Donald Trump EUA movimentou sua comitiva da CIA, para destruir a Venezuela via Caracas-Juan Gaidó. Joe Biden EUA, se rende a Venezuela tentando negociar petróleo já escasso no ocidente. Faço lembrar a todos, que o porto secreto do Irã em Paraguaná, Venezuela, está a apenas 1.880 quilômetros de Miami: a 3.095 quilômetros de Washington DC e a só 988 quilômetros da cidade de Bogotá, Colômbia. E lembro mais, a Rússia é parceira da Venezuela.
O coro de louvores é ainda mais perturbador no atual clima internacional, cheio de tensões, quando se sabe que Trump adora(va) ser adulado. Trump é esta mistura de criança birrenta, charlatão narcisista e dotado de um pendor autoritário. Está exasperado, pois a realidade não se encaixa no seu reality-show. No entanto, Trump sem aceitar a realidade, trabalha para se reeleger em 2024.
Quando um chefe de Estado errático e desinteressado em aprender qualquer coisa que ele ignore comanda o mais poderoso Exército do mundo, todos ficam em alerta. Mas, quando Donald Trump ordenou que seus generais bombardeassem a Síria e se envolvessem em exercícios navais na Ásia, ele foi ovacionado pelos parlamentares norte-americanos, republicanos e democratas, bem como pela quase totalidade da mídia, inclusive a da Europa. Um jornal nacional francês chegou a avaliar que “o ataque na Síria” tinha “qualquer coisa de libertador”.¹ Cinquenta e nove mísseis disparados contra uma base aérea no Oriente Médio praticamente transformaram um presidente afogado na impopularidade, no amadorismo e no nepotismo em um homem determinado, sensível, incapaz de conter sua humanidade diante de fotos de “lindos bebês cruelmente assassinados em um ataque muito bárbaro”.
Em janeiro de 1961, três dias antes de deixar o cargo, o presidente republicano Dwight Eisenhower alertou seus compatriotas contra um “complexo militar-industrial” cuja “influência – econômica, política e até mesmo espiritual – pode ser sentida em cada cidade, em cada estado, em cada administração”. A julgar pela sucessão de reviravoltas do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump esse “complexo” tem estado ocupado nas últimas semanas. No dia 15 de janeiro, a avaliação de Trump era: “A Otan está obsoleta”; no dia 13 de abril: “A Otan não está obsoleta”. Há alguns meses, ele considerava que a Rússia se tornaria “um aliado”; no dia 12 de abril, ele concluiu que as relações entre Washington e Moscou tinham chegado ao “ponto mais baixo já alcançado”. De acordo com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, assim que “a última névoa eleitoral se dissipou”, Trump foi “quebrado pelo sistema de poder” de Washington. Dominado por um “Estado profundo”, em suma, que não se deixa jamais desviar de suas prioridades estratégicas por causa das mudanças de inquilino na Casa Branca. Os republicanos e os democratas mais nostálgicos da Guerra Fria podem se vangloriar: Trump pode parecer uma marionete, mas não uma “marionete do Kremlin”…² Nesse ponto, ganhou o Estado profundo. Se Eisenhower ressuscitasse, ele certamente acrescentaria a seu “complexo militar-industrial” um componente midiático. Isso porque a informação é apaixonada pela tensão permanente, ela ama a guerra; e os comentaristas famosos assumem com mais boa vontade as proclamações altissonantes quando não são seus filhos os soldados que perecem nos conflitos armados, mas “voluntários”, frequentemente proletários. Os principais jornais norte-americanos publicaram 47 editoriais relacionados aos “ataques” norte-americanos na Síria. Apenas um se pronunciou contra…³
1 Libération, Paris, 9 abr. 2017.
2 Ler “Marionnettes russes” [Marionetes russas], Le Monde Diplomatique, jan. 2017.
3 Adam Johnson, “Out of 47 major editorials on Trump’s Syria strikes, only one opposed” [Entre os 47 mais importantes editoriais sobre o ataque de Trump à Síria, apenas um se opõe a ele], Fairness & Accuracy in Reporting (Fair), 11 abr. 2017.
4 https://diplomatique.org.br/o-estado-profundo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário