quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Colaboração de avô de Bush com empresas nazistas. Imprensa revela

o mundo foi seriamente enganado em acreditar que os terroristas ascenderam do exterior quando, na verdade, eles nasceram e foram criados em solo americano.

Prescott Bush apertando a mão de Adolf Hitler

25/09/2004 - 10h12 

Londres, 25 set (EFE).- A dinastia Bush se beneficiou da participação do avô do atual presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em bancos e empresas envolvidas em operações financeiras com a Alemanha nazista, informa hoje, sábado, o jornal "The Guardian".

A publicação britânica assegura ter obtido as provas da denúncia em documentos recém-descobertos nos Arquivo Nacional dos Estados Unidos segundo os quais uma empresa dirigida por Prescott Bush (1895-1972) contribuiu para o esforço bélico do Terceiro Reich.

Tais relações empresariais continuaram até que os ativos da companhia nos Estados Unidos foram confiscados em 1942, de acordo com uma lei americana que proibia qualquer trato comercial com o inimigo.

Mais de 60 anos depois, essa circunstância deu lugar a uma ação por perdas e danos contra a família Bush, aberta por dois ex-trabalhadores escravos do campo de concentração de Auschwitz (Polônia).

A possível relação do avô do atual ocupante da Casa Branca com empresários que financiaram o regime de Hitler foi objeto de diversas informações, nem todas confiáveis, difundidas pela internet.

No entanto, uma série de documentos que deixaram de ser confidenciais em Washington mostram, segundo o "The Guardian", que o patriarca da família, Prescott Bush, continuou colaborando com empresas alemãs depois que os Estados Unidos entraram em guerra com a Alemanha.

Embora nada indique que o avô do atual presidente simpatizasse pessoalmente com a causa nazista, os documentos revelam que a firma para a qual ele trabalhava, a Brown Brothers Harriman (BBH), serviu de base para o industrial alemão Fritz Thyssen, que ajudou a financiar Hitler antes de se tornar inimigo dele alguns anos mais tarde.

Prescott Bush era, além disso, diretor da Union Banking Corporation (UBC), com sede em Nova York, que representava os interesses do magnata do carvão e do aço Thyssen nos Estados Unidos, banco para o qual continuou trabalhando depois da entrada desse país na Segunda Guerra Mundial.

O avô de George W. Bush fazia parte, ao mesmo tempo, do conselho diretor de pelo menos uma das companhias integradas em uma rede multinacional de sociedades mais ou menos fantasmas que permitiam a Thyssen transferir seus ativos entre distintos países.

Um dos pilares dessa rede, a citada UBC, trabalhava exclusivamente para e era propriedade de um banco controlado por Thyssen que tinha sua sede na Holanda.

O "The Guardian" informa também dos vínculos entre Prescott Bush e a companhia Consolidates Silesian Steel Company, do setor do aço, que, durante a guerra, utilizou mão-de-obra escrava procedente de distintos campos de concentração, entre eles o de Auwschwitz.

Essa companhia mudou de proprietário várias vezes nos anos 30, mas diversos documentos liberados no ano passado vinculam Prescott Bush à mesma, apesar de não estar claro se o patriarca e o banco UBS continuavam envolvidos nessa empresa quando, em 1942, as autoridades americanas confiscaram seus ativos.

Dois sobreviventes do Holocausto, Kurt Julius Goldstein, de 87 anos, e Peter Gingold, 85 anos, tentaram iniciar um requerimento perante o Trinunal Internacional de Haia contra o governo dos Estados Unidos e a família Bush. Os dois pedem 40 bilhões de dólares por perdas e danos.

Ambos os sobreviventes argumentaram em apoio a sua causa que o governo dos Estados Unidos estava inteirado do que ocorria no chamado campo da morte de Auschwitz e, portanto, deveria ter bombardeado a ferrovia pela qual chegavam os internos da Hungria e d outros países.

O presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt ordenou seu governo a fazer todo o possível para resgatar os judeus europeus, mas, segundo os advogados de Goldstein e Gingold, se fez caso omisso daquela ordem devido às pressões exercidas por um grupo de importantes companhias americanas, entre elas a citada Brown Brothers Harriman, da qual Prescott Bush era diretor.

A existência de laços entre o avô de George W. Bush e as empresas que colaboraram com Hitler é abordado em três livros de lançamento próxima nos Estados Unidos, cujos autores são a jornalista Eva Schweitzer, o ex-procurador federal e hoje comentarista de TV John Loftus e o também jornalista John Buchanan.

Segundo Loftus, embora não seja possível culpar George W. Bush das atividades de seu avô, o que sim é discutível é a tentativa atribuída à dinastia de encobrir do ocorrido.

1. https://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2004/09/25/ult1808u22857.jhtm

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