BRASÍLIA (Reuters) - A petroleira estatal russa Rosneft assinou
acordo com a Petrobras para buscar maneiras de vender o gás natural disponível
em regiões remotas da selva amazônica, disseram as companhias nesta
segunda-feira.
As empresas não deram detalhes do acordo, e limitaram-se a dizer
a que é um “protocolo de intenções”.
A Rosneft detém 51 por cento de participação em blocos de
petróleo e gás na bacia do Solimões, a oeste de Manaus, no Amazonas, em
parceria com a HRT , que possui os outros 49 por cento.
Os blocos contêm reservas contingentes estimadas em 542 milhões
de barris de óleo equivalente, sendo que 83 por cento deste volume é de gás
natural, segundo a HRT.
As reservas contingentes são formadas por petróleo e gás que
foram descobertos mas não têm todos fatores que garantam sua viabilidade
comercial. As reservas estimadas atualmente são equivalentes ao volume de
petróleo que os Estados Unidos utilizam em um mês. O acordo entre Rosneft e Petrobras foi assinado durante uma
visita do presidente russo Vladimir Putin ao Brasil. Dois anos atrás, a HRT e a Petrobras assinaram um memorando de
entendimento para estudar as opções de venda de gás na Amazônia. Apesar do
acordo e de vários estudos, nenhuma solução foi encontrada.
Explorar gás na Amazônia é difícil devido à distância até
grandes centros consumidores e à complexidade da construção de gasodutos no
meio da selva.
Entre a região do gás e Manaus, centro consumidor mais próximo,
há cerca de 900 km de floresta densa.
O gasoduto mais próximo, da Petrobras, foi construído para que a
estatal brasileira possa escoar seu próprio gás produzido na região.
“Temos diferentes opções... Precisamos vender o gás e a
Petrobras tem um sistema de transporte ao qual se poderia ter acesso, e nós
iremos discutir estas questões”, disse a repórteres o presidente da Rosneft,
Igor Sechin, durante a visita de Putin no Brasil.
Por
Alexei Anishchuk e Silvio Cascione:
ADENDOS:
21/02/2017
Petroleira russa inicia
perfuração de poço no Amazonas
Rosneft Brasil pretende realizar
perfuração, testes e avaliações de poços na Bacia do Solimões ainda em 2017
PROJETO DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NA BACIA DO SOLIMÕES, NO AMAZONAS: COM A ROSNEFT BRASIL (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)
A Rússia está deixando claro que pretende se tornar uma potência cada
vez maior do setor petrolífero: depois de ter se tornado a maior produtora de
petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita, em 2015, a Rosneft
comprou as participações nos blocos no Solimões da PetroRio (antiga HRT). Os
18 blocos do Solimões cobrem uma área total de aproximadamente 37 mil
quilômetros quadrados, estimativa de 666 milhões de barris de
petróleo equivalente — dos quais 95% são gás natural.
02/02/2018
Por fim, na questão do gás natural, enquanto Pedro Parente anuncia neste ano de 2018 que buscará reservas de gás
natural em outros países, em parceria com empresas estrangeiras, ele entrega
campos de alta qualidade no meio do coração do Brasil, na Amazônia.
A Petrobras e a perda como líder
principal na exploração na Amazônia
Ao longo da década de 2000, os investimentos públicos, principalmente
das empresas estatais, tiveram um papel central para o desenvolvimento do
Norte. De 2002 a 2010, a região aumentou sua participação no PIB brasileiro de
4,7% para 5,3%. A variação em volume acumulado do PIB de 2002 a 2010 foi de
63,9% para Rondônia e 61,6% no Acre. Em 2009, foi inaugurado o gasodutoUrucu-Coari-Manaus, que trouxe mais de 4,5 bilhões de dólares
em investimentos. Em 2011, planejava-se investir 3,4 bilhões de dólares em
exploração e produção no Amazonas em quatro anos e 728,6 milhões em
infraestrutura e suporte. cabe mencionar o potencial exploratório de
Urucu, onde o petróleo existente era mais leve entre os óleos produzidos no
Brasil e havia grande potencial de expansão na produção de gás natural, e o
gasoduto Urucu-Coari-Manaus que, além de permitir o transporte de 5,5 milhões
de metros cúbicos/dia, gerou mais de 5,8 mil empregos diretos e mais de 10 mil
indiretos durante sua construção. No Norte, a TAG (Transportadora
Associada de Gas) possui uma malha de 802 quilômetros, interligando as jazidas
da Bacia do Solimões, em Urucu, para Manaus e a outras sete cidades da região:
Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba. A venda
da TAG influencia na perda do controle estratégico dos gasodutos brasileiros e
da marcação de preço sobre este mercado por parte da Petrobras. - por Caroline Scotti Vilain* — publicado 02/02/2018
É importante o povo observar o tremor de terra, inundações, rachaduras, enchentes, contaminação da água potável e nascentes, e outros fenômenos na região, provocados pelo uso do fraturamento hidráulico para obter o gás.
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