terça-feira, 22 de novembro de 2011

Decodificando o Discurso: A divisão do estado do Pará e Adeus ao nosso URÂNIO

Terça-feira, Novembro 22, 2011


Por Guilhermina Coimbra*

Decodificar o discurso significa trabalhar em benefício de todos, tentando fazer compreender os discursos competentes de autoridades nacionais, internacionais e da mídia, na melhor das hipóteses, desinformada. Decodificar o discurso significa tentar esclarecer em linguagem didática, fornecendo argumentos para que, devidamente esclarecida a população brasileira possa mudar o curso das políticas que os discursantes pretendem para o Brasil.

A proposta de divisão territorial, no Brasil, começou quando Portugal manteve na América o Estado do Brasil e o Estado do Maranhão e Grão-Pará, cada um com governador próprio, leis próprias, idem funcionários.

O Padre Vieira face à pressão dos colonos para que o Rei de Portugal transformasse as então Capitanias da Região Norte em entidades autônomas, ao escrever carta ao Rei em 4 de abril de 1.654, utiliza o seguinte argumento singular – muito atual e relevante: “Digo, Senhor, que menos mal será um ladrão que dois, e que mais dificultoso será de achar dois homens de bem que um só.” No sermão, em Lisboa, perante membros da Corte, Juízes, Ministros e Conselheiros da Coroa, o padre Vieira, recém-chegado do Maranhão, acusou-os dizendo que eles conjugavam o verbo furtar em todos os tempos, modos e pessoas: “Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Esses mesmos modos conjugam por todas as pessoas: porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as terceiras quantos para isso têm indústria e consciência”. Padre Vieira chama o próprio Rei de Portugal às suas responsabilidades, concluindo:"Em qualquer parte do mundo se pode verificar o que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém...companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e os poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente, seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo" Somente em 1823, um ano após a Independência, o Grão-Pará se unificou, aderindo ao Estado independente do Brasil.

Os dois novos Estados – Carajás e Tapajós – se criados, significará que os contribuintes de fato e de direito do Brasil estarão tendo os seus pagamentos de tributos desviados para pagar mais Poderes, em Carajás e em Tapajós (Poder Executivo: Governador mais Secretários de Estado; Poder Legislativo: Assembléia Legislativa com mais Deputados Estaduais e Câmara de Vereadores, com mais Vereadores para os novos Municípios dos Estados criados; Poder Judicário: Desembargadores no Tribunal de Justiça de Carajás, Desembargadores no TJ de Tapajós e juízes na primeira instância de cada um dos TJs; mais Tribunais de Contas com Ministros em Carajás e Tapajós; e infra-estrutura para todos eles. Se vai haver um Plebiscito esse Plebiscito tem que ser nacional, porque, o ônus da decisão afetará o bolso de todos os contribuintes brasileiros e não apenas aos interesses dos residentes no Estado do Pará. Será um verdadeiro abuso, obrigar os contribuintes de Norte a Sul do País a suportar também as despesas dos Estados que pretendem criar. Os contribuintes não querem suportar essa despesa monstruosa: os tributos arrecadados são para serem distribuídos pela Caixa do Tesouro Nacional entre os setores carentes do país, ou seja, infra-estrutura: saúde, educação, saneamento básico, transportes etc..

Se vivo estivesse o Padre Vieira, certamente ele alertaria a PresidenCcia do Brasil para o fato relevante de que, na área de Carajás existe muito urânio - o combustível do Século - a razão principal pela qual os espertíssimos interessados estão comprando fazendas imensas em hectares na área, aguardando as contratações milionárias - vez que o urânio, minério nuclear, está monopolizado (art. 177, V, da Constituição Federal/88), e beneficiado pode fornecer energia gratuita para o Brasil, para o povo brasileiro. NO ENTANTO, a União pode contratar com empresas privadas ou públicas etc..

O Brasil amigo e inclusivo merece e exige respeito.



* Guilhermina Coimbra é docente adjunta de Direito Público e Privado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Membro do Conselho da Federação Interamericana de Advogados/FIA, Washington, D.C.; Vice-Presidente do Comitê Educação Jurídica e Advocacia da FIA; Coordenadora da Comissão Permanente de Direito Internacional do Instituto dos Advogados Brasileiros/IAB, Presidente: Luiz Dilermando de Castelo Cruz; Membro da Comissão Permanente de Direito Constitucional do IAB, Presidente e Vice Presidente: Ministros Bernardo Cabral e Célio Borja; Membro da Comissão Permanente de Direito Ambiental do IAB, Presidente Professor /UFPa. Adherbal de Meira Mattos; Conferencista do Curso de Direito Internacional, promovido, anualmente no Rio de Janeiro, Brasil, agosto, 2004 - pelo Comitê Jurídico Interamericano da Organização dos Estados Americanos/OEA/Washington, D.C. ;Primeiro Prêmio pelo Melhor Trabalho apresentado na Conferência da FIA, em Madri, Espanha, junho, 2004 – Publicado na revista da FIA, em 2004.


COIMBRA, Guilhermina. Decodificando o Discurso: a divisão do estado do Pará. Revista Eletrônica Estratégia Brasileira de Defesa – A Política e as Forças Armadas em Debate, Nº 49, Rio, 2011 [00-28-11-1983].

O Brasil dos binômios estratégicos: uma crítica ao desenvolvimento nacional


ESG

Por Fernanda das Graças Corrêa [1]



A bandeira (...) tinha de representar também o presente, o novo regime, e o futuro. A divisa “Ordem e Progresso” cumpria esse papel. De um mundo até então dividido entre as duas tendências, com excessos de ordem sendo substituídos por excessos de progresso, passava-se, em consequência das descobertas científicas da dinâmica social do Mestre, a uma concepção que unia os dois pólos. Tal concepção era a base da nova dinâmica de confraternização universal, prenúncio da fase final da evolução da humanidade. A conciliação seria (...) aspiração atual de todo o povo brasileiro. [2]


O Progresso da Segurança: uma ordem sem desenvolvimento

É impossível dissociar a História do Brasil dos militares, sejam de natureza portuguesa, nativa ou mesmo negra. Foi baseado nesta tipologia étnica que o Exército Brasileiro afirma que sua história remonta ao século XVI, durante a Guerra de Guararapes, na qual portugueses, nativos e negros se uniram para expulsar os invasores holandeses da colônia até então portuguesa. De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, a crença dos militares brasileiros de que poderiam intervir na política quando julgassem necessário remonta ao período regencial. Além disso, havia uma crença de que os militares estavam identificados com o espírito nacional. [3]

Sob a égide do binômio “Ordem e Progresso”, em 15 de novembro de 1889, a República foi adotada como forma de governo no Brasil. “Daí em diante [os militares] julgaram-se donos e salvadores da República, com o direito de intervir assim que lhes parecessem conveniente” [4]. Embora o movimento que conduziu ao Golpe à Monarquia tenha contado com ampla participação de militares, não seria possível instituir a República sem o apoio da elite econômica cafeicultora da época. Tanto Carvalho quanto Penna concordam que o apoio dos latifundiários foi fundamental à queda da Monarquia. Isso significava que, promovendo a ordem, os militares estariam assegurando o progresso. Este binômio coexistiu nos diferentes governos que se seguiram no Brasil até então. Apesar das próprias divergências existentes entre Getúlio Dorneles Vargas (1930-1945 e 1951-1954) e os militares, principalmente, na década de 1950, estes últimos continuaram preservando“Ordem e Progresso” em suas doutrinas.

