quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Socialismo, ideologia macabra e assassina

“Vivemos em um mundo louco onde os contrários se convertem continuamente entre si, os pacifistas se descobrem  adorando Hitler, os socialistas  tornam-se nacionalistas, os patriotas colaboracionistas, os budistas oram pela vitória do exército japonês, e a Bolsa sobe se os russos preparam a ofensiva”. G. ORWELL, Horizonte, set.1943

No socialismo o governo se torna o corruptor destruindo o capitalista forma assim a ditadura do proletariado. O governo do PT e aliados prometeram que com os impostos pagos pelo povo nas mãos deles o País se transformaria em um mundo melhor, de igualdade, mas eles  se  corromperam,  não cumpriram o prometido.

O socialismo não pode ser mantido por muito tempo, exceto por meio do terror; o uso do terror são as características específicas mais necessárias para um líder socialista se manter no poder. Ele ascendeu ao topo por meio de um processo de seleção natural socialista: a seleção do pior. Os requisitos para a manutenção do sistema de controle de preços e salários trazem à luz a natureza totalitária do socialismo. O socialismo como um sistema econômico requer um ato maciço de roubo — os meios de produção devem ser expropriados de seus donos e tomados pelo estado. É virtualmente certo que tais expropriações provoquem grande resistência por parte dos proprietários, resistência que só pode ser vencida pelo uso de força bruta, como evidenciado foi na União Soviética. Seu caráter é o dos ladrões armados preparados para matar caso isso seja necessário para dar cabo dos seus planos. Já os nazistas, em geral não tiveram que matar para expropriar a propriedade dos alemães, fora os judeus. Isto porque, como vimos, eles estabeleceram o socialismo discretamente, por meio do controle de preços, que serviu para manter a aparência de propriedade privada. Os proprietários eram, então, privados da sua propriedade sem saber e, portanto, sem sentir a necessidade de defendê-la pela força.

O século XX será lembrado como uma época de utopias negativas, ou seja, de distopias, do pesadelo social, das sociedades completamente imperfeitas, e isso não apenas no plano de efetividades sociais   —  os campos de concentração resumem o assunto – mas também no âmbito das formulações literárias. Eric Hugh Blair – mais conhecido como  George Orwell (1903-1950) é, com Aldous Huxley, o antiutopista mais famoso do século passado.  O primeiro de seus contos utópicos, Animal farm (1945), mesmo não sendo o mais conhecido, é talvez o melhor do ponto de vista literário. Em A Fazenda dos Animais: A nova  república procura elevar o espírito das massas, que infelizmente são pouco influenciáveis, sobretudo as ovelhas.  Reduzem-se  portanto os princípios a um só, facilmente assimilável: “ Quatro patas é bom; duas pernas é mau”, ilustração de um radical maniqueísmo. Logo surgem as discórdias a situação piora para a maioria, enquanto os porcos no poder isolam-se nos privilégios. “O slogan fundamental se torna: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”. Reduzidos novamente à escravidão, os bichos verão os porcos entrarem em acordo com os fazendeiros vizinhos para explorá-los.
Orwell mostrou em sua obra 1984  publicada em 1949  uma profecia sobre as coisas que virão e uma advertência  para que esperemos o pior se nada for feito para mudar. Uma anatomia de forma grotesca dos regimes nazista e bolchevique. Orwell fala da anulação da identidade individual, da corrupção da linguagem através do comunismo macabro, manipulação ideológica, da falsificação e perda da memória histórica pela ação dos meios de comunicação de massa. Orwel mostrou  como um partido único se apodera das mentes, as submete e entrega sem resistência ao Estado onipotente. A guerra permanente entre as superpotências, mantém viva a psicose do terror;   e foi inventada  para “consumir inteiramente os produtos da máquina sem elevar o padrão geral de vida”, porque as massas devem permanecer pobres e ignorantes para serem dominadas. Os três super-Estados possuem de fato o mesmo sistema político, e esta guerra não busca outro fim a não ser o de “manter intacta a estrutura da sociedade”. Isto explica o slogan “A guerra é a paz”, que eliminaria todo dissídio interno diante do perigo externo. Em resumo, busca-se o poder pelo poder. Quando estiver destruída a família, erradicado o instinto sexual e absorvida a vontade individual, então “não existirá mais amor senão aquele pelo Grande irmão”. Para alcançar este fim, a filosofia do Partido é simples: não existe realidade exterior à mente que a concebe: dominai as mentes e dominareis a realidade.

