Nota minha: Analisando bem tudo o que li SOBRE O CANGAÇO de pouco saber, a Revolução Pernambucana que defendia a instituição da "falsa" República no País. DIGO: o cangaceiro nordestino foi um
herói, frente a uma administração governamental omissa, entreguistas, ignorantes,
obedientes as vontades dos coronéis oligarcas, que colocavam as forças
policiais formada por assassinos, jagunços perversos, na captura dos cangaceiros muitos recém auforriados pela escravidão, os escravos compravam o direito à liberdade com o próprio trabalho [1]. Os cangaceiros partiram em defesa do povo mais necessitado do nordeste fazendo justiça com suas próprias
mãos.
As maldades do capitão-mór João
Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg no
período colonial, prendia os
escravos fugitivos a ferro jogando-os nos sujos porões dos barcos com destino o
Limoeiro de Lisbôa [2], é brandura
frente as torturas e perseguições aplicadas pela policia nordestina aos
cangaceiros perseguidos pelos sertões brasileiros, sofreram verdadeiros genocídios. Em 1835, não se respeitava nem o rei.
Os cangaceiros foram usados e agregados de plantão como guardas, servis, para secretamente a aristocracia reinante na região, amealhar bens, riquezas, propriedades, valores. O Padre Cícero conduziu o sofrido povo do Cariri de forma cruel, aceitando donativos de um povo pobre que não tinha o que comer, e sorrateiramente, fazia-se passar por santo; após sua morte, deixou toda a fortuna acumulada durante sua permanência no Cariri, dízimos, doações do cangaço e dos coronéis, para a Ordem dos padres Salesianos.
Os
governos fracos do Nordeste simplesmente ignorou, que para combater o banditismo, o cangaceirismo, seria necessário oferecer ao povo
instrução, educação, trabalho organizado, assim, nunca puderam de fato acabar com ele (6). Nos sertões
cearenses, pernambucanos, paraibanos, baianos, etc. As famílias abastadas e coronéis, exerciam vinganças
terríveis umas contra as outras e suas inimizades não se abrandaram com o tempo, perpetuam-se legadas de avós e netos (5)Os cangaceiros foram usados e agregados de plantão como guardas, servis, para secretamente a aristocracia reinante na região, amealhar bens, riquezas, propriedades, valores. O Padre Cícero conduziu o sofrido povo do Cariri de forma cruel, aceitando donativos de um povo pobre que não tinha o que comer, e sorrateiramente, fazia-se passar por santo; após sua morte, deixou toda a fortuna acumulada durante sua permanência no Cariri, dízimos, doações do cangaço e dos coronéis, para a Ordem dos padres Salesianos.
Os cangaceiros "secretamente" foram usados como guardas pelos coronéis e o Padin Ciço concordava, tanto, que recebia o furto de Lampião como doação.
Analisando, conciliando, a conduta totalmente
indiferente do Padre Cícero Romão Batista como representante da doutrina católica,
sem que o povo nordestino tão ingênuo e sofrido o
percebesse, levou-os ao fanatismo religioso, semeando a discórdia, pobreza,
miséria. Envolveu-se politicamente com coronéis materialistas suspeitos à Nação. Para conseguirem o poder, defender sua hierarquia, contratavam os excluídos cangaceiros
para matar, degolar, roubar; - após suas
conquistas, largava-os no abandono como transcrito no pacto dos coronéis. O
padre Cícero o defensor dos coronéis, na sua função de padre, na postura de doutrinador religioso, armazenou grande fortuna oriunda de
arrecadação e doação do cangaço, doações estas ilícitas, proveniente muitas vezes de
roubo, assassinatos, que o padre sem contestar aceitou. Por toda
a tragédia ocorrida na luta pelo poder no Juazeiro, a meu ver, a herança doada pelo Padre Cícero deveria
ser confiscada e revertida para construção de hospitais,
escolas, moradias populares aos moradores do Cariri e Juazeiro. Foi um grande pecado, a doação dos bens que o padre
Cícero fez a Congregação dos Salesianos que aceitou, sem restituir aos pobres o fruto de tanto sangue e desgraças. E como prova do materialismo, da ganância, os padres Salesianos ainda expulsaram do Caldeirão os
sobreviventes das rajadas de metralhadoras vindo do céu, no grande holocausto no Caldeirão nos moldes do holocausto de Canudos, partindo do exército perverso de Caxias.
