sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

IPES-Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, E O MAQUINEÍSMO DOS MILITARES SOBRE O JARI, O AMAPÁ, A RENCA, HOJE À SANGRAR


EM: A CUMPLICIDADE DO SENADO NACIONAL BRASILEIRO "entender é necessário":
Representantes do Grupo Jari da Orsa de Sérgio Amoroso e do BNDES, no Senado/Foto: Divulgação BNDES confirma concessão de refinanciamento à Jari Celulose
  • Os militares tinham um projeto de desenvolvimento em grande escala que articulava o programa econômico concebido no IPES e as diretrizes de segurança interna desenvolvida pela ESG e que pretendia realizar a integração completa do território nacional.
  • "Vendo Jarí de Ldwig, HOJE, de Sergio Amoroso da Saga WWF, o Amapá cobiçado pela França, tendo a Suíça como Árbitro", PESQUISEMOS: O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), e tudo o que os militares camuflam na floresta Amazonica, incluindo a Renca no Amapá, para hoje 2020, partilharem distribuir, tomarem posse. Desde o consórdio dos 27 empresários brasileiros escolhidos por Delfim neto sob ordem militar, para assumir o JARÍ de Ludwig no Amapá, frente ao entreguismo no Brasil de hoje.
  • A Saga Investimentos é um empresa controlada pelo "milionário!"  Sergio Antonio Garcia Amoroso, que comprou, no governo Fernando Henrique Cardoso, por um real, o falido Complexo do Jari no Amapá, um imenso e polêmico projeto de produção de celulose na Amazônia, que pertencia ao lendário Daniel Ludwig, um milionário americano que afundou em dívidas sua aventura no que se chamava então de “inferno verde” e que foi comprado antes por Augusto Trajano de Azevedo Antunes, da Caemi. A venda teve, segundo publicou, naqueles dias, a Folha,teve a participação do BNDES, um dos maiores credores do Projeto Jari. Amoroso como representante do Graacc –  Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer -, uma instituição beneficente  que opera 90% das suas atividades com recursos do SUS. Ele e Mário Frering, herdeiro de Azevedo Antunes  – e quem lhe repassou o Jari – são fundadores da WWF-Brasil, “Fundo Mundial para a Conservação da Natureza”, justo o dono e o ex-dono do Jari… O mundo dá voltas, não é?

O MANIQUEÍSMO BRASILEIRO [19]

O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), fundado em 29 de novembro de 1961 por Augusto Trajano de Azevedo Antunes (ligado à Caemi Mineração) e Antônio Gallotti (ligado à Light S.A.),[1][2] foi um dos principais conspiradores contra o presidente João Goulart, participando ativamente das articulações que culminaram no Golpe Militar de 1964.

O IPES não foi um mero disseminador de propaganda anticomunista ou um grupo de extrema direita ocupado em armazenar armas. Era um núcleo de conspiração golpista com agenda política própria. Seus membros estavam estrategicamente informados e muito bem posicionados entre os conspiradores que derrubaram Goulart. E, ao lado dos militares, foram os protagonistas do processo de ocupação da estrutura do Estado após março de 1964 – o IPES funcionou regularmente até o ano de 1973.[3]

O IPES, durante seu principal período de ação, era localizado no edifício avenida Central no Rio de Janeiro, vigésimo sétimo andar, possuindo treze salas. Sua estrutura, tal qual à de sua entidade-irmã, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), equivale ao que hoje se conhece como think tank ou organização não-governamental (ONG).

A função primordial do IPES, era integrar os diversos movimentos sociais de direita para criar as bases de uma oposição que pudesse deter "o avanço do comunismo sovietico no ocidente".[4]

Fundação

O IPES foi fundado por um grupo de empresários de São Paulo e do Rio de Janeiro durante o período politicamente conturbado da década de 1960, tendo sua articulação inicial em novembro de 1961, logo após João Goulart assumir a presidência do Brasil, em setembro.

Pouco após a sua fundação, em 29 de novembro de 1961, o IPES passou a ser dirigido pelo general Golbery do Couto e Silva, um dos professores da Escola Superior de Guerra e estudioso da geopolítica e, anos depois, um dos artífices da ditadura militar, logo após pedir para passar para a reserva do Exército Brasileiro.

Financiadores

O maior financiador do IPES foi o governo dos E.U.A com o presidente John Kennedy, por receio a um crescimento de um movimento comunista No Brasil que poderia resultar em uma Revolução Comunista e instalar o socialismo no país, assim, criando uma "nova China".

Os acordos sobre esse financiamento foram intermediados pelo embaixador dos E.U.A no Brasil, Lincoln Gordon, visando desestabilizar o governo de João Goulart.