Para entendermos bem o pensamento que norteou a Doutrina de Segurança Nacional e que concebeu o binômio “Segurança e Desenvolvimento”, base política, econômica e social dos governos militares, temos que analisar como, sociologicamente, a política parece ser tão íntima dos militares. Segundo o sociólogo Edmundo Campos Coelho,

Forças Armadas e Sociedade Civil são expressões e componentes de algo mais profundo que as transborda: o sentido de comunidade. É este o substrato que define a natureza do elo íntimo que as atrela mutuamente. Por isso mesmo, e estando as Forças Armadas sob o impacto de fatores desagregadores que fluem da sociedade civil, a liderança militar institucional haverá de seriamente considerar a alternativa de nela intervir como condição do sucesso da regeneração estrutural da organização militar. [5]

É a própria política que legitima a participação dos militares nas diversas esferas das atividades nacionais. Isto significa que, desde sempre, os militares incorporam para si teorias a respeito da natureza da sociedade civil, da natureza da organização militar e da relação entre ambas. Ao retornarem da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), estas certezas se tornaram ainda mais evidentes para o oficialato brasileiro. Era preciso que houvesse no Brasil uma instituição militar que se preocupasse com as questões nacionais, tanto na esfera da segurança, quanto na esfera do desenvolvimento. Realizando estudos que resolvessem estes problemas, os militares estariam assegurando a ordem e o progresso. Assim, em função da conscientização militar de que o Brasil deveria exercer um papel estratégico interna e externamente, a Escola Superior de Guerra (ESG) foi criada, em 1949, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). Os militares que ali desenvolviam seus estudos e promoviam discussões passaram a absorver conhecimentos multidisciplinares que influenciaram diretamente suas visões de mundo e o próprio pensamento estratégico nacional. As aulas eram ministradas também por oficiais estrangeiros, em especial, estadunidenses, os quais colaboraram e exerceram influências sobre a Escola e os seus programas de trabalho. Segundo o general Ernesto Geisel (1975-1979), a ESG foi importante, porque conseguiu


transmitir para uma boa parte do setor civil, mais responsável, informações e estudos sobre o problema da segurança no país, mostrando que aquele não era um problema só dos militares, mas de toda a nação. (...) É a maioria da nação que vai dar os meios, os recursos etc para defender o país. Havia a noção no Brasil, e talvez ainda haja na cabeça de muita gente, de que a guerra é um problema só dos militares. No entanto, a guerra é também um problema dos políticos, dos economistas e das demais forças vivas da nação. [6]


Sobre a criação da ESG, teses se conflitam: (1) o cientista político René Armand Dreifuss sustentava que a criação dessa instituição está vinculada à ideologia estadunidense de combater o comunismo e (2) Nilson Borges, também cientista político, sustenta que a criação da ESG está vinculada a necessidade de aproximar civis e militares.

Dreiffus afirmou, que,


a ESG incorporou em solo brasileiro as idéias e as atitudes maniqueístas dominantes no cenário internacional da Guerra Fria. Como uma instituição, a ESG encorajou dentro das Forças Armadas normas de desenvolvimento associado e valores empresariais, ou seja, um crescimento cujo curso industrial foi traçado por multinacionais e um Estado guiado por razões técnicas e não políticas. [7]


Independente das motivações políticas que promoveram a criação da ESG, naquele momento, a ESG era uma das únicas instituições superiores no País, capaz de concentrar estudos nas áreas de relações internacionais, geopolítica e estudos estratégicos. Assim, mantendo as bases políticas ideológicas que remontavam o advento da República, os militares substituíram a palavra “ordem” por “segurança” e “progresso” por“desenvolvimento”. Por ser uma instituição elitizada, aqueles que compartilhavam dos ambientes desta Escola, novamente, se julgaram os únicos capazes e qualificados para promover “segurança e desenvolvimento”. Os civis que eram convidados a fazer parte dos quadros de estudos desta escola exerciam funções chave na economia nacional. “Os civis era voluntários, mas aceitos pela sua qualificação profissional, pelas funções que exerciam na vida nacional, na indústria, no comércio ou no próprio governo, inclusive no Itamarati.”[8] O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), criado em 1961, foi um dos instrumentos utilizados pelos civis e militares pertencentes ao corpo da ESG para preparar o País para o Golpe de 1964. Dreiffus afirmou, que, o IPES é “uma organização de classe que reunia a elite orgânica do novo bloco de poder e que expressava, integralmente, a ideologia subjacente aos interesses financeiro-industriais multinacionais e associados” [9].Este Instituto era a instituição, por meio da qual, os empresários preparavam documentos, seminários e filmes, que eram disseminados nas empresas, nos grêmios estudantis e nos sindicatos, para influenciar a sociedade brasileira a receber com passividade a ideologia golpista. Conforme afirma a jornalista Denise Assis, “a propaganda massiva e cientificamente preparada por aquele Instituto durante dois anos, hoje se sabe, pavimentou a queda do governo de Jango.” [10] Outra instituição importante foi o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD). Esta instituição recebia capital vindo ilegalmente do exterior e do empresariado brasileiro e financiou a campanha de conservadores com o objetivo de criar uma bancada favorável ao Golpe. A crise econômica que o Brasil vivenciava na década de 1960 associada à possibilidade de que o presidente João Goulart (1961-1964) promovesse um golpe comunista no Brasil fez com que parte do oficialato militar e parte da elite empresarial brasileira colocassem em prática o planejamento estratégico discutido e disseminado a partir dos estudos realizados na ESG. Este planejamento foi compilado por Golbery do Couto e Silva (1911-1987), transformado em livro, em 1981, pela Universidade de Brasília (UnB). É possível afirmar que Golbery foi um dos principais teóricos no preparo e na tomada do poder político em 1964. A maior parte dos generais que presidiram o Brasil compartilhava estudos e experiências com o general Golbery, em especial, o general Geisel, os quais, geralmente, realizavam trabalhos e exercícios juntos na ESG. Nesta compilação, Golbery buscou fomentar discussões e disseminar estudos, embora marcadamente ideológicos, sobre o conceito estratégico nacional. Para ele, o Poder Nacional era definido pela soma dos poderes político, econômico, psicossocial e militar. A importância de um sobre o outro se daria na variação do tempo e do espaço. De acordo com os pressupostos teóricos de Golbery, para se atender aos requisitos dos Objetivos Nacionais Permanentes (ONP) era preciso eliminar as superestruturas ideológicas e as racionalizações, especialmente, as que geram egoísmos e interesses mais agressivos. Isso significou que houve uma nova interpretação da política doméstica e da política internacional. O comunismo era uma ameaça para a estabilidade política e também para a estabilidade econômica nacional. A relação militar-empresariado compreendeu, que, o comunismo, ao propor reformar as bases sociais da sociedade, se tornava ainda mais atraente. Assim, se os militares também reformassem as bases sociais do País, o comunismo deixaria de ser tão atraente. Com o apoio do empresariado, os militares, nas décadas de 1960 e 1970, maximizaram aproximações comerciais com os Estados Unidos e com a Europa. Grande papel também tiveram nestas aproximações os diplomatas, os quais atuaram, no cenário internacional, com maior autonomia. Foi neste período que houve um surto de consumo de eletrodomésticos no Brasil. A entrada destas empresas estrangeiras no Brasil contribuiu demasiadamente para amenizar a sensação de instabilidade política e a ilusão de uma economia em crescente ascensão. O sucesso relativo da permanência dos militares no início da década de 1970, em especial, em função do chamado Milagre Econômico Brasileiro, serviu também como justificativa para a permanência dos militares no poder ao longo da década de 1970 e da década de 1980. De acordo com o planejamento estratégico de Golbery, chegando a este estágio, de relativa segurança e desenvolvimento, havia chegado o momento de devolver o poder político aos civis. Segundo Geisel, uma das maiores decepções de Golbery em relação ao general João Batista de Oliveira Figueiredo (1979-1985) foi que este não deu continuidade ao planejamento estratégico, do qual ambos participaram da preparação. O ápice da decepção foi o frustrado atentado terrorista no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1981, quando ocorria um show comemorativo ao Dia do Trabalho, no Riocentro, e uma bomba explodiu. Golbery queria que Figueiredo apurasse o atentado, mas, segundo Geisel, “Figueiredo preferiu ficar com os companheiros do Exército em vez de apurar direito o fato. Mandou apurar, mas a apuração foi tendenciosa.” [11] De acordo com o inquérito oficial, os militares que foram feridos transportando a bomba no carro, mesmo sendo do Destacamento de Operações de Informações do 1º Batalhão da Polícia do Exército [12], foram vítimas de um atentado terrorista. Nas palavras de Geisel: “ali Figueiredo fez uma opção. Figueiredo tinha sido muito soldado, tinha suas ligações com o Exército e possivelmente colocou isso em primeiro lugar.” [13] Para Golbery, Figueiredo havia recrudescido na tarefa de realizar a abertura política, o que significava uma traição aos princípios que haviam norteado a formulação do planejamento estratégico que compartilharam desde a década de 1950. Após o incidente no Riocentro, Golbery pediu demissão do cargo de ministro da Casa Civil, cargo que ocupava desde 1974. Em 15 de março de 1985, após o falecimento de Tancredo Neves, José Sarney assumiu a presidência da República. Sarney assumiu a presidência, mediante um país instável político e economicamente. Independente das variáveis que motivaram Figueiredo a abrir mão da continuidade dos militares no poder, encerrava-se junto com o mandato de Figueiredo o planejamento estratégico elaborado no seio da ESG. A saída dos militares do poder, por meio de uma política conciliatória, foi positiva para a segurança da própria redemocratização, pois, ao mesmo tem que anistiava torturadores, anistiava também militantes políticos.

