quarta-feira, 27 de abril de 2022

"O nazifascismo bolsonarista sequestrou o Brasil. Nós queremos o Brasil de volta!"

O partido de Hitler no Brasil chegou a ser o maior Partido Nazista fora da Alemanha! 

Foi fundado em Santa Catarina, na cidade de Timbó, em julho de 1928, sendo o primeiro Partido Nazista a ser reconhecido pelas lideranças do partido em Munique, que já haviam realizado a fracassada tentativa de golpe de estado de 1925.[12]

O recente surto de crimes de apologia ao nazifascismo por parte do governo Bolsonaro e seguidores, a existência de células neonazistas, o crescimento do discurso de ódio e da intolerância através do “comitê do ódio do Planalto”, o crescimento de milícias armadas com participação de policiais e até mesmo de militares, o massacre de negros e pobres de periferias, todos estes fatos têm uma relação direta com a existência e as práticas que antecederam o surgimento do Nazismo Alemão e até mesmo dos Partidos Nazista e Fascistas no Brasil do século passado e nos anos pós-ditadura militar de 1964.
Jair Bolsonaro recebeu a parlamentar alemã Beatrix von Storch, do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) neta do ministro das Finanças de Hitler. 
Bolsonaro recria imagem do fascista Mussolini em passeio de moto
Terceira etapa do nazifascismo no Brasil não vai ser derrotada somente nas urnas. País se tornou um dos polos mais importantes no mundo na disseminação da ideologia, que aqui se alia ao racismo estrutural de nossas elites

A existência pouco conhecida da sociedade, do Partido Nazista NSDAP e do fascismo no Brasil
O país já teve legendas de extrema direita que reuniram milhares de militantes. 


Desfile nazista em Porto Alegre no Dia do Trabalho de 1937.
(Como podemos afirmar que o nazismo encerrou no Brasil em 1937 sob as 'ordens' do militar e ditador Getúlio Vargas?; Quem enviou nazistas brasileiros para a Ucrânia a lutar contra a Rússia?; Quem são esses nazistas radicados no Brasil?; aonde estão alocados esses nazistas 'brasileiros'?.)
suástica, símbolo nazista, em piscina de SC
(Foto: )[13]


Nas décadas de 1920 e 1930 milhares de alemães imigraram para o Brasil, sobretudo movidos pelos problemas socioeconômicos enfrentados pela Alemanha de Weimar e a recessão em que ela mergulhou após a Primeira Guerra Mundial. Essa nova onda de imigração alemã viria a formar os primeiros grupos nazistas no Brasil. Essa organização funcionou no Brasil de 1928 a 1938, sem ser incomodada pelo governo brasileiro, então liderado por Getúlio Vargas.]2] Nesse último ano, após a implantação da ditadura do Estado Novo, o partido nazista e todas as outras agremiações políticas estrangeiras foram colocadas na ilegalidade.
O partido nazista chegou ao poder na Alemanha em 1933, quando Hitler assumiu a Chancelaria. Entre 1933 e 1938, diversas organizações nazistas agiram no Sul do Brasil, procurando atrair a população teuto-brasileira para o nazismo. Esta tarefa era considerada fácil, uma vez que os descendentes de imigrantes alemães estabelecidos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná formavam uma minoria étnica, rotulada de “teuto-brasileira”, e identificada com a noção de Deutschtum (germanidade): preservação da língua, raça e cultura alemãs. na concepção de Lebensraum conjugado com a de Volksgemeinschaft é o Reich dos cem milhões de alemães espalhados pelo mundo. Esse propósito exige a unidade de todos os Auslandsdeutschen (alemães no estrangeiro), e nesta categoria são incluídos os teuto-brasileiros: sua pátria é a Alemanha e o Brasil apenas a sua Gastland (terra de hospedagem). As atividades nazistas no Brasil foram coordenadas pela embaixada alemã no Rio de Janeiro e pelos consulados, especialmente os de Porto Alegre, Curitiba e São Paulo. Os agentes do partido tiveram à sua disposição diversos organismos e associações criados pelo NSDAP, que permitiram uma propaganda intensa e a infiltração de pessoas nas principais sociedades recreativas e culturais e nas escolas teuto-brasileiras. Nas cidades maiores, foram estabelecidos diretórios do partido (chamados Ortsgruppe — grupos locais) para coordenar a propaganda, que se fez em três níveis: a) diretamente, através dos diretórios, das associações patrocinadas pelo governo alemão, e das instituições teuto-brasileiras sob controle nazista. O almanaque Volkund Heimat, editado em São Paulo de 1936 a 1938, e jornal Blumenauer Zeitung, editado em Blumenau entre 1886 e 1939, são dois bons exemplos. Com o estabelecimento do Estado Novo, mudou o comportamento do governo brasileiro em relação à ação nazista no Sul, até então tolerada: agora ela era vista como um perigo à estabilidade política do país. Uma série de medidas de caráter geral, tomadas no âmbito da campanha de nacionalização, e visando principalmente ao nazismo, aniquilaram as bases que suportavam a atividade política do NSDAP.

