Costuma-se dizer que uma “vitória de Pirro” é quando o preço da vitória é tão alto que praticamente representa um
grande prejuízo ao vencedor, fazendo-se alusão ao que havia acontecido ao
Rei Pirro, pouco tendo a comemorar.
Analisando os resultados da
eleição para Presidente da República, podemos dizer que a vitória de Dilma foi,
na verdade, uma vitória de Pirro, seja pela herança
maldita que ela vai receber de si própria, já que Aécio ficou livre deste grande volume de problemas no Brasil,
que seria herdar um país em crise econômica, política, social, ética e moral, e
caberá à presidente reeleita descascar seu próprio abacaxi.
O Brasil todo assistiu à mais vergonhosa campanha eleitoral de que se tem notícia em nossa história recente, quando as armas usadas pela candidata do PT foi a mentira, o engodo, o amedrontamento, a falta de ética para destruir, não apenas a imagem, mas a biografia dos principais contendores, como Eduardo Campos, falecido no decorrer do processo eleitoral, depois Marina Silva que não chegou ao segundo turno e, então, as baterias do PT, de seus aliados e da candidata Dilma voltaram-se contra Aécio.
O Brasil todo assistiu à mais vergonhosa campanha eleitoral de que se tem notícia em nossa história recente, quando as armas usadas pela candidata do PT foi a mentira, o engodo, o amedrontamento, a falta de ética para destruir, não apenas a imagem, mas a biografia dos principais contendores, como Eduardo Campos, falecido no decorrer do processo eleitoral, depois Marina Silva que não chegou ao segundo turno e, então, as baterias do PT, de seus aliados e da candidata Dilma voltaram-se contra Aécio.
Mesmo vitoriosa eleitoralmente, Dilma
terá uma base aliada bem menor no Congresso Nacional, principalmente na Câmara
Federal; somente
o PT e PMDB perderam 29 deputados e alguns senadores, além do fato de que
diversos parlamentares, tanto do PMDB quanto de outros partidos aliados,
já deixaram entrever que não irão fazer papel de “vaquinhas de presépio”, obedecendo cegamente aos ditames e vontades do Palácio do Planalto, e
prova disso foi a derrota na Câmara da proposta do Governo PT relativa aos
"Conselhos Populares" (de origem comunista).
Outro aspecto foi a profunda divisão
politica, eleitoral, econômica e social que emergiu dessas eleições.
Dilma ganhou de lavada no Nordeste, onde a pobreza e os
baixos índices educacionais são bem piores do que a média nacional, onde o maior cabo eleitoral do Governo PT tem sido a distribuição de
migalhas que caem do orçamento público federal, representadas pelo
Bolsa-Família e outros programas assistenciais.
O Brasil mais desenvolvido, onde a
população é menos dependente do assistencialismo governamental, os Estados do
Sul, Centro Oeste e Sudeste, com exceção de Minas Gerais, Rio de Janeiro e
alguns Estados da região Norte, optaram pela candidatura de Aécio, que
representava os anseios de mudança de governo, de gestão, de visão de futuro e
de dimensão ética nas ações governamentais.
Dilma terá contra si a indignação de uma população, principalmente nos Estados em que perdeu, e que paga uma enorme carga de impostos e não recebe em troca serviços públicos de qualidade.
Dilma terá contra si a indignação de uma população, principalmente nos Estados em que perdeu, e que paga uma enorme carga de impostos e não recebe em troca serviços públicos de qualidade.
O caos na Saúde, a baixa qualidade da
Educação, o crescimento acelerado da violência, a falta de Saneamento Básico, a
precariedade da Infraestrutura que onera demasiadamente o setor produtivo,
reduzindo o poder de competição de nossas exportações, além das constantes
denúncias de corrupção, irão pesar muito para a Administração federal, que deve
continuar igual ou pior do que nesses quatro anos, que devem se encerrar em
dois meses.
A população desses Estados terão a
consciência de que seus impostos são usados para alimentar uma máquina política
eleitoral, para beneficiar e manipular a população pobre do Norte e Nordeste, e
isto pode alimentar um conflito regional e social profundo.
Outro aspecto que serve para caracterizar o resultado desta eleição como vitória de Pirro é o fato de que no próximo mandato, muito mais do que neste que se finda.
Outro aspecto que serve para caracterizar o resultado desta eleição como vitória de Pirro é o fato de que no próximo mandato, muito mais do que neste que se finda.
Dilma será refém do PT, de sua direção
ávida por cargos e mutretas nos órgãos de governo; será tutelada por Lula que
já começou a preparar a sua volta nas eleições de 2018, e será uma sombra
permanente nas decisões de Dilma.
E, finalmente, Dilma será refém do novo
Congresso, onde as negociações serão muito mais no toma lá, dá cá, de uma base que não aceitará o cabresto do Poder Executivo.
Por último, como Dilma vai entregar um governo para si mesma muito pior em termos de economia, do que recebeu de seu criador e antecessor Lula, com certeza a crise econômica deverá se agravar e esta tênue lua de mel, que está tendo com pouco mais de 35% dos eleitores que ainda acreditaram em suas promessas, mais cedo do que imaginamos deverão fazer coro com a maioria que não acreditou em suas propostas.
As manifestações populares e de massa estarão de volta nas ruas e praças
do Brasil.
Resumindo, a crise vai ficar mais aguda e o Brasil deve esperar por dias mais difíceis, com mais
conflitos, mais medo do que esperança quanto ao futuro.
Resumindo, a crise vai ficar mais aguda e o Brasil deve esperar por dias mais difíceis, com mais
conflitos, mais medo do que esperança quanto ao futuro.
Nossa semelhança com a Venezuela e
Argentina está mais forte do que nunca!
(*) “Vitória pírrica” ou “vitória de Pirro” é uma expressão
utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente
acarretadora de prejuízos irreparáveis. (Dimas Terra, em
“Viagem”)
A expressão recebeu o nome do rei Pirro do Épiro (território que hoje cobre parte da Grécia e Albânia),
cujo exército havia sofrido perdas irreparáveis após derrotar os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C., e na Batalha de Ásculo, em 279 a.C., durante a Guerra Pírrica.
Juacy da Silva - professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em Sociologia
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