Nem Segurança nem Desenvolvimento

O governo de Sarney foi um governo de transição, no qual, este presidente foi forçado a mediar diversos interesses a fim de que o processo de redemocratização não fosse ameaçado. Os cientistas políticos Jorge Zaverucha e Eliezer Rizzo de Oliveira concordam que o governo Sarney se caracterizou por uma tutela militar, na qual os militares pressionavam e ameaçavam o Governo, a sociedade e o Congresso Nacional ao se apresentarem como os condutores que asseguravam o apoio ao presidente Sarney e ao sistema político. [14] No entanto, há de se considerar que por ser um processo de transição política, o próprio papel das forças armadas se encontrava indefinido naquele momento. Não havia uma Constituição que fosse válida para aquele momento. Apesar da promulgação da Constituição de 1988, o papel das Forças Armadas brasileiras permaneceu indefinido. De acordo com a Constituição,


as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. [15]


Contudo, em nenhuma parte a Constituição menciona o papel estratégico das Forças Armadas. Ao longo da década de 1990, os investimentos e o apoio à defesa nacional foram escassos. A palavra “segurança” passou a ser um termo extinto do vocabulário do Governo. A aproximação política e econômica com os EUA, de forma unilateral, promoveu um processo de desnacionalização do País, caracterizado, em especial, pelo Programa Nacional de Desestatização. Na política internacional, o discurso neoliberal e global vencia os discursos mais nacionalistas. O papel das Forças Armadas passou a ser irrelevante no continente americano diante desses discursos. Na política doméstica, discutia-se, inclusive, o fim das Forças Armadas. Salvos alguns projetos estratégicos militares, levados a cabo pelo esforço orçamentário das próprias forças, como os aviões de caça do consórcio italiano AMX e o projeto do submarino nuclear brasileiro, raros foram os discursos e argumentos favoráveis às Forças Armadas nacionais. Embora os governos que se seguiram ao longo da década de 1990, em especial, os do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, tenham seguido um planejamento estratégico de curto prazo, faltou a instituição de um planejamento estratégico a médio e longo prazos. Além disso, diferente do movimento político que ocupou o Governo na década de 1960, os grupos políticos que assumiram o Governo na década de 1990, desconsideram uma maior participação social nas discussões estratégicas. Toda esta combinação contribuiu para distanciar ainda mais a relação dos militares com a sociedade civil. Nas palavras de José Murilo de Carvalho, a sociedade permaneceu “bestializada” diante dos acontecimentos políticos que seguiram no País. A política continuou a fazer parte, exclusivamente, do ofício dos políticos.


Por o Brasil ser um país, histórica e culturalmente, submisso aos valores estrangeiros, iniciativas de desenvolvimento científico e tecnológico nacional eram percebidas pelos políticos como obsoletas e de pouca valia para o desenvolvimento nacional. Poucos foram os governos brasileiros, ao longo do século XX, que, priorizaram tecnologias nacionais ao invés das estrangeiras. O termo ciência, ora pertencia ao vocábulo do Governo brasileiro, ora havia outras prioridades.


A Inovação como caminho para o Desenvolvimento


Diante da crise econômica no final da década de 1990 e do próprio fracasso em que se encontrava a economia nacional neste período, uma reflexão social mais nacionalista e antiestadunidense tomou parte do cenário político regional. Esta reflexão assentou-se em países como Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Peru, Uruguai, Venezuela. No Brasil, em especial, esta reflexão repercutiu na ascensão de Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010), ex líder sindical que concorria para a presidência do Brasil desde 1989, pelo Partido dos Trabalhadores. Nestes discursos mais nacionalistas, o presidente Lula afirmava ser a ciência a promotora do desenvolvimento sócio econômico nacional. Por os binômios estratégicos, como “ordem e progresso” ou “segurança e desenvolvimento” ser algo inerente a instituição política nacional, poderíamos afirmar que “ciência e desenvolvimento” seria o novo binômio estratégico que o Governo brasileira estaria pautando. Afinal, foi a partir do Governo Lula que a ciência ganhou o status de política de Estado. Numa análise do economista Renato Dagnino sobre o discurso de Lula para a comunidade científica, em 2007, é possível depreender como o Governo buscou envolver a ciência e o desenvolvimento nacional. Importante destacar que Lula e seu ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, se encontravam no Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) a fim de visitar o Laboratório de Integração e Testes. Nesta visita, o presidente do INPE, Gilberto Câmara, anunciou a data de lançamento do terceiro satélite do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-2B). De acordo com Dagnino, Lula discursou o seguinte:


(...) na medida em que nós não fizemos lições que outros fizeram [alfabetização, reforma agrária, distribuição de renda], nós somos um país dividido entre gente que participa do Brasil de ponta, tecnológico, avançado, como todos vocês participam. Ao mesmo tempo, temos um país onde o estoque de pessoas marginalizadas começa a causar preocupação e incertezas na sociedade. (...) O desafio que está colocado para nós, agora, depois de visitar o INPE, é provar que nós somos capazes de fazer isso


Dagnino afirma que, foi “a primeira vez que um governante se refere com tal densidade política a aspectos que, é importante enfatizar, quase nunca são reconhecidos - e, muito menos, mencionados” [16]. Para uma análise mais profunda sobre o papel das elites no Brasil podemos citar o economista Luiz Carlos Bresser Gonçalves Pereira. Bresser-Pereira afirmava, que,


o desenvolvimento só é possível a partir de uma estratégia nacional: os países hoje desenvolvidos alcançaram esse estágio porque tiveram e ainda têm um claro conceito de Nação, e porque seus cidadãos não têm dúvida quanto ao dever do governo de defender o trabalho e o capital nacionais. [17]


Bresser-Pereira acrescenta que, as elites brasileiras, alienadas e cosmopolitizadas, eram co-responsáveis pelo atraso econômico brasileiro. Apesar do salto qualitativo em matéria de ciência e tecnologia, o Brasil ainda possui graves problemas sociais. Tanto Dagnino quanto Bresser-Pereira concordam que as elites brasileiras continuam desinteressadas pelas questões nacionais, o que Lula apontou como um problema estrutural e que se configura como uma barreira ao desenvolvimento. Dagnino concluiu sua análise sobre o discurso de Lula afirmando, que, “seu tom [o de Lula] pareceu sinalizar para uma inflexão na política de C&T que abra espaço para o engajamento da comunidade de pesquisa de esquerda na construção de um Brasil mais justo e democrático” [18].