O Padre Cícero teve a grande oportunidade de
reverter a História do Brasil para melhor. Devido sua conduta de não
comprometimento com o povo do Nordeste, a exclusão popular continuou. Os governantes oligarcas quando não praticavam o holocausto nordestino,
expulsavam excluíam o nordestino para outras regiões, conduzindo-os para fora em pau-de-arara sem
qualquer ajuda financeira, para o Amazônas e grandes cidades; - milhares de
nordestinos proibidos que foram, de viverem em seu próprio habitar. Padre Cicero protegia os coronéis, se fazia passar por santo inventou até o milagre da hóstia.
A História do Brasil contada nas salas de
aula é mentirosa, a verdadeira história
devemos pesquisar, conciliar e descobrir as causas e os centralizadores oligarcas que
enganaram o povo brasileiro, para se perpetuarem no poder.
Gustavo Barroso em Almas de Lama e Aço, narra
que em 1819, uma autoridade mandava buscar as cabeças dos indivíduos que, devia
prender. Em 1824 um tal Andrade, Juiz de Uruburetama, Ceará, fuzilava
pessoalmente os presos. Os quebra-kilos aprisionados eram colocados os coletes
de couto molhado que lhes cosiam por cima dos braços. Ao sol envolvida no corpo, encolhia-se tolhia
a respiração deixavam-se cair sem fôlego. As fábricas de cangaceiros foi as
policias estaduais composta de indivíduos cruéis, broncos, egressos do crime,
fiéis aos coronéis e políticos nos comandos, tendo como lema principal
perseguir o pobre e ajudar o rico, inexistindo a justiça nos sertões. (22)
No final do século XVIII os rudes coronéis
chamavam o pobre do sertão de cacheado; quando algum deles passava pela sede do
governo Coutinho de Montaury que disputava a Vila do Forte hoje Fortaleza,
gritava: - PEGA! Seus cabelos eram cortados enquanto
Montaury gritava: - Vá embora e não deixe crescer outros cachos! Montaury o
tenente-coronel português foi um verdadeiro Gessler. (10)
Na Bahia não foi diferente, genocídios e degolas. Os
infelizes alfaiates pagaram sozinhos. O sonho antigo e pertinaz das forças
ocultas, não se referiam ao povo brasileiro, mas ao povo baiano. Talvez não
resistissem aos interrogatórios e revelasse a que mais valia calar. Há quem desconfie que sabiam demais e
precisavam emudecer para sempre(4). “que
alguns homens poderosos se agitavam por traz dos alfaiates e era maçônico o
segredo que os unia, (3). Seguiu Francisco Xavier ”vulgo Tiradentes” da Bahia
para as Minas Gerais levando as instruções... para acontecer lá também a
degola.
Como abordei anteriormente (16,7,8,9 ), as revoltas
e holocausto praticados no Brasil, como Canudos, Contestado, Caldeirão, Pau de
Colher, e tantas outras, tendo como frente
um povo escravizado já liberto pela Lei Áurea, NO ENTANTO, sem diretrizes
governamentais que lhes oferecesse um ofício. Sem se acharem na condição de
liberdade, sem destino, procurando um
refúgio, alguém que os abrigassem. Muitos escravos permaneceram sob o poder e
ira dos coronéis, que os usava como seus cangaceiros particular em sua defesa.
Bárbara de Alencar, a
primeira presidente do Brasil. Foi presa em Fortaleza em
1817 por participar de movimentos em prol da independência do País e por ter
liderado o movimento que proclamou a chamada República do Crato; - uma extensão da Revolução Pernambucana que
defendia a instituição da República no País.
Bárbara mulher de muita fibra e
coragem, além de defensora do idealismo republicano em um país então governado
pela monarquia portuguesa, se casou com o comerciante português José Gonçalves
dos Santos, com quem teve quatro filhos, entre eles Tristão de Alencar e José
Martiniano de Alencar, pai do escritor José de Alencar. Revolução Pernambucana
de 1817, que objetivava a independência do Brasil e a proclamação da República.
