Enquanto as governanças desrespeitam a Soberania Brasileira...
Nem a do Brasil, nem a de qualquer outro país. Lula pode gritar, o Itamaraty pode espernear, Celso Amorim pode solicitar, pedir, ordenar ou sugestionar que nada vai adiantar.
O Brasil e as fronteiras de Israel
Recebo aqui em Tel Aviv, (onde estou produzindo a edição especial de Menorah em celebração a Chanucá) a notícia de que o presidente Lula firmou posição sobre a questão das fronteiras do Estado Judeu. Acaba de declarar que Israel deve voltar às fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias, ocorrida em junho de 1967 para que nestas regiões, seja criado o Estado Palestino.
É bom que fique claro, antes de mais qualquer consideração que o Estado de Israel não atende a vontade do Brasil em suas questões político-sociais, territoriais ou conflituosas de fronteira. Nem a do Brasil, nem a de qualquer outro país. Lula pode gritar, o Itamaraty pode espernear, Celso Amorim pode solicitar, pedir, ordenar ou sugestionar que nada vai adiantar.
O Estado de Israel, assim como o Estado Brasileiro, se pauta por suas necessidades. Qualquer ação dependerá do seu interesse, sempre. Por isto mesmo Lula assina o que assina e Israel age como age.
Agora, vale à pena considerar que jamais houve povo palestino com governo soberano em nenhum momento da história, em quaisquer das regiões em disputa.
Israel não venceu a Guerra dos Seis dias contra os palestinos, que nem existiam como grupo social organizado e diferenciado naquela época. Parte deste grupo era composto por habitantes da Jordânia, parte por habitantes do Egito, parte por habitantes do Líbano e da Síria. Muitos destes foram mantidos por seus próprios irmãos em Alá, em campos de refugiados.
Para reconquistar a Judeia e a Samaria, em 1967, Israel venceu o exército da Jordânia. Gaza foi conquistada na mesma guerra, aos egípcios.
É necessário que fique claro para o meu leitor (e não para o Lula que está pouco se incomodando com a história ou com fatos) que a Judeia e a Samaria, que muitos querem chamar de Cisjordânia ou Margem Oeste do Rio Jordão pertenceram ao povo judeu desde os tempos bíblicos dos reinos soberanos de Israel e de Judá. Jerusalém foi a capital do Rei David que teve em seu filho Salomão, um sucessor a altura de seu reinado reconhecidamente bem sucedido. Saiu-se melhor que seu pai em muitos assuntos, principalmente no que se refere a construção do Primeiro Templo e a construção e ampliação de cidades como a própria Jerusalém, onde não havia, nem naquela época, qualquer povo palestino.
Ora, meu caro leitor, nenhum cidadão de Israel está preocupado com as decisões do presidente Lula ou da diplomacia brasileira sobre as fronteiras do seu país. Todas as ações da diplomacia brasileira, nos últimos tempos tem sido realizadas no sentido de abraçar com toda devoção, as teses dos árabes, deixando para segundo plano, as necessidades do Estado de Israel.
A posição desta diplomacia brasileira atual não resolve a questão da beligerância entre israelenses e palestinos, não indica qualquer caminho para a solução do conflito que já dura mais de sessenta anos e nem diminui a distancia entre as posições das duas partes em litígio. E bom que todos nos tenhamos em mente que Israel luta para viver em paz. Jamais conseguirá. E é simples compreender o porquê não.
Israel não luta contra os palestinos. Luta contra o Islã. Este mesmo Islã que tem em Meca sua cidade sagrada. Enquanto todos os judeus do mundo constroem suas sinagogas voltadas para Jerusalém, na Judeia de sempre, os muçulmanos, incluindo-se aí, os palestinos, rezam e constroem suas mesquitas, voltadas para Meca, na Arábia Saudita.
Se tudo isto não bastasse, o Islã não descansará com relação a Israel quando vencer os judeus tirando-lhes a liberdade e a soberania. Sua vontade não é de paz. Quer, sim, conquistar o território onde está situado o Estado Judeu. O islã não aceita dividir terras e sonhos com nenhuma nação que não seja a sua.
Ao invés de tentar estimular o mundo para pressionar Israel no sentido de voltar às fronteiras de antes da Guerra dos seis Dias, Lula deveria sugerir publicamente ao Irã (o mais influente país muçulmano nos dias atuais) que pare de mandar dinheiro e armas para o Hamas e o Hezbollah (grupos palestinos que usam a violência como argumento) que atuam com violência máxima, nas fronteiras leste e norte de Israel. Isso sim seria uma atuação digna de um país como o Brasil e, ainda, calcada na ética como deveria ser a atuação de nosso corpo diplomático localizado no Itamaraty.
Certamente, entre os países, o pragmatismo dos negócios substitui as relações de seriedade e os compromissos com base na verdade de fatos históricos. Assim funcionam os diplomatas que fazem as pontes e os salamaleques para os relacionamentos entre as nações.
O Brasil do presidente Lula se quisesse buscar a paz no Oriente Médio, poderia desempenhar um belo e neutro papel.
Não foi este, o caminho que escolheu. O Brasil do presidente Lula torce pelos palestinos. Que torça. Nos brasileiros judeus, torcemos por Israel. E dai?
Já entendi que Israel é um bom parceiro para o Brasil, na área comercial, mas não chega aos pés do Irã. Os judeus do mundo também não chegam, numericamente, aos pés dos árabes, Existem mais de sessenta países muçulmanos, sendo cerca de vinte e dois, apenas no Oriente Médio e no norte da África. Quantos estados judeus existem? Apenas um. Diplomacia é uma questão de mercado não de lógica histórica.
Não adianta qualquer tipo de estresse. O Brasil está tratando de seus interesses comerciais. Tão claro quanta água. E ponto final.
Sucede que Israel também trata de seus interesses e não depende do que diz Lula para tomar suas atitudes. E, também, ponto final.
A posição do Brasil, em termos de Oriente Médio, não muda nada no mapa da região em conflito.
Agora, você já imaginou o primeiro ministro Nethanyahu sugerindo ao Itamaraty e ao presidente brasileiro que devolvam as terras que tomamos no passado do Paraguai? Seria motivo de piada no Lago dos Cisnes.
Tal qual virou piada em Jerusalém, a posição do atual governo brasileiro.
Vida que segue.
Ronaldo GomlevskyEditor Geral - "MENORAH RAPIDINHAS
http://www.menorahnet.com.br/rapidinhasnews/163/Menorah_Rapidinhas_163.html
http://www.menorahnet.com.br/rapidinhasnews/163/Menorah_Rapidinhas_163.html
O que se quer... mergulhar o país numa confusão entre o poder do Executivo e o poder do Judiciário, abrir o caminho a que governança do Brasil seja sujeita à aprovação do STF. Para isso conta-se, como em 1964, com os vendilhões da nossa soberania e com os golpistas da grande imprensa.
Simples e prático, para se evitar que a presidenta Dilma governe, vai se tentar lhe por um cabresto e toda decisão sua que desagrade grupos internacionais deverá ser anulada pelo STF. Por exemplo, a questão da exploração petrolífera do pré-sal poderá ser uma das próximas ações confiadas ao STF. Se Dilma quiser renacionalizar as comunicações, já que a telefonia é questão estratégica, o STF poderá dizer "Não" e também optar pela privatização da Petrobras. Delírio? Não, os neoliberais inimigos de Lula e da política nacionalista, derrotados nas eleições, poderão subrepticiamente retirar, pouco a pouco, os poderes da presidenta e do Legislativo, para que fique apenas com o STF o governo ou o desgoverno do Brasil.
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