O subdesenvolvimento atravessou o século e persistiu como vocábulo de maior importância no discurso e nas práticas governamentais. Recentemente, outra palavra tem ganhado cada vez mais status de política de Estado: inovação.


Em discurso de posse à presidência, Dilma Rousseff (2011-), ex militante política nos tempos da ditadura, afirmou o seguinte:


temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e para a inovação como instrumento fundamental de produtividade e competitividade do nosso país. [19] 


Em 1993, promulgou-se uma lei que pode ser considerada um marco inicial nas políticas públicas de incentivo à ciência, tecnologia e inovação. [20] Contudo, estas políticas, que concediam incentivos fiscais às atividades de pesquisa e desenvolvimento, se destinavam mais ao setor industrial. Atualmente, houve uma compreensão no Brasil, por parte das próprias comunidades científica e empresariais, que, sem a capacidade de inovar, qualquer conhecimento científico se torna vulnerável no tempo e no espaço. De acordo com a economista Ana Célia Castro, “a opção pela inovação deve ser “radical”, subordinando a política científica e tecnológica e a busca de solução para os desequilíbrios regionais e sociais, tais como a fome e a miséria” [21]. Corroborando com tal afirmação, podemos citar também a pesquisa realizada por Luiz Ricardo Cavalcante, técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (DISET) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), “há um amplo reconhecimento da associação entre inovação e desenvolvimento econômico e social, bem como da necessidade de se adotarem políticas públicas de inovação, formando-se uma espécie de “consenso difuso” dificilmente contestado” [22]. O que Cavalcante considera um“dissenso confuso” é a ausência de uma estrutura institucional adequada à implementação das políticas públicas de inovação. Ele conclui seu trabalho afirmando, que, é preciso evitar a pulverização de recursos e estabelecer prioridades aderentes às necessidades do país.


É possível perceber que, ainda no atual Governo, não há um consenso para a formulação de um planejamento estratégico nacional, com conceitos e diretrizes próprias. No entanto, é possível perceber um esforço de setores do Governo para fomentar e institucionalizar incentivos à inovação seja em âmbito cultural, social, econômico, político, científico, tecnológico e militar. Se quisermos mensurar o Poder Nacional atual, não podemos deixar de citar qualquer uma destas variáveis.


Exemplificando este esforço podemos citar o Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD), o qual é uma pesquisa mensal realizada pelo IPEA que busca captar “se o desenvolvimento vivido pelo país contempla os requisitos de crescimento econômico com distribuição dos frutos do progresso” [23]. Este Índice é analisado mediante a três variáveis: qualidade do crescimento, qualidade da inserção externa e qualidade do bem-estar. O IQD referente ao mês de agosto registrou elevação no nível de desenvolvimento nacional, contudo, o Brasil ainda se encontra numa área de instabilidade. De acordo com o assessor técnico da Presidência do IPEA, Sandro Sacchet de Carvalho, este Índice “é uma ferramenta para discutir quais caminhos o desenvolvimento brasileiro percorre e para estudar correções na sua trajetória” [24].


O Governo de Dilma apresenta-se como uma continuidade das reformas de bases instituídas pelos dois mandatos presidenciais de Lula. De fato, as políticas assistencialistas têm contribuído para elevar o nível de desenvolvimento sócio econômico nacional. Com maiores oportunidades de acesso à educação, a sociedade está se tornando mais capacitada e qualificada para julgar aquilo que é de interesse nacional, podendo assim, auxiliar o Governo na formulação de uma política estratégica que atenda aos reais anseios da nação.


Se pudermos ousar em denominar o binômio estratégico que evoluiu com história e acompanha o novo momento vivenciado pelos brasileiros, poderíamos convencioná-lo de“inovação e desenvolvimento”. Ao que parece, este binômio estratégico é o que norteará o futuro planejamento estratégico nacional.


Ainda não é possível se vislumbrar um esboço do que seria um planejamento estratégico nacional, tal como fizeram os militares, na década de 1950, mas é possível perceber uma maior ascensão e uma participação social nas tomadas de decisão política, tal como idealizava Golbery em suas complexas reflexões sobre os problemas nacionais.


Renovação do pensamento estratégico militar ou uma Nova Defesa?


No que se refere ao planejamento estratégico militar, ao que parece, os militares estão bem mais avançados do que a sociedade civil. A dúvida sobre este planejamento estratégico recai na questão se é uma continuidade do pensamento militar produzido a partir do seio da ESG ou uma nova reflexão sobre a Defesa que o Brasil necessita. Diante das perspectivas e expectativas políticas, econômicas e sociais atuais de crescimento, pensar estrategicamente em defesa se torna imperativo. Desde a década de 1990, o Brasil dispõe de duas políticas de defesa nacional. Em dezembro de 2008, o Ministério da Defesa lançou a Estratégia Nacional de Defesa. Em breve, o Ministério da Defesa lançará o Livro Branco da Defesa. A participação de especialistas, acadêmicos, empresários e políticos vêm ganhando cada vez mais espaço nas discussões em torno da Defesa Nacional.


Como elucidado, Golbery já vislumbrava desde a década de 1950 a participação da sociedade civil nas questões ligadas à política internacional. Geisel, seu parceiro indubitável, também elucidou que a Guerra era importante demais para ser ofício exclusivo dos militares. Contudo, se já havia um pensamento que ilustrava a participação da sociedade civil nos assuntos militares, o que há de novidade no planejamento estratégico a médio e longo prazo das Forças Armadas? Como foi demonstrado, há políticas de incentivo à inovação em diversas esferas das atividades sociais. A maior democratização dos assuntos referentes à defesa, a nova orientação das políticas de alianças regionais em matéria de defesa, a priorização de processos de absorção tecnológica, uma maior valorização da cultura nacional, possibilitando a criação de uma cultura de defesa entre outros podem ser consideradas variáveis que configuram um novo pensamento em matéria de defesa no Brasil. Além disso, ao que parece, os militares têm se demonstrado em conformidade com as suas funções constitucionais, mesmo em momentos de desordem e instabilidade política, como os que ocorreram no início da década de 1990.


As relações entre militares e civis têm se tornado cada vez mais densas e eficientes em matéria de defesa. Além disso, por suas vastas experiências em matéria de desenvolvimento científico e tecnológico, os militares têm se tornado cada vez mais úteis em programas científicos e tecnológicos de outros setores produtivos. Isso significa que as preocupações com o desenvolvimento sócio econômico nacional têm se tornado cada vez mais importante em relação aos ressentimentos em função da ditadura.


