Barragem da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais
Século XVIII.
À espera da lama, Barão de Cocais abandona vilarejo histórico ao colapso de barragem
Barão de Cocais, Vila de Nossa Senhora do Socorro, pertencente à mina de Gongo Soco, em Minas Gerais. Lá morava o padre Antonio Tavares de Barros, apaixonado por queijos e ouro, que era por ele enterrado na própria fazenda. Um dia, um gato comeu seu queijo. Furioso, o padre o trancou dentro de um quarto para açoitá-lo. Encurralado, o animal pulou em seu pescoço e, com as unhas, rompeu uma de suas artérias. Os dois foram encontrados mortos dias depois. O lugar onde o padre enterrava o ouro ficou conhecido como tesoureiro. Nele, existe uma lamparina que iluminava e guarda o ouro. Atualmente só existem ruínas na fazenda e o local, dizem, é mal-assombrado.
Ao fundo, em meio às ruínas, é possível ver o cofre onde
o Barão de Catas Altas guardava o ouro extraído da região
o Barão de Catas Altas guardava o ouro extraído da região
Casarão do Barão de Catas Altas em 1913
São muitas as histórias que rondam aquela área. No caminho para a fazenda Gongo Soco, estão as ruínas do palácio do Barão de Catas Altas e o arco do triunfo, por onde passaram Dom Pedro I e Dom Pedro II com suas comitivas. No trajeto existem ainda ruínas de uma antiga cidadela inglesa, também do século XVIII.
Sob a direção dos ingleses, a mina de Gongo Soco produziu cerca de 12 mil quilos de ouro! Após 30 anos de exploração, a produção do ouro foi reduzida a apenas 29 quilos! Isso porque, em 1856, o maquinário não foi suficiente para atingir os veios mais profundos da mina. Assim, os ingleses deixaram a fazenda, finalizando mais uma etapa da história de Gongo Soco. [1]
Gongo Soco (Barão de Cocais MG) foi de propriedade de João Batista de Sousa Coutinho, o Barão de Catas Altas, que, a partir de 1818, apurou somas fabulosas de ouro daquelas lavras a céu aberto.
Durante dois anos, o Barão extraiu, por dia, nada menos do que 7 quilos e meio de ouro puro dos talhos abertos do Gongo Soco
Julgando, esgotada a mina, Catas Altas a vendeu para os ingleses da Imperial Brazilian Mining Association, que passariam a empregar tecnologia mecanizada na exploração do ouro, como o trem de vagonetes e o engenho hidráulico de pilões, cujas cabeças dos trituradores eram produzidas pela Fábrica de Ferro de João Monlevade.
Depois de extinta a Companhia Inglesa do Gongo Soco, a mina passou a ser explorada pela Vale também por seu minério de ferro que é puríssimo e, obviamente, muito rico em ouro
Hoje, o Gongo Soco se transformou numa verdadeira bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento, mediante do risco da ruptura de mais uma barragem de mineração. Pesquisa histórica e texto de Fernando Fonseca Garcia
Fonte: Heitor Bragança
Barragem em Barão de Cocais (MG): Moradores estão divididos entre fugir e ficar. 'Não tenho pique para correr até a rota de fuga sozinha', diz aposentada
[1] Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais
“Gongo Soco”, Agripa Vasconcelos
Senac Minas Gerais – Descubra Minas
Histórias de nossas histórias
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