Em 1937 foram tomadas as primeiras providências para extinguir as escolas “alemãs”. O Decreto-Lei nº 383, de 19 de abril de 1938, proibiu a atividade política de estrangeiros no Brasil. A língua alemã foi proibida em 1939 e, em 1941, foi extinta a imprensa teuto-brasileira. Sem a infra-estrutura associativa e de propaganda que fora montada nos três estados meridionais, o nazismo não poderia sobreviver.
A documentação diplomática alemã sobre este período é riquíssima. No entanto, engana-se quem imagina que toda documentação foi tornada pública entre 1946 e 1947 pelo Departamento de Estado em Washington, pelo Foreign Office em Londres e pelo governo francês. Estes órgãos governamentais iniciaram um projeto de publicação conjunta dos arquivos capturados da Alemanha Nazista, da qual originou-se a obra norte-americana “Documents on German Foreign Policy 1918-1945”. Deste trabalho foramtraduzidos para o português os documentos referentes ao Brasil e ao III Reich, sendo o livro intitulado O III Reich e o Brasil. O trabalho realizado pelos órgãos governamentais dos países aliados foi pioneiro, no entanto constatou-se que este tipo de publicação apresenta apenas uma pequena parte da documentação diplomática sobre as relações entre Brasil e Alemanha nas décadas de 1930 e 1940. Esta documentação não possibilita a análise da posição diplomática alemã no decorrer dos acontecimentos, por isto tornou fundamental a pesquisa no Arquivo do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha (Politischen Archiv des Auswärtigen Amts –PAAA). [3,4].
A nova Constituição de 1937 tinha vários artigos que seguiam estes ideais nazistas. Observa-se que a correspondência da embaixada alemã no Brasil com o Ministério de Relações Exteriores da Alemanha (Auswärtiges Amt - AA), desde 1936, abordava de diversas formas as questões do integralismo, por vezes relatando que descendentes de alemães participavam do partido em Santa Catarina[5] O governo brasileiro tinha interesse estratégico na relação com a Alemanha, e por isto não interferiu na ação no partido nazista no Brasil, em anos anteriores[6]
O decreto-lei nº 383 de 18 de abril de 1938, proibiu aos estrangeiros exercerem atividades de natureza política e de interferirem nos negócios públicos do país (art. 1). No entanto, permitiram-se associações de caráter cultural, beneficentes e assistencialistas, "sem auxílio estrangeiro" e com reuniões autorizadas (art. 3). [7]
Na Alemanha restariam duas atitudes a serem tomadas, que a imprensa alemã fizesse uma campanha mais ofensiva contra o Brasil e que o embaixador brasileiro em Berlim fosse tratado com frieza. Neste documento, reafirmou a informação de que o partido seria proibido em todo o continente, questionando quando isto poderia ter sido acertado entre as nações americanas. Isto é, intervinha em prol dos interesses dos cidadãos alemães com residência no Brasil. O é importante o cuidado ao afirmar que a Campanha de Nacionalização foi o desencadeador dos conflitos diplomáticos entre Alemanha e Brasil durante o ano de 1938. Isto porque esta afirmação não é de todo verdadeira, pois as divergências diplomáticas foram causadas pelas ações que atingiram a liberdade dos cidadãos alemães (Reichsdeutsche), neste momento, a proibição do NSDAP à circular livre pelo país.

Litoral catarinense era estratégico para nazistas

https://www.youtube.com/watch?v=8SfrKL2vy0g

FONTES:
1.DULLES, J. Vargas; LOEWENSTEIN, K. Brazil; PY, A. Quinta; SEYFERTH, G. Nacionalismo.
2. "E quando pôde, manteve relações cordiais com a Alemanha nazista, polarizando forças e jogando duplamente com os EUA (...)"
3. ORLANDI, Eni. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 6ª ed. Campinas: Pontes, 2005. 4. A versão alemã recebeu o título: “Akten zur Deutschen Auswärtigen Politik 1918-1945“.
5. R-104945 do PAAA, carta de 4 de novembro de 1937, do Rio de Janeiro ao AA.
6. DIETRICH, Ana Maria. Nazismo tropical? O partido nazista no Brasil. Tese (Doutorado em História), USP, São Paulo, 2007.
7. Embaixada do Brasil na Alemanha. Ofício nº 167. Confidencial. Correspondência: Nazismo no Brasil, (1934-1941). Arquivo Histórico do Itamaraty, Rio de Janeiro, 4 de abril de 1938.
8. ORLANDI, Eni. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 6. ed. Campinas: Pontes, 2005 9. O III Reich e o Brasil. 2 vols. Rio de Janeiro: Laudes, 1968 10. SEITENFUS, Ricardo Antônio Silva. O Brasil vai a Guerra. 3. ed. Baueri: Manole, 2003. 11. VARGAS, Getúlio Dorneles. Getulio Vargas: Diário. São Paulo: Siciliano/FGV, 2 v, 1995.
12. https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/brasil/73218/terceira-etapa-do-nazifascismo-no-brasil-nao-vai-ser-derrotada-somente-nas-urnas
13. https://www.nsctotal.com.br/noticias/saiba-quem-e-o-dono-da-piscina-com-a-suastica-no-fundo-em-pomerode

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