sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Os militares prometeram limpar o País, conseguiram foi censurar notícias sobre a roubalheiras, quanto menos democrático um regime, mais o combate à corrupção se confunde com perseguição.

NA ÉPOCA DA DITADURA NÃO TINHA CORRUPÇÃO" quanto menos democrático um regime, mais o combate à corrupção se confunde com perseguição.

Os militares prometeram limpar o País. O que conseguiram fazer foi censurar notícias sobre a roubalheiras. o AI-5 deu à CGI os dentes que faltavam. Agora, o presidente podia confiscar bens de quem enriquecesse ilicitamente. O resultado foi pífio. De 1968 a 1973, a CGI produziu 1.153 processos. Desses,  mais de mil foram arquivados. Das 58 propostas de confisco, 41 foram alvo de decreto presidencial. O problema não era apenas a falta de eficiência da CGI, mas também sua seletividade. Aos amigos, o silêncio. Foram arquivadas sem investigação denúncias contra os então governadores José Sarney (MA) e Antônio Carlos Magalhães (BA). Já aos inimigos, a lei. No processo contra Brizola, a CGI escrutinou suas declarações de bens desde 1959, quebrou seu sigilo bancário, verificou seus imóveis – e não encontrou nada de errado. Ou seja, quanto menos democrático um regime, mais o combate à corrupção se confunde com perseguição.  

O plano de  Ernesto Geisel e Golbery era coordenar uma rede de militares conspiradores, os atores do golpe foram nacionais, claro, não significa ignorar a simpatia com que os americanos viam os conspiradores. 

cartilha da tortura malditos!
Chancelaram a criação do sistema DOI-Codi, que fez da tortura e do extermínio uma política de Estado. os métodos tradicionais herdados do Estado Novo (1937-1945) e da polícia civil (que já torturava presos comuns no dia a dia), somaram-se novidades estrangeiras, como técnicas britânicas que não deixam marcas físicas. Para transmitir esse tipo de conhecimento, a comunidade de segurança chegou a promover aulas práticas – como a que o tenente Ailton Joaquim deu na Vila Militar, em 8 de outubro de 1969: Dez presos políticos foram levados a um salão, diante de uma plateia de sargentos e oficiais. No palco, o tenente projetava slides sobre modalidades de tortura, enquanto as demonstrava nos presos nus. . Segundo relato de Maurício Vieira de Paiva, um dos torturados, o tenente ordenava serenamente a passagem dos slides com os desenhos de cada tortura. “Apontava com uma vareta para os detalhes projetados e explicava a técnica e os efeitos de cada método, exemplificando com nossas reações.” Centros de tortura também mantinham médicos para reduzir danos fisicamente perceptíveis, avaliar a resistência dos presos e garantir que pudessem continuar a ser interrogados. Esse setor anárquico e delinquente das Forças Armadas tornou-se parte da comunidade de segurança da ditadura, que fez da tortura e do extermínio políticas de Estado. O terrorismo clandestino da extrema-direita pode ter sido “branco”. O terrorismo de Estado, não.

Em vez de jogar fora a Constituição de 1946, a ditadura inventou uma jabuticaba jurídica: o Ato Institucional, que fazia a chamada “revolução vitoriosa” caber no ordenamento jurídico anterior. 

A Aliança para o Progresso beneficiou governadores estaduais que aceitavam a conspiração dos militares. Eles bancaram projetos de desenvolvimento em  Estados governados por opositores do governo civil, acenaram apoio a qualquer golpe que derrubasse “esquerdistas”, financiaram o complexo Ipês-Ibad, mantiveram um intercâmbio militar e prepararam uma megaoperação de apoio ao golpe militar, produzia propaganda anticomunista  no rádio, na TV, no cinema e na imprensa. Também distribuía livros para oficiais e projetava filmes doutrinadores em quartéis, bases, escolas e  navios. Só em 1963, foram realizadas 1.706 projeções. Às vésperas do Dia da Independência, o deputado Márcio Moreira Alves (MDB) bradava na Câmara um discurso instando a desobediência civil. A imprensa ignorou a fala. Passadas mais de duas semanas, militares distribuíram o discurso pelos quartéis, afirmando que as Forças Armadas vinham sendo humilhadas e enxovalhadas pelo Congresso. O procurador-geral da República entrou com um pedido para cassar o mandato de Moreira Alves. O pedido do governo militar  foi derrotado.  “Alguém começou a cantar o hino nacional e todos fizeram o mesmo. Os deputados congratulavam-se mutuamente por sua coragem.  A reação militar, porém, já viria na noite seguinte, em 13 de dezembro de 1968, com o AI-5. O Congresso ficou fechado até outubro de 1969. 

A Odebrecht no governo militar se transformou em única dentro do Brasil

Até a década de 1960, as obras da Odebrecht mal ultrapassavam os limites da Bahia. Com o protecionismo de Costa e Silva, começou a dar saltos. Primeiro, construiu o prédio-sede da Petrobras, no Rio.  Os contatos governamentais na estatal abriram portas para novos projetos, como o aeroporto do Galeão e a usina nuclear de Angra. Assim, de 19ª empreiteira de maior faturamento, em 1971, pulou para a 3ª em 1973, e nunca mais deixou o top 10. Outra beneficiada foi a Andrade Gutierrez, que saltou do 11º para o 4º lugar de 1971 para 1972. Empreiteiras menos amigas da ditadura tinham futuro menos brilhante 

Em 1968 O Tratado atômico Costa e Silva recusa-se a assinar o TNP. O tratado dividiu o mundo em dois: as potências nucleares, que não se comprometiam a se desarmar, e o resto, que só teria acesso (a mentira) das  tecnologias pacíficas se renunciassem a esse tipo de arma. Em 1975 O  Acordo nuclear.  Depois de os EUA suspenderem o fornecimento de urânio enriquecido, o Brasil assinou com a Alemanha um acordo nuclear que transferia tecnologia, mesmo sem assinar o TNP. 

Em 1975 Antissionismo.  Na ONU, o Brasil defendeu a soberania do povo palestino e a retirada de Israel dos territórios ocupados. Também votou pela condenação do sionismo como “uma forma de racismo”.

Guerrilheiros combatiam a ditadura. Mas queriam a ditadura do proletariado no seu lugar os grupos armados eram pequenos, desunidos e vulneráveis seria um exagero dizer que essas dezenas de pequenos grupos desunidos representava uma ameaça ao regime.

Durante a ditadura, a violência urbana cresceu sem parar, e a taxa de homicídio atingiu o nível de epidemia.  “A figura do bandido, em oposição à do trabalhador, tornou-se ameaçadora a ponto de seu extermínio ser desejado ou tolerado”, afirma Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência  da USP. O homicídio tornou-se um método de limpeza e controle social, e o homicida, um herói em defesa da comunidade.  

Vejam a matéria completa e assustadora em:

https://super.abril.com.br/especiais/21-mitos-sobre-a-ditadura-militar/


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