Bárbara liderou a frente com seus filhos, José Martiniano de Alencar e
Tristão de Alencar num período em que a
mulher não tinha voz, Bárbara Alencar defendeu o Ceará politicamente mesmo sabendo que iriam acusá-la de
contrária à monárquia, subversiva, ou alienada, mulher ousada e porreta!. Com esta atitude de Bárbara Alencar e seus
filhos, Crato foi a única localidade cearense a apoiar a libertação do Ceará em
1817. Bárbara de Alencar, ao lado de seus filhos e outras lideranças,
conseguiram mesmo por oito dias proclamar a República do Crato. Chegando o regime
monárquico, Bárbara foi presa pela coroa
portuguesa caminhando acorrentada com seus filhos cem léguas que separavam Crato
de Fortaleza; - levada para uma minúscula cela subterrânea da Fortaleza de Nossa
Senhora do Assunção, localizada à margem esquerda da foz do riacho Pajeú, sobre
o monte Marajaitiba, na cidade de Fortaleza(24). Bárbara deixou aos brasileiros o
exemplo de civismo, patriotismo, e a herança literária de José de Alencar.
E
1846, se deu origem da separação do Cariri em província independente, com
território parte do Ceará e parte de Pernambuco a capital seria a cidade do
Crato. O padre Cícero recebeu ordens em 1870, e foi residir no Crato, sua terra
natal. No Natal de 1871, convidado pelo
professor Simeão Correia de Macedo o padre Cícero visitou Juazeiro pela 1ª. Vez. Em 11
de abril de 1872 com bagagem e família, fixou residência definitiva em
juazeiro. Em 1898 o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar os
milagres do padre, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como
secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve
milagre, mas sim um embuste. Padre
Cicero foi a Roma com o Papa Leão XIII. Em maio de 1908 chega no povoado de Juazeiro Floro Bartolomeu da Costa (7). Padre Cícero foi o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, em 1911,
quando o povoado foi elevado a cidade.
Os conflitos entre os políticos e coronéis da
região do Cariri tomava rumo incontrolável e as guerras entre as clã rivais
tornava-se assustadora. As perseguições eram “ Selvagens contra selvagens”. Os
cangaceiros nasceram pela luta na defesa
da vida nas lutas entre os coronéis e na condição de escravos sem ofício
como cabras, defendiam-se. Entra aí o
oligarca, o centralizador, o velho
comendador Antonio Pinto Nogueira Accioly que dirigia o Estado, e convocou o “poder centralizador” do Padre Cícero. Nasceu então o mais curioso,
estranho, omisso, vergonhoso, documento da vida pública brasileira, O PACTO DOS
CORONÉIS leia:(8) A Ata do puxa-saquismo, a
luta de selvagens contra selvagens, a luta de chefe contra chefe. No sertão, o
cangaceiro existia em função do coronel e o coronel dominava em função do cangaceiro.
Para acabar com o cangaceirismo deveria combater o infame coronelismo que
sempre foi terror do nordeste (9)
Mediante o pacto dos coronéis de juazeiro do Padre
Cícero, os cangaceiros foram
perseguidos, capturados e decapitados.
A Ata do pacto dos coronéis foi assinada e convocada pelo Padre Cícero. O
padre Cícero do Juazeiro mantinha o poder centralizador de forças, de ideais,
numa sociedade simples, inocente,
crua, sem embelezamentos, Padre Cícero saiu dos limites traçados pelos deveres
religiosos.
A sublevação, revolução, do Juazeiro, em 1913/1914"... o Juazeiro
do Padre Cícero o único, individual povoado
do Brasil. A conspiração de Antônio
Luís, primo-irmão do ex-governador Accioly, chefe deposto do Crato, antigo
deputado estadual atuante no Vale do Cariri, atuou pelo favorecimento dos Accioly na "revolução”. Impediram a ação da
assembléia de Fortaleza que daria ao coronel Marcos Franco Rabelo a posse como
Presidente do Estado do Ceará. Os opositores orientados pelo senador Pinheiro
Machado, liderados pelo Tenente-Coronel Thomaz Cavalcante, coronel João Brígido
dos Santos, o jornal “O Utilitário, convocaram uma nova assembléia na cidade de
Juazeiro “do Padre Cicero, mencionando o
médico
Floro Bartolomeu da Costa
mentor político do padre Cícero para a Presidência do governo do Ceará. Franco
Rabelo sabendo dos fatos manda destruir a cidade de juazeiro e o Padim.
