Pergunta que não quer se calar. No momento em que Londres "discretamente" se intrometia no regime monarquico brasileiro aqui, introduzindo seus pares, na finalidade de destituir a Monarquia e instituir no Brasil uma falsa República com ajuda dos omissos pares brasileiros omissos, que desde 1834 estavam onerados com um empréstimo português, levando o Brasil em colônia da casa bancaria judaica Rotschild, da independencia para ficar subordinado aos ingleses; – A preocupação em impedir que países vizinhos do Brasil, e inclusive o Brasil, adiquirissem sua autonomia financeira, forçaram uma batalha sangrenta na tríplice fronteira do Sul, para bloquear desenvolvimento e mentalidades; – Caxias o fluminense pertencente a uma família de militares portugueses, em suas batalhas[2] participou de quase todos os confrontos bélicos externos e na repressão a um rosário de revoltas brasileiras no período imperial, foi um escravocrata que repudiava negros, um homem da elite que não se importava com os pobres e qualquer minoria, um militar rígido capaz de derramar muito sangue para defender seus ideais. Esse era o nosso país. Oras, hoje, temos no comando do Brasil, um Exército que venera, endeusa Caxias, que diz: "não sou Caxias, mas vou pacificar o país", No entanto, a história de Caxias ensinada nos livros de história, foram os militares que contaram, eu, continuo perguntando, a serviço de quem, atuava Caxias na monarquia e dentro do Exército brasileiro?
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América Latina. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Império do Brasil, Argentina e Uruguai. Ela se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870.
A verdade é que Luis Alves de Lima e Silva conhecido como o Duque de Caxias oscilava entre o desejo de repousar, e levar a guerra ao cabo como o queria o Imperador. Caxias vergonhosamente abandonou a tarefa no momento em que ela se torna mais difícil” (9). E ainda trouxe para o Brasil, a espada de Solano López, e o canhão cristão por ter sido feita com o metal dos sinos das igrejas de Assunção, exposto no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.Caxias deixou mágoas entre os países. Caxias não foi um pacificador.
Não podia, dêsse
jeito, fazer idéia da transmutação que no ânimo de D. Pedro se operava em
relação a Caxias. É nesse estado d’alma
que o Monarca é surpreendido com a notícia de que o Comandante em chefe dos
exercitos aliados havia declarado que, com a ocupação de Assunção, estava a guerra
terminada e, doente, Caxias aguardava
licença do Govêrno a fim de retirar-se para o Brasil.
D. Pedro II habituara-se a ser prudente e reservado. O Govêrno e, mais que todos, o Imperador, foi tomado de verdadeira estupefação. Não havia concordar com uma coisa nem outra. Era decisão sua incomovível, da qual tinha o Comandante em chefe pleno conhecimento, que não poderia haver paz senão com a captura de López ou a sua expulsão do território paraguaio. Ao govêrno não faltou a imediata e nítida previsão das desastrosas conseqüências dessa imprevista atitude do generalíssimo. Destroçado o Exército paraguaio em Lomas Valentinas, estava, sem dúvida, a guerra vencida. Mas não terminada. Nenhum Govêrno organizado em Assunção poderia ter estabilidade sem o apoio das forças aliadas, enquanto López resistisse no interior do país com os elementos que prestígio lhe permitiría obter.
Caxias, porém,
não merecia tanto. Heitor Lira, na sua magistral História de D. Pedro 11, em
face do estranhíssimo comportamento do monarca, confessa-se (27) desconcertado
no apreciar-lhe a sensibilidade, que, aliás, não lhe era de todo ausente. É
que, iludido por atitudes outras contraditórias e insinceras, escapou-lhe a
percepção daquele profundo ressentimento que no coração do Monarca se arraigara
desde quando Caxias, declarando a guerra terminada, abandonara o comando do
Exército no Paraguai.
E em missiva
posterior de Caxias: Devendo estar finda a guerra em dezembro, demos treis
meses de respiro a Lopez, deixamos que o Exército formasse a idéia de que
estavam findos os seus trabalhos. Esta procrastinação há de fazer péssima
impressão na Europa, como fez aqui. Entre nós.