Outras cinco empresas que financiaram: Refinaria UniãoLightCruzeiro do SulIcomiListas Telefônicas Brasileiras, além de trezentas empresas de menor porte (desde indústrias alimentícias até farmacêuticas), além de diversas entidades de classe. Também foi importante o apoio econômico do político e banqueiro José de Magalhães Pinto. O capital inicial liberado para o instituto foi de quinhentos mil dólares. Muitas entidades filantrópicas de senhoras cristãs, de orientação conservadora, também colaboraram com dinheiro em espécie, jóias e trabalho voluntário.

Mobilização

Políticos, empresários, jornalistas, intelectuais e grupos de donas-de-casa, estudantes e trabalhadores militavam sob a orientação ideológica da cúpula do IPES/IBAD.

A base de apoio, direta ou indireta, incluiu sobretudo os políticos da UDN e de setores do PSD. Empresários como Walther Moreira SallesMário Henrique SimonsenAugusto Frederico Schmidt, também poeta, Alceu Amoroso Lima, também escritor e pensador católico, entre tantos outros, militavem pelo IPES, que tentou cooptar para o movimento escritores como Rachel de QueirozFernando Sabino e Rubem Fonseca, que chegou a fazer roteiros para os documentários do IPES. O elenco de apoio ia desde o general Jurandir de Bizarria Mamede, que em 1955 fez um discurso violento contra a vitória de Juscelino Kubitschek durante o enterro do general Canrobert da Costa, até o então apenas empresário Paulo Maluf, que mais tarde tornaria famoso como político brasileiro.

Objetivos

A função do IPES era coordenar a oposição política ao governo Jango, e para tal tinha financiamento de grandes empresas nacionais e multinacionais.

O objetivo do instituto, era fazer um levantamento da maneira de expressão do brasileiro de forma a mapear o comportamento social do público alvo, que era a classe média baixa da população, além dos formadores de opinião, como entidades religiosas diversas, para elaborar filmes publicitários, documentários, confecção de panfletos, e propagandas.

Atividades

Basicamente o IPES trabalhava com pesquisas e estatísticas para coleta de informações para elaborar filmes publicitários, documentários, panfletos, e propagandas contra o governo de João Goulart e seus aliados.

O IPES colaborou com diversas entidades de tendência direitista, como a União Cívica FemininaCampanha da Mulher pela Democracia, além de outras entidades ligadas à Igreja Católica. Também tentou cooptar os estudantes e operários para a oposição antijanguista, sendo um dos livros publicados intitulado "UNE, instrumento de subversão", de autoria de Sônia Seganfredo, estudante de tendência anticomunista.

O discurso adotado pelo IPES e pelos movimentos que colaboravam com o mesmo era o da defesa da democracia. Segundo consta, Um dos pontos estabelecidos para as militantes era nunca dizer que estavam combatendo o comunismo, mas, sim, trabalhando em defesa da democracia[5], assim se fez a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 19 de março de 1964,[6] que definitivamente desencadeou a queda de Jango].

Na verdade, havia uma mobilização para extinguir todo o legado do populismo varguista, no qual o IPES e o IBAD fizeram parte. A princípio, viram em Juscelino Kubitschek, apesar de ligado a um partido político conservador, um mal-disfarçado herdeiro de Vargas, tendo sido o último governador que recebeu o então presidente antes do suicídio deste, em 1954. Várias instituições tinham seus métodos específicos. O IBAD era mais militante, enquanto o IPES mais "racional". O IPES agia na defensiva, pregando o lado "positivo" do capitalismo dos países ricos e as "vantagens" do Brasil de se subordinar a eles. Por outro lado, já havia entidades de ação ofensiva, como o Grupo de Ação Patriótica (GAP) e o Comando de Caça aos Comunistas (CCC). O CCC, entre outras ações, promoveu o incêndio da sede da UNE, em 1964, e o confronto sangrento com estudantes da USP, em 1968.

Durante o período anterior ao Golpe de 1964, o IPES encomendou a elaboração de documentários que seriam exibidos em salas de cinema, bairros de baixa renda, entre outros lugares. Os principais documentários foram:[7]

  • A vida marítima
  • Conceito de empresa
  • Criando homens livres
  • Deixem o estudante estudar
  • Depende de mim
  • História de um maquinista
  • Nordeste problema número um
  • O Brasil precisa de você
  • O IPÊS é o seguinte
  • O que é democracia
  • O que é o IPÊS
  • Portos Paralíticos
  • Uma economia estrangulada

Os métodos

A propaganda do IPES baseava-se na égide da defesa da moral e dos bons costumes da família brasileira, do direito à propriedade privada e à livre iniciativa empresarial, além de estimular a ampla participação de investidores estrangeiros na economia brasileira.

