Durante o ano de 1942, Alemanha e Itália cumpriram a ameaça que fizeram se o Brasil rompesse as relações com o Eixo. Alegando que o Brasil já era um País inimigo, começaram os ataques à desprotegida marinha mercante brasileira.
As agressões do Eixo continuaram e, em agosto, começaram os ataques a navios na costa brasileira.
Anexos
Anexo A – Capa da revista Time de 19 de janeiro de 1942.
Fonte: Revista Times. Disponível em: <http://www.time.com/time/covers/0,16641,19420119,00.html>.Acesso em: 09 fev. 2007.
Anexo B – Getúlio Vargas discursando na abertura da III Reunião dos Chanceleres do Rio de Janeiro, em janeiro de 1942.
Fonte: Disponível em:
<http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/fotos/Diretrizes_do_Estado_Novo/A_guerra_no_Brasil/Reuniao_de_chanceleres/gvfoto131_3_thumb.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2007.
Anexo C – Oswaldo Aranha na III Reunião dos Chanceleres no Rio.
Fonte: Disponível em:
<http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/fotos/Diretrizes_do_Estado_Novo/A_guerra_no_Brasil/Reuniao_de_chanceleres/oafoto256_16_thumb.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2007.
Anexo D – Oswaldo Aranha discursando durante a III Reunião dos Chanceleres do Rio de Janeiro.
Fonte: Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/fotos/Diretrizes_do_Estado_Novo/A_guerra_no_Brasil/Reuniao_de_chanceleres/oafoto256_5_thumb.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2007.
Anexo E – Oswaldo Aranha, em discurso em que defende a declaração de guerra contra os países do Eixo.
Fonte: Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/fotos/Diretrizes_do_Estado_Novo/A_guerra_no_Brasil/Reuniao_de_chanceleres/oafoto257_2_thumb.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2007.
Anexo F – Reunião ministerial após a declaração de guerra ao Eixo, em 1942.
Fonte: Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/fotos/Diretrizes_do_Estado_Novo/O_Brasil_na_guerra/scfoto026_thumb.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2007.
Conclusões
O presente estudo se propôs analisar a atuação de Oswaldo Aranha no comando do Ministério das Relações Exteriores desde sua posse, em março de 1938, até a declaração de guerra aos países do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1942, destacando o seu papel na definição do alinhamento brasileiro no conflito internacional, ao lado dos Estados Unidos.
Em um primeiro momento foi analisada a situação política brasileira e todas as suas peculiaridades em 1930. A data é simbólica pelo sucesso dos revoltosos que destituíram o presidente Washington Luis, colocando em seu lugar o gaúcho Getúlio Vargas, e iniciaram uma nova fase na política nacional. O antigo regime era dominado pelas oligarquias que faziam do País o palco para suas negociações. Com Washington Luis, caiu também a República Velha e todas as suas fraudes.
A Revolução de 1930, apesar de pôr fim à antiga ordem, não representou, exatamente, uma grande ruptura, especialmente em política exterior. Contudo, uma nova e mais influente classe média começou a surgir e, com ela, o principal objetivo do novo governo: a industrialização do País com a construção de uma usina siderúrgica de grande porte. Outro poder crescente no período foram as forças armadas, fazendo também aumentar o desejo de País de modernizar os equipamentos militares do País. Os caminhos para alcançar essas necessidades do novo regime guiaram a política externa brasileira. Os militares representavam a ala pró-Eixo no governo Vargas, enquanto Aranha liderava a ala pan-americana do Estado Novo.
Na mesma época, o mundo passava por um período de transição e as relações internacionais estavam particularmente agitadas. Na Europa, crescia o terror dos regimes totalitários, como o fascismo e o nazismo. Nos EUA, sob o governo de Roosevelt, começava uma reorientação da política externa estadunidense com o continente, batizada de política da boa vizinhança. E no Brasil, em novembro de 1937, para a inquietação do governo Roosevelt, Vargas proclamou o Estado Novo, a primeira experiência totalitária do Brasil, que durou até 1945. O Brasil estava perigosamente perto dos regimes fortes europeus e, nesse momento, começava uma intensa relação pendular entre Brasil, Alemanha e EUA. Do resultado dessas negociações, para o Estado Novo, dependia o futuro do País.