Provavelmente pelo jornal a notícia se espalhou, todos os romeiros se
deslocaram para Juazeiro para proteger o Padre Cícero e sua cidade. Os romeiros
vitoriosos foram conduzidos de trem até Fortaleza através de protesto
organizado pelos opositores para que
Hermes da Fonseca decretasse a deposição
oficial de Marcos Rabelo. Foi decretada intervenção Federal no Ceará. “o contra ataque de Juazeiro, não tinha objetivos de livre
consciência, não sabiam realmente porque estavam lutando, nada entendiam sobre
política. Eram centenas de brutos homens, carrascos e bravios. Não se davam
conta que precisavam lutar era contra a oligarquia dominante dos Accioly. (13)
Os revoltosos contra a autoridade ameaçavam Fortaleza. O que o sindicato político detentor
dos destinos da República exigia era a renúncia do governador. Não tiveram
forças para enfrentar, não concordar com
a anarquia colocada por Pinheiro Machado?... Assim, nada pode fazer a Uniãoa
destituir Franco Rabelo. Decretado o estado de sítio, para todo o Ceará.
No livro do sanitarista Rodolfo Theophilo, A Sediação do Juazeiro pág. 37: “Chegando ao Rio, os emissários conferenciaram com o chefe do P.R.C., ficando assentada a deposição do coronel Franco Rabelo, deposição que caso não pudesse ser feita pelos “Marretas de Fortaleza”, começaria por um movimento sediozo em Juazeiro promovido pelo Padre Cícero Romão Batista, e iria sobre a capital do Estado, os três emissários e mais o doutor Gustavo Barroso este foi o único que foi contra á conflagração do Ceará porque amava a sua terra”.
o sanitarista Rodolfo Theophilo
Em
1922 o lendário padre Cícero Romão Batista, proibiu a realização do cadastro
nos domínios da cidade peregrina, que, nessa época, possuía aproximadamente 22
mil habitantes(11) Nas escolas do
Cariri, em 1923, assinalou a espantosa cifra de oitenta e quatro por cento de
crianças contaminadas. Escolas houve em que a inspeção encontrou afetadas todas
as crianças e mais o professor. A bouba e as moléstias venéreas são outro
flagelo de grandes proporções.5 São, assim, os pobres romeiros, em nome de
Deus, inconscientes semeadores da dor e da morte...(5)
A revolta levou resultados desastrosos para as finanças do Estado do Ceará. Juazeiro conseguiu formar
o Estado dentro do Estado, dentro da
desorganização provocando sem saberem, a desgraça do povo, a paixão cega pela religião que os levava a excessos, refúgio dos criminosos,da falta de justiça. E,
eis que Lampião rompe todas as barreiras, e aceita o convite de Floro Bartolomeu para se incorporar a
guerrilha. E confirma a Padre Cícero que aceita o Título de comandante do
exército de Floro Bartolomeu(15)
O
deslocamento da Coluna Prestes pelo território cearense; a presença de
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, em Juazeiro, para receber a patente de
capitão. E mesmo antes de ser enganado pelas autoridades,
recebendo a patente de capitão e a garantia de anistia para ele e todo o bando,
para enfrentar a Coluna Prestes, fato que foi testemunhado pelo seu próprio
padrinho o Padre Cícero Romão, sempre manteve um status
quo de comandante de um exército, Floro Bartolomeu veio a falecer no
Rio de Janeiro; Por incrível que pareça, o médico e revolucionário Floro Bartolomeu foi sepultado no Distrito Federal com honras de herói nacional. Em 1926 padre Cícero Romão Baptista foi eleito para deputado federal, porém não chegou a assumir o cargo.
Cícero Romão Batista faleceu no dia 20 de julho de 1934, em Juazeiro do Norte, Ceará.
No dia 27 de julho de 1938, o bando e Lampião acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5:15 do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio, e se preparavam para tomar café; quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais foram todos eliminados. Foram traídos. (21).