Conclusão


Como bem salientou Lincoln Penna, já no início do século XX, “é bem verdade que os militares tinham crédito junto a população da capital. A trajetória da corporação garantira a admiração e o respeito popular” [25]. Aprofundando ainda mais sua análise sobre o perfil do povo brasileiro, Penna cita Gilberto Freyre. Segundo este, “os nascidos ainda no tempo de Pedro II, mas crescidos sobre a presidência de Deodoro e sob a de Floriano, foi como cresceram: sob o encanto da figura de soldado” [26]. Geisel também deu mostras de que os militares eram intrínsecos à política, ao responder a pergunta de Maria Celina D’Araújo e Celso Castro “como fica a relação dos militares com a política dentro da Doutrina da ESG”. Geisel respondeu a pergunta narrando a história que o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967) contava sobre as vivandeiras:


quando os políticos começavam a aliciar, a sondar os militares, ele [marechal Castelo Branco] vinha com a história das vivandeiras batendo nos portões dos quartéis. As vivandeiras eram as mulheres que acompanhavam o Exército na Guerra do Paraguai, eram as lavadeiras, as que viviam ali por perto da tropa. Castelo dizia que os políticos eram as vivandeiras porque toda vez que o político começa a se exacerbar nas suas ambições ele logo imagina a revolução. E a revolução é feita pelas Forças Armadas. Por isso ele vai bater na porta do quartel, vai procurar seduzir o militar. [27]


Como podemos perceber é inegável o fato de que o militar é visto pela sociedade com relativo prestígio. Isso faz parte da cultura nacional desde antes do advento da República. Contudo, por suas reflexões pairarem em instituições elitizadas, seus pensamentos estratégicos sempre estiveram alheios dos reais anseios da sociedade brasileira. No entanto, por ser um aspecto sócio cultural, apesar da ditadura e dos ransos advindos deste momento histórico, a sociedade brasileira, de uma maneira geral, apóia as iniciativas das Forças Armadas. Há um esforço por parte de alguns setores militares em convencer os demais de que, ao incluir os diversos setores da sociedade civil, inclusive, o povo, nas discussões em matéria de defesa nacional, conseguirão o apoio e os recursos necessários para a manutenção de seus projetos estratégicos. A fim de fortalecer este vínculo com a sociedade civil é notória a participação de militares em projetos estratégicos civis. Como vimos, já faz parte da cultura nacional a simpatia pela figura do militar. Ao fortalecermos cada vez mais os laços, que nos são naturais, mais o País tem a ganhar com esta relação. O subdesenvolvimento ainda é uma herança estrutural que o Brasil precisa resolver e sua erradicação é a tarefa de todos os brasileiros, sejam eles civis, sejam eles militares.

Notas e referências bibliográficas

[1] Doutoranda na área de Estudos Estratégicos do Programa de Pós Graduação em Ciência Política e pesquisadora do Grupo de Base Logística de Defesa do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense. Currículo Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/0706169752320464.

[2] CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. P. 113

[3] PENNA, Lincoln de Abreu. O progresso da ordem: o florianismo e a construção da república. Rio de Janeiro: E-Papers, 2008. P. 44.

[4] CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. P. 22.

[5] COELHO, Edmundo Campos. Em busca da identidade: o Exército e a política na sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Record, 2000. P. 169.

[6] D’ARAÚJO, Maria Celina. CASTRO, Celso. (Org) Geisel. Rio de Janeiro: FGV, 1997. P. 109.

[7] DREIFUSS, René Armand. 1964: a conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981. p. 79

[8] D’ARAÚJO, Maria Celina. CASTRO, Celso. (Org) Geisel. Rio de Janeiro: FGV, 1997. P. 108.

[9] DREIFUSS, René Armand. 1964: a conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981. p. 482.

[10] ASSIS, Denise. Propaganda e cinema a serviço do Golpe (1962-1964). Rio de Janeiro: Mauad. FAPERJ, 2001. p. 22.

[11] D’ARAÚJO, Maria Celina. CASTRO, Celso. (Org) Geisel. Rio de Janeiro: FGV, 1997. P. 436.

[12] O Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, subordinado ao Exército Brasileiro, funcionava em, praticamente, todos os estados brasileiros. No Rio de Janeiro, o DOI funcionava no 1º Batalhão da Polícia do Exército. Neste local, foram presos, torturados e/ou assassinados militantes da luta armada.

[13] D’ARAÚJO, Maria Celina. CASTRO, Celso. (Org) Geisel. Rio de Janeiro: FGV, 1997. P. 436.

[14] OLIVEIRA, Eliezer Rizzo de. SOARES, Samuel Alves. Forças Armadas, direção política e formato institucional. In: D’ARAÚJO, Maria Celina. CASTRO, Celso. (Org). Democracia e Forças Armadas no cone sul. Rio de Janeiro: FGV, 2000. P. 101.

[15 Constituição de 1988. Capítulo II. Das Forças Armadas. Art. 142. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>.

[16] Dagnino avalia discurso de Lula sobre Ciência e Tecnologia. Agência Unicamp, 29 de março de 2007. Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2007/03/30/dagnino-avalia-discurso-de-lula-sobre-ciencia-e-tecnologia.

[17] BRESSER-PEREIRA, Luis Carlos. Do ISEB e da CEPAL à Teoria da Dependência. Anais do X Encontro Nacional de Economia Política. V. 1, 2005. P. 21. Disponível em < http://www.sep.org.br/artigo/xcongresso87.pdf >.

[18] Dagnino avalia discurso de Lula sobre Ciência e Tecnologia. Agência Unicamp, 29 de março de 2007. Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2007/03/30/dagnino-avalia-discurso-de-lula-sobre-ciencia-e-tecnologia.

[19] Discurso de Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, em 1° de janeiro de 2011. Disponível em < http://pt.wikisource.org/wiki/Discurso_de_Dilma_Rousseff_ao_Congresso_Nacional_(1%C2%B0_de_janeiro_de_2011)>.

[20] Lei no 8.661/1993

[21] CASTRO, Ana Célia. Brasil em Desenvolvimento: economia, tecnologia e competitividade. Volume I. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2005. P. 262.

[22] CAVALCANTE, Luiz Ricardo. Consenso difuso, dissenso confuso: paradoxos das políticas de inovação no Brasil. P. 29. In: 13º Boletim Radar, Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura. Abril de 2011. Disponível em < http://agencia.ipea.gov.br/images/stories/PDFs/radar/110509_radar13.pdf>.

[23] A qualidade do desenvolvimento brasileiro volta a aumentar. Índice de Qualidade do Desenvolvimento. Ano III, N° 8, agosto de 2011. Disponível em < http://www.ipea.gov.br/portal/images/IQD_Agosto.pdf>.

[24] Melhora a qualidade do desenvolvimento brasileiro. Site do IPEA, em 1° de novembro de 2011. Disponível em < http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=11177&catid=4&Itemid=2>.

[25] PENNA, Lincoln de Abreu. O progresso da ordem: o florianismo e a construção da república. Rio de Janeiro: E-Papers, 2008. P. 180.

[26] PENNA, Lincoln de Abreu. O progresso da ordem: o florianismo e a construção da república. Rio de Janeiro: E-Papers, 2008. P. 180.

[27] D’ARAÚJO, Maria Celina. CASTRO, Celso. (Org) Geisel. Rio de Janeiro: FGV, 1997. P.P 111-112.


CORRÊA, Fernanda das Graças. O Brasil dos binômios estratégicos: uma crítica ao desenvolvimento nacional. Revista Eletrônica Estratégia Brasileira de Defesa – A Política e as Forças Armadas em Debate, Nº 50, Rio, 2011 [00-28-11-1983].

Nem Alarmismo nem Complacência com o Irã


Terça-feira, Novembro 22, 2011




Por Leonam dos Santos Guimarães*

Com base no último relatório da AIEA, pode-se afirmar com elevado grau de certeza de que o Irã não tem hoje uma arma nuclear e que não terá uma nem amanhã nem na próxima semana nem no mês que vem nem daqui a um ano. Afirmar o contrário, com base na superposição de hipóteses irrealistas baseadas nos piores casos possíveis, seria irresponsável.

