sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

BRASIL!

A REALIDADE DO TRUMP E AS ILUSÕES DO BRASIL
É notório que a eleição de Trump dá novos respiros nos ares do mundo. No entanto, a situação do Brasil está na contramão disso, e a razão é histórica: desde 1822 há um grupo revolucionário criminoso polarizado entre oligarcas e populistas que controlam o país. Não há sinais de que sairão do poder. E se "sair"-por razão de "morte" como já aconteceu algumas vezes na história- assume o outro lado - tido como "morto" e "renascido" das cinzas como fênix"- da mesma facção. O Brasil historicamente, depois de 1822, NUNCA teve um homem como Donald Trump (cristão, inteligente, estratégico e preparado) e NUNCA teve instituições republicanas de fato e de direito. O Brasil desde 1822 foi mergulhado ano a ano nos círculos do limbo, do purgatório e do inferno, mas tudo em nome de Deus, claro, o Deus invertido.
Loryel Rocha

Assim, quando a esquerda cola no Bolsonaro o símbolo de "messias" pode ser isso num duplo sentido: como anti-messias de Lula e como símbolo que aponta para quem ele "representa", no caso os cristãos e conservadores.

Caros, vejam essa propaganda do Brasil 200. Por trás do cenário caríssimo está uma brutal equipe onde eles "capturaram" as ideias e as ânsias do povo distanciando o discurso deles do messianismo político que a esquerda já cravou no Bolsonaro e a equipe dele não só absorveu como acha que isso é uma grande façanha. Para piorar o fato o filho dele lançou por estes dias um livro com o título evocativo ao messianismo político. Este vídeo do Brasil 200 é o neoliberalismo na veia e travestido de conservadorismo. É precisamente as teses dos teóricos que eu havia citado antes: Mihnea S. Storca, Raoul Girardet, Ernesto Laclau, Paul Taggart, Chantal Mouffe, Yves Mény e Yves Surel.

Todos eles defendem ideias que propugnam uma "nova democracia radical e plural" enfatizando os mitos políticos, o messianismo e o populismo não mais como ideologias ligadas a esquerda, mas sim como uma "forma de construção da política", sem um conteúdo ideológico específico. Ou seja, pode ser de direita ou de esquerda, abarcando os mais heterogêneos levantes políticos. Deixam claro a importância incessante na renovação de FORMAS, de SIGNOS, de SÍMBOLOS e de CULTURAS pois tudo tem uma incomparável capacidade de "invenção e de renovação", pois tudo pode passar por ser mutável. Ou seja, a ideia em peso do conservadorismo foi mandada às urtigas pelos mais recentes trabalhos da esquerda: NADA É PERMANENTE, NADA PODE CONSTITUIR UMA TRADIÇÃO.
Isso quer dizer que esquerda em peso já criou o discurso que os conservadores é que são de esquerda, ou seja, inverteram, perverteram e subverteram toda a carga simbólica e cultural. O impacto filosófico-social-político-cultural dessas teorias é monstruoso e letal.
É fato que há um despertar do conservadorismo no mundo. No entanto, já é bem menos exato que isto implicou na retomada da direita de espaços ocupados pela esquerda. Assim, são eles ainda que dão as cartas, até que o jogo se inverta. Agravando esse cenário temos o trabalho que fizeram de completa INVERSÃO dos SÍMBOLOS alterando a posição entre esquerdistas e conservadores. Eles já criaram este discurso: que os conservadores são a nova esquerda. O que fazer? Correr atrás e demolir? A "segurança" cega no crescimento do conservadorismo achando que o terreno já está ganho e que a esquerda está morta, sem minimamente atentar para essa realidade, é um suicídio completo.
Portanto, friso novamente: é um perigo brutal a candidatura de Bolsonaro ser anexada a qualquer um desses termos. Enquanto isso, a candidatura do Brasil 200 vai se descolando do discurso. Ou seja, tem alguém atento, e infelizmente não parece ser do lado que o povo acha que é.
CRÉDITOS: 
Loryel Rocha

Brasil 200

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