quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Lava-Jato, a Espionagem Atômica o Momento Político e o vice almirante Othon Pinheiro da Silva

  • Para que possa gerar energia elétrica, o urânio precisa ser enriquecido, ou seja, concentrado no seu isótopo mais leve (urânio-235). Isso é feito nas diversas ultracentrífugas instaladas em forma de cascatas na Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, da Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/RJ. Nesses equipamentos o gás hexafluoreto de urânio (UF6) é submetido a velocidades extremamente altas, separando os isótopos mais leves (urânio–235) dos mais pesados (urânio–238). Isso faz com que a concentração do isótopo mais leve (urânio-235) passe de 0,7%, como é encontrado na natureza, para até 5%. O urânio-235 é o isótopo físsil, que produz energia ao sofrer fissão (rompimento) nos núcleos dos reatores nucleares.
Não adianta pensar que nos desarmando promoveremos a paz. Ao contrario, os desarmados atraem todas as desgraças inclusive a guerra. Paz só é garantida por quem tem força para a assegurar e ela, na atualidade, só pode ser garantida por que dispõe de um arsenal atômico incluindo os meios de lançamento.
         O nosso País dominou a tecnologia do enriquecimento do urânio no início dos anos 80 à custa de uma bem montada operação de espionagem. Especialistas visitaram instituições científicas e aproveitavam para garimpar informações estratégicas. Conseguiram acesso a informações que foram fundamentais para o projeto nuclear brasileiro. Assim, pudemos concluir, em poucos anos, o processo de transformação do urânio em combustível nuclear. Alguns dos cientistas pagaram com a vida com a  explosão do foguete ainda na plataforma em 2003.
O recurso à espionagem não foi uma opção usada apenas por nós, pois outros países fizeram o mesmo para furar o bloqueio e o método foi fundamental para adquirirmos o domínio da tecnologia do enriquecimento do urânio, sempre obstados pelos Estados Unidos e por outras nações".
         Por ser o cérebro do nosso desenvolvimento nuclear não é de hoje que o vice- almirante Othon Pinheiro da Silva é um incômodo aos EUA, pois ele conseguira criar uma produção mais barata de urânio enriquecido, a tecnologia das centrífugas, muito cobiçada por todas potências e que, por nossa vez, procuramos guardar o segredo. Projetara ainda um submarino nuclear, algo que as grandes potências pressionam para evitar que outras nações obtenham.            
Muitas vezes Othon alertou que o Brasil precisa tomar muito cuidado com a pressão dos Estados Unidos para evitar o nosso desenvolvimento nuclear. Alertava que o Brasil estaria infestado de espiões americanos, atentos a todos os movimentos que o País faz para ser mais independente, pelo interesse norte-americano em evitar que o nosso País seja autônomo em termos de defesa.
         Agora vimos o herói ser preso, acusado de receber propinas no projeto de Angra III, com base em mais uma delação vaga feita por um corrupto. Acusação ridícula, pois se o almirante quisesse, ganharia fortunas só com seu conhecimento impar de assuntos nucleares.    A implantação de um programa nuclear independente, do qual ele foi o autor principal foi um feito técnico-científico heróico que encerra riscos pessoais consideráveis. Responsável que foi pelas maiores conquistas históricas na área da tecnológica nuclear no Brasil. Deve-se a ele também a concepção do programa do submarino nuclear brasileiro e a conquista da independência na tecnologia do ciclo de combustível que conseguiu, reunindo o que melhor havia da inteligência, capacidade laboratorial e industrial no País. É justa a preocupação de que ele possa estar sendo vítima de uma manobra cujo alvo principal não seja ele nem a luta partidária e muito menos a desejo de acabar com a corrupção, mas seja o programa nuclear brasileiro.
         Recorremos outros dados conhecidos: Após duas tentativas de lançamento , cujo fracaço deixou antever sabotagem estrangeira, o esforço de mais de 30 anos, voltado à construção do “ Veículo Lançador de Satélites” chegaria ao fim em 2003, com a terceira e trágica tentativa de lançamento, ceifando, naquele evento, a vida de 21 cientistas brasileiros. Todos sentem que a explosão foi provocada, o difícil é provar. Aos que acompanham os acontecimentos com olhar crítico também resta a suspeita de que o “Legacy” pilotado por dois agentes estrangeiros, estando fora da rota e com o transponder desligado, ao chocar-se com um boing comercial, estava realmente inspecionando o “poço do Cachimbo”, para os EUA. Finalmente, na tentativa de associação com a Ucrânia, o projeto Cyclone Space, acaba de fechar suas portas por exigência norte-americana para que não fosse passada tecnologia aéroespacial para o nosso País e que nenhum componente de tecnologia  estadunidense fosse usado no projeto. Esses fatos objetivos nos colocam poucas alternativas para ingressar no restrito grupo dos países que exploram o espaço e a energia nuclear  ou nos conformamos em ser subdesenvolvidos ou ainda tomamos o freio nos dentes.
      Não seria impossível que entre os corruptos investigados, algum deles negociasse com os EUA um alívio nas investigações sobre corrupção e seus reflexos nas Bolsas em troca de uma acusação que demolisse o nosso programa nuclear. Portanto ,é importante acompanhar os desdobramentos da ação. Toda população pensava que o nosso País sairia depurado com as ações do juiz Moro, mas quem olhar além do horizonte suspeitará que não seja bem assim. Os antecedentes das ações dos Serviços Secretos anglo-americanos só reforçam essa suspeita.
         Naturalmente o Almirante Óthon sairá bem dessas investigações mesmo que sejam usados falsos testemunhos. Sua história de vida por si é uma garantia.
Estáclaro que a delação e as “evidências” são produto de uma  bem urdida trama. É forte a nossa convicção que se trata de uma manobra norte-americana para prejudicar o nosso desenvolvimento nuclear. Entretanto, não está afastada a hipótese de que a manobra seja um expediente do grupo investigado para destruir a credibilidade do Juiz Sergio Moro, induzindo-o a esmiuçar verbas secretas que não podem ser abertas até para a segurança dos que se arriscaram para conseguir o conhecimento negado. Não há dúvida de que isto seria do interesse da organização criminosa que dominou o País, pois destruída a credibilidade da Lava-Jato os facínoras estariam impunes. Talvez seja uma combinação de ambas as hipóteses, ou ao menos um aproveitamento.
         Prestemos atenção sobre a possibilidade de a Operação Lava-Jato ter acesso a segredos do programa nuclear brasileiro até agora preservados. E se isso acontecer, confirmará  as piores suspeitas que já pairam sobre a Lava-Jato, que na digna faina de punir corruptos (menos os políticos), parece feliz em quebrar todas as empresas nacionais e abrir campo para as “multi”. Primeiro, foi a Petrobras e as grandes empreiteiras.  Agora o programa de geração nuclear e a usina hidrelétrica de Belo Monte já anunciada como o próximo alvo.. Em paralelo, a participação da Odebrecht no programa de construção de submarinos nucleares e convencionais da Marinha é colocada na alça de mira. Tudo em meio à paralisia política que tomou conta do governo Dilma, intimidada pelas repercussões das investigações e enquadrada pela ameaça de impeachment.