O afastamento súbito de Caxias, acompanhado de toda a oficialidade do seu Estado Maior, coincidindo com a retirada dos grandes generais feridos, Osório e Argôlo, bem como do Almirante Inhaúma, importaria fatalmente, de um lado, na desmoralização das tropas ociosas, persuadidas de estar finda a guerra, e, do outro, na possibilidade com que ficaria López de organizar tranquilamente para a resistência os recursos que lhe proporcionaria o patriotismo fanático dos paraguaios.
O Imperador não demora em escrever a Paranhos, o futuro Visconde do Rio Branco, Ministro dos Estrangeiros, em missão especial no Rio da Prata, com sede em Buenos Aires, incumbindo-o de demover Caxias do seu anunciado propósito de afastar-se do Paraguai. Não podia acreditar tivesse êle feito aquela declaração. Assim se manifesta em carta de 25 de janeiro de 1869 a Cotegipe, Ministro da Marinha e interino dos Estrangeiros (12):
Não era só D.
Pedro II que não acreditava na gravidade do estado, de saúde do general Caxias
do exército e o culpava pela pausa tão prejudicial às atividades bélicas. Os membros
do Gabinete também. Cotegipe, tão seu amigo, escrevia ao compadre Penedo, nosso
Ministro em Londres (20): “Caxias está aqui de volta, e não tão doente como se
dizia ... a sua volta foi prejudicial. Que ninguém nos ouça — o homem está
muito cheio de si”.
Caxias que,
arrostando as balas, não teve ânimo de arrostar as enfermidades” (21) . Não
viam que essa atitude do grande guerreiro, num homem da sua compleição moral,
não podia ser senão a conseqüência de grande depressão física que surgia como
resultado da confluência de três causas: o exaustivo esforço desenvolvido
durante os vinte dias da gloriosa dezembrada, a doença do fígado que o prostrou
em Assunção e a impressão nêle produzida pela prolongada síncope que quase o fulmina.
É no parêntese dessa depressão que o generalíssimo, numa análise imperfeita da
realidade, declara a luta terminada e se afasta de um modo tão insólito do
teatro da guerra, insensível às responsabilidades que sôbre o seu nome glorioso
iriam pesar, por força das lastimáveis conseqüências de sua atitude.
Essa opinião
desfavorável sôbre o procedimento de Caxias, todos a guardavam consigo.
O estranho comportamento de Caxias atingia fundamente D. Pedro II, ferido na dignidade imperial pelo desrespeito à sua vontade tantas vêzes claramente expressa, mais do que isso aos seus pedidos. – Assim é que, não o visitando, nem mandando visitá-lo, confere-lhe, entretanto, a medalha de mérito militar e o título de Duque. O Ministro da Guerra escreve-lhe: “É do meu dever comunicar a V. Ex. que S. M. acaba de atender ao pedido de dispensa do comando chefe das forças contra o Paraguai, como V. Ex. tão repetidas vêzes lembrou. No decreto de dispensa é V. Ex. louvado, como merece, pelos relevantes serviços que prestou e por outro, como nova recompensa dêles, foi V. Ex. elevado ao alto título de Duque de Caxias" (22.
Profunda foi a
mágoa do Duque. Seria então esta a recompensa que merecia de seu Rei, a cujas
súplicas para servi-lo atendera com o sacrifício de sua saúde — a de
transformá-lo, por seu pedido de demissão, em agente da queda do seu partido,
quando êste gozava de ampla maioria na Câmara e no Senado?
É que o
Imperador acrescentava: juntamente com o Presidente, devia demitir-se todo o
Gabinete do Ministério da Guerra, ao qual sucedería um Ministério liberal,
cabendo ao presidente demissionário convidar um estadista dêste partido para
organizá-lo.
Contam os
amigos de Caxias que o velho Duque leu, releu, tornou a ler a missiva; não
podia acreditar no que os seus olhos liam.
Esquecia-se o
velho Duque Caxias de que, há muitos anos, afastara-se contra a vontade de seu
Rei, indiferente aos seus pedidos, do comando das forças aliadas contra o
Paraguai. Não se lembrava de que, ainda ontem, coagijra-o a conceder, com
imensa repugnância, anistia aos bispos rebeldes. Mas D. Pedro II, que não era
um anjo, tinha boa memória. E parece que, se aparentava perdoar ofensas, como a
Sales Torres Homem, não sofria perdoar imposições.