Em 1921,
surgiu o boato de que o boi doado pelo padre Cícero para melhorar a raça do
gado local estava sendo adorado pela comunidade. Floro Bartholomeu, chefe
militar de Juazeiro, prendeu José Lourenço por 18 dias e matou o boi, num ato
denominado por ele de "combate ao fanatismo". Anos depois, o beato
enfrentaria outra situação intrincada. O sítio em que a comunidade vivia foi
vendido, e o novo proprietário expulsou os camponeses sem qualquer indenização.
O padre Cícero encaminhou José Lourenço e seus seguidores à sua fazenda
Caldeirão. Se no Baixa Dantas os camponeses perderam o direito à terra
e tiveram de sair às pressas, no Caldeirão não foi diferente. Aliás, pior. José
Lourenço não era considerado pelas elites do Ceará um simples beato analfabeto
e inofensivo, mas um perigoso líder capaz de articular grandes levantes contra
a ordem pública.
No dia 11 de setembro de 1936, as forças do Estado invadiram o Caldeirão. Coturnos de policiais civis e militares entraram marchando, mas não encontraram o beato José Lourenço, que havia fugido para a floresta da chapada do Araripe, onde ficou escondido até o início de 1938. Lá ele tomou o cuidado de não fixar residência, vivendo de forma nômade em construções de palha improvisadas, alimentando-se de frutas silvestres e, por vezes, de gêneros doados por amigos de fazendas próximas. No dia da invasão, porém, o capitão Cordeiro Neto ficou confuso sobre a atitude a tomar diante das mais de 400 casas de taipa. Optou pela devastação: expulsou os moradores, queimou os casebres e entregou parte dos bens ao município do Crato. "A polícia chegou lá e acabou com tudo. Levaram o que havia no armazém, e até as portas da casa do beato" 11 de maio de 1937, centenas de lavradores foram massacrados no Caldeirão, dois aviões, as metralhadoras dispararam, enquanto 200 patrulheiros vasculhavam a chapada.
Em 1938, José Lourenço retornou ao sítio Caldeirão e ali permaneceu por dois anos, até ser novamente expulso pelo procurador dos padres salesianos, proprietários da fazenda a quem o Padre Cícero deixou como herança. Coitados daqueles povos que confiaram em um padre que não soube doutrinar o pobre povo inocente do nordeste que nele confiou, e desgraças e pobrezas ganhou.
No dia 11 de setembro de 1936, as forças do Estado invadiram o Caldeirão. Coturnos de policiais civis e militares entraram marchando, mas não encontraram o beato José Lourenço, que havia fugido para a floresta da chapada do Araripe, onde ficou escondido até o início de 1938. Lá ele tomou o cuidado de não fixar residência, vivendo de forma nômade em construções de palha improvisadas, alimentando-se de frutas silvestres e, por vezes, de gêneros doados por amigos de fazendas próximas. No dia da invasão, porém, o capitão Cordeiro Neto ficou confuso sobre a atitude a tomar diante das mais de 400 casas de taipa. Optou pela devastação: expulsou os moradores, queimou os casebres e entregou parte dos bens ao município do Crato. "A polícia chegou lá e acabou com tudo. Levaram o que havia no armazém, e até as portas da casa do beato" 11 de maio de 1937, centenas de lavradores foram massacrados no Caldeirão, dois aviões, as metralhadoras dispararam, enquanto 200 patrulheiros vasculhavam a chapada.
Em 1938, José Lourenço retornou ao sítio Caldeirão e ali permaneceu por dois anos, até ser novamente expulso pelo procurador dos padres salesianos, proprietários da fazenda a quem o Padre Cícero deixou como herança. Coitados daqueles povos que confiaram em um padre que não soube doutrinar o pobre povo inocente do nordeste que nele confiou, e desgraças e pobrezas ganhou.
Testamento do Padre Cícero leia: (20):
Não tenho ascendentes vivos nem tampouco descendentes, e assim julgo poder dispor de meus bens, que livres...(?) ... como ele conseguiu tanto? Lembrei-me do livro que li sobre o tráfico negreiro (23).
fábrica de relógios cujo prédio é mostrado na foto de propriedade dos padres salesianos a quem o Padre deixou como herança, Funcionava na Rua Padre Cícero. Mestre Pelúsio Correia de Macedo.