George Orwell nasceu em Motihari na Índia, no ano de 1903. Completou seus estudos na Universidade de Eton. Aos 19 anos entra para a Polícia Imperial Britânica. Passou muitos anos entre a Índia e a Birmânia. Revolta-se com o imperialismo inglês, abandona tudo e volta para a Europa. Renuncia sua origem burguesa e sua fortuna. Considera seu passado vergonhoso, e por isso muda seu nome. Seu nome verdadeiro é Eric Arthur Blair. Trabalha como operário de fábrica em Paris e depois como professor primário em Londres. Assim, sente pela primeira vez a opressão da classe trabalhadora. E é neste contexto que ele começa a escrever sua literatura. Participa da Guerra Civil Espanhola em 1936, lutando ao lado do P.O.U.M. (Partido Obrero de Unificación Marxista). George Orwell era a favor das classes sociais baixas, e ficou decepcionado com os Partidos Comunistas da época, fiéis aos ditames de Moscou. Era um anti-stalinista, não pelo socialismo, mas contra todo o tipo de totalitarismo. E é em 
?Revolução dos Bichos? (1945) que ele tece toda a crítica ao regime. 

George Orwell mostra através de uma história de ficção, a ganância de poder do ?ser humano?. O autor descreve uma granja, cujo dono é o Sr. Jones (Granja do Solar). Os vários animais da granja, porcos, galinhas, vacas, cachorros, gatos, cavalos, gansos e pássaros são induzidos a uma revolta por um porco mais velho (Major). Este diz ter tido um sonho no qual via um lugar onde todos os animais eram iguais e auto-suficientes. Era o princípio do que chamaram de Animalismo. Este porco morreu duas semanas mais tarde, fortalecendo assim a idéia da revolução. Tempos depois, a revolução ocorreu e o Sr. Jones, sua mulher e seus peões foram expulsos da fazenda. Liderados por Bola-de-Neve (um porco), os animais reorganizaram toda a fazenda, plantavam e faziam colheitas, aprendiam a ler e escrever, estipularam datas comemorativas, hinos, bandeiras e celebrações. A granja mudou de nome para Granja dos Bichos, foram criados sete mandamentos que eram a síntese do Animalismo e todos os assuntos eram discutidos em círculo e sugestões eram dadas. Mas tinha um porco (Napoleão) que sempre se discordava de Bola-de-Neve. Um dia Napoleão traiu Bola-de-Neve expulsando-o da granja com a ajuda de nove cães fiéis que ele havia criado em segredo. Depois desse acontecimento a política da granja mudou radicalmente. Os animais não mais podiam dar opiniões nem fazer protestos, porque estavam sob a ameaça dos cães. Os assuntos da granja passaram a ser discutidos somente entre os porcos e não mais com toda a comunidade. Eles agora apenas recebiam ordens e as executavam. Aos poucos Napoleão desrespeitou todos os sete mandamentos. Dormiu em camas, usou roupas, bebeu álcool, mandou matar vários animais da granja, fez comércio com humanos, e finalmente, começou a andar sob duas patas. E tudo sempre com uma boa desculpa dada pelo seu fiel amigo Garganta. Este foi um aliado imprescindível de Napoleão na imposição do novo regime que se procedia na granja; uma espécie de ditadura. Napoleão foi aos poucos mostrando sua ambição e personalidade totalitarista. Proibiu o canto do hino ?Bichos da Inglaterra? pois lembrava os princípios da revolução, modificou a bandeira, obrigava os bichos a trabalhar com comida reduzida e as galinhas a botar mais ovos que sua capacidade. No fim, os animais estavam trabalhando mais do que quando o Sr. Jones era dono da granja e com menos alimento. George Orwell utiliza-se da ficção para condenar o aburguesamento do regime soviético. Condena os revolucionários em tese, mas burgueses na prática. O livro é indicado para pessoas que se interessam pelo relacionamento humano em sociedades e lutas de poder.Considerando o contexto no qual Revolução dos Bichos foi escrito, o autor cria uma ficção para mostrar, condenar e protestar o totalitarismo político. Ele tenta mostrar que tanto o capitalismo opressor instalado na Inglaterra da época, quanto o socialismo na Rússia, eram a mesma coisa. Napoleão, o porco do livro, representa Stalin, que o autor considera um traidor da revolução. As figuras como Sansão e Quitéria (eqüinos), mostram a classe trabalhadora ingênua e oprimida. O que o autor deixa em aberto é se houve mesmo uma revolução ?verdadeira? ou se tudo não passou de jogo de poderes entre os porcos. Como o conto faz alusão a revolução socialista em 1917, a de se supor que Bola-de-Neve era Lênin. Porém esta suposição não se confirma. Ao mesmo tempo em que o autor mostra que na época em que Bola-de-Neve liderava, a granja era mais democrática e justa, mostra também que os ?boatos? que Napoleão fala sobre Bola-de-Neve eram verdadeiros, já que muitos animais da granja morreram por confessar ajudar Bola-de-Neve em seus planos de sabotagem, o que exclui a possibilidade de serem falsos os boatos. Os boatos eram que Bola-de-Neve pretendia entregar a granja a Frederick (dono da fazenda vizinha), que destruiu o moinho de vento, e que influenciava os animais a sabotar a granja. O que para um líder revolucionário serie impraticável já que a Granja dos Bichos era uma espécie de sonho realizado. A quem diga que Bola-de-Neve foi Trotsky, porém também não se confirma esta hipótese, já que quem iniciou a revolução foi o próprio Bola-de-Neve.

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