A atitude quase
glacial com que recebeu a notícia da morte de Caxias, daí a dois anos, bem revela
o grau de ressentimento que, a êsse tempo, êle guardava do grande general.
Nenhum brasileiro, ao desaparecer, seria digno de maiores homenagens do Govêrno
do que Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias. Mas o Imperador do Brasil, ao ter notícia do seu falecimento pelo camarista
Baependi, limita-se a recomendar-lhe:
“diga que eu e a Imperatriz sentimos muito a morte de tão distinto servidor do Estado e amigo de quase meio século”. E nomeia um vereador e camarista para representá-lo nos funerais. Se morresse um Ministro qualquer, não podería fazer menos. Pouco tempo antes, falecendo seu antigo preceptor, o bispo de Crisópolis, compareceu no entêrro e segurou o caixão.
NOTAS:
1.D. Pedro II e o Duque de Caxias: história de um ressentimento
– Em agosto de 1840, Pedro II havia alcançado a maioridade e Luís Alves de Lima e Silva vulgo Caxias decidiu espalhar, uma proclamação que dizia: “ Uma nova época abriu-se aos destinos da grande família brasileira.[…] Aproveitai-a. Amor ao Imperador, respeito às leis e esquecimento das vergonhosas intrigas que só tem servido para enfraquecer. Um só partido enfim, o do Imperador.”;
– Porongos atuação de Caxias na revolta Farroupilha. Conhecido um dos episódios mais vergonhosos, desleais e intragáveis da história brasileira, dia 14 de Novembro de 1844 lanceiros negros foram atacados pelo exército imperial. As instruções secretas de Caxias para o comandante legalista da operação dizia: “Poupe o sangue brasileiro o quanto puder, particularmente da gente branca da Província ou dos índios, pois bem se sabe que essa pobre gente ainda pode ser útil no futuro". O massacre de Porongos foi palco da morte de cerca de até 1.700 lanceiros negros (as estimativas não são exatas), uma verdadeira chacina que representa mais de 50% das baixas de toda a Revolução Farroupilha em seus dez anos de existência;
– O Genocídio Paraguaio Caxias assumiu o controle supremo das tropas brasileiras e mais tarde ainda em 1868 ele passou a controlar também o exército dos aliados com a destruição da economia do Paraguai e a morte de até 69% da população do país;
A Guerra do Prata (1851-1852), seguida pela Guerra do Paraguai (1864-1870) trouxe novos personagens para disputar um lugar ao sol no estreito terreiro da corte imperial: os comandantes militares, do exército e da marinha que, enquanto mercenários contratados para guerrear, ganhavam em ouro e levavam para casa o produto saqueado. Uma vez institucionalizados como instituições do Estado, passaram a ganhar o soldo, muito inferior, um rebaixamento que causava mal-estar, apesar de que todos, senão a maioria, já era ou passou a ser proprietária de terras. Além disso, passaram a ser descontados para o Montepio, a aposentadoria. Sem guerra, o militar ocioso passou a fazer política. O Clube Militar, fundado em 1887, foi de fato o primeiro Partido Militar, usando expressão que alguns estudiosos estão empregando para definir a apropriação que os militares fizeram do Estado nesta última década. O Clube foi fundado na primeira grande crise entre os militares e o governo imperial registrada na historiografia como a Questão Militar, que agitou o cenário entre 1883 a 1887. https://dialogosdosul.
– No acervo do museu Mitre, em Buenos Aires, existe uma carta assinada por Duque de Caxias para o imperador dom Pedro II. O seu conteúdo é explícito: “O general Bartolomeu Mitre [comandante das tropas da Argentina] está resignado plenamente e sem reservas às minhas ordens; ele faz quanto eu lhe indico, como tem estado muito de acordo comigo, em tudo, ainda enquanto a que os cadáveres coléricos, se joguem nas águas do Paraná, já da esquadra como de Itapiru para levar contágio às populações ribeirinhas”. Há quem conteste esta evidência e questione as motivações de Júlio José Chiavenatto. Porém a atuação de Caxias na Balaiada e em Porongos, deixam bem evidente a extrema capacidade que ele tinha para promover estratégias de destruição em massa e chamá-las de pacificação.
– Duas faces de Duque de Caxias, o pacificador e o genocida:
https://www.vice.com/pt/
3. https://www.justificando.com/
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