Por outro lado, também seria irresponsável ser complacente com o programa nuclear do Irã, porque em todos os aspectos-chave do que é preciso para ser capaz de ter uma arma nuclear, o país fez progressos significativos. Não se pode afirmar com confiança que Irã não terá uma arma nuclear daqui a dois anos. Se eles quiserem seguir esse caminho e se tudo correr bem, talvez eles possam.

Persuadir o Irã a abandonar inteiramente o enriquecimento pode ser o objetivo para alguns, mas não é exeqüível, dado o forte apoio que existe em todo o espectro político do país. O enriquecimento é visto como um direito e tornou-se parte indissociável do conceito de soberania nacional do Irã.

O Irã já tem capacidade nuclear, mas ter armas nucleares não é uma conseqüência necessária dessa constatação. Suécia, Alemanha e Japão também a tem e nunca cruzaram, ou são suspeitos de terem a intenção de cruzar, a linha entre “ter capacidade nuclear” e “ter armas nucleares”. No Brasil, cruzar essa linha é proibido pela Constituição. Mas Israel, Índia, Paquistão e Coréia do Norte fizeram isso.

Uma combinação ponderada de quatro elementos de resposta política disponíveis à comunidade internacional pode fazer com que o Irã não cruze essa linha:

1. Contenção. Sanções, controles de exportação, sabotagem industrial e outras medidas podem restringir a capacidade do Irã de expandir o programa nuclear de forma acelerada.

2. Dissuasão. Irã pode ser dissuadido de cruzar a linha se os responsáveis políticos de alto nível do país souberem, e eles certamente sabem, que isso implicaria necessariamente numa ação militar preventiva.

3. Inspeções intrusivas. A AIEA é apenas capaz de monitorar instalações declaradas. Inspeções mais intrusivas proporcionariam uma maior confiança de que o Irã não está engajado em atividades secretas relacionadas ao enriquecimento de urânio e ao desenvolvimento de armas nucleares.

4. Diplomacia. Qualquer solução pacífica exigirá negociações e incentivos positivos. Contenção e dissuasão por si só não vão convencer o Irã a ignorar seu orgulho nacional e ceder à pressão. Alternativas positivas devem ser apresentadas. A principal finalidade desses dois primeiros elementos consiste em persuadir o Irã a sentar-se à mesa de negociação e isso, claramente, não está funcionando. Como saber se eles estão prontos para negociações reais, sem lhes falar diretamente? São necessários contatos discretos para sondar intenções e possibilidades de compromisso. O chefe da agência de energia atômica do Irã chegou a dizer que o Irã estaria disposto a colocar suas instalações sob controle da AIEA por cinco anos, mas não é de todo claro o que ele queria dizer com isso. É necessário descobrir.

Em suma, se o Irã pode, tecnicamente, “cruzar a linha” em menos de dois anos, esse tempo deve ser usado com sabedoria. É preciso buscar novos caminhos diplomáticos para tentar descobrir como e quando o Irã estaria pronto para negociação de algum tipo de compromisso. E isso antes que a contenção e dissuasão se demonstrem definitivamente ineficazes, como até agora têm sido, e o mundo seja empurrado para um conflito de conseqüências imprevisíveis.


*Leonam dos Santos Guimarães é doutor em engenharia naval e nuclear e membro do Grupo Permanente de Assessoria em Energia Nuclear do Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica.


GUIMARÃES, Leonam dos Santos. Nem Alarmismo nem Complacência com o Irã. Revista Eletrônica Estratégia Brasileira de Defesa – A Política e as Forças Armadas em Debate, Nº 51, Rio, 2011 [00-28-11-1983]. 

CEBRI: o braço do conselho das Relações Exteriores (CFR) no Brasil

Uma das organizações mais influentes na politica dos Estados Unidos é o Conselho de Relações Exteriores (Council on Foreign Relations - CFR). Segundo o pastor protestante Pat Robertson, "o CFR é o verdadeiro governo dos Estados Unidos".

Todos os diretores da CIA foram membros do CFR, com exceção de James R. Schlesinger, que ocupou brevemente o cargo em 1973. Desde 1953, os Estados Unidos foram governados por 7 membros do CFR: Eisenhower (1953-61), John Kennedy (1961-63), Richard Nixon (1969-74), Gerald Ford (1974-77), James Carter (1977-81), George Bush (pai, 1989-93) e Bill Clinton (1993-2001). Ronald Reagan (1981-89) não era do CFR, mas seu Vice-Presidente, George Bush (pai) era. Depois de eleito Presidente, Reagan colocou em cargos do governo 313 membros do CFR. O atual Presidente dos Estados Unidos, George Bush (filho) também não é membro do CFR, mas seus principais assessores no governo (Condoleezza Rice, Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Colin Powell, Richard Perle, Lewis Libby e Robert Zoellick) são todos membros do CFR. Tirante Reagan e Bush filho, o unico Presidente norte-americano, desde 1953, que não pertenceu ao CFR foi Lyndon Johnson: mas tal como Reagan e Bush filho, Johnson compensou essa "falta" entregando a maior parte dos cargos mais importantes do governo aos membros do CFR.

O CFR também controla os dois unicos partidos norte-americanos que participam das eleições presidenciais: os republicanos (a direita) e os democratas (a esquerda). Em 1952 e 1956, por exemplo, o republicano Eisenhower (do CFR) venceu o democrata Stevenson (do CFR). Em 1960, o democrata Kennedy (do CFR) derrotou o republicano Nixon (do CFR). Por sua vez, o republicano Nixon (do CFR) venceu o democrata Humphrey (do CFR) em 1968, e o democrata McGovern (do CFR) em 1972. Em 1976, o democrata Carter (do CFR) venceu o republicano Ford (do CFR). Em 1988, o republicano George Bush (pai) derrotou o democrata Dukakis (do CFR). E finalmente o democrata Clinton (do CFR) venceu os republicanos Bush pai (do CFR) em 1992, e Bob Dole (do CFR) em 1996. Não importa quem vença as eleições : o CFR sempre ganha.


O mesmo ocorre com os mais altos cargos da administração federal norte-americana: desde 1947, praticamente todos os Secretarios da Defesa (equivalente ao nosso Ministro da Defesa), de Estado (equivalente ao nosso Ministro das Relações Exteriores) e do Tesouro (equivalente ao nosso Ministro da Fazenda) foram integrantes do CFR. As exceções foram raras e breves. A maioria dos Deputados e Senadores norte-americanos também faz parte do CFR, bem como os principais executivos do New York Times, do Washington Post, do Los Angeles Times, do The Wall Street Journal, da NBC, da ABC, da CBS, da Fox, da Time, da Fortune, da Business Week, do US News & World Report e de muitos outros orgãos de imprensa.

O CFR foi fundado em 1921, mas resultou de uma serie de reuniões que aconteceram logo após o final da I Guerra Mundial (1914-18). Em 30 de maio de 1919, durante a Conferencia de Paz de Versalhes, o Coronel Edward Mandell House, assessor de confiança do Presidente norte-americano Woodrow Wilson, reuniu as delegações norte-americana e britanica no Hotel Majestic, em Paris. Nesta reunião, ambas as delegações concordaram em criar um "Instituto de Assuntos Internacionais", com uma filial nos Estados Unidos e outra na Grã-Bretanha, com o objetivo de guiar a opinião publica para aceitar o governo mundial e o globalismo. A filial norte-americana foi fundada em 21 de julho de 1921, com o nome de Council on Foreign Relations (CFR, Conselho de Relações Exteriores). A filial britanica, que a antecedeu, materializara-se com o nome de Royal Institute of International Affairs (RIIA, Instituto Real para Assuntos Internacionais).