Dentre os métodos utilizados pelo IPES para mobilizar a população contra o trabalhismo de Goulart, houve palestras direcionadas às mães e donas de casa alertando para o possível dano que o comunismo causaria a entidade familiar. Aliás, muitas palestras, panfletos, documentários e livros foram feitos no sentido de difundir uma "racionalidade" ideológica capaz de convencer as pessoas sobre a suposta falência do governo Goulart.

Simultaneamente eram distribuídos panfletos entre a população, endereçados aos fazendeiros e agricultores,[8] outros panfletos davam ênfase à palavras chave, como democracia, subversão, liberdade,[9] o clero fazia publicar mensagens dirigidas ao Presidente.[10]

Por fim, o IPES mantinha contato estreito com a Igreja Católica e mantinha diversos programas de rádio em cadeia local e nacional, aonde personalidades da direita brasileira apresentavam seus discursos. Sua atuação não era ostensiva, daí sua sobrevida diante da CPI que os parlamentares da linha governista (favoráveis a Jango) instauraram contra o IBAD, cujas provas de participação de capital estrangeiro fizeram o governo a decretar a extinção desta. O IPES desapareceu em 1972, quando o AI-5 parecia ter controlado todos os focos de manifestação antidireita no país.

Ver também

Bibliografia

Referências

  1.  «O Quartel e o Capital - Istoé Dinheiro». Consultado em 26 de dezembro de 2006. Arquivado do original em 10 de maio de 2007
  2.  COLBY, Gerard; DENNETT, Charlotte. Seja feita a vossa vontade: a conquista da Amazonia: Nelson Rockefeller e o evangelismo na idade do petróleo. Rio de Janeiro: Record, 1998. ISBN 8501045322. tradução de Jamari França. 1059 p. - Pág. 502
  3.  «1. Golpe militar de 1964 | Brasil Doc.»www.ufmg.br. Consultado em 26 de fevereiro de 2018
  4.  Birkner, Walter Marcos Knaesel. O realismo de Golbery. Itajaí, Ed. Univali. 2002. pág. 20.
  5.  «A preparação do golpe - Observatório da Imprensa». Consultado em 19 de setembro de 2004. Arquivado do original em 23 de agosto de 2004
  6.  «Marcha da Família com Deus pela Liberdade - Fundação Getúlio Vargas». Consultado em 25 de outubro de 2004. Arquivado do original em 9 de novembro de 2004
  7.  Corrêa, Marcos. O discurso golpista nos documentários de Jean Manzon para o IPES (1962/1963). Campinas, São Paulo. 2005. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas.
  8.  «Reprodução de panfleto». Consultado em 27 de outubro de 2004. Arquivado do original em 21 de novembro de 2006
  9.  «Panfleto contrário à política agrária do governo Goulart». Consultado em 27 de outubro de 2004. Arquivado do original em 12 de novembro de 2004
  10.  «Reprodução de panfleto». Consultado em 25 de outubro de 2004. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2005
  11. Ditadura militar brasileira (1964–1985)
  12. Geral       
  13. Golpe de 1964 Desaparecidos políticos lista Abertura política Retorno do pluripartidarismo Educação Propagandas Autores e livros censurados ou proibidos Milagre econômico Doutrina de segurança nacional Luta armada de esquerda Ufanismo
  14. Atos Institucionais  
  15. AI-1AI-2AI-3AI-4AI-5AI-6AI-7AI-8AI-9AI-10AI-11AI-12AI-13AI-14AI-15AI-16AI-17
  16. Eventos   
  17. Comício da Central Marcha da Família com Deus pela Liberdade Marcha da Vitória Passeata dos Cem Mil Diretas Já Frente Ampla Novembrada Atentado do Riocentro Caso Para-Sar Operação Brother Sam Operação Popeye Caso Edson Luís Batalha da Maria Antônia Caso Mário Kozel Filho Caso Vladimir Herzog Sequestro dos uruguaios
  18. https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_de_Pesquisas_e_Estudos_Sociais
  19. https://jus.com.br/artigos/76098/o-maniqueismo-brasileiro?fbclid=IwAR35gjew2JchiWp6CeoYzscGP-4lRvH6GD0wJac8PDW0N0P-fx8jep5b0BM

  20. https://tijolaco.net/o-financiador-do-filme-da-lava-jato/

  21. https://correiodaamazonia.com/bndes-confirma-concessao-de-refinanciamento-a-jari-celulose/

  22. A “Conservação da Natureza”, é o estado de harmonia entre o ser humano e o ambiente em que vive.(Roberto Gama e Silva)  https://niobiomineriobrasileiro.blogspot.com/2008/12/a-conservacao-da-natureza-e-o-estado-de.html

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