Em 1940, por traz da fábrica de matar, a logística do
nazifacismo utilizando os prisioneiros como mão de obra escrava.
—A IBM tradicional empresa de tecnologia organizou
toda a Solução Final, o plano de extermínio total dos judeus, ficou muito mais fácil para o Reich descobrir
quem eram os judeus na Alemanha, onde viviam, em que trabalhavam, confiscaram
seus bens, tiraram seus empregos, jogaram-nos em guetos. Mais tarde, quando
eles foram enviados para campos de concentração, a IBM coordenava todos os
sistemas de trens para levá-los, rendeu à subsidiária alemã US$ 200 milhões.
—A Siemens. Ela
operava em vários subcampo na Alemanha, de onde retirou centenas de milhares de
operários. Eles fabricaram telefones, telégrafos e rádios para a comunicação
militar durante a guerra, componentes elétricos para motores de aviões,
equipamentos para geração de energia, estradas de ferro e munições. construiu
as câmaras de gás, o uso de mão de obra escrava era público e notório.
—A Coca-Cola da Alemanha os negócios do alemão Max KeithKeith foi
reconhecido com a criação da Fanta, e passou a comandar também as filiais da
Coca-Cola nos países ocupados pela Alemanha. Convidado a se filiar ao Partido
Nazista, ele recusou. Mas enquanto nos EUA a Coca forjava a imagem de ícone americano e parceira inseparável dos
jovens do front, sua subsidiária alemã usava mão de obra escrava, especialmente
nos últimos anos da guerra.
—Rudolf-August
Oetker, tinha as mãos sujas, o diretor-executivo da companhia, Richard
Kaselowsky, filiou-se ao Partido Nazista e doou grandes quantias a Heinrich
Himmler, líder da SS (a tropa pessoal de Hitler). Rudolf-August Oetker, seu
enteado e sucessor, manteve a proximidade. Em 1941, chegou a se alistar como
voluntário da Waffen-SS, responsável pela vigilância dos campos de
concentração. Além disso, a empresa também usou mão de obra forçada.
—A Nestlé admitiu o
envolvimento.
—A BMW usou cerca de
30 mil trabalhadores forçados em sua fábrica durante a guerra.
—A Daimler-Benz, dona
da Mercedes-Benz, também fez caminhões e motores de avião. Por volta de 1941,
toda a produção dela era voltada para fins militares. Em 1944, cerca de metade
dos 63.610 trabalhadores eram prisioneiros ou civis de países invadidos obrigados
a trabalhar.
—James D. Mooney caiu
nas graças de Hitler, mas quem decidiu toda a operação da General Motors com o
governo nazista foi o presidente da empresa, Alfred P. Sloan. A guerra foi um
grande negócio para a GM. Mas, diferentemente da maioria dos colaboradores de
Hitler, que tinham no lucro sua maior – senão única – motivação, o presidente
da GM tinha razões políticas. “Sloan desprezava o emergente estilo de vida
americano trabalhado pelo presidente Franklin Roosevelt. Ele admirava a força,
determinação irreprimível e a magnitude da visão de Hitler”, afirma Edwin
Black.
—O Fusca. Criado pelo
engenheiro Ferdinand Porsche, o carro que se tornaria o mais vendido da
história foi um sucesso antes e durante a guerra, já que seu sistema de
refrigeração a ar permitia atravessar até desertos. A fábrica do carro, que
também tinha mão de obra escrava, foi bombardeada, tomada pelos ingleses,
devolvida aos alemães depois da guerra e enfim privatizada para se tornar a
Volkswagen de hoje.
—Hitler e Ford, Os
dois tinham muito em comum. Antissemita:
por uma teoria da conspiração recorrente que diz que os judeus têm um
plano de dominação do mundo, manipulando imprensa, governos e economias, os
textos viraram um livro: O Judeu Internacional. Empresário visionário e
antissemita? Nada melhor para ganhar a admiração de Hitler. Com isso, a Ford
explorou o rico mercado alemão, montando inclusive fábricas de veículos
militares no país – antes mesmo do início da guerra. Com isso, a Ford da
Alemanha mais que dobrou de tamanho entre 1939 e 1945.
