sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Formação barata e ligeira sem desenvolvimento científico

Eu fico a me perguntar, o que sentimos hoje, os jovens sentiram em 1966 quando os senhores militares atraídos pelos consensos, levaram o estudo, a formação cultural do povo brasileiro à segundo plano. Os jovens foram às ruas protestar? SIM! foram recebidos com a repressão do regime militar. E hoje? o que faremos como brasileiros conscientes vendo o governo implantar as Escolas Cívico Militar para formar “soldados obedientes para vigiar os brasileiros desobedientes”?  — A gravidade da atual situação do Brasil não é nem mais o estudo, a formação cultural que o povo brasileiro não adquiriu, hoje, temos no Brasil a corrupção institucional, o desvio do erário, o desemprego, a fome, a desigualdade social. Hoje, um militar é Presidente do Brasil, à vender o Brasil para a China comunista que escraviza o povo chines como mão de obra barata e descartada, para que no futuro, os brasileiros dentro do Brasil tenham o mesmo tratamento. O que faremos, se o tempo nos fez ver, enxergar, com o bom senso de comentar, porque os militares que aceitaram o neoliberalismo dentro do Brasil desde o regime militar, JAMAIS disseram NÃO! para o crime organizado que se instalou no Brasil.(*)


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breve relato de como os militares planejaram para os brasileiros serem formados de acordo com suas funções nas linhas de montagens, aptos a obedecer ordens, submissos, obedientes:

O fim da escola pública pretendido é a implementação da escola particular definitiva, é o ratium-studiorum “jesuítas”, (agora no neo-liberalismo), travestido de consenso de Washington, sucateamento do ensino público  como "desresponsabilizar o Estado" do financiamento das universidades.
Omitem defender, por detrás desta demagogia, o culminar dos postulados dos Acordos MEC-USAID (ainda de 64), a defesa dos interesses do imperialismo — assim como as demais contra reformas trabalhista, sindical e previdenciária. É a expectativa das subservientes classes dominantes locais: competir com a Índia, México e China, aonde o imperialismo mais investe e extrai maiores massas de lucro máximo na exploração da força de trabalho — o que chamam de crescimento.


EUA DITAM REFORMA DO ENSINO NO BRASIL Acordos MEC-Usaid subordinam educação a interesses econômicos
—  passa a ser considerada supérflua,  A universidade sem lastro na economia nacional e mesmo fora das demandas, locais do imperialismo — exceto em determinados setores de maior interesse e qualificação como o petróleo —
A educação enquanto “emancipação e para a compreensão da história humana e a elevação do intelecto/social” não teria espaço na política destes acordos, pois a escola e a universidade teriam como tarefa a formação de quadros para a indústria. Sendo assim: Brasileiros seriam formados de acordo com suas funções nas linhas de montagens, aptos a obedecer ordens.

Em 23 de junho de 1965 foi firmado um primeiro acordo entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC), representado pelo ministro Flávio Suplicy de Lacerda, e a United States Agency for International Development (USAID), representada por seu diretor Stuart Van Dyke. Este primeiro acordo relativo ao ensino superior passou mais de um ano sem ser divulgado (até novembro de 1966), e, ao sê-lo, foi recebido pelo meio universitário com grandes reservas e objeções, durante o regime militar brasileiro Os cursos primário (5 anos) e ginasial (4 anos) foram fundidos, passando a se chamar primeiro grau, com 8 anos de duração, e o curso científico fundido com o clássico passou a ser denominado segundo grau, com 3 anos de duração. O curso universitário passou a ser denominado terceiro grau. Com essa reforma, se eliminou um ano de estudos fazendo com que o Brasil tivesse somente 11 níveis até chegar ao fim do segundo grau enquanto outros países europeus e o Canadá possuem no mínimo 12 níveis. NA VERDADE,  tinha como proposta inicial privatizar as escolas públicas. Matérias como História tiveram sua carga horária reduzida para que estudantes da época não tivessem seus olhos abertos em relação à ditadura.