O Coronel House era a eminencia parda por trás do governo Wilson. Autodescrevia-se como um marxista, mas repudiava a estrategia da revolução violenta. Da delegação norte-americana em Versalhes e da fundação do CFR participaram também os banqueiros Bernard Baruch e Paul Warburg, que ajudou a financiar a Revolução socialista na Russia, e o Secretario de Estado Elihu Root.

Desde 1945, o quartel-general do CFR é a elegante Harold Pratt House, uma mansão de quatro andares na esquina da Park Avenue com a 68th Street, em Nova Iorque. A filiação ao CFR, feita apenas por convite, originalmente limitado a 1.600 participantes, hoje chega a mais de 3.300, representando as mais influentes personalidades no campo das finanças, dos negocios, da midia e do meio universitario. Como vimos anteriormente, o CFR funciona quase como uma agencia de empregos para politicos: é muito dificil fazer carreira politica nos Estados Unidos, tanto no partido democrata como no republicano, sem entrar para o CFR.

A admissão é um processo rigorosamente seletivo: o candidato deve ser apresentado por um membro, secundado por outro membro, aprovado pelo comitê de filiação, examinado pela assessoria profissional e finalmente aprovado pela diretoria. No inicio da década de 1970, o CFR ampliou seu quadro de filiação para incluir negros e mulheres, entre eles o General Collin Powell e Condoleezza Rice.

Os recursos financeiros para o CFR vêm de empresas multinacionais, como a Xerox, General Motors, Texaco e outras, e grandes fundações privadas, como as Fundações Ford, Rockefeller e Carnegie (curiosamente, as mesmas que financiam o movimento abortista em diversos países do mundo). Os curadores dessas fundações também são, em sua maioria, integrantes do CFR. No inicio da decada de 1960, um pesquisador, Dan Smoot, descobriu que doze dos vinte curadores da Fundação Rockefeller, dez dos quinze curadores da Fundação Ford, e dez dos catorze curadores da Fundação Carnegie eram membros do CFR.

Conforme declarou o Almirante Chester Ward, juiz aposentado da Marinha dos Estados Unidos e membro de longa data do CFR: "O CFR, como tal, não escreve as plataformas dos dois partidos politicos nem escolhe seus respectivos candidatos à Presidência nem controla a defesa dos Estados Unidos e as politicas externas. Mas os membros do CFR, como indivíduos, agindo em conjunto com outros membros do Conselho, fazem-no" (GOLDWATER, Barry. With No Apologies. New York, William Morrow and Company, 1979).

Por que estou dizendo tudo isso? Porque o CFR mantém laços estreitos com organizações semelhantes e associadas, nos principais países, entre as quais o Royal Institute of International Affairs, na Grã-Bretanha, e o neonato Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). O CEBRI, o correspondente tupiniquim do CFR, foi fundado em 1998, e surgiu rica e abundantemente apadrinhado de recursos publicos, repassados pelo Ministerio das Relações Exteriores e por uma plêiade de poderosas estatais, além do generoso mecenato de prestigiadas empresas privadas, ou recém-privatizadas (como a Cia. Vale do Rio Doce e a CSN), além de financiamentos externos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Curiosamente, o CEBRI tem como presidente de honra o Sr. Fernando Henrique Cardoso (do PSDB), e como conselheiro o Sr. Marco Aurelio Garcia (vice-presidente e secretario de relações internacionais do PT, assessor chefe da assessoria especial do Presidente Lula e coordenador da campanha do mesmo à reeleição). Dá pra entender que o ex-Presidente tucano e o chefe da assessoria do atual Presidente petista são socios do mesmo clube?

Além dos cargos mencionados acima, o Sr. Marco Aurelio Garcia (companheiro de Fernando Henrique no CEBRI) é o Secretario Executivo do Foro de São Paulo, uma liga de partidos e organizações de esquerda da America Latina, integrada inclusive por movimentos terroristas e ligados ao crime organizado (como as FARC). Mais que isso: 0000

Marco Aurelio Garcia é um personagem altamente gabaritado: graduado em Direito e Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pós-graduado na Escola de Altos Estudos e Ciencias Sociais de Paris (França), professor licenciado do Departamento de Historia da UNICAMP. Enquanto o chefe da assessoria do Presidente da Republica exibe esse curriculum vitae, o supremo mandatario da Nação não tem o 2o grau completo e reconhece não saber de nada que se passa em seu governo. Dá para adivinhar quem dá as cartas nesse jogo...

Não é, pois, de admirar-se que tenha havido, conforme noticiou a imprensa em 2006, um acordo entre PSDB e PT para reeleger Lula (ver: http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=309571 e também: http://www.fazenda.gov.br/resenha eletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=325772 ). Tucanos e petistas são farinha do mesmo saco, vinho da mesma pipa. Geraldo Alckmin não era um tucano tipico: não é abortista, nem tinha feito parte do CEBRAP (think tank montado pela Fundação Ford para disseminar o marxismo nas universidades brasileiras). Por isso foi escalado como boi de piranha em 2006 e abandonado pelo proprio partido. Aecio Neves foi reeleito Governador com 73% dos votos válidos -- mas em MG o candidato de seu partido perdeu feio para Lula. Que esforço Aecio fez para eleger Alckmin? Quando o Alckmin foi ao debate na Record, o Governador eleito José Serra, por sua vez, preferiu ir ao cinema...

Será que PSDB e PT pretendem repartir a politica brasileira e revezar-se perpetuamente no poder? Não percam as cenas dos proximos capitulos...

A seguir informações extraidas do sitio eletrônico do CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), versão tupiniquim do CFR:

Conheça o CEBRI

Fonte: http://www.cebri.org.br/02_quemsomos.cfm

"O Centro Brasileiro de Relações Internacionais - CEBRI - sediado no Rio de Janeiro, é uma instituição independente, multidisciplinar e apartidária, formada com o objetivo de promover estudos e debates sobre temas prioritários da política externa brasileira e das relações internacionais em geral. Criado em 1998 por um grupo de intelectuais, empresários, autoridades governamentais e acadêmicos, o CEBRI tornou-se rapidamente uma referência nacional na promoção de encontros de alto nível, conferências e seminários internacionais.

O Centro foi concebido com a finalidade de ser o mais importante think tank de políticas públicas na área externa do País. A Missão do Centro é criar um espaço para estudos e debates, onde a sociedade brasileira, em particular organizações da sociedade civil atuantes na área internacional, possam discutir temas relativos às relações internacionais e à política externa, com conseqüente influência no processo decisório governamental e na atuação brasileira em negociações internacionais.

O CEBRI produz igualmente informação e conhecimento específico na área externa e propostas para a elaboração de políticas públicas. Linhas permanentes de pesquisa resultam em estudos, boletins, relatórios, newsletters e outros produtos específicos para instituições e empresas patrocinadoras."

Comitê Acadêmico
Fonte: http://www.cebri.org.br/05_comiteacademico.cfm

O Comitê Acadêmico tem por objetivo prover o CEBRI com o melhor do pensamento brasileiro na área de ciências sociais aplicadas. A pesquisa produzida no Centro tem, entretanto, um status singular, uma vez que será orientada, na grande maioria das vezes, para agendas e prioridades de cunho prático e de curto prazo. À reflexão especificamente acadêmica, o CEBRI pretende agregar um trabalho de pesquisa em rede e de natureza aplicada, destinado à proposição de iniciativas e políticas públicas na área externa.