—De acordo com Charles Higham, autor de
Trading with the Enemy (“Comercializando com o inimigo”, inédito no Brasil),
empresários dos EUA continuaram de conluio com o governo alemão mesmo depois da
entrada do país no conflito, em dezembro de 1941. Na mesma semana em que
declararam guerra, os EUA proibiram qualquer negócio com os inimigos. Mas um
decreto presidencial permitia algumas exceções, especialmente quando tinha
muito dinheiro envolvido.
—A Standard Oil, de Nova Jersey,
transportava o combustível para a Alemanha através da neutra Suíça, e os
caminhões da Ford eram fabricados na França (que estava sob domínio nazista)
com autorização da matriz, por exemplo.
De seu lado, o governo alemão prometeu
que, se saísse vitorioso, as propriedades de alguns empresários americanos não
seriam afetadas. “Qualquer que fosse o vencedor, os poderes que faziam o país
funcionar não seriam prejudicados”, escreve Higham. Dessa forma, os
investimentos das subsidiárias de empresas americanas na Alemanha chegaram a
US$ 475 milhões na época – dentre eles, US$ 35 milhões da GM e US$ 17,5 milhões
da Ford, que fabricou cerca de um terço dos caminhões nazistas.
—A
ligação de Chanel com os alemães começou após a ocupação de Paris, quando ela
teve um caso com um espião da Alemanha, o barão Hans Günter Dinklage. A função
dela era mediar negociações entre os alemães e pessoas de seu círculo social –
que, como é de se esperar, era cheio de gente importante. Ela colocou os
alemães em contato com o duque de Westminster, então o sujeito mais rico da
Europa, e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill.
—Hugo Boss. Dono de uma fábrica de
roupas, ele recebeu uma encomenda de camisas marrons para o então pouco
conhecido Partido Nacional-Socialista. Mais tarde, a agremiação encomendou a
produção de seus uniformes. Finalmente, em 1931, Boss virou o membro 508.889 do
Partido Nazista. Graças à ligação, ele passou a fazer roupas também para a
Juventude Hitlerista e o Exército. Seus lucros subiram de 200 mil para 1 milhão
de marcos. Durante a guerra, Boss usou 140 escravos, que trabalhavam sob
condições desumanas, em barracões imundos e com pouca comida.
—Para
se aproximar de Hitler, Paramount, Columbia e outros estúdios demitiram
funcionários judeus.
—A Fox alterou cenas
em que oficiais alemães foram retratados de um jeito que desagradou Hitler em O
Lanceiro Espião (1937).
—A Warner retirou a
palavra “judeu” dos diálogos do filme. Em 1938, a MGM seguiu uma
recomendação dos nazistas e investiu em armamentos para a Alemanha, segundo o
historiador americano Tom Doherty, estudioso do envolvimento dos estúdios com o
nazismo.
—Para completar,
Joseph Goebbels, o poderoso ministro da Propaganda alemão, teria pedido a Frits
Strengholt, chefe da MGM no país, que se divorciasse de sua mulher judia. Ele
atendeu o pedido e, segundo Urwand, há evidências de que a ex-esposa foi para
um campo de concentração.
O que mais instiga os
especialistas é que provavelmente há dados ocultos. E que, possivelmente, ainda
existam muitos arranha-céus imponentes com uma velha suástica escondida em seus
arquivos.
Por Cláudia
de Castro Lima
- Publicado em 6
out 2014, 22h00
Os nazistas colocavam em marcha o plano de utilizar o número
crescente de prisioneiros de guerra nas fábricas e indústrias alemãs, onde
seriam explorados como mão-de-obra escrava. Hoss tinha uma missão e tanto pela
frente: “Precisava criar um campo que pudesse abrigar 10 000 pessoas, ele
queria que pulasse para 30.000 tornando-se o maior campo de prisioneiros antes
da chegada do inverno”. Os empresários fariam enormes investimentos na região.
