calixto de Wolki – “La Russie Juive”. 19
No Quand Israel n’est plus roi de Jerôme e Jean Tharand, se lê: “...dans la Jerusalém marxiste elevée sur
lês bords du Danube, Bela Kun et ses acolytes n’ont fait régner que la sottise, la cruauté et le sadisme.” 20 Pro Flacco: XXVIII. 21
A câmbio de 47, que era o da época. 23 Ao examinar o leitor as diversas contas do Tesouro que publicamos não esqueça de levar em conta as
variações do câmbio, que são, às vezes, violentas.24
Edmond Picard – “Le droit pur”. 25
Calixto de Wolski – “La Russie Juive” – Avant-Propos. 26
Leia-se a exposição sobre nossos empréstimos feita à Constituinte pelo ministro Osvaldo Aranha e ver-se-á
que tenho razão de sobra no que aí digo. 27
Francisco Gomes da Silva – “Memórias”.
28
Candido de Oliveira – “Sistema Financial do Brasil”. 29
As exageradas contas de Barbacena que tanto desgostaram D. Pedro I. O total das despesas diplomáticas foi
de 300.000 libras. 30
Em 1842!33
Barões Lionel, Anthony, Nathaniel e Mayer Amschell de Rotschild – barões assinalados.31
Seu filho, o Visconde de Barbacena 37
Viktor Hehn – “Gendanken über Goethe”. 38
Chamberlain – “Die Gründlagen des XIX.es Iahrhundert”. 39
“Anuário da Bolsa do Rio de Janeiro”, (1931). 40
Penedo. 41
A carta está catalogada nos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 42
Barões Nathan Mayer, Alfredo, Carlos e Leopoldo. 43
Amaro Cavalcanti – “Resenha financeira do Ex-Império do Brasil”.file:///C:/Users/Marilda/Downloads/Brasil,+Col%25C3%25B4nia+de+Banqueiros+-+Gustavo+Barroso%255B1%255D%20(2).pdf