Na cidade libanesa de Zahle, o religioso Nader Jbail usa uma rádio para confortar irmãos de fé, obrigados a sair do país em função do conflito
• • atualizado às 10h42
17 de Setembro de 2013
R.K, 37 anos, é uma cristã que vivia em Homs, cidade ao norte de Damasco, palco do início dos conflitos na Síria. Ela fugiu para o Líbano com os filhos depois de ter sua casa invadida, saqueada e praticamente destruída pelos rebeldes. Rebeldes que, segundo ela, usavam bombas e metralhadoras, e eram na maioria estrangeiros (confira seu relato no vídeo).
"Aquilo que se fala é uma coisa, aquilo que eu vi em Homs é outra. Vimos tudo diante dos nossos olhos. Manifestações, gritos de ordem contra o regime, ataques contra as nossas casas, ataque contra os cristãos, queriam que todos os cristãos e os alauítas (grupo muçulmano do presidente Assad, minoria na Síria) fossem embora da Síria. Aqueles que retornaram às nossas casas para pegar alguns pertencem foram mortos, homens e mulheres", diz.
“Existe um plano para expulsar todos os cristãos para islamizar todo o Oriente Médio”, defende o padre Nader Jbail, cristão ortodoxo nascido em Damasco. OTerra encontrou o padre Nader um dia após seu retorno da capital síria, onde mantém contatos e vai visitar a família. "São três os pontos principais cujas consequências estamos vivendo aqui. O primeiro: petróleo e gás; segundo: os cristãos devem deixar o Oriente Médio; terceiro: a linha vermelha de Israel. Para o primeiro e o terceiro, encontra-se sempre uma solução. E para os cristãos?", questiona.
A cidade de Zahle, no Líbano, é o último reduto cristão antes da fronteira com a Síria. A diferença entre as religiões se vê na disposição da cidade: de um lado estão os cristãos e, de outro, os muçulmanos. Lá, o padre Nader é diretor da emissora cristã Swat el Sama e usa as ondas de rádio para levar conforto aos refugiados cristãos, sem dar notícias de conflitos ou ataques. Entretanto, padre Nader testemunhou muitos ataques pessoalmente, além de ouvir os relatos dos refugiados.
"Ultimamente os rebeldes muçulmanos não têm concentrado os ataques contra locais do governo, contra exército sírio. O que existe é uma verdadeira cruzada contra os cristãos. Basta ver um dos últimos, quando a cidade de Maalula foi assediada, simplesmente por ser um reduto cristão", diz.
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18 de Setembro de 2013•09h31 • atualizado às 10h00
Assad agradece Rússia por ajuda ante "ataque violento"
O presidente sírio Bashar al-Assad agradeceu nesta quarta-feira à Rússia pelo apoio dado a seu país frente ao que chamou de "ataque violento de que é alvo". Assad recebeu em Damasco o vice-ministro das Relações Exteriores russo Serguei Riabkov, segundo informou a televisão pública.
Assad disse ainda que a posição russa, contrária à ameaça de um recorrer à força contra a Síria se Damasco não renunciar a suas armas químicas, pode contribuir para criar um "novo equilíbrio mundial".
O presidente sírio também disse ao número 2 da diplomacia russa que a postura de Moscou em relação ao conflito em seu país dá "esperança para formular um novo roteiro para o equilíbrio internacional".