Em troca, pediam a garantia de mão-de-obra abundante. E barata. No entanto,
mais da metade dos 23 000 prisioneiros enviados no primeiro ano para o campo
morreu antes de completar 20 meses na prisão, abatida pela fome, exaustão e
maus-tratos. Heinrich Himmler, comandante supremo da SS e um dos homens fortes
do Reich a construção de campos de concentração – que Himmler chamava de
colônia-modelo – estava intimamente ligada aos planos de expansão da Alemanha. Para
os nazistas, o lebensraum
era o espaço necessário para a expansão territorial e a
prosperidade do povo alemão. O plano incluía a reintegração de todos os povos
germânicos – inclusive os do Brasil. Já que era no lebensraum que
os nazistas prometiam a reunificação da raça ariana, eles precisavam tirar de
seu espaço eslavos, judeus e ciganos. “As teorias de supremacia racial não eram
novas, nem exclusivas da política nazista na década de 1930. A novidade é que,
com o início da guerra, os alemães sentiram-se à vontade para pôr em prática
seus planos de limpeza étnica e racial”.
A logística após as
primeiras semanas da invasão. As atas desse encontro foram encontradas em
Berlim após a guerra e permaneceram durante muito tempo secretas. Recentemente
foram publicadas pelo historiador
americano Richard Overy, no
livro Russia’s War. “Se
quisermos avançar em território soviético, temos que reduzir o consumo de
alimentos e de energia das populações locais”, diz um trecho do relatório.
“Nada de falsa piedade. Milhões morrerão de fome”.
A entrada em cena dos prisioneiros soviéticos acelerou os
planos de extermínio nos campos. Criado em 1937, o programa de limpeza
genética dos nazistas incluía a eliminação de crianças e esterilização de
adultos com deficiências ou doenças terminais. “Após o início da guerra, o T4
foi levado aos territórios ocupados e a lista passou a incluir adultos que não
estivessem aptos para o trabalho”, diz Gellately. Os indesejáveis eram enviados para clínicas como a de Sonnestein e lá
conduzidos a salas com falsos chuveiros, cujos canos não estavam ligados à
água, mas a cilindros de monóxido de carbono. Entre 1939 e 1941, cerca de 70
000 pacientes foram assassinados dessa forma. Naquele mês de julho, o T4
selecionou 575 prisioneiros de Auschwitz para testar o método.
O general Erich von
dem Bach Zelewski teria dito a Himmler que havia mais um inconveniente: o
efeito negativo sobre os soldados. O rito sumário, a morte de crianças, velhos
e mulheres civis, estaria abalando o moral dos seus homens.
“Himmler saiu dali
convencido de que era preciso arrumar uma maneira melhor de matar”, afirma
Vildt. “Tanto que incumbiu Albert Widman, tenente da polícia técnica e
científica da SS, um veterano do T4 na Alemanha, de adaptar suas experiência com
monóxido de carbono aos campos de prisioneiros.” Em junho, Widman havia
questionando a viabilidade de deslocar cilindros do gás para locais de execução
fora da Alemanha.
Diante disso, ele
sugeria um novo tipo de câmara de gás volante – caminhões fechados que tinham o
cano de descarga voltado para o interior do veículo.
Em Brzezinka, mas
ficaria famoso pelo nome em alemão: Birkenau. O projeto previa 100 000
prisioneiros e a estrutura de uma pequena cidade, transferidos dos campos de
Auschwitz, de onde a maioria das plantas e projetos desapareceram, o desenho
original de Birkenau foi localizado entre os documentos secretos da antiga
URSS, em 1990.
Ele revela que, desde
o início, o local foi desenhado para abrigar os prisioneiros em condições
repugnantes. Não havia água encanada ou assoalho nos barracões. Adaptados dos
antigos campos da Alemanha, onde cada preso tinha seu catre, os planos de
Birkenau previam a colocação de 3 pessoas no mesmo espaço, ou 550 pessoas por
barracão. As plantas originais revelam que Bischoff não ficou satisfeito com
esses números. Onde se lia “550 por barracão” há uma anotação feita à mão, com
o número riscado e trocado por 774.
“Os
judeus começaram a ser sistematicamente perseguidos na Alemanha em 1933, bem
antes da guerra. Mas foi nos territórios soviéticos que o anti-semitismo se
manifestou numa vertente até então inédita: o extermínio sistemático”, diz
Robert Gellately.
