segunda-feira, 17 de abril de 2017

Mao Tsé-Tung o grande salto para a fome, Xi Jinping o grande salto para a morte: um catálogo de horrores

Filosofia e morte

China. Os 70 anos da revolução comunista, um dos movimentos mais sangrentos da história, expõem um País que virou uma potência econômica, mas que paradoxalmente cultiva um Estado autoritário e obscurantista.
Os anos da ditadura de Mao Tsé-Tung, instituíram o domínio da força no país e estão entre os mais sangrentos da história da humanidade. A repressão e a fome, mataram milhões de pessoas. A fome foi conseqüência da política de Mao, chamada de Grande Salto para Frente, criada para acelerar o crescimento chinês. Na prática, a política do regime, que envolvia a coletivização de todas as propriedades, teve graves problemas de planejamento que levaram a uma situação de carestia extrema, que matou 45 milhões de pessoas entre 1958 e 1962. Vicente Vilardaga
Mas, Xi Jinping, voltou aos velhos tempos para se tornar o líder mais poderoso desde MaoTsé-Tungdetendo ativistas, aumentando a censura na Internet,  negando-se a libertar o dissidente e prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, quando estava morrendo de câncer. Xi Jinping, se apresenta como o grande defensor da globalização, da luta contra a mudança climática, dos tratados de comércio internacionais, no entanto, tratou o povo chinês como o esgoto da China.,Ser uma potência global, requer não apenas ter acesso aos recursos e conexões com o resto do mundo, mas também defendê-los e se defender, e Xi Jinping pecou, por ter desprezado, humilhado, aqueles que ajudou a China à crescer, o povo.
Entre 1958 e 1962, 45 milhões de chineses morreram de fome. Foi uma consequência direta do “Grande salto para frente”, uma espécie de programa de aceleração do crescimento da China, implementado por Mao Tse Tung e o Partido Comunista Chinês. No papel, era um plano excelente, que levaria o país a sobrepujar economicamente qualquer nação do Ocidente em menos de 15 anos. Na prática, foi uma tragédia de dimensões continentais, com um custo inestimável em sofrimento e vidas humanas - não em decorrência de uma guerra ou de uma catástrofe natural, mas das decisões equivocadas de um governo que falava em nome da igualdade e da justiça social - e que desqualificava sistematicamente (quando não punia severamente, com a prisão ou o exílio em campos de trabalho forçado) qualquer pensamento dissidente.
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Revolução cultural chinesa estimulava alunos a jogarem os professores “desviados” 
das janelas das salas de aula e espancava-os em público.
Apesar de relativamente pouco discutida e praticamente ausente dos livros didáticos de História, a grande fome chinesa foi uma das maiores catástrofes que o mundo já conheceu, seguramente o capítulo mais sombrio da História da República Popular da China. Só recentemente o período gerou uma literatura de investigação confiável, na qual seguramente se destaca “A grande fome de Mao – A história da catástrofe mais devastadora da China” (Record, 532 pgs. R$ 84,90), de Frank Dikötter, professor catedrático na Universidade de Hong Kong - ao lado do já clássico, mas ainda inédito no Brasil, “Hungry ghosts”, de Jasper Becker, lançado em 1996. A estimativa de Becker era mais conservadora: “apenas” 30 milhões de chineses teriam morrido de fome.
Publicado em
21/03/12 20:54 A cidade chinesa de Guangdong. She Wan é proprietário de um dos açougues que vende ratos e expõe os animais a céu aberto. Ele garante que toda a carne oferecida aos clientes é limpa, pois o produto é de roedores recém-nascidos. Cidade chinesa quer exportar carne de ratos selvagens
Em 2008, pouco antes das Olimpíadas de Pequim, Dikötter teve acesso aos arquivos do Partido Comunista, nos quais pesquisou em primeira mão centenas de documentos com registros meticulosos da fome decorrente das reformas econômicas e sociais de Mao. Era um verdadeiro catálogo de horrores, incluindo casos de canibalismo em aldeias de diferentes regiões da China: não foram isolados os casos em que camponeses desenterravam cadáveres de parentes para comer; comer ratos, cascas de árvore e terra era rotineiro. Enquanto isso, a propaganda oficial vendia a imagem de um povo feliz e de uma economia próspera. Na verdade, além de apresentar uma enorme ineficiência econômica, a China estava altamente endividada com a União Soviética de Stalin, a quem Mao pedira ajuda logo após o triunfo da revolução. Mas, sempre que algo dava errado e era impossível esconder, o grande timoneiro logo arranjava culpados à direita - e perseguia ou matava os inimigos do povo que estavam boicotando as metas do regime comunista.