“A primeira terra americana em que os salesianos pousaram o
pé foi o Brasil. Isto
aconteceu em 1875, quando a assim chamada ‘1ª Expedição Missionária’, que Dom
Bosco enviou. Foram recebidos “com extraordinária amabilidade”
pelo Imperador Dom Pedro II. Em
1892 chegaram ao Brasil as irmãs salesianas que se espalharam, gradativamente,
por várias regiões. O ano de 1894 foi marcado pela chegada dos missionários em
terras mato-grossenses e pernambucanas: Inspetoria Salesiana São Luis Gonzaga em 1902 abrangendo
Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe[8]. , Estranho
é que o Padim Ciço em seu testamento pede aos Salesianos que construa com a fortuna deixada oriundas dos respectivos cofres da Igreja, escolas para os pobres e necessitados, Oras,
porque o Padim Ciço que convivia com a miséria, a pobreza dos pobres do Cariri e Juazeiro não construiu? Não os
orientou? Não os ajudou?. A primeira obra salesiana no Brasil foi o Liceu Coração de Jesus (freqüentado por jovens ricos), criada na capital paulista em 1885. O fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas
Abib, em 1978, estudou na instituição
quando tinha 12 anos[25]
*******
1-Almas de Lama e Aço, Pág.18.
2-Almas de Lama e Aço.,Pág.14.
3-Pedro Calmon “História da Civilização Brasileira”, pág.146. “que alguns homens poderosos se
agitavam por traz dos alfaiates e era maçônico o segredo que os unia, (3)
4-Varnhagen, “História Geral do Brasil”, tomo II, pág. 292
5-Almas de Lama e Aço, pág, 12.
6-Almas de Lama e Aço
7- Muito estranha a presença do médico baiano “a mando de
quem?” Floro Bartolomeu da Costa Costa natural da Bahia, onde se formou em
Medicina, atraído pelas notícias da
existência de minério de cobre nas minas do Coxá, de propriedade do Padre
Cícero[?] um caso novo no Juazeiro. E lá estava o doutor, de chinelos de trança
e de pijama, habitando um quartinho minúsculo, uma cela, no quintal do padre
Cícero. E assim foi sempre. Se o padre queria uma coisa que lhe não ficava bem,
com a execução passava a imputabilidade ao doutor, menos escrupuloso, e o povo,
sem saber mais distinguir um do outro, obedecia a este como se fora àquele. Tal
se deu na revolução de 1913/4.
8- Pacto
dos Coronéis- http://orodape.blogspot.com.br/2009/09/o-pacto-dos-coroneis.html
9- Almas de Lama e Aço,PAG. 31.
10- Almas de Lama e Aço, pag,
43.
11-11
Em 1922, para a execução do cadastro escolar – um dos pontos centrais do plano
da reforma de juazeiro – , Lourenço Filho percorreu o sertão do Ceará,
deslocando-se de Fortaleza para o Crato pela Estrada de Ferro Baturité e de
automóvel. Já no alto sertão, acompanhado por Antonio de Gavião Gonzaga –
médico dirigente da Comissão do Serviço de Profilaxia Rural do Ceará – ,
Alcibíades Costa, F. Podeus e Elysio Figueiredo, o professor paulista
encontrou-se com o lendário padre Cícero Romão Batista, para demovê-lo da
decisão de proibir a realização do cadastro nos domínios da cidade peregrina,
que, nessa época, possuía aproximadamente 22 mil habitantes. O alto sertão do
Ceará, a cidade de Juazeiro e o padre Cícero Romão Batista causaram impacto na
mentalidade racionalista de Lourenço Filho, que, tempos depois, analisou a
experiência na série de artigos “Juazeiro do Padre Cícero” e no livro Joaseiro
do Pe Cícero: scenas e quadros do fanatismo no Nordeste, nos quais configurou
uma imagem ruinosa e desarrazoada tanto da cidade e do padre quanto do sertão
cearense.2
12-As
habitações quase todas se copiam por fora, em muros mal-acabados, despidos,
ordinariamente, de qualquer intenção estética, como se parecem no interior,
pobríssimo e imundo. Por fora, quase que só as distingue a numeração: um
cartapácio com grosseiros algarismos, no geral seguidos das iniciais “P. C.” e
de cruzes, signos-de-salomão ou de outros símbolos de uma cabalística
rudimentar Não raro um “Viva o meu Padim
Ciço” esparrama-se a carvão pela parede malcaiada, com muito fervor e nenhuma
ortografia.