O Comitê Acadêmico do CEBRI é formado por professores, pesquisadores e intelectuais de renome nacional e de competência notoriamente reconhecida pelos seus pares, que tenham desenvolvido suas linhas de pesquisa em áreas de interesse para as relações internacionais e para a política externa do Brasil.

Convênios 
Fonte: http://www.cebri.org.br/04_convenios.cfm

Convênios de apoio

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
www.br.undp.org
 
Convênio CEBRI-PNUD para o desenvolvimento conjunto de projetos de mútuo interesse, consubstanciados na forma de estudos, pesquisas e eventos de natureza política, acadêmica e científica, direcionados para a inserção internacional do Brasil em bases mais competitivas e segundo os interesses externos do Estado e da sociedade.

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) 
www.iadb.org

Convênio CEBRI-BID para a realização de estudos e pesquisas sobre temas econômicos, políticos e sociais de relevância para a política externa brasileira, em particular, e as relações internacionais, no geral. Deste convênio deriva o estudo "Estrutura do Emprego no Brasil", disponível na seção Estudos e Pesquisas.

Ministério das Relações Exteriores (MRE) 
www.mre.gov.br

Convênio CEBRI-MRE para o desenvolvimento conjunto de projetos de mútuo interesse, consubstanciados na forma de estudos, pesquisas e eventos de natureza política, acadêmica e científica, direcionados para a inserção internacional do Brasil em bases mais competitivas e segundo os interesses externos do Estado e da sociedade.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) www.bndes.gov.br

Convênio CEBRI-BNDES para a realização do Projeto "A agenda brasileira de negociações comerciais: Benefícios líquidos de diferentes cenários de acessão à ALCA", disponível na seção Projetos.

Fundação Konrad Adenauer (KAS) www.adenauer.com.br

Convênio CEBRI-KAS para a realização de seminários e estudos sobre temas relevantes da política externa brasileira. Deste convênio deriva o Projeto "O Acordo Mercosul-União Européia: temas não convencionais", disponível na seção Projetos.

Japan External Trade Organization (JETRO) www.jetro.go.jp

Convênio CEBRI-JETRO para a realização de reuniões com vistas a informar, analisar e discutir assuntos em destaque na agenda da política externa brasileira.

Convênios de Cooperação

Centro Paraguayo de Estudios Internacionales (CEPEI)
www.cepeiparaguay.org

Convênio de cooperação CEBRI-CEPEI com vistas à promoção de eventos, estudos, e publicações conjuntas sobre temas de relevância na relação bilateral Brasil-Paraguai. Deste convênio deriva o Projeto "O Papel do Brasil na Inserção Internacional do Paraguai: Questões Econômicas, Políticas e Sociais", disponível na seção Projetos.

Instituto Italo-Latino Americano (IILA) www.iila.org

Convênio de cooperação CEBRI-IILA, com vistas a intensificar o intercâmbio entre o Brasil e o mundo ítalo-latino-americano na área internacional, através da mobilização conjunta de recursos intelectuais e culturais na Europa e nos países latino-americanos, especialmente na Itália e no Brasil.

Royal Institute of International Affairs (RIIA) - Chatham House www.riia.org

Convênio de cooperação CEBRI-RIIA em áreas e temas de interesse comum, em especial as relações entre o Mercosul e a União Européia de forma a contribuir para o progresso da pesquisa e do conhecimento na área de relações internacionais, através da promoção do intercâmbio de informações e experiências acadêmicas em bases regulares, atuação em conjunto com outras congêneres para desenvolver uma rede de informações entre o Mercosul e a União Européia, avaliação das possibilidades de realizar pesquisas e eventos conjuntos, além da promoção intercâmbio de pesquisadores.

Sócios 
Mantenedores:
Aduaneiras, Andrade Gutiérrez, Aracruz, BM&F, Bradesco, Camargo Corrêa, CBMM, Cia. Bozzano, CP Cimento, CVRD, Dannemann, Eletrobras, Eletros, Embraer, Fenaseg, Fosfertil, HSBC, Ipiranga, Klabin S.A., McKinsey, MFRA, Odebrecht, Petrobras, PWC, SBCE, Souza Cruz, Unibanco, Unibanco AIG, Unica, Veirano.

Fundadores:
Aracruz, Banco do Nordeste, BNDES, BOVESPA/CBLC, Bradesco, British Gas, British Petroleum, Caixa Econômica Federal, Cia. Bozzano, Coca-Cola, CSN, Eletrobras, Embraer, FIESP, Guardian do Brasil, Icatu Holding SA, Klabin SA, Light SA, Lorentzen, Patri Associados, Petrobras, Portugal Telecom, Siemens, Souza Cruz, Unibanco, Unilever, White Martins.

Conselhos do CEBRI Fonte: http://www.cebri.org.br/03_conselho.cfm

Presidente de Honra Fernando Henrique Cardoso

Vice-Presidentes Natos
Daniel Miguel Klabin
Luiz Felipe Lampreia

Presidente José Botafogo Gonçalves

Vice-Presidentes
José Pio Borges de Castro Filho
Tomas Zinner

Diretor Executivo Mário Antônio Marconini

Conselheiros Carlos Mariani Bittencourt
Célio Borja
Celso Lafer
João Clemente Baena Soares
Kati de Almeida Braga
Luciano Martins
Marco Aurélio Garcia
Marcus Vinícius Pratini de Moraes
Pedro Malan
Roberto Teixeira da Costa
Sebastião do Rego Barros

Membros Vogais
Eliezer Batista
Flávio Perri
Gelson Fonseca Junior
Luiz Olavo Baptista
Winston Fritsch

Conselho Consultivo

Associados

Alberto Venâncio Filho
Antônio Carlos Pereira
Armínio Fraga
Carlos Eduardo Lins da Silva
Carlos Leoni de Siqueira
Daniel Haar
Helio Jaguaribe
José Luiz Lopes da Silveira
Luiz Fernando Panelli
Márcio Moreira Alves
Márcio Fortes
Marcos Bezerra Abbott Galvão
Marcos Castrioto de Azambuja
Mário César Flores

Representantes dos sócios

Adilson Antônio Primo
Benjamin Steinbruch
Brian Smith
Carlos Lessa
Constantino Mendonça
Cristiano Buarque Neto
Domingos Bulus
Eduardo Carlos Ricardo
Eduardo Corrêa
Eduardo Perestrelo Correia de Matos
Erling Lorentzen
Jean Pierre Bel
Jorge Mattoso
José Eduardo Dutra
Lázaro de Mello Brandão
Luiz Carlos Costamilan
Maurício Botelho
Milton Torres
Patrick Larragoiti Lucas
Pedro Moreira Salles
Raymundo Magliano Filho
Roger Agnelli
Spencer Howe
Vinicius Prianti"

Na página do Conselho Curador, ao se passar o mouse sobre o nome de cada associado, surge o título do notável, por exemplo:

Tomas Zinner - economista, ex-presidente do Unibanco, membro dos conselhos do Unibanco e Unibanco holding, AIG, Unibanco Seguros e Fininvest.

Marco Aurélio Garcia - Advogado, Secretário de Relações Internacionais do PT, Assessor Chefe da Assessoria Especial da Presidência da República.

Luciano Martins - Sociólogo, ex-embaixador do Brasil em Cuba, membro do conselho editorial da Revista Política Exterior.

Flávio Perri - Diplomata, ex-secretário do meio ambiente do estado do Rio de Janeiro, representante do Brasil junto a FAO.

Kati de Almeida Braga - Empresária, presidente do grupo Icatu - Holding