Também foram retiradas matérias consideradas obsoletas do currículo, como Filosofia, Latim e Educação Política. A Educação Moral e Cívica (EMC) tornou-se obrigatória no currículo escolar brasileiro a partir de 1969, de acordo com o Decreto Lei 869/68, juntamente com a disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Adotadas no início da fase mais repressiva do regime, em substituição às matérias de Filosofia e Sociologia,
No início do governo Costa e Silva, apesar da grande discussão em torno desse acordo, foi assinado, em 9 de maio de 1967, novo Convênio de Assessoria ao Planejamento do Ensino Superior, pelo ministro Tarso Dutra, representando o MEC, e por William Ellis, da USAID-Brasil. O convênio tinha como finalidade “assessorar o trabalho da Diretoria (do Ensino Superior) nos seus esforços para atingir a expansão e o aperfeiçoamento, a curto e a longo prazos, do sistema de ensino superior brasileiro, através do processo de planejamento que torna possível a preparação e a execução, por parte das autoridades brasileiras, de programas com o objetivo de atender às crescentes necessidades desse setor”. lei 5.540/68
Dentre os defensores do acordo, a opinião era a de que os técnicos brasileiros não seriam capazes de realizar a contento tal tarefa, que se tornara imperiosa, fazendo-se necessária a assessoria de técnicos familiarizados com a organização das universidades norte-americanas, tidas como modelo para as brasileiras.

Já os críticos do acordo atacavam a cópia dos modelos norte-americanos, antevendo a privatização do ensino superior, a subordinação do ensino aos interesses imediatos da produção, a ênfase na técnica em detrimento das humanidades e a eliminação da gratuidade nas universidades oficiais.


A desestruturação

Como arcabouço e justificativa para promover a dita "reestruturação" do ensino superior, a contra-revolução retoma a velha polêmica posta em voga pelo imperialismo, já nos idos 66: a suposta disputa entre dois modelos de universidade entre o que chamam de "universidade de pesquisa" e "universidade de ensino". Tudo de acordo com a terminologia imposta pela gerência militar e com as determinações do Banco Mundial, que afirma em seu O BM e o Ensino Superior: Lições derivadas da Experiência (1994):
As universidades públicas, gratuitas, assentadas na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão não servem para a América Latina.
O projeto Universidade Nova representa a imposição do modelo ianque de universidades, para negros e explorados de uma maneira geral, no USA — barata e de formação ligeira, sem desenvolvimento científico.


Oportunistas & imperialismo

UNE, UBES, CUT etc, bem acomodadas em seus carguinhos no velho Estado, cacarejam que este é um governo que se reúne com os estudantes e trabalhadores — para eles, os diretores daquelas entidades e sindicalistas pelegos. Mas isso não é novidade. Os milicos de 64 também o faziam. Aliás, forneciam até viajem aos states para os tais "intelectuais".

NOTAS:
https://anovademocracia.com.br/no-37/149-novas-medidas-para-destruir-a-universidade-aprofundam-os-acordos-mec-usaid
https://mudancaedivergencia.blogspot.com/2019/11/33-anos-esperando-as-ffaa-dizer-nao.html

(*)O establishment militar, por sua vez, teria obedecido a ordens do alto-comando por disciplina, e não por convicção. O alto-comando, por sua vez, teria tido divisões internas de largo espectro que inocentariam boa parte de seus participantes.
Nessa pasteurização adocicada do passado ocorreu também um curioso empurra-empurra dos vivos para os mortos. Os vivos que integravam o núcleo do poder, ou em torno dele viviam, recontaram o que se passou mostrando como eles, na verdade, operavam a favor da democracia de dentro, quintas-colunas habilíssimos. Por exclusão, a sustentação da ditadura teria sido obra exclusiva dos mortos, e mesmo assim somente daqueles que não contaram com a simpatia dos vivos para lhes salvar a memória, ou que não foram previdentes o suficiente para deixar algum escrito ou papel que servisse de base, por mais precária que fosse, para sua reabilitação posterior.
A Lei da Anistia operou no plano da memória política nacional como monumentos frequentemente o fazem. Permitem que se deposite a memória na paisagem, servem de referência ocasional em datas históricas e pronto – a vida continua como se nada tivesse acontecido, como se a dolorosa verdade que emerge dos períodos difíceis não precisasse mais ser elaborada pela coletividade que neles viveu. Com uma diferença: amnesiados os crimes, os inúmeros caso sequer monumento há.

O que aconteceu depois da Lei da Anistia, me pergunto: onde se escondeu o terceiro poder daquelas almas? Operado o esquecimento, feita a rasura na memória, a indignação morre pela ausência de objeto, e as vozes isoladas que mantêm viva a memória daqueles anos acabam soando como ressentidas e de mal com a vida. E os militares conseguiram postura nacionalista para redimir seus erros?

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