“A fome tomou dimensões muito além do que se pensava anteriormente”, escreve Dikötter. “Os especialistas estimavam a catástrofe demográfica entre 15 e 30 milhões de mortes. Com as estatísticas compiladas pelo próprio Gabinete de Segurança Pública na época, descobre-se uma calamidade muito maior: pelo menos 45 milhões de mortes prematuras entre 1958 e 1962. Mas não é simplesmente a extensão do número de mortos que conta, mas também como essas pessoas morreram. Não é que as pessoas morressem de fome porque não havia comida disponível. A comida era, na verdade, usada como uma arma para forçar as pessoas a cumprirem as tarefas atribuídas pelo Partido. E as pessoas que eram consideradas como de direita ou conservadoras, as pessoas que dormiam no serviço, que estavam muito doentes ou enfraquecidas para serem obrigadas a trabalhar se viram sem acesso à cantina e morriam mais rapidamente de fome. Pessoas fracas ou os elementos considerados como inaptos pelo Partido foram, portanto, deliberadamente levados à fome.”

Segundo o autor, o Estado chinês adotou a violência extrema como norma para impor a criação de grandes comunas agrícolas, nas quais homens e mulheres vivam em casas separadas e perdiam o controle da criação de seus filhos. Até cozinhar dentro de casa era proibido. Obrigados a falsificar números da produção e a entregar todo ao Estado o grão que produziam, os camponeses eram literalmente privados de comida - e de forças para reagir. Outro fator considerável foi a crença incondicional em Mao e no PC chinês, resultado de uma lavagem cerebral intensa e sistemática. “Tudo foi coletivizado”, escreve Dikötter. “Muito rapidamente o paraíso utópico provou ser um enorme quartel militar. A coerção e a violência eram as únicas formas de garantir que as pessoas executassem as tarefas que lhes eram ordenadas pelos membros locais do Partido.”
 
Fazendeiros se queixavam de que os pássaros estavam comendo os grãos de suas plantações. Os conselheiros do presidente chegaram a avaliar que um pardal, sozinho, comia cerca de 4 quilos por ano. A Grande Campanha dos Pardais ou Campanha Mate um Pardal, fez parte do projeto de Tsé-Tung para o país. O discurso era de que ratos, moscas, mosquitos e pardais propagavam inúmeras doenças para a população, o que teria levado o governo chinês a apoiar o extermínio dessas espécies. Mas o que Tsé-Tung não havia imaginado era que essa exterminação teria consequências para os humanos que habitavam a região. A morte dos pássaros acarretou um enorme desequilíbrio ambiental no país, agravando problemas já causados pelo projeto de desenvolvimento do líder chinês, que envolvia o desmatamento e uso demasiado de pesticidas.

A fome foi apenas a face mais medonha do projeto de poder maoísta. No mesmo período da Grande Fome, 2 a 3 milhões de pessoas foram torturadas até a morte ou executadas, por discordar das diretrizes do partido - ou por terem roubado um punhado de grãos ou uma batata para comer. Muitas outras morreram de exaustão ou foram vítimas de abusos mortais das autoridades. Nos registros oficiais do PC chinês é citado o caso de um homem, na província de Hunan, que foi forçado a enterrar vivo seu filho de 12 anos, por ter roubado grãos; o pai morreu de desgosto poucas semanas depois. Outro registro diz respeito a uma mulher obrigada a entregar a filha adolescente a um burocrata em troca de dois pedações de pão; essa mulher se matou.
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Hoje a versão do partido comunista chinês é que a grande fome ocorreu devido a condições ambientais. O governo alega, além disso, que morreram apenas 15 milhões de pessoas - e chama o período de “O difícil período de três anos [1].

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