Ordinariamente, não há,
nas pobres habitações, nem cadeiras, nem mesas, nem camas. Em nenhuma delas
falta, porém, pendurada à parede da sala, a efígie do Padrinho, em reprodução tipográfica,
ou numa oleografia em que ele aparece miraculosamente rodeado de anjinhos, que
tangem harpas celestiais, entre nuvens de incenso. Junto à gravura, na maioria
das casas, ostenta-se um rifle. Crianças
nuas passam correndo, sem gritos nem risos; romeiros acocoram-se à parca sombra
da orla das casas, mastigando a sua matalotagem de farinha d’água e nacos de
carne de bode, ou “maginando”, com o olhar, fixo num ponto, aparvalhado; porcos
fossam montões de lixo, com filosófica paciência; cabritos ensaiam as suas
defesas em simulacros de luta, ou retouçam, com berros fanhosos, sob o olhar
indiferente das cabras, que ruminam sonolentas; mulheres, sentadas às portas,
em saia e camisa, despenteadas, quase todas com a miséria impressa nas faces,
dão-se à tarefa de catar insetos à cabeça dos filhos. Numa esquina, um grupo
mais animado rodela o “Beato” de prestígio que celebra, ou um “penitente” que
profliga os costumes... Aí está o Juazeiro arraial. Vinte mil almas, a que se
agrega e de que se despede, cada dia, uma multidão de romeiros.12 É esse o
Juazeiro temível, o Juazeiro tradicional, a Meca do fanatismo sertanejo que
primeiro depara o viajante, se ele não avisou em tempo o padre Cícero e os de
seu grupo, ciosos em ocultá-lo, mas solícitos em mantê-lo - Manoel Bergström Lourenço Filho - Juazeiro do
Padre Cícero.
13- Oliveira Viana, Francisco José. Populações meridionais
do Brasil. São Paulo, 1920. p. 335.
14- Além do célebre projeto de lei estadual mandando distribuir
quatrocentos contos de réis aos fornecedores de alimentos aos fanáticos do
padre Cícero durante a rebelião, várias ações foram tentadas contra o estado,
pelos prejuízos dela decorrentes. Uma dessas ações, proposta por Antônio
Ferreira Figueiredo, acha-se no Supremo Tribunal Federal, à espera de solução.
O exercício de 1912 havia deixado um saldo orçamentário de 1.241:576$846. Em
1914, a receita arrecadada pelo estado foi apenas de quatro quintos da receita
orçada, tendo sido absorvido todo o saldo e havendo um déficit de 704:732$468(Anuário
Estatístico do Ceará, 1922).
15- “Os bandoleiros
chegaram via Barbalha, acoitando-se nas imediações da fazenda do deputado Floro
Bartolomeu, até às dez horas da noite, quando se transportaram ao centro da
cidade, hospedando-se em casa de um dos tipos sui-generis do Juazeiro, o
poeta popular João Mendes de Oliveira, que se intitula jocosamente ‘historiador
brasileiro e negociante’. Aí
fomos encontrar o bando sinistro que se compõe de quarenta e
nove homens e o famoso facínora, perfazendo um total de cinqüenta homens. Estão
muito bem armados e municiados; vestem, na maioria, brim cáqui; trazem chapéus
de couro quebrado na testa e lenços de diversas cores, predominando o verde e o
encarnado, amarrados ao pescoço. O armamento de cada um é rifle ou fuzil
máuser, revólver e punhal; à cintura trazem três ou quatro cartucheiras,
acondicionando nelas, cada homem, um total de quatrocentas balas! “As
autoridades policiais do Juazeiro quiseram agir à altura das circunstâncias.
Tiveram, porém, de recuar dos seus intentos, cedendo à pressão dos ‘segredos da
natura...’.