Nesse mesmo período, nascia para a vida política um jovem advogado com grandes ambições políticas. Oswaldo Aranha foi um dos principais artífices da Revolução de 1930 e amigo pessoal de Getúlio Vargas. Vitoriosa a Revolução, Aranha tentou assentar as diferentes facções que chagaram ao poder com o novo governo, assumindo o ministério a Justiça e de Negócios Interiores e, mais tarde, o ministério da Fazenda.
De outubro de 1930 até inícios de 1934, Aranha, como ministro, enfrentou toda sorte de problemas com o próprio governo, com a imprensa e com levantes contra o governo. Ao pedir demissão, foi-lhe oferecido o cargo de embaixador brasileiro em Washington e o advogado, revolucionário e ministro se tornou então um diplomata.
Em Washington, Aranha ganhou bastante prestígio. Trabalhou diretamente com o governo Roosevelt, promovendo o Brasil e suas potencialidades. Também se impressionou bastante positivamente com a pujança da democracia estadunidense, o que reforçou ainda mais suas convicções democráticas. No entanto, o golpe do Estado Novo em 1937, com o qual não concordou, tornou muito difícil representar o Brasil. Assim, o embaixador terminava seu período nos EUA.
Vargas, o homem forte do Estado Novo, sabia do prestígio de que Aranha gozava em Washington e da forte base política que acumulou no Brasil. Assim, sua presença no governo era indispensável. Aranha aceitou o cargo de ministro das Relações Exteriores e, a partir de março de 1938 até meados de 1944, seria o responsável pela política exterior do País em um mundo à beira de uma nova guerra. Com a indicação de Aranha para a chancelaria, Vargas impôs um contrapeso a influência germânica do Estado Novo.
Nesse período, Aranha tentou, com todos os seus recursos, inclusive ameaças de demissão, aproximar o Brasil dos EUA e afastá-lo da Alemanha nazista. A sua missão oficial aos EUA, convidado pelo próprio presidente estadunidense, e a atuação das delegações brasileiras em todas as Conferências americanas, sempre em concordância com os EUA, ajudaram a deixar claro o caminho que o Brasil deveria seguir. Para o chanceler, o alinhamento continental era opção natural do Brasil. Porém, enfrentava elementos dentro do governo declaradamente pró-Alemanha. No entanto, apesar de todos os esforços de Aranha, o crescente comércio Brasil-Alemanha tornava a situação mais difícil. Situação que o início dos enfrentamentos na Europa e o bloqueio naval da marinha britânica trataram de facilitar.
Dessa maneira, provou-se a hipótese do estudo, no sentido que, sem a atuação de Aranha, dificilmente a cooperação entre Brasil e EUA se daria nos termos em que se sucedeu.
A siderurgia, instalada em Volta Redonda, e os créditos de Eximbank para compra de armamentos para as forças armadas brasileiras, os sonhos de Vargas, e a declaração de guerra à Alemanha e à Itália terminaram um período de negociações bem sucedidas, nas quais Aranha foi a voz principal em defesa dos ideais democráticos e pró-EUA.
A atuação de Aranha durante todos os momentos que antecederam à declaração de guerra à Alemanha e à Itália foi sempre fiel às suas posições. Desde a primeira etapa do governo de Vargas, Aranha defendeu sua preferência pela democracia. Porém, sua amizade com Vargas, quase sempre, falava mais alto. Quando da revolta constitucionalista de 1932, em São Paulo, o então ministro, em seu âmago, concordava com as reivindicações dos revoltosos, da mesma forma que apoiava secretamente as exigências da FUG. No entanto, parecia que Aranha sabia a hora de agir.
O estudo cobre apenas um período da atuação de Aranha durante a história. Outros momentos de sua vida política, principalmente as duas passagens pela ONU, merecem, da mesma forma, maior atenção dos estudantes de Relações Internacionais.
O parcial anonimato de um personagem tão importante para o Brasil explica-se pela convivência com uma estrela maior, Getúlio Vargas, que, inclusive, batizou o período com o seu nome. Não obstante, Aranha foi o principal personagem da política externa do Estado Novo. Somente a sua presença a frente da política externa brasileira foi suficiente para acalmar os temores dos EUA quanto ao Estado Novo. Internamente, praticamente isolado, resistiu às pressões dos elementos simpatizantes do Eixo e levou o País a uma parceira que rendeu bons frutos, pelo menos até o fim da guerra.
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