O britânico
Christopher Browning concorda: “O plano nazista para liquidação dos judeus
desenvolveu-se por etapas, durante a 2ª metade de 1941, e não era consensual em
toda a cúpula nazista. Até a invasão da URSS não se pode afirmar que havia o
objetivo de realizar o extermínio”, diz. Segundo ele, o aumento brutal do
número de prisioneiros, que superlotou campos e guetos, e a percepção de que a
vitória na URSS não seria rápida, fez os nazistas concluir que deportar judeus
para o leste consumia homens, armamentos e recursos demais.
Em 31 de julho de
1941, Hermann Goering, um dos homens mais poderosos da cúpula nazista e próximo
de Hitler, encomendou ao general Reinhard Heydrich da SS a elaboração de um
plano completo de “solução final da questão judaica”, que se tornaria o
Protocolo de Wannsee, apresentado à cúpula nazista em Berlim no início de 1942
numa reunião que teve como anfitrião Adolf Eichman, do Ministério Central da
Segurança. Antes mesmo do encontro em Wannsee, porém, os primeiros trens de
deportação de judeus para os campos de extermínio já haviam partido em 15, 16 e
18 de outubro de 1941, de Viena, Praga e Berlim, respectivamente.
Em
julho de 1942, Himmler anunciou que todos os judeus sob autoridade do Governo
Geral – que era como chamavam a Polônia ocupada – deveriam ser evacuados até o
fim do ano, garantir o ritmo das obras em Birkenau e coordenar a chegada dos
novos prisioneiros. A unidade da IG Farben em Monowitz, a apenas 6 km de
Birkenau foi destruída por um ataque britânico. Os prisioneiros se perguntavam por que as linhas de trem ou as câmaras
de gás não eram bombardeadas. E essa é uma das grandes questões da guerra que
continuam sem resposta. O médico Josef Mengele, chegou ao campo no início
de 1943. Mengele instalou-se no crematório 2, onde mantinha consultório,
ambulatório com 8 leitos e laboratório. Ali, ele realizou estudos genéticos –
uma obsessão nazista – e fez experiências médicas ligadas à guerra, como com
gangrena e queimaduras. Uma de suas atividades prediletas era realizar
autópsias simultâneas em gêmeos, algo raríssimo – em que outras circunstâncias
dois irmãos gêmeos morrem ao mesmo tempo e no mesmo lugar? No laboratório de
Mengele, assim que morria um gêmeo, seu irmão era trazido e assassinado.
Em
janeiro de 1945, veio a ordem para que se esvaziasse o campo.
Em
30 de abril, Adolf Hitler se matou num porão de Berlim. (fugiu para Argentina)
Franz
Stangl, o eficiente comandante de Treblinka, fugiu para o Brasil, onde
trabalhou no almoxarifado da Volkswagen usando o próprio nome, até 1967, quando
foi enfim deportado para a Alemanha.
Mengele
escapou para a Itália e com a colaboração das autoridades locais conseguiu
passaporte e uma passagem para a Argentina. Viveu no Paraguai e no Brasil, onde
morreu, em 1979, incógnito.
NOTAS:
NOTAS:
The Specter of Genocide. Robert Gellately,
Cambridge University Press, 2003.
The Origins of the Final
Solution. Christopher Browning,
William Heinemann, 2004.
The Architect of Genocide:
Himmler and Final Solution. Richard Breitman, Alfred Knopf, 1991.
Os campos de concentração no Brasil
Durante a 2ª Guerra, também tivemos campos de
concentração — onde japoneses, italianos e principalmente alemães ficaram
confinados. Conheça suas histórias.
Em
1942, tudo mudou. O Brasil governado por Getúlio Vargas, rompeu de repente, relações diplomáticas com os países do Eixo –
cujos cidadãos passaram a ser considerados inimigos. “O governo brasileiro
precisava fazer isso [criar os campos de concentração] para se alinhar com as
estratégias dos Aliados e dos EUA” A maioria foi para campos de
concentração, organizados pelo Ministério da Justiça. https://super.abril.com.br/historia/os-campos-de-concentracao-no-brasil/
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