“Não há no vernáculo um adjetivo bastante forte que
caustique a abjeção desse fato. A realidade é que Lampião, homem fora da lei,
perseguido pelas polícias dos estados do Nordeste, em nome da honra, da família
e do sossego público, da propriedade privada e do direito de vida, enfim, dos
princípios mais rudimentares da moral coletiva, estava no Juazeiro com a
confiança de um cidadão que nada deve à justiça e quase com honra de triunfador”
(O Ceará, jornal diário de Fortaleza). O mesmo jornal mandou perguntar ao
padre Cícero Romão Batista por que não mandava repelir ou prender Lampião, pois
que tinha a seu dispor oitocentos homens, armados e municiados, do batalhão
patriótico. E ele respondeu textualmente: “Não, meu amiguinho! Lampião procurou
o Juazeiro com intuitos patrióticos (sic!); ele pretende se alistar nas forças
legais para dar combate aos revoltosos. Uma vez vitorioso, espera que o governo
lhe perdoe os crimes. Este homem que veio ao Juazeiro, confiar em minha
proteção, pretende se regenerar. Se não for possível alistá-lo nas forças
legais, eu o encaminharei para Goiás, onde levará vida honesta, como já fiz com
Sinhô Pereira e Luís Padre. Está mais ou menos demonstrado que os governos de
Pernambuco e Paraíba não conseguirão prender Lampião, entregando seu bando à
justiça. O povo é sempreprejudicado nestas coisas: é vítima de Lampião e muitas
vezes da polícia também... Esse estado de coisas pode ser modificado facilmente:
eu consigo que Lampião se vá embora para muito longe, e, assim, ficaremos
livres deles. “Porém, mandar prendê-lo aqui em Juazeiro, nestas
circunstâncias?! era um ato de revoltante traição, indigno de qualquer homem,
quanto mais de um sacerdote católico.“Eu prevejo que muita gente agora e
principalmente - Manoel Bergström Lourenço
Filho - Juazeiro do Padre Cícero
20- http://historiaesuascuriosidades.blogspot.com.br/2011/11/testamento-de-padre-cicero-na-integra.html
21- Abraão Benjamim, judeu
ou árabe naturalizado brasileiro, chamado de Turcão, o que torna mais difícil
saber sua descendência. Ele foi o primeiro e último homem a filmar Lampião. Ele
acompanhou os cangaceiros durante 6 meses, nos acampamentos e nas batalhas com
as volantes, e são da autoria dele o filme real sobre Lampião e centenas de
fotos do cangaceiro, de Maria Bonita e do bando. Benjamim foi assassinado logo
após esse trabalho de grande valor jornalístico, com 52 facadas em Vila Bela,
por desafetos de Lampião, ou, como queima de arquivo?.
22- Almas de Lama e Aço, Pág, 54.
23- O Padre Cícero me fez lembrar apontamentos que li pela internet coincidindo com suas ações, visto no Código Afonsine Livro II, tit.68: No século XIV e XV, foi conhecido o rápido enriquecimento dos hebreus sefardins que arrendavam propriedades e direitos; eles costumavam arrendar para si as dízimas, as ofertas, e esmolas das igrejas, conventos e capelas, recolhendo-as inclusive, no horário das rezas.
http://historiaesuascuriosidades.blogspot.com.br/2011/11/testamento-de-padre-cicero-na-integra.html
24- http://www.dcomercio.com.br/materia.aspx?id=59561&canal=21 - http://novomundonovo.wordpress.com/2011/01/03/historia-6/
25- http://wiki.cancaonova.com/index.php/Salesianos
22-
23- O Padre Cícero me fez lembrar apontamentos que li pela internet coincidindo com suas ações, visto no Código Afonsine Livro II, tit.68: No século XIV e XV, foi conhecido o rápido enriquecimento dos hebreus sefardins que arrendavam propriedades e direitos; eles costumavam arrendar para si as dízimas, as ofertas, e esmolas das igrejas, conventos e capelas, recolhendo-as inclusive, no horário das rezas.
http://historiaesuascuriosidades.blogspot.com.br/2011/11/testamento-de-padre-cicero-na-integra.html
24- http://www.dcomercio.com.br/materia.aspx?id=59561&canal=21 - http://novomundonovo.wordpress.com/2011/01/03/historia-6/
25- http://wiki.cancaonova.com/index.php/Salesianos
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