Gostaríamos de acreditar que os atores envolvidos – Polícia Federal, Ministério Público, STF – estejam imbuídos das melhores intenções e refletindo o sentimento generalizado de indignação da sociedade com corrupção, mas desconfiamos que, em vez de depurado, o nosso País possa se transformar em apenas uma expressão geográfica, sem empresas nem política própria.
         Mesmo o necessário  zelo pela moralização da coisa pública e o cuidado com as contas do governo, sem a devida cautela quanto às repercussões sobre a continuidade de empresas e projetos, pode redundar em dois efeitos potencialmente devastadores: a inviabilização dos mesmos e o eterno subdesenvolvimento.
O Momento político
Dilma cairá ou não cairá? – Certamente cairá, pois nenhum governo, nem um ditatorial baseado na força consegue se manter com mais de 90% de reprovação, e motivo ela deu. Dentro desta perspectiva já teria caído. Por que não caiu ainda?
A resposta é um tanto complexa: Em primeiro lugar pela briga entre os candidatos a sucedê-la e pela fragilidade moral da imagem dos mesmos. Em segundo porque o alvo real não é a disputa política mas o pré-sal e outros recursos naturais. Por último, a fragilização do Governo, se não o fez ceder tudo na visita a Washinton o deixou pronto para ceder o que for exigido na tentativa de se manter mais um pouco, fazendo diminuir a gasolina que alimentava a fogueira. Entretanto, o fogo adquiriu vida propria e combustível não falta. Afogueira ainda se alastrará.
Quando Dilma cair – seja por impeachment, seja por renûncia, haverá nova briga de quadrilhas e a insatisfação popular contiuará. No final, se o País ainda se mantiver  inteiro, conflitos armados obrigarão a intervenção militar, mesmo que eles proprios não o queiram.
E  daí?   - Daí a história continuará

Que o BOM DEUS nos dê sabedoria para que percebamos o que é mais importante!
                                                     Gelio Fregapani

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