Como se nada tivesse acontecido
Tragédia na Av. Brasil foi apenas mais uma de um sistema de transporte ditado por interesses vorazes
Ambos têm no DNA a cumplicidade dos poderes públicos ante os abusos e o primado dos interesses insaciáveis sobre instituições absolutamente coniventes, degeneradas, desfiguradas e desmoralizadas.
Qualquer que seja a causa
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Tragédia na Av. Brasil foi apenas mais uma de um sistema de transporte ditado por interesses vorazes
Está na cara: há um estreito grau de parentesco entre a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, e o dramático desastre com o ônibus que despencou do viaduto na tarde de 02/04/2013, na mais importante artéria da cidade do Rio de Janeiro - a Avenida Brasil.
O que aconteceu às quatro da tarde desse dia 2 de abril é o que o lugar comum cataloga na surrada categoria de tragédia anunciada. A excessiva sujeição da Prefeitura carioca aos gostos inescrupulosos das empresas de transporte coletivo fatalmente produziria uma tragédia desse impacto, como exacerbação potencializada dos acidentes rotineiros provocados por uma frota em operação única e exclusivamente para super-dimensionar os lucros já auferidos em um ramo da economia.
oficial do acidente que ceifou na hora sete vidas e pôs na fila da morte outras tantas chegará à insólita conclusão de que é ABSOLUTAMENTE CRIMINOSO permitir que um único profissional trabalhe em ônibus que podem transportar até 80 passageiros, atribuindo-se ao motorista às funções de cobrador e do relacionamento com uma clientela heterogênea e ansiosa.
Sim, para os que não sabem, a quase totalidade da frota carioca de mais de 9 mil ônibus dispensou a presença do cobrador para aumentar a lucratividade de um cartel indiferente à natureza do seu serviço e sempre generoso nas relações com as autoridades em todos os seus níveis.
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